Em 1951, Arapiraca tinha como prefeito o Dr. Coaracy da Mata Fonseca. A cidade, ainda pequena, começava a trilhar o caminho do progresso. A feira já começava a se destacar em todo o Nordeste brasileiro. A empresa Camilo Colier estava construindo a estrada de ferro (todos na cidade estavam com medo, pois diziam que quando o trem estivesse chegando na então vila Lagoa do Rancho, já seria perigoso atravessar o trilho no centro da cidade – ± 15 Km).
A construção da estrada de ferro exigia o trabalho de muita gente. E essas pessoas buscavam algum meio de diversão nos dias de folga. Como não poderia deixar de ser, o futebol estava em primeiro lugar. E a pedido dos funcionários, a direção da empresa resolveu construir um campo de futebol.
Formou-se o time, que obteve o sugestivo nome de FERROVIÁRIO, com as cores preto e branco. As tardes de domingo da cidade passaram a ser mais movimentadas, pois seus habitantes tinham lugar certo para ir, o campo da estação.
Mas a construção da estrada de ferro foi concluída. O Ferroviário acabou. A diversão das tardes de Domingo acabou. No entanto, empresários e autoridades da cidade não estavam conformados com o vazio provocado pela falta do futebol. Surgiu, assim, no dia 25 de setembro de 1952, a ASSOCIAÇÃO SPORTIVA ARAPIRAQUENSE, era “o” ASA que surgia da força empreendedora do Sr. Antônio Pereira Rocha, o primeiro presidente.
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O primeiro campeonato do qual participou foi o de 1953. E começou com o pé direito. Foi Campeão Alagoano logo na sua primeira participação. O regulamento da competição determinava que o campeão da capital decidiria com o campeão do interior. O ASA, bravamente, venceu o campeonato do interior. O campeão da capital, Ferroviário, no entanto, recusou-se a disputar as partidas finais. A Federação Alagoana de Futebol proclamou o ASA campeão alagoano de 1953 em ato publicado nos jornais da época. Em 1954 o Ferroviário também ganhou o campeonato da capital e resolveu cumprir o regulamento e disputar a final com o campeão do interior, o 29 de Setembro de São Miguel dos Campos. Ao vencer a final, o Ferroviário proclamou-se bicampeão alagoano e isso acabou tendo uma maior divulgação. O título alvinegro, apesar de ser do conhecimento dos torcedores que comemoraram a conquista, acabou sendo esquecido pela mídia. Há que ser lembrado que Arapiraca em 1953 era apenas a sexta maior cidade do Estado de Alagoas (hoje é a segunda maior) e não tinha emissoras de rádio ou jornais. E acabou acontecendo a velha máxima de que uma mentira de tanto ser repetida acaba se tornando “verdade”. No caso, a mentira era o bicampeonato do Ferroviário da capital, amplamente divulgado.
No entanto, o cidadão arapiraquense Dr. José Pereira Neto, já na década de 90, “resgatou” o título de 1953, ao pesquisar e redescobrir os jornais com o ato homologatório de 1953. Graças a esse primeiro título, o ASA também ficou conhecido como “O TIME QUE JÁ NASCEU CAMPEÃO”.
Em 1977 a associação passou a ser AGREMIAÇÃO SPORTIVA ARAPIRAQUENSE, continuando a ser o mesmo ASA. Em 1979 fez excelente campanha no campeonato brasileiro, quando passou a ser chamado de “FANTASMA DAS ALAGOAS”.
No ano de 1982, uma infeliz idéia brotou, levando o eterno alvinegro da terra dos Andrés, a incluir a cor verde no uniforme. Mas pouco tempo depois, o “pendão alvinegro”, imortalizado no hino pelo Prof. Pedro de França Reys triunfou.
O alvinegro arapiraquense foi vice-campeão alagoano nos anos de 1967, 1970, 1979 e 1991. Em 2000, após quase 47 anos sem ganhar um campeonato, sagrou-se campeão alagoano. Repetiu a dose e conquistou o bicampeonato em 2001. Com isso, ficou consagrado como último campeão do século XX e primeiro campeão do século XXI. Foi campeão alagoano também em 2003 e 2005.
Em 2005 não só venceu o campeonato estadual, quando ganhou os dois turnos (COPA MACEIÓ e COPA ALAGOAS), não possibilitando a mínima chance para os seus adversários, como também conquistou um título interestadual, a COPA ALAGIPE, sendo considerado vencedor da TRÍPLICE COROA.
Com tantas vitórias, o ASA já é o “CAMPEÃO DA DÉCADA”, demonstrando que está cada vez mais forte e transforma a vida de uma cidade que ri, chora, se enche de esperança, sem jamais abandonar a sua religião, o seu alimento, a sua vida, o SEU ASA. O GIGANTE ASA DE ARAPIRACA.
E esta cidade, ao ver o ASA campeão, faz esvoaçar sua bandeira com o vento da alegria, prendendo-a com o cravo da tradição e glorificando toda a nação alvinegra da terra de Manoel André.
Fonte:ASA
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