O Palmeiras Torre Football Club foi uma agremiação de cidade do Recife (PE). A história deste simpático clube da Zona Norte do Recife, se destaca pelo fato de ter sido o 1º time campeão da Liga Sportiva Metropolitana em 1916. Essa entidade equivalia a Segunda Divisão, sendo criada em 1916, foi a primeira a ser criada, abaixo apenas da Primeira Divisão.
O “Madeira Rubra” foi Fundado no início de Setembro de 1910. O Palmeiras Torre passou por algumas Sedes: Entre 1916 a 1919, sua Sede e o Campo, ficavam na Rua da Conceição, nº 1 (depois nº 9 e 87), no bairro da Torre, no Recife. Em 1919, se transferiu para a Rua Real, nº 9, no bairro da Torre, no Recife.
A partir de 1925, a sua Sede ficava na Rua D. Manoel da Costa, nº 9, no bairro da Torre, no Recife. Já em 1928, passou para a Rua Seis de Janeiro, s/n, no bairro da Torre, no Recife. A sua Sede em 1929, ficava na Rua Seis de Junho, nº 168, no bairro da Torre, no Recife.
Já os seus campos: entre 1916 a 1920, ficava na Rua da Conceição, nº 1 (depois nº 9 e 87), no bairro da Torre, no Recife. Em 1929, o Estádio ficava na Rua José Bonifácio, s/n, no bairro da Torre, no Recife.
Estrutura futebolística
O “Madeira Rubra” participava nas competições nos Primeiros, Segundos e Terceiros Quadros, além do time infantil. Desde a fundação até 1916, o Palmeiras Torre participou de diversos amistosos e festivais.
Palmeiras Torre ajudou a fundar a Liga Sportiva Metropolitana e Liga Sportiva Suburbana
No sábado, às 19 horas, do dia 27 de Maio de 1916, na do Palmeiras Torre, na Rua da Conceição, nº 1, no bairro da Torre, no Recife, se reuniram dirigentes do Eclair Sport Club, o Aquidaban Sport Club (calção branco, camisa branca e faixa encarnada), Ipyranga Foot-Ball Club e Espinheirense Foot-Ball Club, a fim de fundar a Liga Sportiva Metropolitana (LSM). A Sede e o campo próprio (Stadium Hyppodromo), ficam situados na Rua Nova Feitosa, nº 251, no bairro Feitoza, no Recife.
Após duas temporadas, a entidade realizou uma reunião e decidiu realizar uma reorganização, na noite de sexta-feira, às 19 horas, do dia 04 de Abril de 1918. Assim, o nome foi alterado, passando a se chamar: Liga Sportiva Suburbana (LSS). As cores definidas: amarelo e branco. A Sede e o campo próprio (Stadium Hyppodromo), seguiram os mesmos: Rua Nova Feitosa, nº 251, na Feitoza, no Recife. O 1º presidente foi o Major Carlos Borromeu. Os cinco clubes que se filiaram foram os seguintes (em ordem alfabética):
Eclair Sport Club (bairro do Feitoza);
Elite Football Club (bairro de Boa Vista – amarelo, branco e preto);
Equador Football Club (bairro do Arruda);
Modesto Football Club (bairro de Campo Grande);
Palmeiras Torre Football Club (bairro do Torre);
Royal Sport Club (bairro Recife – alvinegro).
A 1ª rodada, no dia 18 de agosto de 1918, tiveram três jogos: O Eclair venceu o Elite, nos Segundos Quadros, por 3 a 1, mas foi derrotado no 1º Quadros por 2 a 0. O Palmeiras Torre empatou sem gols com o Equador, nos Segundos Quadros, contudo venceu no 1º Quadros por 3 a 1. Porém, essa partida foi anulada pela Liga, pois o “Madeira Rubra” ter incluído um jogador de outra liga.
Por fim, a rodada foi completada na goleada do Modesto em cima do Royal Sport Club pelo placar de 9 a 2. Todos os jogos foram realizados no Stadium Hyppodromo.
No dia 8 de setembro, o Palmeiras Torre bateu o Eclair, duas vezes: nos Segundos Quadros, por 4 a 2, e no 1º Quadros por 7 a 0.
Tricampeão Suburbano
O Palmeiras Torre foi campeão Suburbano em 1916 (Primeiros e Segundos Quadros) e 1917, pela Liga Sportiva Metropolitana (LSM), e depois em 1918, já pela Liga Sportiva Suburbana (LSS). Sendo que esta última, o “Madeira Rubra” se sagrou campeão com apenas uma derrota nos Primeiros Quadros, e também levantou o caneco nos Segundos Quadros, de forma invicta.
Clube da Torre é rejeitado na LPDT
Em fevereiro 1921, solicitou filiação a Liga Pernambucana dos Desportos Terrestres (LPDT). No entanto, a entidade não aceitou, o que gerou desconforto por parte do “Madeira Rubra” que classificou como ‘Humilhação’.
Durante dias esse assunto foi abordado pelo Jornal Pequeno, onde o Palmeiras Torre enviou diversos ofícios pedido explicações a LPDT sobre o fato do clube não ter sido aceito. Porém, sem êxito.
Filiado na ASDT
Fundado em 1929, Associação Suburbana dos Desportos Terrestres (ASDT), o Palmeiras Torre se filiou. A sua 1ª participação aconteceu no Torneio Início, no domingo, às 10h30min., do dia 28 de abril de 1929, no Estádio do América.
Com a presença de 38 equipes, o evento foi dividido em duas datas: 28 e 30 de abril. Na sua estreia, o Palmeiras Torre passou pelo Modesto Football Club, por 2 escanteios.
Definidos os 19 times, aconteceu a segunda fase, na terça-feira, às 10 horas, do dia 30 de abril de 1929, no Estádio do América. Nessa fase, o Palmeiras Torre acabou caindo para o Nacional por um escanteio. Na final, o Atheniense empatou 1 a 1, mas bateu o Nacional, por um escanteio a zero.
Palmeiras Torre é reorganizado em 1932
O clube disputou as competições organizadas pela ASDT, nos anos de 1929, 1930 e 1931. Os insucessos resultaram num desgaste na diretoria, o que gerou uma reorganização na terça-feira, do dia 1º de março de 1932.
Após uma reunião de associados e admiradores, foi definida a nova diretoria, tendo Raphael Perruci como presidente; Antônio Leitão (secretário); João S. Dias (tesoureiro); Hibernon Borba (orador); Benedicto Costa (director-technico).
O Palmeiras Torre retornou as disputas futebolísticas, onde disputou o Campeonato da 2ª Divisão da Associação Suburbana dos Desportos Terrestres (ASDT), nos anos de 1932 e 1933. A partir daí, o clube desaparece dos noticiários, deixando um vazio no coração suburbano recifense.
Algumas formações:
Time-base de 1913: Mario Cunha; João Lopes (Carlos Moraes) e H. Andrade (P. Pereira); José de Mattos, A. Souza, A. Portella (A. Reis) e G. Gusmão; A. Carvalho, J. Leal, J. Menor, P. Guimarães e A. Mello (P. Moreira).
Time-base de 1914: Mario Cunha; João Lopes e Antonio Rodrigues; José de Mattos (Augusto), Franco Correia e Carlos Moraes; Amaro, Luiz (Luiz Couto), Julio Leal, Amaro Carvalho (Lauriano Oliveira) e Severino de Mattos (Alfredo).
Time-base de 1915: Mario Cunha; João Lopes e Antonio Rodrigues; Carlos Moraes, A. Souza e José de Mattos (Lopes II); F. Correia (Leal II), Luiz Couto (Hermínio), Amaro Carvalho (Luiz Couto), Julio Leal (Joventino) e J. Menor (Miguel).
Time-base de 1916: Mario Cunha; Rodrigues e Wanderley; Mattos, Lopes e Souza; Ferreira, Couto, Julio (Cap.), Carvalho e J. Menor.
Time-base de 1917: Mario Cunha; José Ribeiro e J. Lopes; Daniel, L. Couto (Amaro Wanderley) e J. Mattos; J. Alves, Carvalho (Cap.), J. Lopes (A. Souza), M. Ferreira e A. Clotes.
Time-base de 1918: Mario Cunha (Nô); J. Ribeiro (Ayres) e Daniel (Geraldo); Wanderley, J. Lopes (Mattos) e Alfredinho (Souza); Portella (Annibal), J. Alves, Amaro Carvalho (Cap.), M. Ferreira, Filuca (Lulu) e Clotes (Thiago).
Time-base de 1919: Nô; José Ribeiro e João Constantino (Alves); Ivaldo (Alfredo), Pereira (Wanderley) e Tarquino (Mattos); Annibal (Portella), Carvalho (Cap.), Scarrone I (M. Ferreira), Scarrone II (Geraldo) e Filuca.
Time-base de 1920: Nô; José Ribeiro e João Constantino; Mattos, Filuca e Geraldo; Alves, Carvalho (Cap.), Henrique, M. Ferreira e Severiano.
Time-base de 1921: Nô; José Ribeiro e Bianco; João Constantino, Raphael e Filuca; J. Alves, Carvalho (Cap.), Henrique, M. Ferreira e Santos.
Escudo, bandeira e uniforme redesenhados: por Sérgio Mello
FONTES: Vida Sportiva – Diário de Pernambuco (PE) – A Província (PE) – Jornal Pequeno (PE) – Jornal de Recife (PE) – Arquivo pessoal