[img:America_Futebol_Clube_do_Rio_de_Janeiro_RJ.jpg,full,centralizado]
A estréia oficial do América em competição de futebol ocorreu em partida amistosa contra o Bangu Atlético Clube. O convite do Sr. José Villas Boas, presidente da Liga Metropolitana e, cumulativamente, do Bangu, foi recebido com alegria e emoção pelo pessoal americano que, há muito, ansiava por semelhante oportunidade.
Principalmente por Amílcar, que desejava avaliar o grau de assimilação de seus comandados aos ensinamentos que com tanta dedicação e paciência vinha ministrando.
06 de agosto de 1905, um domingo de manhã ensolarada. Bem cedo, começaram a reunir-se na estação de D. Pedro II os jogadores e sócios do América que iriam participar da excursão. A comitiva estava assim composta: Alfredo Guilherme Koehler, Jaime Faria Machado, Romeu Moina, Gustavo Garnett, Amílcar Teixeira Pinto, J. A. Waldemar Hagstroem, Alberto Gustavo Hagstroem, Henrique Mohrstedt, Oswaldo Mohrstedt, Gustavo Bruno Mohrstedt, Frederico Guimarães Pinto, João Bermuder, Durval Medeiros, Jaime Pina, Nabucodonosor Prado e G. Flores. Contagiante era a alegria quando, às nove horas em ponto, a destemida “Maria Fumaça” sacudiu-se e iniciou a longa viagem de mais de duas horas.
Sob intensa expectativa, as duas equipes entraram em campo. O América, com seu uniforme já descrito: camisa preta, com o monograma gravado do lado esquerdo, gravata branca, calção branco e meias pretas. Seus defensores eram: Oswaldo Mohrstedt, Frederico Pinto (o Xexé) e Gustavo Bruno; Romeu Moina, Amílcar Teixeira Pinto e Nabuco Prado; Alfredo Koehler, Jaime Pina, Durval Medeircs, J. Bermuder e Gustavo Garnett.
Pelo Bangu, cujo uniforme constava de camisas em listras verticais brancas e vermelhas, calção branco e meias pretas, formavam: Fred Jacques, James Hartley e César Pochrialini; Dante Delochi, Arlindo Barbosa e André Pot¬ter; Guilherme Hallaway, F. Farington, Thomas Donage, Mafafeu Segundo e Francisco Carregai. Quase todos, acrescente-se, de origem inglesa.
Os bangüenses justificaram o prévio favoritismo, franco e absoluto. Venceram, como não poderia deixar de acontecer. Contudo, mesmo o placar exagerado não deslustra a conduta da gente do América. Não há derrota vergonhosa, quando a disputa é leal. E se, no confronto técnico, o resultado foi adverso, por 6 x 1, nossos valorosos atletas, no que tange ao empenho, à disciplina e à lealdade, mostraram-se à altura de seus dignos rivais. Atente-se, sobretudo, para o espírito de reação que revelaram durante a segunda etapa, quando houve apenas um gol, o do América, que, melhor estruturado e mudando Amílcar para o ataque, conseguiu obtê-lo através de seu eficiente capitão.
A viagem de volta foi realizada debaixo de extraordinária vibração.Mais acima da derrota foi uma partida digna para a estréia do América no futebol.
Fonte:Livro Campos Salles,118