Foto Rara, da década de 70: Botafogo Futebol Clube – Porto Velho (RO)

Botafogo Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Porto Velho (RO). O clube da Estrela Azul foi Fundado no sábado, do dia 03 de Outubro de 1953, por Ermenegildo Batista, Abelardo Castro e Rochinha, três amigos peladeiros e apaixonados pelo Alvinegro Carioca.

A sua Sede está localizada na Avenida Jorge Teixeira, nº 1.292, no Bairro da Liberdade, em Porto Velho. O Botafogo participou do Campeonato de Porto Velho e da Primeira Divisão, nas décadas de 70 e 80, faturando o título Estadual de 1974.

Aos 84 anos, José de Goes é torcedor roxo do Botafogo de Rondônia. Ele, que já fez parte da diretoria do clube, relembra a época de fundação com brilho no olhar e conta que o time sobreviveu mesmo em meio a muitas dificuldades, principalmente financeiras.

Entre a luta e a garra dos jogadores, José fala com saudosismo sobre a época em que venceu o Expresso da Vitória do Vasco-RO, em 1948, e de quando goleou o Fluminense, também de Rondônia, na final do estadual de 1957, com o placar de 6 a 2, o que fez o time ser um dos mais conceituados no estado.

O Gildo, Abelardo e o Rochinha jogavam bola em um campo na beira do Rio Madeira. Eles decidiram formar um time e quando foram comprar os uniformes e só tinha do Botafogo. O três ficaram muito felizes por ser o de um time que eles admiravam, deu tudo certo. O Ermenegildo era porteiro de um cinema e como ninguém tinha condições de bancar o time, ele deixava os jogadores do Botafogo entrarem de graça lá como forma de agradecer o apoio que recebia“, disse.

Quinze anos após a sua humilde fundação, o Alvinegro Rondoniense, que carrega uma estrela azul no brasão para diferenciar do time carioca, ainda não havia conquistado nenhum título. Com excelentes jogadores mas sem condições financeiras, o time foi passado para a família Camacho. Nostálgico, José Camacho, filho do antigo diretor, fala sobre o momento em que seu pai optou por cuidar do clube, que já não tinha mais nada a perder, ou a ganhar.

Em 1968, o senhor José Camacho, meu pai (risos), foi convidado para tomar conta do Botafogo. Na época ele também havia recebido um convite do Cruzeiro, mas tudo foi definido quando ele foi assistir a uma partida do time (Botafogo) contra o Ferroviário. Na época eles jogavam no mesmo dia, o juvenil e o titular. Quando o primeiro confronto acabou, ele viu o juvenil tirar as camisas suadas e entregar para os titulares vestirem. Aquilo tocou o coração dele e foi quando ele se apaixonou de verdade, viu jogadores fantásticos em campo… O Silva, por exemplo, era de uma habilidade tremenda. Um bailarino com a bola“, relembrou.

Por ter nacionalidade boliviana, Camacho não pôde continuar a frente do clube a partir de 1974 por determinação da federação. Então, para não perder o grupo que se tornou uma grande paixão, ele passou o time, que vivia um eterno 2002 (ano em que o Botafogo-RJ foi rebaixado), para o nome da esposa, a Dona Maria de Nazaré, que conquistou o primeiro e único título da história.

O Botafogo passou por diversos campeonatos. Quase fomos campeões, inclusive no Copão da Amazônia, que era competição que reunia os times daqui da região. Em 1974 minha mãe assumiu e foi campeã. Muita sorte! Meu pai nunca havia conseguido, mas quando passou o time para o nome dela nós vencemos. Eu era o mascote na época e ainda lembro dos bons tempos. É difícil não me emocionar quando lembro daquilo porque o futebol era fantástico“, conta José Camacho Filho, hoje aos 52 anos.

Com técnicos homônimos de grandes nomes da Seleção Brasileira e jogadores que transformavam cada partida em um show, a história do Botafogo está ancorada nas memórias do José de Goes.

Pelo time passaram treinadores como o Vizigudo, Pelé, Dunga… O Dudu era goleiro e um dos melhores jogadores que eu já vi. O Canhoto sempre acertava o gol e o Eliézer era um grande jogador, em todos os sentidos. Quando ele pegava na bola todo mundo saía da frente. Mesmo nunca tendo sido bom no futebol, eu adorava assistir. Tenho saudade daquela época, até porque o nível dos jogos caiu muito de uns tempos para cá“, revelou.

Pensando no futuro, José Camacho afirma que a ambição de reviver o time é constante, mas que as dificuldades financeiras e a burocracia o impedem de levar o sonho adiante.

O futebol em Rondônia acabou quando a federação decidiu profissionalizar. Muitos times se afastaram por não conseguirem pagar os salários, e os que arriscaram terminaram falidos. Quando foi criado o Botafogo, o futebol era por amor, mas em 1975 o nosso futebol saiu de campo. Papai pegou o que investia no time e passou investir na estrutura física do clube. Eu penso em reviver esse futebol, mas hoje é complicado pra manter. Então, sem querer correr o risco de perder tudo o que lutamos tanto pra construir, é provável que a gente permaneça assim, querendo só passar essa história adiante“, concluiu.

 

FONTES & FOTO: Wikipédia – Globoesporte.com – Alerta Rondônia

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Sobre Sérgio Mello

Sou jornalista, desde 2000, formado pela FACHA. Trabalhei na Rádio Record; Jornal O Fluminense (Niterói-RJ) e Jornal dos Sports (JS), no Rio de Janeiro-RJ. No JS cobri o esporte amador, passando pelo futebol de base, Campeonatos da Terceira e Segunda Divisões, chegando a ser o setorista do América, dos quatro grandes do Rio, Seleção Brasileira. Cobri os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, Eliminatórias, entre outros. Também fui colunista no JS, tinha um Blog no JS. Sou Benemérito do Bonsucesso Futebol Clube. Também sou vetorizador, pesquisador e historiador do futebol brasileiro! E-mail para contato: sergiomellojornalismo@msn.com Facebook: https://www.facebook.com/SergioMello.RJ

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