Triângulo Azul Futebol Clube – Rio de Janeiro (RJ): Fundado em 1923

Muitas histórias são perdidas com o passar do tempo. A grande maioria que encontramos com facilidade são dos grandes vencedores. Contudo, aquelas que contribuíram de forma modesta, em muitos dos casos como meros figurantes desaparecem. Essas histórias merecem serem resgatadas mesmo que seja por meras duas ou três linhas.

Um delas é o Triângulo Azul Futebol Clube. A equipe alvianil foi Fundado no dia 27 de Novembro de 1923, e, tinha a sua Sede e campo, localizado na Rua Barão de Itapagipe, 109 a 123, no Bairro do Rio Comprido, na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

Ao longo da sua história, o Triangulo Azul FC enfrentou equipes que estiveram na elite do futebol carioca, como: Jequié F.C.; Magno FC; Esperança FC e Rio São Paulo FC (no qual venceu por 4 a 2, em 1932).

Nos seus três primeiros anos, o clube participava de festivais (torneios). Então, o Triângulo Azul FC, juntamente com o Barroso FC, Rio Cricket, Silva Manoel AC, SC Luziadas, Nacional FC e Pelotas FC realizaram uma reunião às 21 horas, no dia 08 de Junho de 1927, onde fundaram a Liga Sportiva de Amadores (LSA). José Luiz Cutilato, representante do Triângulo Azul FC, foi decisivo ao indicar o primeiro presidente da LSA, Adelino A. Castro. Três anos depois o time alvianil se filou a Liga Graphica de Sports (LGS), em 1930. Já no ano seguinte (1931), ingressou na Segunda Divisão da AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Athleticos).

Time-base de 1925: Pinto; Luiz e Hernany (Corta Sacco); Pires (Paulino), Feitiço e Ataliba (Pedro); Nini (Procópio), Pedro (Pêda), Álvaro (Zezé), Eduardo e Jacaré.

Time-base de 1927: Itália; Luiz e João; Rubens, Raul e Miúdo; Ricardo, Humberto, Mineiro, Jacintho e Motta.

Time-base de 1932: Rosa Branca; Joãosinho e Padinha; Nove, Hermiulo e Rubens; Macedo, Fernandes, Juca, Alvinho e João.

 

PS: Nesse período havia um grupo cristão chamado ‘Triângulo Azul’, mas não encontrei nenhum link que interligasse o clube a entidade religiosa.

  

Fontes: O Imparcial – A Noite – A Batalha – Jornal dos Sports.

Este post foi publicado em 01. Sérgio Mello, 17. Auriel de Almeida, Curiosidades, Escudos, História do Futebol, Rio de Janeiro em por .

Sobre Sérgio Mello

Sou jornalista, desde 2000, formado pela FACHA. Trabalhei na Rádio Record; Jornal O Fluminense (Niterói-RJ) e Jornal dos Sports (JS), no Rio de Janeiro-RJ. No JS cobri o esporte amador, passando pelo futebol de base, Campeonatos da Terceira e Segunda Divisões, chegando a ser o setorista do América, dos quatro grandes do Rio, Seleção Brasileira. Cobri os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, Eliminatórias, entre outros. Também fui colunista no JS, tinha um Blog no JS. Sou Benemérito do Bonsucesso Futebol Clube. Também sou vetorizador, pesquisador e historiador do futebol brasileiro! E-mail para contato: sergiomellojornalismo@msn.com Facebook: https://www.facebook.com/SergioMello.RJ

9 pensou em “Triângulo Azul Futebol Clube – Rio de Janeiro (RJ): Fundado em 1923

  1. Antonio Mario Ielo

    Sergio, amigo e leitores do blog,

    A minha tese é justamente está. Sempre tivemos maus dirigentes, principalmente aqueles que vem depois das coisas já estarem funcionando. Vem os dirigentes maus intencionados e usurpam os principais cargos, seja por imposição ou por compra de voto mesmo. Fato

    Então como conseguimos ser pentacampeões mundiais com estes pessimos dirigentes?

    Porque praticamos muito o futebol, e conseguimos produzir muitos talentos, que vem de muitos estados brasileiros, sem uma forma unica de jogar. A surpresa da ginga ou de um lançamento não vem de um modelo unico. Temos muitas variaveis e modelos. Diferente do resto do mundo futebolistico.

    Porisso afirmo, os Estaduais são a excência do futebol brasileiro. É estatistico e social.

    Agora, discordo quanto a questão da formula dos pontos-corridos e os mata-mata.

    Se podemos ter as duas formulas porque ter uma só, ou seja, temos a Copa Brasil e o Campeonato brasileiro.
    Têm para todos os gostos. Eu prefiro os pontos-corridos, portanto gosto mais do campeonato brasileiro, mas também gosto de ver os jogos da Copa Brasil, e acompanho, principalmente as semifinais e finais.

    Então ficamos assim, com as duas formulas, ou então teremos dois Torneios com a mesma formula. O que precisa ser feito é ter a Copa Brasil no 1o semestre, e que os clubes e a impressa valorizem melhor a Copa Brasil, que pode ser dividida em 5 Copas: Copa Sul, Copa Sudeste, Copa Nordeste, Copa Centro-Oeste e Copa Norte, chegando a 5 finais e 5 campeões. E o campeão da “Copa Brasil” sairá de 4 clubes campeões, com um pré-disputa entre o campeão da Copa Norte e o campeão da Copa Centro-Oeste.

    Porque prefiro os pontos-corridos, sem desmerecer os torneios ou Copas.

    Os clubes que tem os melhores dirigentes, e portanto, fazem um bom planejamento e desenvolvem com muito trabalho, acabam obtendo os melhores resultados, premiando o time mais regular e constante, que tem um bom grupo de reservas a altura dos titulares, mostrando que tanto em sua casa como na dos adversários consegue um numeros de boas partidas, e portanto o melhor do ano. Quando um time é rebaixado, não há desculpas de falta de sorte ou foi “roubado” pelo apito, pois tiveram muitas oportunidades e não aproveitaram.

    Os pontos-corridos é didático, demostrando quem faz um bom planejamento e uma boa execusão deste trabalho obterá os melhores resultados. Nos pontos-corridos o time que perder no começo, pode recuperar ao longo do campeonato.

    Nos pontos-corridos e possivel planejar todas a partidas e vender antecipadamente os ingressos e os direito de transmissão, pois sabemos de antemão quantas partidas os clubes farão e portando calcular os custos e lucros obtidos, para todos os seguimentos, atletas, clubes, torcedores, emissoras de tv, patrocinadores.
    Um clube de uma cidade média, como Chapecó ou Juazeiro, mesmo que perca todos os jogos, tem como obter patrocinio local, pois têm garantido um numero de jogos suficiente para expor sua marca ao seu público alvo.

    É também uma questão de saude aos atletas, que preparam fisicamente com planejamento para uma temporada, melhorando suas condições fisicas e tecnicas ao longo do campeonato, para chegar no final nas melhores condições. O doping momentaneo não terá vez. O mesmo podemos dizer a todos os praticantes de esporte, mostrando que a frequencia é que proporciona saúde, e não apenas em algumas partidas, ou exercicios.

    Vamos conviver com as duas formulas:

    – Emosão de grandes semifinais e finais, o imponderavel, acessão rápida – mata-mata – Copas e Torneios.
    – Regularidade, planejamento, trabalho a médio e longo prazo, premiar o melhor – campeonatos.

    Chato é na Argentina com dois campeonatos iguais no ano. Apertura e “Fechadura“.

  2. Sergio Mello Autor do post

    Não vejo os estaduais obsoletos! Vejo os “cartolas” como um “câncer” do nosso futebol. Sem boas administrações… Nada funciona. Se na sua casa, você não se organizar para arrumá-la ou contratar alguém que arrume… Se não se organizar para pagar as despesas… Vai ter problemas.

    O que o futebol brasileiro carece são de bons dirigentes e, consequentemente, bons campeonatos estaduais e nacional.

    Com todo respeito aos fãs dos pontos corridos eu não concordo. Qual é o argumento para esse tipo de fórmula de disputa? Dizem que vence o melhor, certo?

    Então quer dizer que os campeões que não jogam desse modelo de competição não são? Então a Copa do Brasil, Libertadores, Liga dos Campeões, Mundial Interclubes, Copa América, Euro, Olimpíadas, Copa das Confederações e Copa do mundo… Os campeões não são legítimos?

    Dito isso, e só para resumir, com exceção de alguns Campeonatos nacionais… As demais competições não são por pontos corridos e nem por isso merecem ter seus títulos questionados.

    Os campeonatos europeus são pontos corridos porque 20 clubes engloba a nata dos clubes daquele país. Pega os campeonatos Francês, Italiano, Espanhol, Alemão, Inglês (só para citar os principais) e procura quantos clubes de tradição ou grande torcida não estão na elite? Se encontrar cinco, somando todos… Vou considerar um recorde!

    Diante desse quadros… Considero que precisamos de dirigentes competentes e uma fórmula de disputa que possa agregar os principais clubes (sejam de tradição e/ou torcida). Consequentemente entendo que o fim dos pontos corridos seria inevitável.

    A minha humilde sugestão para o Campeonato Brasil de Futebol
    Total de clubes participantes: 56

    Fórmula de Disputa
    Primeira fase
    As equipes distribuídas em QUATRO Grupos (A – B – C – D) de 14. No primeiro turno as equipes se enfrentam
    na mesma chave, dando um total de 13 jogos para cada time.
    No segundo turno o cruzamento com a outra chave (Grupo A enfrentam as do Grupo B… E as do Grupo C encarando as do Grupo D), o que daria mais 14 partidas para cada equipe (num total de 27 jogos para cada um).

    Avançaram para os Paly Offs (Oitavas de finais) os quatro primeiros de cada grupo, enquanto os últimos colocados iriam para um ‘Quadrangular da Morte’. Então 36 clubes, no pior das hipóteses ficariam de fora realizando 27 jogos (lembrando que atualmente os clubes fazem 38 jogos no Brasileirão).
    A partir daí seriam:
    1º do A x 4º do D
    1º do B x 4º do C
    1º do C x 4º do B
    1º do D x 4º do A
    2º do A x 3º do D
    2º do B x 3º do C
    2º do C x 3º do B
    2º do D x 3º do A

    Em jogos de ida e volta, com os times de melhor campanha com a vantagem de decidir em casa.
    Posteriormente avançando as Quartas, Semifinais e finais.
    No final as equipes finalistas teriam disputado 35 jogos, três a menos do que o atual Brasileirão, enquanto as equipes do Quadrangular teriam realizado 33 jogos.

    Bom… Essa é a minha proposta, inclusive, encaminhei a mesma para Confederação Brasileira de Futebol.

    Não sou o dono da verdade, e nem tenho a pretensão de sê-lo, mas acho que para melhorarmos é necessário bons debates em alto nível para extrairmos boas ideias para chegarmos ao verdadeiro “Bom Senso”.

    Abraços!

  3. Antonio Mario Ielo

    Vitor, amigos e leitores dos comentários do blog,

    É muito bom podermos colocar nossas opiniões, e termos não só convergência, mas também divergências, e poder debater em alto nivel, fato dificil de vêrmos, tanto nos meios de comunicação como na própria internet.

    Na minha opinião os campeonatos estaduais são a essência do grande poder do futebol brasileiro pentacampeão mundial, pela sua multipicidade encontrada nos mais variados Estados, não existindo em nenhum outro país que pratica massivamente o futebol.

    Nosso país é de extenções continentais, com divisão histórica por províncias e depois Estados, cada um com suas pecularidades próprias demarcadas geograficamente, que gera identidade do cidadão ao Estado em que nasceu ou vive. Ou seja, nós nos orgulhamos de ser gaúcho, de ser paulista, de ser carioca/fluminense, de ser potiguar, de ser mineiro, de ser cearense, de ser pernambucano, de ser baiano, de ser paraense, de ser catarinense, de ser amazonense, e por aí vai, além é claro, de orgulhar-se de ser brasileiro, e por conseguência torcer pela seleção brasileira. Com os campeonatos estaduais são 27 titulos à disputar todo ano, com 27 campeões que se orgulham e comemoram o titulo de campeão estadual.

    Que clube ou torcida se orgulhará de ser campeão da serie C, ou Serie D, ou Serie E? Qual titulo é mais importante para o torcedor? Ser campeão estadual ou ser campeão da serie C?

    O que proponho não é novo, muito pelo contrário, e a volta da antiga estrutura.

    1o semestre – campeonatos estaduais, Copa Brasil e Libertadores.

    2o semestre – campeonato brasileiro 1a divisão (16 clubes), 2a divisão (32 clubes divididos em dois grupos: norte e sul) e 3a divisão de 64 clubes divididos em 4 grupos: sul, sudeste, nordeste e norte/centro-oeste) total de clubes: 112 clubes em atividade para 32 datas para pontos-corridos em todas as series e grupos. Também no segundo semestre poderá ter as Copas Estaduais.

    Campeonatos em pontos-corridos e Copas no sistema Mata-mata. Têm para todos os “gostos”, e premiando o clube que melhor planejou e trabalhou o ano todo com títulos, brasileiro ou estadual, ou das Copas.

    Assim, como concordamos, teremos todos os clubes em atividade o ano todo.

    Não vejo como problema cada campeonato com sua pirâmide própria, coexistindo da mesma forma, pelo contrario, os clubes não ficarão órfãos das competições, pois cada estado proporcionará as condições adequadas para sua existencia, como aconteceu em todo o seculo XX.

    Como seria para a seleção brasileira enfrentar uma seleção contendo jogadores da Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai se fossem um país só? Com certeza seria muito mais dificil ganhar deles. E, é isto que eles enfrentam quando jogam contra nós, uma seleção “continental”, com gauchos, catarinenses, paranaense, paulistas, cariocas, mineiros, baianos, pernambucanos, paraense, goianos, potiguares, timbiras, capixabas, etc. E com os europeus também, eles enfrentam uma seleção continental quando jogam contra nós. Se o Reino Unido apresentasse um seleção com ingleses, escoceses, irlandeses e galeses seriam uma seleção muito mais forte, e poderiam ter mais de uma Copa do Mundo para seu país.

    Nossos estaduais podem ser comparados como os campeonatos nacionais da europa ou da America do Sul. Um campeonato paulista pode ser comparado com um campeonato italiano, um campeonato mineiro pode se comparado ao campeonato frances ou holandes, um campeonato cearense pode ser comparado ao campeonato belga ou russo, um campeonato baiano pode ser comparado ao um campeonato escoces, um campeonato sergipano pode ser comparado com um campeonato eslovaco. Criar a serie D, E ou F, é o mesmo que criar series B, C, D da “UEFA”. Um clube italiano como o Napoli, pode ser campeão italiano, e será um grande orgulho ser campeão nacional, mas não terá interesse ou orgulho de ser campeão da serie C da UEFA. O Danubio uruguaio terá orgulho de ser campeão nacional, mas não terá orgulho de ganhar uma serie C da “Libertadores”.

    Terá muito mais publico e interesse um jogo do Noroeste com o Marilia no estadual, do que Noroeste contra o Ipatinga, e o mesmo podemos dizer de um jogo do Ipatinga com a Caldense, a rivalidade de proximidade é um fator importante.

    Não existe campeonato tão competitivo como o brasileiro, com 10 a 12 clubes disputando o titulo, nos demais países do mundo, são 3 ou 4 que realmente disputam o titulo. Mas, somente “um” será campeão brasileiro em cada ano, enquanto os outros clubes grandes poderão ser campeões estaduais, mesmo que não ganhe o nacional.

    Fica as perguntas: Não foram as dezenas de titulos mineiros que sustentaram o Cruzeiro e o Atletico até hoje? Ou foram os títulos nacionais? O América Mineiro terá mais orgulho de ser novamente campeão mineiro ou ser campeão da serie B? E o Bahia e Vitória, só poderão ser campeão brasileiro da A, B, C, D, E, F, G, H, I, e não darão a alegria a seu torcedor de ser campeão baiano? O que dizer então do ABC ou América potiguar, não poderão dar a alegria aos seus torcedores de ser campeão estadual, somente ser campeão das series A,B, C, D, E, F, G, H, I, ou da Copa Brasil ou do Nordeste? Bom, é isto que o “não” tão Bom Senso Futebol Clube proponhe.

    Se o Atletico Paranaense prefere colocar “time misto” no estadual, problema para sua torcida fanática, assim o Coritiba do “Alex” será campeão todo ano, ou ainda sobrará algum titulo para o Paraná, Londrina, Maringá, Operário Ferroviário, Iratí ou até mesmo Paranavaí.

    Final da história, por 4 clubes a menos no brasileiro na 1a divisão, podemos ter 5 meses de campeonatos estaduais e 3 divisões do brasileiro um pouco mais curto, de 5 meses também. (mais 1 meses de férias e um mês de pré-temporada para todos)

  4. Vitor Dias

    Prezados,

    É sempre bom ver debates acontecendo em alto nível por aqui. Concordo completamente com o conceito de que o resgate da história tem que ser feito em todos os níveis, da primeira divisão nacional até o campeonato rural, sempre na medida do possível.

    Irei respeitosamente discordar do Ielo e do Sérgio em relação aos estaduais. Hoje, por mais que eu ame estaduais e siga alguns de perto, reconheço que a existência deles com a presença dos clubes grandes é cada vez mais anacrônica. Se observarmos a evolução histórica das divisões inferiores do futebol brasileiro, veremos que a tendência é a criação de mais e mais divisões para abarcar mais e mais clubes – discordo muito do modo como isso está sendo feito, mas é o que tem acontecido. Enquanto mantivermos esses dois tipos de torneio (Campeonato Brasileiro e Campeonato Estadual), cada qual com sua pirâmide própria, coexistindo da mesma forma, existirão clubes jogados ao relento e órfãos de competições a partir de um certo instante do ano. Eu sou partidário da fórmula ora defendida pelo Bom Senso Futebol Clube, pois, a partir da terceira divisão, a quantidade de grupos e de equipes por campeonato cresce como uma verdadeira pirâmide, englobando potencialmente todos os times.

    A proposta que eu vejo como ideal, hoje, é termos uma Série C com três grupos de 16 clubes, uma Série D com 9 grupos de 16 e os estaduais se encaixariam no quinto nível, classificando equipes para a Série D do ano seguinte. Para integrar os clubes grandes ao restante do seu Estado, penso em torneio do tipo copa estadual incluindo todos os clubes daquele estado, em jogos únicos com mando definidos por sorteio. Para a Copa do Brasil, teríamos todos os clubes da Série A até a Série D, num total de 224 clubes, com a mesma fórmula pensada para as copas estaduais.

    Para mim, um dos fatores que impede o futebol brasileiro de se desenvolver em sua plenitude, desde os anos 30, foi a separação total e completa que se fez entre campeonatos profissionais e amadores, algo que, até onde sei, não aconteceu em nenhum outro lugar do mundo! Se olharmos para nossos vizinhos argentinos, veremos que existe integração total entre as ligas municipais e os campeonatos nacionais. Os melhores colocados de cada liga municipal se classificam para o Torneo del Interior (quinta divisão), que reúne mais de 300 equipes de todo o país, divididas em grupos de 3 ou 4 times. Dali em diante, há confrontos de mata-mata até se descobrir as equipes que sobem para o Torneo Federal B (quarta divisão), que por sua vez têm tido quantidades diferentes de times ao longo dos anos: no ano passado, foram 128 equipes divididas em 17 grupos. Depois, classificaram-se em torno de 3 a 4 equipes por grupo, e dali seguiu-se um mata-mata até se definirem os 7 acessos ao Federal A (terceira divisão). Este, em 2015, terá 4 grupos de 10. Depois, os 3 melhores de cada grupo mais o melhor quarto disputam, em turno único, o título de campeão, que dará acesso à B Nacional (segunda divisão, todos contra todos, pontos corridos). Há também uma repescagem complicada que no final dará outro acesso à segunda divisão.

    Apresentei este exemplo para demonstrar que, por maior que seja nosso país, estruturar nossas divisões e dar calendário anual para todos os times, condição mínima para formação de torcidas de verdade e apropriação completa do clube pelos seus torcedores, é plenamente possível sim. O marco zero tem que ser o fim do abismo entre futebol amador e futebol profissional!

    No mais, espero que mais colegas apresentem-se para esta discussão, que certamente será mais produtiva do que qualquer conversa que exista nos grandes meios de comunicação, que olham de soslaio – quando olham! – para equipes médias, pequenas e “minúsculas”.

  5. Antonio Mario Ielo

    Sergio,

    Sim é isto. A ginga e o drible é espontaneo e nato, daí a necessidade da quantidade de praticantes de todos os niveis para obtermos a qualidade, descobrindo talentos pelo país.

    O futebol têm que ser visto ao todo, em todos niveis, seja no topo na 1a divisão ou na ultima. Cada qual no seu grau de complexidade ou remuneração profissional.

    O Sucesso do futebol brasileiro está na quantidade de praticantes em relação ao resto do mundo, simples assim, que espontanemente gera destacados talentos, cada qual, também em vários niveis tecnicos (1a divisão, 2a divisão, etc).

    Da mesma forma os campeonatos estaduais, com uma grande vantagem, há disputa é geografica, ou seja, independente do nivel tecnico, é um orgulho e honra ser campeão do seu estado.

    E de quebra gera titulos a mais de um ou dois clubes ao ano, proporcionando aos clubes grandes terem sempre a oportunidade de disputar e ganhar titulos, mesmo que estaduais. Sem os estaduais, teriamos apenas os titulos de campeões dos brasileiros. Ganhar titulos e bom e orgulha a torcida.

    O “não” tão Bom Senso Futebol Clube proponhe acabar com os estaduais e criar a serie E, Serie F, divisões abstradas se uma referencia geografica. Que orgulho tem um clube de ganhar a Serie D, E, ou outra letra qualquer. Está é a proposta “deles” para as equipes menores.

    Afinal, Bom Senso para quem?

  6. Sergio Mello Autor do post

    Meu amigo Ielo, também compartilho da mesma opinião!
    Para que um Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo sejam grandes… Foi necessário o contraponto de um Olaria, São Cristóvão, Bonsucesso, entre outros.

    Mas os “intelectuais da bola” conspiram para o empobrecimento do futebol quando tentam acabar com os estaduais. Essa comparação imbecil com a Europa beira a burrice, pois há disparidades geográficas, sociais e culturais só para citar algumas.

    O que falta neste país é organização! Melhores dirigentes, ex-jogadores comandando as categorias de base e nela priorizar os talentos, independentemente se o garoto é alto e forte, e não títulos.

    Em suma, voltar a valorizar o drible, a ginga, para o futebol brasileiro renascer!

    Abração!

  7. Antonio Mario Ielo

    Sergio,

    Muito bom artigo, e complementando…

    Quando se resgata a história de um clube de futebol, está resgatando a história de uma comunidade, de como viviam e se relacionavam, ao articular a forma coletiva a inserir e sobreviver prazerosamente e apaixonante na pratica esportiva do futebol, muito, mas muito independente de ser o melhor ou não.

    Daí, a minha defesa dos campeonatos estaduais perante a grande midia, que só olha para a audiência global, esquecendo que se não existir a base real da pratica do futebol por todos os campinhos de chão batido pelo país, não haverá os grandes.

    Dou muito mais valor ao XV de “Pira“, ou a Arapiraquense, que um Chelsea, Real “qualquer”, ou Shartaks da vida. É a base brasileira que suplanta e sustenta o pentacampeonato mundial.

    Os jogadores que voltaram da Europa, e fundaram o movimento “não” tão Bom Senso Assim Futebol Clube, acreditam que são os jogos “sem importancia” dos estaduais que aumenta o calendário.

    Ledo engano “Alex”, “Dida” e “Paulo”, o que aumenta o calendário é o numero excessivo de participantes da primeira divisão brasileira.

    Seria no meu ponto de vista, Bom Senso reduzir de 20 para 16 clubes, na 1a e na 2a divisão, valorizando consideravelmente a 2a divisão, tão boa como a 1a. Ou seja, valorizar não somente 20 clubes, mas 48 clubes brasileiros. E, não faltará público nos estádios, muito menos patrocinadores. E aumentar o calendário dos estaduais como era antes, que serão valorizados pela sua gente, cada qual em seu estado.

    É uma pena, vêr quase toda a “grande” imprensa brasileira tratar com descaso os campeonatos estaduais, principalmente a ESPN, pois para ela, é mais barato transmitir campeonato turco, portugues ou holandes, do que os estaduais.

    Assistir um Noriega (o filho), o Calsade (ESPN), ou outros do Sportv, comentando um jogo estadual dizendo:
    – Este time do São Bento não está a altura do futebol, não tem categoria, comparando sempre, com Cruzeiro, Inter, Flu, São Paulo, não sabendo apreciar o jogo em sim, seja do São Bento, ou do Bi campeão Cruzeiro. Se não gosta de futebol, não trabalhem nestes jogos, deixem para que aprecia o futebol na sua essência.

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