Walter Goulart da Silveira, “Santo Cristo”: o craque esquecido!

Santo Cristo com a camisa do São Cristóvão

Walter Goulart da Silveira, ou simplesmente Santo Cristo foi um ex-jogador e ex-treinador brasileiro. O apelido é porque ele nasceu no bairro de Santo Cristo, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), numa terça-feira, do dia 12 de setembro de 1922.

Em 1941, aos 19 anos, o ponta-direita de grande mobilidade e velocidade, teve passagens pelo amador no Vasco da Gama, Bonsucesso Futebol Clube, Sport Club Oposição (bairro da Piedade) e Mavilis Football Club (bairro do Caju).

Profissionalismo

Santo Cristo, aos 20 anos, já no profissionalismo passou por 11 clubes diferentes ao longo da carreira: São Cristóvão (1942-44 e 1954-56 e 1959), Vasco da Gama (1945-46), Botafogo (1947), São Paulo (1948), Fluminense (1948-51), Guarani de Campinas (1951), XV de Piracicaba (1951-53), Portuguesa de Desportos (1953), Ferroviária de Araraquara (1953-54), Atlético Mineiro (1955), Olaria Atlético Clube (1956).

Técnico

Como treinador teve a experiência, durante o Campeonato Carioca de 1957, ainda como jogador, Santo Cristo tornou-se treinador do Olaria. Treinou o clube da Rua Bariri apenas entre 1957 e 1958. Mas logo retornou às quatro linhas como jogador, já no ano de 1959, defendendo o São Cristóvão pela terceira vez e depois pendurou as chuteiras aos 37 anos.

Em 1961, Santo Cristo sagrou-se Campeão de Juiz de Fora (MG), como técnico do Tupinambás F.C. Neste ano promoveu da base o ponta direita Wilson Almeida que mais tarde fez sucesso ao lado de Tostão e Dirceu Lopes no Cruzeiro Esporte Clube.

Títulos

Em relação aos títulos, Santo Cristo foi campeão pelo Vasco da Gama em cinco oportunidades:

Torneio Início do Campeonato Carioca de 1945;

Torneio Municipal do Rio de Janeiro de 1945 (invicto) e 1946;

Campeonato Carioca de 1945 (invicto);

Torneio Relâmpago de 1946.

No Botafogo foi um caneco: Torneio Início do Campeonato Carioca de 1947. Pelo Atlético Mineiro faturou o Campeonato Mineiro de 1955.

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A foto mostra o jogador no elenco do Vasco da Gama, campeão carioca invicto de 1945. Em pé: Dino, Eli, Berascochea, Augusto, Rodrigues, Rafanelli e o treinador Ondino Vieira. Agachados: Mário Américo, Santo Cristo, Ademir de Menezes, Isaias, Jair Rosa Pinto e Chico.

Artilheiro vascaíno

Na sua passagem pelo Vasco da Gama, em 1945 e 1946, Santo Cristo mostrou seu faro de gol. Em 69 jogos, foram 33 gols, com uma excelente média de 0,47%. Em 1946 ele teve números marcantes, pois foi o jogador que mais entrou em campo com a camisa vascaína, em 43 oportunidades, sendo o artilheiro da equipe (23), só perdendo para Lelé que marcou impressionantes 39 gols.

Educação salvou a vida de Santo Cristo

Dois anos antes, em 1943, quando jogava no futebol paulista, exatamente numa sexta-feira, do dia 27 de agosto, lá estava Santo Cristo, esperando um voo da Vasp, para o Rio de Janeiro, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, quando um imprevisto aconteceu.

O cardeal arcebispo de São Paulo, Dom José Gaspar, necessitava urgente estar na então capital federal; e o voo já estava lotado. Consultado, Santo Cristo adiou sua viagem, cedendo seu lugar para o cardeal.

Acontece que ao tentar o pouso no aeroporto Santos Dumont, a aeronave, após bater uma das asas no prédio da Escola Naval, caiu na Baia de Guanabara.

Dezoito pessoas faleceram e três sobreviveram. Inclusive, um dos mortos era o jornalista Cásper Líbero, fundador do jornal “A Gazeta”. Santo Cristo, com a gentileza prestada, acabou se salvando. Histórias do futebol.

FONTES: Wikipédia – livro “O negro no futebol brasileiro”, de Mário Rodrigues (2003) – “O maior clássico sobre o futebol brasileiro”, 4ª ed. Rio de Janeiro, da Mauad Editora Ltda. – O Progresso de TatuíSport Ilustrado

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