Delegação Alvianil retornava para a Princesinha do Atlântico após a vitória sobre o Boavista, em Saquarema
Para os amantes do futebol de fora do Rio de Janeiro o conhecimento pela rivalidade, geralmente, se limita aos clássicos entre os quatro grandes (Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense e Botafogo), certo? Se a análise for ao aspecto de quantidade, acertou.
Mas a rivalidade se estende a outros times: Bangu x América… Bonsucesso, Olaria, Madureira, São Cristóvão e Madureira, sempre foram encontros marcados pela tradição ao longo de um século de vida, mas sempre marcado muito mais pela cordialidade ao invés de agressões físicas.
Contudo, de 2006 pra cá surgiu uma rivalidade, que vem esquentando e, na noite deste domingo (05/0312) chegou à violência. Boavista, de Saquarema e Macaé Esporte são de regiões distintas. Enquanto o Verdão é da Região dos Lagos o Alvianil Praiano fica no Norte Fluminense.
Fora os quatro grandes no Rio, Boavista e Macaé são os times com o maior poderio financeiro. Há seis anos, as duas equipes chegaram à decisão do Campeonato Carioca da Série B, no qual eu fui testemunha ocular e acompanhei os dois jogos. Naquela época apenas o campeão garantia acesso à elite do Rio.
No primeiro jogo em Macaé (com transmissão da Rede Record, às 9h30), o Boavista venceu, de virada, por 2 a 1. O resultado causou a ira da diretoria do Macaé que cercaram o vestiário do trio de arbitragem, que não só ficaram sem receber a grana como saíram dentro do camburão de polícia.
No jogo de volta no Bairro de Barreira, no Distrito de Bacaxá, em Saquarema, uma semana depois, apesar de muito tenso o Boavista segurou o 0 a 0, e garantiu o acesso. No ano seguinte o Macaé conseguiu o acesso e a partir daí, os jogos com o Boavista ganhou um embate ríspido e duro.
Na tarde deste domingo, o Macaé Esporte conseguiu uma vitória histórica de 3 a 2 sobre o Boavista – foi a primeira sobre o rival em Saquarema. Contudo, horas depois de conquistar o triunfo a delegação do Macaé Esporte levou um grande susto durante o retorno à Capital do Petróleo (ou Princesinha do Atlântico são apelidos da Cidade de Macaé). O ônibus que transportava jogadores e comissão técnica foi apedrejado na Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106), na altura do bairro Botafogo, em São Pedro da Aldeia.
A pedra atingiu um dos vidros traseiros do veículo, da Auto Viação 1001 (placa LPZ-9591) e feriu, sem gravidade, o goleiro Rerysson. O jogador foi atendido na UPA de Tamoio, distrito de Cabo Frio, onde foi constatada uma pequena fissura no nariz. Rerysson ficou em observação durante duas horas e foi liberado pela equipe médica da Unidade de Pronto Atendimento.
De acordo com o motorista do ônibus, Rodrigo Neri, os marginais estavam escondidos em um matagal, na beira da pista, e que a provável intenção do bando seria uma facção da torcida do Boavista ou até poderia ser uma tentativa de assalto.
“É uma prática comum naquela localidade. Nesta época do ano, há muitos turistas na Região dos Lagos. Ao atirar uma pedra no veículo, o objetivo deles era que nós parássemos na estrada para que, então, eles concretizassem o assalto. Porém, tive que acelerar mais e só paramos na UPA para o atendimento ao jogador. Essa é uma possibilidade. A outra poderia ser uma reação de torcedores descontentes com a derrota. Agora é a polícia investigar e apurar o que, de fato aconteceu”, explicou. A ocorrência foi registrada no DPO de Barra de São João.
Foto: Tiago Ferreira