Reza a lenda que o “Se” não joga. E, de fato, é uma verdade. Mesmo assim, às vezes, confabulando com os meus botões me pergunto: “Será que o atacante Careca não tivesse se lesionado dias antes da estreia na Copa do Mundo de 1982, na Espanha… A Seleção Brasileira não teria se sagrado campeã?”
Bate-me uma resposta segura: “Sim, seriamos tetracampeões mundiais”.
Há 30 anos, Careca, aos 21 anos, estava no auge. No seu lugar, o técnico Telê Santana escolheu Serginho Chulapa. Diante do estilo em que aquela seleção jogava, acho que o Roberto Dinamite seria a melhor opção, deixando Serginho para entrar na segunda etapa.
Agora, mesmo sabendo que o brasileiro gosta de ver campeões, eu aprendi a guardar com carinho aquela Seleção, que se não ganhou o título, deixou um legado: o futebol brasileiro não pode nunca deixar de uma arte.
CARECA: NÃO ERA ‘UM ATACANTE’… MAS SIM ‘O ATACANTE’!
Nascido de berço futebolista, já que o pai foi ponta-esquerda da Ponte Preta, o atacante Careca foi um dos principais jogadores de sua geração. Vestiu a camisa da Seleção Brasileira 66 vezes e ainda disputou duas Copas do Mundo: 86 no México e 90 na Itália.
Quis o destino que ele começasse a carreira justamente no maior rival do time em que seu pai jogou. Em 78, Careca foi contratado pelo Guarani e de cara se sagrou campeão brasileiro daquele ano. Para melhorar, foi dele o gol do título. Nos seis anos que esteve no Bugre o centroavante marcou 80 gols.
Careca era dado como certo na Seleção que iria disputar a Copa do Mundo de 1982, na Espanha. No entanto, uma lesão às vésperas do Mundial o deixou fora da competição.
Quando se recuperou, Careca foi jogar no São Paulo. No tricolor paulista foi campeão estadual duas vezes e ainda conquistou outro brasileiro, o de 86.
Neste mesmo ano, Careca foi vice-artilheiro da Copa do Mundo, disputada no México. Foram cinco gols em cinco jogos. O título não veio, já que o Brasil foi eliminado pela França antes da final, mas o reconhecimento internacional, sim.
No ano seguinte, Careca se transferiu para o Napoli, onde formou dupla com Diego Maradona. Na Itália, ele conquistou dois títulos nacionais, uma Copa da Uefa e mais a Recopa italiana.
O centroavante ainda disputou mais uma Copa do Mundo pela Seleção Brasileira, em 90, na Itália. Marcou mais dois gols nos quatro jogos que disputou.
Aos 33 anos, Careca aceitou o desafio de jogar no Japão e também obteve sucesso no país. Depois de quatro anos no futebol japonês, o atacante voltou ao Brasil para defender o Santos. Depois de atuar em poucas partidas pelo time paulista, encerrou a carreira.
FICHA-TÉCNICA: CARECA (1982-1993)
Nome: Antonio de Oliveira Filho
Natural: Araraquara (SP)
Nascimento: 05 de Outubro de 1960
Posição: Atacante
Pela Seleção Brasileira Principal: 65 jogos, 39 vitórias, 16 empates, 10 derrotas. Gols: 30
Duas Copas do Mundo: 1986 e 1990.
Jogos em Copa do Mundo: Nove jogos , Sete vitórias, um empate, uma derrota; marcando Sete gols.
TODOS OS 65 JOGOS PELO BRASIL
1 – 21.03.1982 – 1 x 0 ALEM. OCIDENTAL
2 – 05.05.1982 – 3 x 1 PORTUGAL
3 – 19.05.1982 – 1 x 1 SUÍÇA
4 – 27.05.1982 – 7 x 0 IRLANDA
5 – 28.04.1983 – 3 x 2 CHILE (1)
6 – 08.06.1983 – 4 x 0 PORTUGAL (2)
7 – 12.06.1983 – 1 x 1 PAÍS DE GALES
8 – 17.06.1983 – 2 x 1 SUÍÇA (1)
9 – 22.06.1983 – 3 x 3 SUÉCIA (1)
10 – 28.07.1983 – 0 x 0 CHILE
11 – 17.08.1983 – 1 x 0 EQUADOR
12 – 24.08.1983 – 0 x 1 ARGENTINA
13 – 13.10.1983 – 1 x 1 PARAGUAI
14 – 20.10.1983 – 0 x 0 PARAGUAI
15 – 04.11.1983 – 1 x 1 URUGUAI
16 – 28.04.1985 – 0 x 1 PERU
17 – 02.05.1985 – 2 x 0 URUGUAI (1)
18 – 05.05.1985 – 2 x 1 ARGENTINA (1)
19 – 15.05.1985 – 0 x 1 COLÔMBIA
20 – 02.06.1985 – 2 x 0 BOLÍVIA
21 – 08.06.1985 – 3 x 1 CHILE
22 – 30.06.1985 – 1 x 1 BOLÍVIA (1)
23 – 12.03.1986 – 0 x 2 ALEM. OCIDENTAL
24 – 01.04.1986 – 4 x 0 PERU (1)
25 – 08.04.1986 – 3 x 0 ALEM. ORIENTAL (1)
26 – 17.04.1986 – 3 x 0 FINLÂNDIA
27 – 30.04.1986 – 4 x 2 IUGOSLÁVIA (1)
28 – 07.05.1986 – 1 x 1 CHILE
29 – 01.06.1986 – 1 x 0 ESPANHA
30 – 06.06.1986 – 1 x 0 ARGÉLIA (1)
31 – 12.06.1986 – 3 x 0 IRL. DO NORTE (2)
32 – 16.06.1986 – 4 x 0 POLÔNIA (1)
33 – 21.06.1986 – 1 x 1 FRANÇA (1)
34 – 21.06.1987 – 4 x 1 EQUADOR (1)
35 – 24.06.1987 – 1 x 0 PARAGUAI
36 – 28.06.1987 – 5 x 0 VENEZUELA (1)
37 – 03.07.1987 – 0 x 4 CHILE
38 – 27.03.1989 – 1 x 2 Sel. Resto do Mundo
39 – 22.06.1989 – 0 x 0 Milan (ITA)
40 – 23.07.1989 – 1 x 0 JAPÃO
41 – 30.07.1989 – 4 x 0 VENEZUELA
42 – 20.08.1989 – 6 x 0 VENEZUELA (4)
43 – 03.09.1989 – 2 x 0 CHILE (1)
44 – 14.10.1989 – 1 x 0 ITÁLIA
45 – 20.12.1989 – 1 x 0 HOLANDA (1)
46 – 28.03.1990 – 0 x 1 INGLATERRA
47 – 05.05.1990 – 2 x 1 BULGÁRIA
48 – 13.05.1990 – 3 x 3 ALEM. ORIENTAL (1)
49 – 19.05.1990 – 1 x 0 Comb. Madrid
50 – 28.05.1990 – 0 x 1 Comb. Umbria
51 – 10.06.1990 – 2 x 1 SUÉCIA (2)
52 – 16.06.1990 – 1 x 0 COSTA RICA
53 – 20.06.1990 – 1 x 0 ESCÓCIA
54 – 24.06.1990 – 0 x 1 ARGENTINA
55 – 11.09.1991 – 0 x 1 PAÍS DE GALES
56 – 19.05.1992 – 1 x 0 Milan (ITA) (1)
57 – 26.08.1992 – 2 x 0 FRANÇA
58 – 16.12.1992 – 3 x 1 ALEMANHA
59 – 18.02.1993 – 1 x 1 ARGENTINA
60 – 06.06.1993 – 2 x 0 EUA (1)
61 – 10.06.1993 – 3 x 3 ALEMANHA (1)
62 – 14.06.1993 – 1 x 1 INGLATERRA
63 – 14.07.1993 – 2 x 0 PARAGUAI
64 – 18.07.1993 – 0 x 0 EQUADOR
65 – 01.08.1993 – 5 x 1 VENEZUELA
Fotos e dados: Site da CBF
EU ME ATREVO A DIZER, E SE APONTE PRETA DE 77 TODA ESTIVESSE NAS COPAS DE 78, 82, 86, COM CERTEZA TERIAM AJUDADO A SELEÇÃO A GANHAR EM 78 E 82 QDO FOMOS CLARAMENTE ROUBADOS PELA ARGENTINA E ITALIA, AMBAS NA SEMIFINAL
Pois é! Rsrsrs
Atrevo-me a dizer que a maioria dos italianos, brasileiros e ítalo-brasileiros concordariam! Nós orgulhosos de ter uma seleção que jogava por música conquistando o mundial e eles felizes em ver o grande ídolo Roberto Baggio sendo campeão! Rsrs
Abs.
Taí uma troca mais do que justa.
abs
Gilberto,
Na época, eu tinha 11 para 12 anos, e a minha lembrança era o goleiro italiano pegando até pensamento… O Cerezo dormindo no ponto… O Serginho Chulapa como um mero espectador em campo e uma senhora conspiração do destino!
Pois a sensação que eu é: se jogassemos 100 vezes contra a Itália venceríamos 99! Rs
Pode parecer coisa de maluco, mas se eu tivesse algum poder… Gostaria de fazer uma troca!
Em 1982… Deu Itália e em 1994 deu Brasil, certo?
Pediria para os deuses trocarem: o Brasil campeão em 1982 e a Itália em 1994.
Não mudaria o kg da banha, mas seria mais justo.
Abs.
Sergio, apesar de ser disparado a melhor seleção da Copa tivemos alguns problemas iniciais, como a desconfiança de nossos jogadores com nosso goleiro, o Waldir Perez, depois da falha contra a Russia.
O problema contra a Itália vejo da seguinte maneira: Os gols do Paolo Rossi foram à queima roupa e pelo menos em um deles o goleiro estava adiantado. Se estivesse debaixo do gol a chance de defender era grande.
Teve um gol que não teve o impedimento marcado porque o Junior ficou debaixo do gol dando condição para o Rossi.
E finalmente, com os gols acontecendo, alguns de nossos jogadores começaram a amarelar, como por exemplo o Luisinho, o Cerezzo etc. As vezes é muito difícil manter o equilíbrio.
É como vi o jogo.
abs
Gilberto… Lembro-me como se fosse hoje. Quando o árbitro apitou o final do jogo eu corri para o quarto me tranquei e chorei por horas! Certamente, foi a minha primeira decepção com o futebol. Eu não me conformava em ver a melhor seleção ter sido eliminada pela Itália, que sofreu para se classificar no Grupo 1, empatando com a Polônia (0 a 0), Peru (1 a 1) e Camarões (1 a 1).
Só avançou porque ao empatar com Camarões em segundo lugar com três pontos, e saldo zero (Polônia foi a primeira colocada com 4 pontos)…. Levou a melhor no gols marcados: 2 a 1. Brincadeira! Aí os caras resolveram jogar bola! Realmente, foi difícil entender tudo isso!
Abs.
Esse jogo contra a Itália foi uma das maiores decepções que tive no futebol. Terminado jogo fui descarregar a raiva encerando meu carro, na época um Corcel II, que tinha muita lata para encerar.
abs
Concordo contigo Gilberto.
O Serginho era um legítimo “Bad boy” dos anos 80. Entendia que era um jogador para jogar no segundo tempo, e, mesmo assim, se o placar estivesse desfavorável. Lembro-me que o Brasil tinha bons atacantes. Contudo, o Telê não gostava muito do Roberto Dinamite, nem o goleiro Paulo Sérgio. Aí… Já sabemos como tudo terminou.
Abs.
Eu também tenho certeza que teríamos sido campeões na Espanha em 1982. No jogo contra a Itália é só lembrar aquela bola que o Serginho, na pequena área, tirou dos pés do Zico ……
E também o Telê teve um pouco de culpa, quis fazer do Serginho um bom menino, rs
abs