Perto da estreia na Copa do Mundo de 1962, no Chile, a Seleção Brasileira fez seu último jogo-treino antes de começar a disputa contra o Everton, time da primeira divisão chilena, três dias antes de enfrentar o México. E o placar deixou claro que a equipe do técnico Aimoré Moreira estava pronta: 9 a 1 para o Brasil.
Os gols brasileiros foram marcados por Vavá (dois), Pelé (dois), Amarildo (dois), Zagalo (dois) e Jair. Curiosamente, a partida, que aconteceu no Estádio Sausalito, contou com boa presença da torcida. Melhor até do que na estreia do Brasil na Copa do Mundo. Foram 15 mil espectadores no jogo-treino contra pouco mais de 10 mil contra o México.
Depois dessa partida, no dia seguinte, o técnico Aimoré Moreira definiu o time titular para o primeiro duelo da Seleção no Mundial do Chile: Gilmar, Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Pelé, Vavá e Zagalo.
Enfim, chegou o dia da estreia da Seleção Brasileira, no dia 30 de maio de 1962. Tinha tudo para ser uma estreia tranquila, mas Copa do Mundo nunca é fácil. Na bonita cidade de Viña del Mar, rodeada por belas praias, a Seleção precisou se desdobrar em campo para vencer o México por 2 a 0. Zagalo e Pelé foram os autores dos gols.
Por pouco o Brasil não começou atrás no placar. O time mexicano foi bem no primeiro tempo e chegou a ter pelo menos quatro chances claras de gol. No entanto, as oportunidades perdidas fariam falta na segunda etapa.
Mais organizada, a Seleção foi para o segundo tempo para matar a partida. E conseguiu. Primeiro com Zagalo, que completou de peixinho um cruzamento de Pelé. Em seguida foi a vez do camisa 10 mostrar porque seria considerado o maior jogador de todos os tempos. Ele driblou três adversários, entrou na área e fuzilou para o gol.
Um belo gol e uma assistência foi o que produziu Pelé naquela partida, mas também no Mundial inteiro. Na partida seguinte, contra a Tchecoslováquia, ele viria a sentir uma contusão e desfalcaria o Brasil pelo resto da competição. Mas isso é uma história para a próxima reportagem.
BRASIL 2 X 0 MÉXICO
Local: Estádio Sausalito (Viña del Mar)
Público: 10.484
Arbitragem: Gottfried Dienst (Suíça), Carl Erich Steiner (Áustria) e Pierre Schwinte (França)
BRASIL: Gilmar; Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagalo. Técnico: Aimoré Moreira
MÉXICO: Carbajal; Del Muro, Cárdenas, Sepúlveda e Villegas; Najera e Jasso; Del Aguilla, Reyes, Hernández e Diaz. Técnico: Ignácio Trellez
Gols: Zagalo aos 11minutos; Pelé aos 27 minutos do 2º tempo
No segundo jogo, há exatos 50 anos: no dia 2 de junho de 1962, numa partida bastante equilibrada, com destaque para as grandes atuações dos dois goleiros.
Esta partida, entretanto, viria a marcar a saída prematura do torneio do genial Pelé: lançado por Djalma Santos, Pelé amortece a pelota e dispara um potente chute de longa distância que vai chocar-se contra o poste direito do goleiro tcheco.
Imediatamente, Pelé sente uma grave distensão que o deixaria fora o resto da copa. A equipe brasileira parece sentir a grave contusão de seu grande jogador e a partida encerra-se em um melancólico empate sem gols. O Brasil novamente jogara com Gilmar, Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos; Didi e Zito; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagalo
Brasil 0 x 0 Tchecoslováquia
Local: Estádio Sausalito (Viña del Mar)
Árbitro: Pierre Schwinte (França)
BRASIL: Gilmar; Djalma Santos, Mauro, Zózimo, Nílton Santos; Zito, Didi; Garrincha, Vavá, Pelé, Zagalo. Técnico: Aimoré Moreira
TCHECOSLOVÁQUIA: Schroiff; Lala, Pluskal, Popluhar, Novak; Masopust, Scherer; Stibranyi, Kvasnak, Adamec, Jelinek.
Fontes: CBF / JS/ Arquivo Pessoal
Fotos: CBF