Achei interessante e repasso aos colegas,
(In memoriam Sidney Schiavon – Jornalista Araraquarense)
Há uma distinta senhora, fino ornamento de nossa sociedade, como diriam os velhos cronistas, que fez aniversário no mês de abril, e sem nenhuma falsa vaidade, ostenta fisionomia/moça e plástica perfeita, embora os embates dos anos tenham lhe feito marcas indeléveis que nenhuma cirurgia lhe estirpa. E ela as carrega com orgulho.
Nasceu há 42 anos, o nome foi-lhe dado na pia batismal pelo seu criador, engenheiro Antonio Tavares Pereira Lima, cidadão que, êmulo do Dr. Frankestein, com marcante diferença, já que nunca criou monstros, mas coisas épicas no esporte, sendo suas filhas diletas duas entidades esportivas de grande corpo associativo e polarizadoras das atenções de São José do Rio Preto/SP. e de Araraquara/SP. Sim, Pereira Lima teve o condão de criar duas agremiações repletas de gloriosas passagens pelo futebol profissional de São Paulo.
Eleito Primeiro Presidente do clube que ajudara a fundar, ao lado de ferroviários experientes da antiga Estrada de Ferro Araraquara, no dia 12/04/1950, teve como seus Vices: Francisco Eugênio de Campos e Abel de Almeida Magalhães, conseguindo depois de ardorosa batalha jurídica-esportiva, faz a AFE associar-se à Federação Paulista de Futebol e na 2ª Divisão de profissionais, fato ocorrido a 28/03/1951, tendo contratado os seguintes atletas para integrarem aquele que seria um esquadrão do interior paulista: Sandro(Rio Pardo), Sarvas(Linense), Avelino(Rio Pardo), Pierri(América de Rio Preto), Rudge(Uchôa), Ayres(Araguari), Tite(América de Rio Preto), Rebolo(Estrela da Saúde), Coelho(Rio Preto). Quis Maurinho, do time do Paulista, mas o grande ponta-direita foi para o time do Guarani de Campinas e depois para o time do São Paulo e seleção brasileira.
A Ferroviária, após contratar esses atletas, e outros que a memória não alcança, fez seu primeiro treino no campo do Cambuhy, em Matão/SP., precisamente no dia 9 de maio de 1951. E o primeiro jogo do clube da Estrada de ferro, como carinhosamente era tratada nos seus primórdios, foi contra a equipe do Mogiana de Campinas, no dia 13 de maio de 1951, ganhando de 3 a 1, gols de Fordinho(que marcou, portanto, o primeiro gol da Ferroviária), Basso e Baltazar; Aléssio(contra) fez o gol dos Campineiros.
O segundo jogo da AFE foi no dia 20 de maio de 1951, na cidade de Lins/SP., perdendo por 2 a 1 frente ao time do Linense. O terceiro jogo aconteceu em Taquaritinga/SP., a 25 de maio de 1951. O quarto jogo de sua vida, a Ferroviária disputou frente ao time do Nacional de São Paulo, no dia 28 de maio de 1951, no Estádio Municipal, empatando em 2 a 2. A AFE: Sandro; Sarvas e Aléssio; Pierri, Basso e Pimentel(Rudge); Rebolo(Ministro), Milton Viana, Fordinho, Gonçalves e Tonhé(Baltazar).
O estádio da AFE foi inaugurado oficialmente no dia 10 de junho de 1951, contra o time do Vasco da Gama do Rio de Janeiro. A Ferroviária foi abatida de goleada: 5 a 0, gols de Friaça, Friaça, Friaça, Friaça e Tesourinha.
Finalmente, para matar saudades, o primeiro encontro da Ferroviária diante de um adversário local, de Araraquara, portanto, aconteceu no dia 01/07/1951, no Estádio Municipal, frente ao time do Paulista Futebol Clube, perdendo de 4 a 0, gols de Elvo, Elvo, Elvo e Souza.
Estas, algumas das minhas recordações mais efetivas da Ferroviária. A afetiva fica por conta do jogo entre ela e o Botafogo de Ribeirão Preto, quando alçou-se para a 1ª Divisão, em 1956. Muita emoção e qualquer dia eu conto com detalhes. Inclusive porque um torcedor apareceu no estádio, com um gato preso, feito louco e babando, dentro de uma jaula na hora do jogo.
Fonte:www.ferroviaria.kit.net