Trafico de jovens e abusos nas escolinhas de futebol serão combatidos no Rio de Janeiro. Como evitar que o sonho de ser jogador se transforme em tormento? Como não deixar a desinformação virar um caso de escravidão no futebol ou de abuso sexual? Como diferenciar profissionais sérios de vendedores de ilusão?Essas são algumas questões respondidas por uma cartilha lançada no último dia 6 para todos os Conselhos Tutelares do Rio de Janeiro durante um fórum em Araruana. O documento inaugura uma cruzada de entidades e órgãos públicos contra o trafico de crianças e adolescentes no futebol. Marca também o inicio de uma mobilização para fiscalizar clubes e escolinhas. A preocupação surgiu a partir do crescimento de casos de garotos enganados por picaretas disfarçados de empresários. Num país que revela talentos quase em ritmo industrial como o Brasil, é cada vez maior o número de famílias ludibriadas por falsas promessas de sucesso no exterior. Não há números oficiais, mas as denuncias assustam entidades que combatem o tráfico humano. – É crescente o número de garotos aliciados por uma rede de cooptação numa verdadeira prática e trafico de pessoas – diz o advogado Carlos Nicodemos, presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro. Estudos mostram que as situações se assemelham. O menino pobre que quer dar um futuro melhor à família. Até que é descoberto e convidado a morar fora. Geralmente, as propostas são tentadoras. E o tempo para decidir, curto. Na ânsia de uma virada na vida, famílias aceitam embarcar no desconhecido. Por isso, para evitar frustrações, a primeira dica de um velho batido ditado, dizem os especialistas: quando a esmola é demais, é preciso desconfiar.
EVITE CAIR EM FRIAS.
Atenção as propostas: antes de aceitar uma proposta, é importante checar tudo sobre o clube. Algumas perguntas são básicas podem ajudar: o clube existe mesmo? Tem CNPJ? Pesquise na internet ou peça ajuda para alguém pesquisar o nome do olheiro ou empresário. Uma dica é consultar o site do Tribunal de Justiça.
Contratos: um contrato de trabalho deve conter, ao menos, prazo de vigência, serviços a serem prestados e identificação das partes. E deve ser em português. Quando em língua estrangeira, deve apresentar tradução oficial.
Menores de 18 anos.
As transferências de jogadores menores de 18 anos têm de ser aprovadas por um conselho da Fifa. Em país desconhecido. Em caso de transferência para o exterior, anote o endereço e o telefone da embaixada ou consulados brasileiros do país para onde está indo, caso seja preciso pedir ajuda. Procure saber também das regras para viver e viajar para o país de destino.
Fonte: Jornal Lance.