Contando com a preciosa colaboração do amigo, pesquisador e jornalista André Luiz Pereira Nunes, segue mais um clube inédito. Trata-se do Esporte Clube Oity, que foi uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). O ‘Oityense Alviceleste’ foi Fundado na sexta-feira, do dia 14 de Outubro de 1938. A sua Sede e a Praça de Esportes ficavam localizados na Avenida Santa Cruz nº 500 (atual nº 12.516), no Bairro de Senador Vasconcelos, na Zona Rural (atual Zona Oeste) do Rio. O espaço (campo e sede) de aproximadamente 14 mil metros quadrados, foi adquirido pelo clube na década de 50.
Oity foi um dos clubes que ajudaram a fundar o D.A.
O Oity começou a sua trajetória futebolística jogando festivais, excursões pelo estado do Rio. Após a extinção da Federação Atlética Suburbana, onde o Oity participava das competições, os clubes que dela faziam parte se sentiram desprestigiados com a política estabelecida pela Federação Metropolitana de Futebol (FMF).
Na tentativa de mudar esse quadro, o Oity juntamente com outras agremiações ajudou a fundar o Departamento Autônomo (DA) em Assembléia realizada na quinta-feira, do dia 7 de julho de 1949. Além do Esporte Clube Oity, os demais clubes que estiveram presentes foram:
Andaray Atlético Clube;
Atilla Futebol Clube;
Atlético Clube Nacional;
Associação Atlética Portuguesa;
Associação Atlética Nova América;
Bento Ribeiro Futebol Clube;
Cacique Futebol Clube;
Cruzeiro Futebol Clube;
Del Castilho Futebol Clube;
Distinta Atlético Clube;
Engenho de Dentro Atlético Clube;
Esporte Clube Anchieta;
Esporte Clube Coríntians;
Esporte Clube Guanabara;
Esporte Clube Royal;
Esporte Clube São José;
Esporte Clube Valim;
Irajá Atlético Clube;
Kosmos Atlético Clube;
Manufatura Nacional de Porcelana Futebol Clube;
Mavílis Futebol Clube;
Oriente Atlético Clube;
Realengo Futebol Clube;
Sampaio Atlético Clube.
A 1ª competição do Departamento Autônomo (DA) aconteceu no mesmo ano da fundação (1949), tendo como campeão o Engenho de Dentro A.C. Durante mais de uma década dez anos o DA organizou com sucesso os campeonatos dos clubes amadores pela FMF, até seu encerramento oficial em 1960.
O DA foi extinto, dando lugar ao Departamento de Futebol Amador da Capital. Hoje se chama Campeonato Carioca de Futebol Amador da Capital, promovido pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ), incluindo também as categorias Infantil e Juvenil.
Títulos
O Esporte Clube Oity também participou do DA em diversas edições. Em relação as conquistas, o Esporte Clube Oity acumulou várias taças. Citando algumas:
Campeão de Amadores “Série Carlos Lopes Guimarães” (1953);
Campeão da “Taça de Disciplina” (1956);
Campeão da “Taça de Disciplina” (1957);
Campeão de Amadores “Série Floripes Monção” (1957);
Campeão de Aspirantes “Série Rural” (1958);
Campeão de Aspirantes do Departamento Autônomo (1958);
campeão de Amadores “Série Romeu Dias Pino” (1959).
Ao longo desse percurso, o clube, por duas vezes, esteve próximo de fazer fusão com o Esporte Clube Aliados, de Bangu e depois com o Campo Grande Atlético Clube. No entanto, as duas negociações não avançaram.
Posteriormente, o Oity foi incorporado ao Campo Grande Atlético Clube, continuando o espaço destinado ao lazer da comunidade local, incentivando o esporte, encontros em família, entretenimentos, festas, entre outros.
Campo do Oity pode virar uma Vila Olímpica
Em 2013, o vereador Zico (PTB) apresentou um Projeto de Lei nº 618/2013, com o intuito de transformar o campo do Oity numa Vila Olímpica. No documento, o vereador explicou os motivos para a construção da Vila:
“Logo, tendo em vista as razões dos moradores que anseiam por espaços públicos nesse sentido, a construção de uma Vila Olímpica permitirá a todos os moradores o fácil acesso à prática de vários esportes, colaborando para uma melhora significante da saúde da população, especialmente porque o bairro não possui uma área para tal final. Portanto, o Projeto visa proporcionar gratuitamente à comunidade local e aos bairros vizinhos, como Santíssimo, Senador Camará, Campo Grande, espaços adequados para o lazer, esporte e diversão.
Vale acrescentar que, onde outrora funcionava uma área de lazer, hoje o local está ocupado por um depósito de carros rebocados pelo Detran. Sendo assim, pelos pedidos incansáveis de moradores locais, que necessitam da urbanização de uma área até então abandonada e degradada, é que venho pedir o apoio dos senhores parlamentares em prol desse projeto de lei“.
FONTES: Google Maps/2010 – Câmara Municipal do Rio de Janeiro – O Fluminense – Correio da Manhã – André Luiz Pereira Nunes
Obrigado meu amigo Ielo, pelas palavras!
De fato, o Departamento Autônomo, foi, sim, uma competição importante, sendo uma Segunda Divisão. Tanto é que daí saiu o Campo Grande Atlético Clube, que debutou no Estadual nos anos 60.
Quando comecei nessa empreitada para resgatar esses escudos, uniformes e a história (mesmo que resumida) achei que a missão que eu mesmo me coloquei seria praticamente impossível. Mas hoje, restando dois clubes (Bento Ribeiro FC e Cacique FC), vejo uma luz no final desse túnel. Rsrs
Sobre o projeto da Vila Olímpica, o que eu sei é: neste momento o antigo campo do Oity é um espaço que está sendo utilizado pelo DETRAN.
Bacana seria que o clube fosse reativado, mas se esta possibilidade não ocorrer, então a Vila Olímpica seria um legado para os moradores de Senador Vasconcelos e as adjacências.
Um grande abraço!
Sergio,
Muito bom trabalho.
Este excelente resgate dos participantes do DA, clubes que comecei a conhecer com as publicações dos seus escudos pela Revista Placar na seção Camisa 12, na década de 70. Mesmo tendo durado apenas 10 anos, marcou época na história do futebol Carioca.
Como podemos observar o campo e sede do Oity, que “deste” estacionamento, poderia, ou melhor, deveria transformar em uma “Vila Olímpica”, como queria o vereador, levando o legado deste grandioso evento esportivo aos bairros mais distantes cariocas.
A incorporação por desapropriação dos clubes de bairro pela prefeitura do Rio de Janeiro, que por alguma razão jurídica ou financeira, ou mesmo por findar em diretorias que não souberam manter o clube, devolvendo a comunidade o espaço de já era seu. Fundando Clubes Municipais de esporte e lazer, com histórias já demarcadas na comunidade, e a ser respeitada, na formação de esportistas e de cidadania coletiva. Como em 2015, o prefeito Fernando Haddad fez em São Paulo com o Clube de Regatas Tietê. É dever do poder público preservar a cultura e história local, e proporcionar lazer a comunidade.
Mesmo que já tenha passado muitas décadas, sempre será a hora de preservar e proporcionar lazer, cultura e esporte a população. Fico imaginando também a recuperação e reativação das sedes sociais já apresentadas pelo Sergio Mello, da Região Portuária, fazendo parte das obras de recuperação da região.
Parabenizo pelo trabalho, extensivo ao jornalista André Luiz Pereira Nunes, com meu agradecimento por proporcionar a todos estes belos artigos,
Abs.
Amigos, desses 25 clubes que ajudaram a fundar o Departamento Autônomo, já foram encontrados 23 escudos.
Neste momento restam dois escudos pendentes: Bento Ribeiro Futebol Clube (Bairro: Bento Ribeiro) e Cacique Futebol Clube (Bairro: Santíssimo).
Espero que possamos encontrá-los e fecharmos mais um “álbum”.
Abs.