Campeonato Fluminense de Seleções de 1947: Campos dos Goytacazes foi o campeão!

Por Sérgio Mello

O Campeonato Fluminense de Football de Seleções de 1947, teve uma final eletrizante, sendo definido na terceira e decisiva partida.

E quem ‘soltou o grito de Campeão‘ foi o selecionado de Campos dos Goytacazes que goleou a Seleção de Petrópolis pelo placar de 6 a 0, ficando com o título do Campeonato Fluminense de Football de Seleções de 1947.

Vamos contar um pouco dessa final, numa melhor de três, que acabou sendo decida no começo da temporada de 1948.

Petrópolis sai na frente

Na melhor de três, o 1º jogo foi realizado no domingo, do dia 1º de fevereiro de 1948, e o Petrópolis venceu o Campos, pelo placar de 2 a 1, na Região Serrana. Renda Cr$ 14.428,00. Os gols foram de Jardel e Zezinho para os petropolitanos; enquanto Cliveraldo fez o tento de honra dos campistas. O árbitro foi Belgrano dos Santos.

Petrópolis: Jorge; Dadai e Neri; Alaor, Geraldo e Dumas; Quadrelli, Zezinho, Milton, Jardel e Didi.

Campos: Cabrita; Catosca e Jarbas; Votinha, José Alves e Hugo; Chico Leão, Cesar, Amaro, Santana e Cliveraldo.

Campos vence e deixa decisão empatada

Na “Pérola da Paraíba”, foi realizado o 2º jogo no domingo, do dia 15 de fevereiro de 1948. A Seleção de Campos bateu Petrópolis por 5 a 3, em Campos dos Goytacazes. Os gols foram assinalados por Cliveraldo, Santana e Amaro (três gols) para o escrete campista; enquanto Quadrelli (duas vezes) e Jardel marcaram para os petropolitanos.

O árbitro foi Francisco de Assis. O “velhoChico apresentou várias falhas, as quais, felizmente não interferiu no resultado da peleja. A Renda foi de Cr$ 12.365,00, uma das melhores do certame.

Campos: Cabrita; Catosca e Jarbas; Votinha, José Alves e Hugo; Chico Leão, Cesar, Amaro, Santana e Cliveraldo.

Petrópolis: Jorge; Dadai e Neri; Geraldo, Waldir e Dumas; Quadrelli, Zezinho, Juquinha, Jardel e Nelson.

Campos goleia e fica com o título de 1947

Diante de uma assistência das mais numerosas, realizou-se na tarde de domingo, do dia 22 de fevereiro de 1948, no Estádio Caio Martins, a finalíssima entre Petrópolis e Campos, em decisão do título de campeão do Estado do Rio.

E a partida, embora os petropolitanos não tenham de modo algum confirmado as suas atuações anteriores, agradou principalmente pela soberba atuação dos campistas e que lhes valeu um triunfo espetacular. O árbitro foi José Fernandes Duarte, que teve boa atuação.

A partida

Logo de início os campistas deixaram patenteados que dificilmente seriam derrotados. E isso porque o seu quadro se locomovia dentro do gramado como uma máquina, tal a harmonia de suas linhas.

Por outro lado, a intermediária de Campos numa esplendida atuação foi a mola propulsora de todo o quadro, quer avançando, quer recuando punham em prática um ótimo trabalho técnico.

E depois de aberta contagem, os campistas passaram a controlar a partida não dando tréguas aos petropolitanos, cuja retaguarda, com a intermediária atuando fracamente, era impotente para impedir a contagem que foi subindo até a casa dos seis.

A seleção de Petrópolis não se exibiu bem. Fracassou, mais uma vez, a linha intermediária que, como não podia deixar de ser, influiu na atuação de todo o conjunto.

A vanguarda agindo isoladamente não conseguiu se entender e a retaguarda não pode evitar a goleada, pelas arrancadas fulminantes pelos flancos e bem concluídos pelo centroavante campista.

Assim sendo, o triunfo campista foi lógico tecnicamente, e brilhante pela lisura e bravura nos seus jogadores. E não resta dúvida que o título de campeão ou campeões nunca expressou tão bem um feito como esse conquistado pela representação de Campos.

Os tentos

Aos 7 minutos, os campistas abriram a contagem por intermédio de Santana. Aos 40 minutos, Amaro marca o 2º tento e um minuto depois Cliveraldo encerra a contagem do 1º tempo.

Na fase final logo no início Amaro consigna o 4º tento. Aos 13, novamente Cliveraldo marca o 5º e aos 26 Amaro marca o 6º e último tento da série campista.

O governador do Estado presente ao jogo

Entre outras autoridades assinalamos à presença do governador do Estado do Rio, Sr. Macedo Soares (Partido Social Democrático, governou de 24/02/1947 a 30/01/1951). E também o Dr. Mário Mota, presidente da FFD (Federação Fluminense de Desportos).

SELEÇÃO DE CAMPOS (RJ)     6        X        0        SELEÇÃO DE PETRÓPOLIS (RJ)

LOCALEstádio Caio Martins, em Niterói (RJ)
CARÁTERFinal do Campeonato Fluminense de Football de Seleções de 1947
DATADomingo, dia 22 de fevereiro de 1948
HORÁRIO15 horas e 30 minutos
PÚBLICOСr$ 27.235,00
ÁRBITROSr. José Fernandes Duarte (Liga Iguaçuana)
CAMPOSCabrita; Catosca e Jarbas; Votinha, José Alves e Hugo; Chico Leão, Cesar, Amaro, Santana e Cliveraldo. Técnico: Cezar
PETRÓPOLISJorge; Dadai e Neri; Waldir, Evaldo Dumas; Anadrelli, Zezinho, Zequinha, Jardel e Didi.
GOLSSantana aos sete minutos (Campos); Amaro aos 40 minutos (Campos); Cliveraldo aos 41 minutos (Campos), no 1º Tempo. Amaro aos três e 26 minutos (Campos); Cliveraldo aos 13 minutos (Campos), no 2º Tempo.

FONTE E FOTOS: A Noite (RJ) – Jornal dos Sports (RJ)

Montese Sport Club – Fortaleza (CE): filiado à FCD, em 1950, para o Estadual da 3ª Divisão!

Por Sérgio Mello

O Montese Sport Club foi uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). Apesar das poucas informações, considero importante contar um pouco desse time que foi Fundado no 1º semestre de 1950, pelo Frei Teodoro, como o nome: “Montense Sport Club”.

Escolha do Nome

A escolha do nome foi uma singela homenagem aos Pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) pela brilhante vitória na “Batalha de Montese” travada ao final da Segunda Guerra Mundial na comuna italiana de Montese, entre os dias 14 e 17 de abril de 1945.

O porquê da cobra no distintivo

A origem da expressão “A cobra vai fumar”

A escolha da cobra no escudo remete ao ano era 1942, quando o presidente Getúlio Vargas anunciou que a participação do Brasil na 2ª Guerra (em vigência desde 1939).

A fala do presidente foi recebida com deboche. O motivo para a descrença é que as Forças Armadas não tinham estrutura para participar de uma guerra, muito menos em outro continente.

A falta de confiança era tanta que um jornalista carioca teria dito que “era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra”. O desprestígio em relação ao país chegava ao ponto de algumas pessoas creditarem essa frase a Hitler.

O jornal chamado “E a cobra fumou”

Se a intenção era frustrar, a tentativa foi por água abaixo. Criada em 1943, a Força Expedicionário Brasileira (FEB) não se abalou, tanto que usou a ironia a seu favor.

A FEB tinha um jornal chamado “E a cobra fumou” e a imagem de uma cobra fumando um cachimbo, obra do Tenente-Coronel Senna Campos tornou-se o brasão da FEB.

Os 25 mil soldados brasileiros foram enviados à Itália entre os meses de junho e julho de 1944. A tropa uniu-se aos americanos e a missão era não deixar o forte exército alemão chegar à França.

Desenho feito pelo Walt Disney para O Globo em 1945

O desenho do Walt Disney foi feito com exclusividade para o jornal O Globo marcou o engajamento na campanha contra o nazismo.

Isso aconteceu na quinta-feira, do dia 22 de fevereiro de 1945. A Segunda Guerra Mundial incendiava a Europa e mobilizava o mundo, quando o jornal decidiu lançar uma edição semanal voltada aos pracinhas brasileiros.

O desenho da cobra de capacete, em posição de ataque, atirando com dois revólveres e, o mais importante, fumando um cachimbo, fazia referência ao lema dos pracinhas.

A frase “A cobra vai fumar” nasceu como resposta ao então presidente Getúlio Vargas, que, no início da guerra, usara a expressão para descartar a participação brasileira.

A Sede ficava no bairro Montese

A Sede desta modesta equipe ficava no bairro de Montese, que antes (até 1946) se chamava Pirocaia, que significa “casa dos peles queimadas”, e era famosa por suas águas cristalinas.

Estadual da Terceira divisão em 1950

O único registro que se notícias do Montese no futebol foi encontrado no Diário Oficial, no sábado, do dia 10 de junho de 1950, quando foi publicado o Estatuto da Federação Cearense de Desportos (FCD).

O 1º em pé da esquerda para a direita é o Frei Teodoro, o fundador do Montese S.C.

Nela foi divulgados os nomes dos clubes que iriam compor os Campeonatos Cearenses das três divisões. O Montese apareceu como um dos 13 integrantes do Campeonato Cearense da 3ª Divisão, em 1950:

Associações Bangu Sport Club, Comercial Sport Club, Elétrico Atlético Clube, Estrelinha Sport Club, Internacional Sport Club, Justiniano de Serpa Sport Club, Leite Barbosa Football Club, Montese Sport Club, São Cristóvão Sport Club, Sport Club Limoeiro do Norte, Torino Futebol, Vargas Neto Atlético ClubeVargas Filho Atlético Clube.

Colaborou: Fabiano Batista

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

FOTO: Acervo de William Beuttenmuller

FONTES: William Beuttenmuller – Diário Oficial do Estatuto da Federação Cearense de Desportos (FCD)

Treze Esporte Clube – Juazeiro do Norte (CE): Fundado em 1936, venceu o Fortaleza S.C.

Por Sérgio Mello

O Treze Esporte Clube foi uma agremiação da cidade de Juazeiro do Norte, localizado na Região Metropolitana do Cariri, que fica a 491 km da capital do estado do Ceará.

A localidade conta com uma população de 286.120 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2022.   

O Alvirrubro juazeirense foi Fundado no domingo, do dia 15 de Novembro de 1936, com o nome de Treze Sport Clube, por Antônio Fernandes Coimbra, conhecido por Mascote.

Campeão Juazeirense de 1953 (Acervo de Wilson Bezerra)
EM PÉ (esquerda para a direita): George, não identificado, Doca, Edmílson, Tonico e Darim;
 AGACHADOS (esquerda para a direita): não identificado, Beato, não identificado, Rodrigues e Vicente Machado.

Cinco anos depois foi reorganizado (1941) e criado o Departamento Social, no domingo, do dia 6 de Abril de 1947, transformar-se-á, por força destes Estatutos, em sociedade desportiva, recreativa e cultural, com personalidade jurídica distinta da dos seus membros associados, os quais não respondem subsidiariamente pelas obrigações por ela contraídas. A sua alcunha: O Mais Querido Clube de Juazeiro.

Acervo de Tereza Neuma Macedo Marques

Sede inaugurada em 1949

Um Primor, a inauguração das novas instalações do Treze Sport Clube, localizada, onde atualmente fica a Praça Governador Tasso Jereissati, na Rua Leandro Bezerra, no bairro do Socorro.

A sociedade juazeirense não chegou a assistir uma festa tão notável como na quinta-feira, do dia 23 de junho de 1949, na inauguração das novas instalações do Treze Sport Club, “O Mais Querido Clube de Juazeiro”.

Com os seus amplos salões abertos e ao som de foguetes e orquestra, aquele club ofereceu uma riquíssima e empolgante festa dançante, que prosseguiu até o amanhecer.

Escudo e Uniforme (fevereiro de 1958)

Artigo 53 – Fica a Diretoria autorizada a explorar a venda de bebidas e alimentos, podendo, se achar conveniente, fazer concessão de tais serviços a terceiros.

Artigo 54 – A Sociedade não participará, em nenhuma hipótese, de competições político-partidárias.

Artigo 55 – O Treze E.C. possuirá uma bandeira com as cores: vermelha e branca, contendo, o emblema representativo do Clube localizado no centro. Este será de cor branca, tendo em vermelho a figura de um galo e as iniciais TEC.

Década 1950 (Acervo de Wilson Bezerra)
 
EM PÉ (esquerda para a direita): Antônio Fernandes Coimbra (conhecido como Mascote, fundador e diretor), João Vermelho, Geraldo, Quincô, Ivan, Ivo, Sargento Amarildo, Darim e Zé Honório;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Mundinho, Tico de Sulino, Fosquinho, Valdir, Lino e Alexandre.

Artigo 56 – O uniforme esportivo do Clube constará de calção vermelho com camisa branca, ou calção branco e camisa vermelha e branca com listas verticais e o emblema do Clube.

O Treze venceu o poderoso Fortaleza

No futebol, o Treze Esporte Clube enfrentou o Fortaleza três vezes: com uma vitória e duas derrotas; marcando dois gols, sofrendo sete e um saldo negativo de cinco tentos.  

Na quinta-feira, do dia 09 de dezembro de 1943, aconteceu o 1º amistoso. Na ocasião, o Treze levou a melhor, vencendo o Fortaleza pelo placar de 1 a 0. O gol da vitória foi assinalado pelo atacante Beato.

A partida teve arbitragem do Sr. Edilson Cabral. O Treze jogou assim: Capotinho; Ananias e Vilmar; Benito, Barroso e Chico; Pequeno (Mascote), Mundinho, Araújo, Gisleno e Beato.

Na revanche, deu Fortaleza

O 2º encontro ocorreu cerca de nove anos, no domingo, do dia 12 de outubro de 1952, com goleada do Fortaleza por 6 a 1, no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza/CE. Os gols foram assinalados por França, três vezes; Pedro Faúna, Moésio e Antoni para o Leão do Pici; enquanto Peixe fez o de honra para o Treze. O árbitro foi o Sr. Raimundo da Cunha Rola, o ‘Rolinha’.

Fortaleza: Hélio Oliveira; Sapenha e Carrim; Jarbas, Basileu e Pelado; Pedro Faúna, Aloisio I (E), Moésio (Zé Raimundo), França e Antoni. Técnico: Valdemar dos Santos, ‘Gavião’.

Treze: Capote; Joda e Doca; Tonico, Lirio (E) e Dória; Padre, Beato, Peixe (Iran), Rodrigues e Quixada (Zezito). Técnico: Antônio Fernandes Coimbra, o ‘Mascote’.

No jogo desempate, deu Fortaleza

O 3º jogo, no domingo, do dia 06 de setembro de 1964, no Estádio dos Bandeirantes, em Juazeiro do Norte/CE. O Fortaleza bateu o Treze pelo placar de 1 a 0. O gol da vitória foi marcado pelo atacante Raimundinho. O clube da capital teve Paraíba expulso.

Década 1950 (Acervo de Wilson Bezerra)
Uma das formações do Treze de Juazeiro do Norte em um dos seus ressurgimentos. Estádio da LDJ.
EM PÉ (esquerda para a direita): Amauri, Tarcísio, não identificado, Francilino e Biloso;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Jaime, Joãozinho, Pirajá, Fernando Brasil e Maurício.

Treze fecha às portas nos anos 70

O Treze Esporte Clube de Juazeiro do Norte, teve sua grande fase nos anos 50, sob o comando de Antonio Fernandes Coimbra, “Mascote“. Depois, sofreu várias paralisações até encerrar suas atividades na década de 70.

Década 1970 (Acervo de Wilson Bezerra)
Numa das últimas formações, já no “Romeirão” na década de 70.
EM PÉ (esquerda para a direita): Pereira, Cicero, João bufinha, não identificado, não identificado e Antônio;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Jaime, Lino, Joãozinho, Tarcísio e Sérgio.

ARTE: desenho dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

Colaborou: Fabiano Batista

FOTOS: Acervo de Wilson Bezerra – Acervo de Tereza Neuma Macedo Marques

FONTES: Almanaque do Fortaleza – Estatuto do clube – Correio de Juazeiro (CE)

Escudo do Cinquentenário: Vespasiano Esporte Clube – Vespasiano (MG)

Por Sérgio Mello

Vespasiano Esporte Clube é uma agremiação do município de Vespasiano (população de 129.246 habitantes, segundo o Censo do IBGE/2019), situado na Região Metropolitana a 27 km de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais.

Fundado na quarta-feira, do 27 de setembro de 1916, por um grupo de desportistas, liderados pelos dois irmãos Paulo Cota da Fonseca, seu ‘Paluca’ e Juca Cota da Fonseca, com o nome de Vespasiano Sport Club. O campo iniciou-se na Fazenda do Barreiro, os mesmos dirigiram o clube até 1930.

Neste ano foi formada uma diretoria completa sendo o Presidente o Sr. Gerson de Moura que na sua gestão elaborou o estatuto do Clube e o registrou no cartório Gero Oliva, em Belo Horizonte. Este estatuto vigorou por muitos anos.

Sua 1ª Diretoria formada que se tem registro e notícias circulada na comemoração dos 80 anos de fundação, foram o seguinte:

Presidente – Romeu Romanelli;

Vice-Presidente – Miguel Timponi;

Secretários – João Silva e Francisco de Lima;

Tesoureiros – João Barbosa da Fonseca e José Emidio Silva;

Diretor Esportivo – Antônio de Oliveira;

Treinador – Manoel Antônio de Araújo.

Escudo e uniforme dos anos 40

Estádio Ilvo Marani e a sua história

Teve em sua história dois campos, um perto do rio, onde começou o time, era cercado em volta com grade de madeira, localizado na Rua Francisco Lima, s/n, no Centro da cidadePor mais de 40 anos, o Estádio foi desapropriado pelo antigo proprietário, tendo então de procurar outro local para fazer novo campo.

Aí, 53 pessoas juntaram e deram o dinheiro para comprar o terreno. O Gerente do Banco Agrimisa Zé Campolina, que arrumou a papelada para concretizar o negócio.
Construíram definitivamente o atual com muita luta e participação dos admiradores e da sociedade esportiva vespasianense, sob a direção direta do seu Presidente Valdir Soares Pereira e seu maior idealizador do projeto Senhor Ilvo Marani, que deu nome ao estádio, situado na Rua Miguel Timponi, nº 40, no Centro de Vespasiano/MG.

Durante o período de construção das obras do campo, foram diversos estágios, destacaram o plantio do gramado, onde personalidades do time como: Adão MormelaSr. ThemesPedrinhoHorácio e Zé BasilioGuilherme RochaAcácioAlberci SoaresZé Rocha, juntamente com muitos adeptos, sempre estiveram participando em diversas áreas do projeto idealizado por Ilvo Marani, ainda destacamos nomes como os Srs Luiz Maria de SouzaNem RochaUlissesSr. BodéPedro MariaSr. ThemesLucas Albano da CostaMarisio CedroAlencar, Maria de SouzaZeca PerpétuoSr. Dé e seu filho RobsonDaltinhoZé MaraniNúbioRaimundo LopesJoão AraújoMarcilio Agostinho JorgeDaniel AraújoJaime do Nascimento este responsável pela topografia.

Acervo de Fabiano Rosa Campos

Construção

Na década de 60, um grupo de pessoas abnegadas e unidas com o objetivo de engrandecer o panorama esportivo e cultural de Vespasiano arregaçou as mangas e iniciou a construção do que é hoje a nossa principal área de eventos esportivos e culturais.

Naqueles tempos Vespasiano estava longe do progresso que ostenta hoje, mas havia a união das famílias e da sociedade em torno dos ideais. Sem maquinário pesado, sem a força de uma arrecadação financeira que pudesse ajudá-los, construíram o estádio literalmente com as próprias mãos.

Um exemplo de que a união, o idealismo e a força de vontade fazem as obras mais produtivas e poéticas que o chamado progresso. No terreno comprado pelos diretores e conselheiros tem início aos trabalhos de construção do estádio.

Sr. Jaime Nascimento (topógrafo) e o presidente Ilvo Marani, deu início às obras.
Estavam alargando o rio na época e aproveitando levavam a terra para a área do campo para aterrar, os caminhões pertencentes a Ivo Marani, João Mula Manca, Roberto Rocha, Zé Rocha, Guilherme Rocha, eram os que mais trabalhavam. Diretores e colaboradores:

Zeca Perpétuo, Orsine Xavier, Daltinho (José A.Martins Soares), Sô Bebeto, Pedrinho Português, Waldir Soares, D. Mariquita, Bento, Núbio, Batista, Zé Basilio, Agostinho Jorge, Euler Conrado, Raimundo Lopes, João Araújo, Marcilio, José Rocha, Luís Maria de Souza, Dé, Nem Rocha, Zé Ulisses, Bodé, Toninho Rocha, Pezão, Roberto Rocha, Alencar Maria de Souza, Toninho, Alencar, Guilherme Rocha, Marisio Cedro, Acácio, Albeci Soares, Temistocles Souza Lima, Sô Temes, Euler Conrado Silva, Adão de Mormelo, Horácio.

Uma participação no Estadual de 1932

O ano de 1932, foi agitado e com muitas “rachaduras” no futebol mineiro. A LMDT (Liga Mineira de Desportos Terrestres), que organizava as principais competições no estado, foi acusada de favorecimento ao Atlético Mineiro.  Insatisfeitos, vários clubes se desfiliaram e criaram uma nova liga: AMEG (Associação Mineira de Esportes Geraes).

Vespasiano Sport Club debutou no Campeonato Mineiro da 1ª Divisão de 1932, organizado pela AMEG (Associação Mineira de Esportes Geraes). Na ocasião, a competição contou com a participação de seis equipes:

América Futebol Clube (Belo Horizonte);

Grêmio Ludopédio Calafate (Belo Horizonte);        

Societá Sportiva Palestra Itália {(atual: Cruzeiro E.C.) Belo Horizonte};

Sete de Setembro Futebol Clube (Belo Horizonte);

Vespasiano Sport Club (Vespasiano);

Villa Nova Atlético Clube (Nova Lima).

Na sua única participação do Vespasiano SC, terminou na 5ª colocação. Foram 10 jogos com cinco pontos: duas vitórias, um empate e sete derrotas; marcando 14 gols, sofrendo 28 e um saldo de menos 14 tentos.

Atlético Mineiro foi o único clube grande a ficar na LMDT e venceu seu campeonato facilmente. Já na AMEG, o Villa Nova foi o campeão invicto, o primeiro de uma série de quatro títulos consecutivos – os outros três na liga já reunida e convertida ao profissionalismo.

Foto posada de 1936: do Vespasiano Sport Club

O Jornal (RJ), fez uma bela matéria contando a história do Vespasiano entre os anos de 1932 a 1936. A matéria na integra:

Vespasiano Sport Club é uma dessas agremiações amadoristas de football do interior de Minas, que, há anos, se vem destacando dentre suas congêneres, mostrando, com brilhantismo, o seu valor ao adversário, nas inúmeras disputas que vem empreendendo.

Seus elementos são rapazes que jogam com amor ao time, têm entusiasmo e desenvolvem um futebol que agrada pela sua técnica; controlam a pelota com eficiência e, além disso, impressionam bem pela disciplina com que se portam, quer quando quer quando vencedores. vencidos,

Club afeito ás grandes pelejas, tomou parte na Liga Mineira de Desportos Terrestres, e, mais tarde, na Associação Mineira de Esportes Geraes. Nesta última disputou o campeonato, em 1932, enfrentando as grandes entidades esportivas de Minas, como Villa Nova Athletico Clubde Nova LimaPalestra e America, de Belo Horizonte, etc., e, apesar de não ter sido dos primeiros colocados na tabela, não foi o último.

Sua atuação foi sempre magnifica, jamais cedendo com facilidade frente ao adversário, que, se conseguia derrotá-lo, era por score mínimo, como bem poderá provar pelas partidas disputadas com o Villa Novacampeão da AMEG, e atual campeão mineiro, que, em seu próprio campo, dificilmente conseguiu vencê-lo pela insignificante contagem de 1 gol a 0, no turno, e, no campo local, por 2 x 1, no returno.

Apesar da transformação que sofreu o futebol, ultimamente, com a fase do profissionalismo, o Vespasiano se mantém no rol dos clubes amadores, dadas as suas condições financeiras que, por enquanto, não lhe são suficientemente favoráveis, mas nem por isso falta o entusiasmo a seus jogadores cuja boa vontade de sua diretoria, que muito vem trabalhando e bem do desenvolvimento do conjunto, fazendo jus mesmo a que se diga, sem receio, ser um dos bons times de Minas e dos melhores da zona sertaneja.

Em 1935 tomou parte na Liga Esportiva de Amadores, associação fundada por diversos clubs desta zona, sagrando-se campeão do torneio início, cujas provas tiveram ensejo na vizinha cidade de Pedro Leopoldo, entre 11 times e sob numerosa assistência.

Seguiu-se o campeonato daquele ano, tendo o Vespasiano sabido impor-se frente aos seus adversários, não sendo derrotado nem uma só vez em seu campo, onde fez vários jogos, no turno, notando-se ainda que no mesmo ano de 1925 enfrentou grande número de clubs de Belo Horizonte, em partidas amistosas, como vem enfrentando até hoje, sem que nenhum deles o sobrepujasse.

Tem, contudo, havido empates, conseguidos por alguns times, tais como Renascença (4 x 4), Associação Graphica (2 x 2) e Centro Acadêmico (2 x 2); os dois primeiros da Sub-Liga profissional e este último formado por estudantes, todos conjuntos de valor da capital mineira.

Fora destes, o Vespasiano conta cerca de vinte outros jogos amistosos em seu campo, de 1935 para cá, obtendo vitória em todos eles e alguns sobrepujando mesmo o adversário por contagens elevadíssimas, conforme está ainda bem recente na memória de quantos vêm acompanhando os seus jogos e como constam das notícias insertas nas colunas esportivas do “Estado de Minas“.

Acervo de Fabiano Rosa Campos

ALGUNS DOS PRINCIPAIS CONJUNTOS QUE O VESPASIANO TEM ENFRENTADO

Dentre outros, podem-se enumerar alguns dos principais clubes que o “Vespasiano” tem enfrentado nestes últimos tempos como sejam: “Far-West“, excelente conjunto da prospera localidade de Matosinhos, adversário leal, que se pode contar ne rol dos bons times da zona sertaneja; tem inúmeras vitórias e se destaca pela eficiência e disciplina de seus elementos; “Fluminense“, de Sete Lagoas; “S. C. Pedro Leopoldo“, da vizinha cidade que lhe empresta o nome; “Associação Graphica“, “Renascença“, “Centro Acadêmico“, de Belo Horizonte; etc.

Foto de 25 de maio 1958

DIRECTORIA

Os detalhes do clube estão entregues as pessoas idôneas, capazes e que muito vem contribuindo em prol de seu desenvolvimento; é presidente o sr. Antônio Maximiano dos Santos, conceituado comerciante da localidade, a quem muito o “Vespasiano” tem a dever, pois vem lucrando consideravelmente com os benefícios recebidos de sua parte, sendo, portanto, o seu nome digno de figurar nos registros desta agremiação esportiva, como um de seus grandes animadores.

Os demais membros da diretoria têm presta dos inestimáveis serviços ao clube. O “cliché” acima mostra os jogadores e reservas que tomam parte no “time“: Murce, goleiro; ingressou há pouco para o quadro e seu jogo tem agradado regularmente, esperando-se, contudo, que se revele ainda melhor futuro, BarãoMormellaMandico IINelson e Americo, constituem uma defesa eficiente; têm uma marcação segura e magnifica distribuição, nada deixando a desejar; BarrosoMundico IAlípioCecy e Renato, na vanguarda, formam uma linha perigosa e capaz, bastante para infiltrar em qualquer defesa adversaria, pela precisão de seus passes e rapidez na distribuição, notadamente os três primeiros (Barroso, Mundico I e Alípio) que são elementos de real valor, ótimos arrematadores e perfeitos controladores da pelota:

Cecy, apesar de não possuir grande físico, é ótimo elemento; ágil, bom driblador quando se faz necessário e excelente oportunista; Renato, embora não possua a mesma técnica dos demais, joga com entusiasmo e tem bom chute. Eis, pois, alguns dados sobre o “Vespasiano Sport Club“.

Atualmente o clube disputa as competições na esfera amadora

Várias vezes disputou o campeonato amador do estado, e hoje, com o nome Vespasiano Esporte clube, o “VEC”, é um clube social e esportivo que mantém seu estádio, utilizado pela sua equipe amadora.

E interessante salientar a mascote do clube, o frango d’água, seguindo a tradição mineira de bons mascotes. A escolha da mascote se deve ao local da construção do seu estádio ser um “alagado”, frequentado por muitos frangos D’água.

1º HINO do Vespasiano

Autoria: Dumas Chalita Chalup
Colaboração: Mariinha e Deuzinha

Vespasiano pelo passado tradicional.
No sertão és o principal, amador veterano.
Vespasiano por tua glória que treinaremos.
Em segurança seremos de um valor insano.
Viva a luta que o ardor controla,

nela mostramos o grande valor que temos no manejo da bola.
Revelando o que somos, causamos temor.
Vespasiano a nossa linha é formidável, é um terror.
A defesa invejável e um quiper soberano.
Assim organizado será sempre o vencedor.
E no tempo peso, pesado terá fruto em vez de flor.

2º HINO do Vespasiano

Letra e música: Edílson Pereira & Silmar P. Moreira
Arranjos e Interpretação: Ziza & Silmar

Oh dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe VEC.
O mundo se coloriu de azul
O Vespasiano é temido
De leste, oeste, de norte a sul.

Vespasiano és o clube do meu coração!
Com muita raça, vibra com garra e determinação;
O nosso lema é lutar e seu nome honrar
Como o azul do céu reflete o mar
Sua estrela sempre a brilhar.

Tamanha é a nossa euforia
Vespasiano entra em campo para jogar!
Explode o coração de alegria;
Tanta emoção é difícil segurar…

Com forte sol, debaixo d´água;
Por onde passa, deixa mágoa.
É o lutador e vingador
O imbatível “frango d´água”.

ARTE: escudos e uniformes – Sérgio Mello

Colaborou: Fabiano Rosa Campos

FONTES E FOTOS: Blog Vespasiano Esporte Clube – Conteúdo Esportivo – Coleção Linhares – Hemeroteca de Belo Horizonte – Estado de Minas (MG) – O Jornal (RJ)

Sobralense Foot-Ball Club – Sobral (CE): Fundado em 1920

O Sobralense Foot-Ball Club foi uma agremiação da cidade de Sobral, no interior do estado do Ceará, localizada entre duas grandes capitais: Fortaleza (a cerca de 244 quilômetros, 4ª maior capital do país) e Teresina (capital do Piauí, localizada a 363 quilômetros). A sua população é de 203.023 habitantes, segundo o censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2022.  

Na sexta-feira, do dia 9 de abril de 1920, foi fundado oficialmente o 1º clube de futebol da Princesa do Norte a surgir bem estruturado, com estatutos, diretoria e um considerável número de associados.

Breve História

Para a pequena e acanhada Sobral da época, aquele foi um fato inusitado. Surgia ali, além de um time de futebol, uma entidade socioesportiva que reunia a nata da sociedade local. Algo muito significativo e que até então somente acontecia nos grandes centros do país.

Os amigos Joaquim Demétrio de Sousa e José Adalberto de Freitas Filho foram os mentores da criação do clube. Eles, como adeptos e praticantes do futebol, estavam sempre a conversar e trocar ideias sobre o esporte que os empolgava.

Sonhavam dia e noite com a possibilidade de Sobral vir a ter não apenas mais um time, mas um clube de futebol na verdadeira acepção da palavra. Uma agremiação de peso, dotada de boa infraestrutura, parecida com a dos chamados grandes clubes do futebol brasileiro.

A troca de ideias nesse sentido teve início no final do ano de 1919 e foi aos poucos ganhando corpo até que um dia Demétrio e Freitas receberam a adesão de José Silvestre Saboia de Albuquerque. Um apoio significativo e que deu aos dois a certeza de ter chegado a hora de transformar em realidade o grande sonho.

Numa noite do mês de janeiro, numa última conversa a respeito do assunto, e aí já contando com a participação de Saboia, o trio decidiu que a partir daquele momento os três sairiam à cata de pessoas que desejassem aderir à ideia.

No dia seguinte cada um seguiu para um lado, na busca de simpatizantes da causa. Em pouco mais de uma semana, quando voltaram a se reunir para relatar o resultado da tarefa, surpreenderam-se: Haviam conseguido mais de 50 adesões.

Um número excepcional. Simplesmente maravilhoso! Superava em muito o que eles imaginavam. E mais do que isso. Além da quantidade, a qualidade dos candidatos era algo significativo.

Todos aqueles que responderam afirmativamente ao convite, eram pessoas de grande conceito nos meios empresarial, político e social. A partir daquele momento o trabalho desenvolvido por Demétrio, Freitas e Saboia passou a acontecer em ritmo acelerado.

O entusiasmo era tanto que a notícia sobre o surgimento da nova agremiação, de imediato, ganhou as ruas e as páginas dos jornais da cidade.  Na quarta-feira, do dia 14 de janeiro de 1920 o jornal A Lucta publicou matéria intitulada “Foot-Ball” informando o surgimento da equipe do Sobralense:

De iniciativa dos distinctos moços Joaquim Demetrio de Souza e José Adalberto de Freitas Filho vai ser fundado nesta cidade um club de foot-ball, coisa que já mais de uma vez tem sido aqui tentada sem nenhum resultado. Como actualmente a nossa população está quase cosmopolita, pode ser que desta vez a coisa vá”.

A notícia empolgou a cidade. Foi de tal forma significativa e porque não dizer impactante que, em pouco tempo, o número de interessados em fazer parte do quadro associativo do novo clube aumentou significativamente, superando, em muito, a expectativa.

Na edição da sexta-feira, do dia 23 de janeiro, a Lucta voltou a publicar outra matéria sobre a fundação do novo clube:

Está marcado para domingo, 25 de janeiro, às 11 horas da manhã, a primeira reunião desta sociedade, sendo para isto convidados todos os sócios que assinaram a lista de fundadores, a fim de eleger-se a directoria e tratar-se de mais interesses. A reunião será na casa do sr. José de Freitas Filho, à praça da Meruóca”.

Tendo em vista que o número de interessados em integrar o quadro associativo do novo clube era bastante expressivo, a reunião de fundação do Sobralense, que a princípio estava marcada para a residência de Freitas Filho, foi transferida para as dependências do Teatro São João e contou com a presença de mais de 50 pessoas, figuras importantes e de grande conceito nos meios sociais, empresariais e políticos da cidade.

Entre os presentes destacavam-se Plínio Pompeu de Sabóia Magalhães, José Silvestre Sabóia de Albuquerque, Everaldo Porto, Francisco Petronilho Gomes Coelho, Francisco Potiguara Frota, Antônio Joaquim Rodrigues de Almeida e José Pessoa de Andrade.

Aquele era um momento de muita alegria e entusiasmo. Afinal de contas estava surgindo na cidade uma agremiação que tinha o objetivo transformar o futebol da Princesa do Norte na grande força do interior cearense.

Nome escolhido

Coube a Joaquim Demétrio de Sousa abrir a reunião e dar boas-vindas a todos os presentes. Em seguida convidou o amigo Freitas a relatar em detalhes o motivo da reunião e o objetivo da mesma.

A explanação de Freitas foi convincente e, por isso mesmo, recebida com euforia por todos os presentes. Freitas aproveitou a oportunidade para anunciar o nome da agremiação: Sobralense Foot-Ball Club, o qual foi recebido com alegria e satisfação pelos presentes e aclamado com grande salva de palmas.

Diretoria Provisória

Na sequência, por sugestão do presidente da Assembleia Geral foi escolhido um grupo de pessoas para fazer parte da diretoria provisória, a qual tinha como objetivo elaborar os estatutos do clube. Os eleitos para compor a diretoria provisória foram:

Presidente – José Silvestre Sabóia de Albuquerque;

Vice-presidente – José Olavo Rodrigues da Frota;

1º Secretário – Carlos Quixadá Aragão;

2º Secretário – Antonio Joaquim Rodrigues de Almeida;

1º Tesoureiro – Francisco Potiguara da Frota;

2º Tesoureiro – Manoel Messias de Vasconcelos;

Diretor de Esportes – José de Freitas Filho.

Oficialmente o Sobralense foi fundado

Ainda, por determinação da Assembleia Geral, ficou definido que caberia à diretoria provisória a elaboração dos estatutos. Também foi marcada a data da Assembleia Geral para aprovação dos estatutos do clube.

No dia diferido, na sexta-feira, do dia 9 de abril, às 19 horas e 30 minutos, também nas dependências do Teatro São João, aconteceu a tão importante reunião que oficializou a fundação do mais novo clube de futebol de Princesa do Norte.

Tomaram parte da reunião de fundação do Sobralense Foot-Ball Club e foram considerados “sócios fundadores“, de conformidade com o Artigo 77 dos estatutos do clube, as seguintes 55 pessoas:

José Adalberto de Freitas Filho, Joaquim Demétrio de Souza, Waldemar Mello, Francisco Cavalcante Sobrinho, Raymundo Menezes, Benedicto Frota Neves, Francisco Lyra Pessoa, Joaquim Pereira Veras, Tasso Augusto da Fonseca, José Olavo Rodrigues da Frota, Orlando Gerardo Quixadá Rangel, Manoel Messias de Vasconcelos, Carlos Quixadá Aragão, José Quixadá Rangel, Manoel Liberato de Carvalho, Itamar Carneiro da Cunha, Diogo Honório Gomes Parente, Antonio Joaquim Rodrigues de Almeida, Manoel Victorino Brandão, João Nogueira Adeodato, Francisco das Chagas Sólon, Raul Horácio de Lima, Moacyr Mendes Carneiro, Francisco Potyguara da Frota, José Eduardo Cavalcante, Plínio Pompeu de Saboya Magalhães, José Barbosa de Paula Pessoa, José Pessoa de Andrade, Joaquim Lourenço França Cavalcante, Miguel Jorge, João Ribeiro Vasconcelos, José Silvestre Sabóia de Albuquerque, Felizardo Mendes, Antônio Quixadá Aragão, Francisco Petronilho Gomes Coelho, José Deusdedith Mendes, José Cândido Porphirio, Raymundo Ferreira Dias, François Lima Aguiar, Alderico Monte Parente, Humberto Monte Parente, João F. de Almeida Monte, Ruy de Almeida Monte, Oscar Monte Parente, José Lima, José Frota Portela, Everaldo Porto, José Busson, José Xerez, João Leopércio Soares, João Crescêncio Marinho, Antonio Porto e Trajano Cavalcante.

Primeira Diretoria

Na abertura dos trabalhos coube ao secretário Carlos Quixadá Aragão ler o estatuto da nova agremiação, aprovado por unanimidade. A seguir foi eleita a primeira diretoria para um mandato de 2 anos a qual ficou assim constituída: Presidente – José Silvestre Sabóia de Albuquerque;

Vice-presidente – Joaquim Demétrio de Souza;

1º Secretário – Carlos Quixadá Aragão;

2º Secretário – José Quixadá Rangel;

1º Tesoureiro – José Eduardo Cavalcante;

2º Tesoureiro – Manoel Messias de Vasconcellos;

Diretor de Esportes – José de Freitas Filho;

Orador oficial – Antonio Joaquim Rodrigues de Almeida.

Uniforme e o escudo

Ao aprovar os estatutos, os 55 sócios fundadores também escolheram as cores do uniforme oficial do clube; camisa tricolor, com listras horizontais nas cores verde, branco e grená; meias e calções brancos. Idêntico ao uniforme do Fluminense do Rio de Janeiro.

O emblema escolhido era uma cópia do escudo do tricolor carioca, clube pelo qual torcia o presidente e goleiro do clube, José Silvestre Sabóia de Albuquerque. Por ser líder nato, Freitas foi escolhido pelos companheiros, o capitão da equipe.

O Sobralense não dispunha de campo para “mandar” seus jogos. Utilizava o campo da Cruz das Almas, às margens da Lagoa da Fazendo, que pertencia ao América.

Um dos projetos da diretoria tricolor era a aquisição de um terreno para a construção da sede própria e do campo de jogo. Para tanto o estatuto determinava que 25% da mensalidade de cada associado fossem destinados a este setor. Na prática a ideia não chegou a vingar.

Primeiro jogo

O jogo de estreia do Sobralense aconteceu no domingo, do dia 23 de abril de 1920, na cidade de Ipu, contra um combinado local. O Sobralense para aquele confronto tomou emprestado, junto ao América, dois dos melhores jogadores do futebol sobralense: João Figueiredo e Moacyr Pinta, este último considerado o grande astro de futebol da Zona Norte do Ceará.

Tecnicamente o jogo não foi bom. Segundo o relato daqueles que acompanharam o confronto Ipu x Sobralense, o futebol apresentado pelas duas equipes foi fraco.

E o pior, foi violento e truncado, sobretudo por parte dos donos da casa. E tudo porque os locais tinham como objetivo impedir o sucesso da equipe visitante. A violência dos ipuenses amedrontou os jogadores do Sobralense impedindo-os de apresentar o seu melhor futebol.

Por esse motivo a equipe da Princesa do Norte saiu de campo derrotada por 2 a 0, segundo a opinião dos torcedores do tricolor. Houve também quem dissesse que o revés do Sobralense foi fruto do péssimo futebol apresentado pelo representante princezinho.

Alguns torcedores mais exaltados creditaram a derrota aos jogadores Freitas, que ao atrasar mal uma bola proporcionou ao jogador da equipe de Ipu abrir o placar; ao goleiro Sabóia, que teria tomado um gol fácil (um frango); e Pinta, por ter abandonado abruptamente o campo de jogo, revoltado com a violência dos adversários e com tudo o que acontecera, sob o olhar complacente do árbitro.

O Sobralense, formou com: Sabóia; Alderico e Horizonte; Felizardo, Lourival e Freitas; João Figueiredo, Itamar, Pinta, Albuquerque e Joanito. O banco de reservas foi composto por: Cinzentinho, Zé Cavalcante, Caetano, Zizinho, Miguel e Gerardo.

A debandada

A derrota para o Ipu causou grande transtorno dentro do clube. O goleiro Sabóia pediu demissão da presidência e do elenco, enquanto um grupo de sócio atletas, liderado por Freitas, desligou-se do quadro associativo.

Segundo os jornais da época, entre os quais A Lucta, um relativo número de associados, insatisfeitos com o tratamento dispensado pelo presidente do clube proibindo-os de participar dos jogos e até mesmo dos treinamentos da equipe, aproveitou o resultado negativo da equipe diante do combinado ipuense para pedir desligamento do quadro associativo, em caráter irrevogável.

Uma decisão drástica e que mexeu fortemente com a estrutura do clube. A partir daquele momento o tricolor sobralense não apenas perdia um considerável número de sócios contribuintes, mas também alguns de seus principais jogadores, em especial Freitas, um dos melhores jogadores da Zona Norte do Ceará, que se solidarizou com o grupo.

A briga entre a direção do clube e alguns associados ganhou as páginas dos jornais e culminou com a debandada de mais de 20 sócios, os quais imediatamente decidiram fundar nova agremiação, o Ceará Sport Club.

Sobralense e América, o grande clássico de Sobral, nos anos 20

Mesmo assim, o Sobralense continuou um clube forte e por isso mesmo o grande rival do América, que passou a constituir-se no grande clássico do futebol sobralense nos primeiros anos da década de 20.

Em Sobral, nos confrontos diretos contra as equipes locais, a estreia do Sobralense aconteceu exatamente contra o América. Naquele jogo, disputado no domingo, do dia 16 de maio, na presença de extraordinário público o Sobralense caiu diante do time americano por 1 a 0. O gol da vitória da equipe rubra foi marcado por Pinta.

No final do mês de maio de 1920, Sobralense e América voltaram a se enfrentar. O confronto, que fez parte das festividades de posse da diretoria do tricolor, aconteceu no campo da Lagoa da Fazenda e contou com a presença de grande público.

Foi um jogo cheio de surpresas. A primeira delas foi quando da resposta positiva do América ao “desafio” feito pelo Sobralense. Naquele momento o time rubro não tinha possibilidade de utilizar seus principais jogadores, em especial o astro Pinta.

Por outro lado, o Sobralense havia montado um “timaço“, composto por seus principais jogadores e alguns conseguidos por empréstimo junto a outros clubes coirmãos. Tudo isso fez com que o jogo despertasse grande interesse e desse ao tricolor certo favoritismo.

Nos primeiros movimentos do confronto deu para perceber que estavam certos aqueles que consideravam o Sobralense o grande favorito. O time tricolor iniciou o jogo com muita disposição e buscando sempre o ataque, com o intuito de chegar à vitória.

Era um time que sabia o que queria, dominava amplamente a partida, obrigando os americanos a se fecharem na defesa para impedir o sucesso do adversário. Ainda no primeiro tempo o Sobralense abriu a contagem, através de Itamar, numa jogada descrita pelo repórter de A Lucta como sendo cheia de lances inesperados: “aconteceu de tudo, caneladas, encontrões, choques e rasteiras, entre outras coisas”.

O gol do Sobralense entusiasmou ainda mais a torcida aristocrática e emudeceu os adeptos do América. E mais do que isso, fez diminuir o ânimo dos jogadores rubros que sentiram não ser aquele um grande momento.

O jogo prosseguia favorável ao Sobralense e rumando para o final, quando em dado momento uma bola chutada pelo ataque do América contra a meta do Sobralense, foi para a linha de fundo dando a impressão de ter entrado no gol.

Naquela época em Sobral ainda não se usava redes nas traves e daí criou-se grande confusão.

O suficiente para que a torcida do América, indignada com o resultado desfavorável, invadisse o campo comemorando o gol de empate. A invasão impediu o prosseguimento do jogo, obrigando o árbitro a dar por encerrado o confronto. O repórter de A Lucta escreveu o seguinte sobre o acontecido:

do que vimos e ouvimos, só podemos dizer é que o goal contestado não foi feito efectivamente e que o score foi de 1 a 0 para o Sobralense”.

Depois do revés sofrido diante do Ipu quando da 1ª apresentação da equipe fora de Sobral, o Sobralense levou algum tempo para realizar jogos em outros municípios.

Seus diretores decidiram reformular a equipe e dotá-la de jogadores de melhor qualidade técnica. Feito isso, já no segundo semestre daquele ano, o clube acertou dois jogos contra o Payssandu, de Massapê.

O primeiro, em Massapê, disputado no dia 3 de outubro, terminou empatado em 0 a 0, e o segundo, em Sobral, no dia 24 do mesmo mês, apontou a vitória do Sobralense por 1 a 0, tendo Itamar marcado o gol do time sobralense.

No jogo em Sobral, os massapeenses, que na noite anterior foram recepcionados com um banquete nos salões do Grêmio Recreativo, deixaram o campo reclamando da arbitragem de José Silvestre Sabóia, que teria deixado os jogadores do Sobralense abusar da violência.

Naquele confronto, disputado no campo do Jockey Club, os times jogaram com estas formações:

Sobralense – Carlos Demétrio; Farias I e Freitas; França, Alderico e Farias II; Gerardo, Eloy, Zezé, Adeodato e Itamar.

Payssandu – Moacyr; Juquinha e Baptista; Ricardo, Tupă e Horizonte; Tobias, Zé Gonçalves, Zé Lopes, Bento e Iran.

Os resultados obtidos pelo Sobralense diante do Payssandu, de Massapê, fizeram com que os dirigentes do Brazil, de Camocim, equipe fundada no dia 7 de setembro de 1920, oficializasse um convite ao tricolor da Princesa do Norte para um amistoso naquela cidade litorânea, no dia 17 de novembro, por ocasião da inauguração do campo da mais nova agremiação do futebol da Zona Norte do Ceará.

O Sobralense aceitou o desafio e foi a Camocim, saindo de lá com um resultado satisfatório, já que havia empatado em 1 a 1 com a equipe anfitriã. Além do resultado, também os integrantes do Sobralense voltaram maravilhados com a recepção oferecida pelos camocinenses.

Aliás, naquela época, a troca de gentilezas entre as agremiações era algo que não poderia faltar. Quando da chegada das equipes visitantes estes eram recepcionados com festas na estação ferroviária e homenageados com um banquete, sempre. Era um item obrigatório no programa de recepção dos visitantes.

Colaborou: Fabiano Batista

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

FONTES: Livro “Do São Cristóvão ao Guarany – A História do Futebol Sobralense”, de Firmino Dias Lopes – A Lucta (CE)

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Sete de Setembro F.C., do Leblon – Rio de Janeiro (RJ): Nove edições do Departamento Autônimo, nos anos 60

Por Sérgio Mello

O Sete de Setembro Futebol Clube foi uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). O “Rubro-AnilFoi fundado na segunda-feira, do dia 07 de Setembro de 1942 (Dia da Independência). A 1ª Diretoria foi constituída com os seguintes membros:

Presidente – Manuel Pereira;

Vice-presidente – José Romeu;

Secretário – Gerson Cardoso;

Tesoureiro – Agenor Palhares;

Diretor de Esportes – Dinorá Garcia;

Diretor Social – José Paula de Jesus;

Diretor de Património – Henrique Gomes da Silva.

Fachada da sede do Sete de Setembro F. C., na Avenida Afrânio de Melo Franco, no Leblon. Sobre a porta está o letreiro luminoso com o nome do clube.

Sede social inaugurada em 1954

A sua Sede social {avaliada em 1967, em NCr$ 20.000,00 (vinte mil cruzeiros novos)}, ficava localizado na Avenida Afrânio de Melo Franco, nº 345, na Favela da Praia do Pinto, no bairro do Leblon, na Zona Sul do Rio/RJ.

Foi inaugurada na noite de sábado, do dia 4 de dezembro de 1954, graças ao entusiasmo e a dedicação dos seus antigos associados, dentre eles: Manoel Pereira, José de Almeida Neto, Mário Correia, Djalma Dutra, Manoel Julião, Wilson Palhares, José Custódio, Celso Maltes, Sebastião Jonas e Felix Domingues.

Para comemorar o grande acontecimento, a diretoria organizou um programa que constará de sessão solene, às 20 horas e 30 minutos, sendo inicialmente feita a benção pelo Padre Campos Góis, vigário da matriz de São Judas Tadeu.

A seguir, tomou posse a nova diretoria e, após serão entregues os títulos honoríficos e dos benfeitores do tradicional e vitorioso clube.

Após a solenidade, que contou com a presença de várias autoridades esportivas, aconteceu o grande baile de gala. O Sete de Setembro, em sinal de gratidão, entregou os títulos de sócios beneméritos ao nosso colega da Televisão Tupi, José Maria Scassa; aos desportistas Antônio Avelar, Álvaro da Costa Melo, Adriano Rodrigues, João Assis, Silvio Pacheco, Ariosto Semeraro, Antônio Moreira Leite, Carlos Alberto Del Castillo e Manoel Pereira, os quais, com valiosas doações, contribuíram para a construção de uma sede confortável.

Além do futebol, o clube oferecia ao associado: Bailes, jogos de salão, cinema e excursões. O seu uniforme era: camisa azul, com gola e punhos vermelhos. Calções vermelhos.

Quer jogar? É só ligar!

No ano de 1949, saíram algumas notas, onde o Sete comunicava que para quem desejasse enfrentá-los, deveriam entrar em contato pelo telefone: 27-5601, e falar com o Sr. Gesny Cardoso ou Néca, das 17 às 20 horas.

Triunfos na excursão à Rio Bonito/RJ

No domingo, do dia 1º de Maio de 1949, na cidade fluminense de Rio Bonito, o encontro entre o Sete de Setembro F. C. versus o Motorista F. C. daquela localidade. Chefiados pelo veterano Néca, o clube carioca, desde a sua chegada pela manhã, foi logo cercado de inúmeras gentilezas pelos desportistas locais.

À tarde, antes do início da partida, no centro do gramado, foram trocadas as flâmulas dos clubes. Na partida principal, entre os primeiros quadros do grêmio do Leblon e do Motorista, promotor da excursão, ο team praiano, exibindo-se com maior destaque, conquistou brilhante vitória sobre a valente equipe do Motorista, que ofereceu enorme resistência para ser vencida por 2 a 0. Os gols foram assinalados por Batista e Jair.

O Primeiro Quadros do Sete, atuou com a seguinte formação: Fifito; Horácio e Mineiro; Alaor, Grita e Caboclo; Jair, Izidro, Baiano, Bibinha e Batista.

Motorista: Saquarema; Nem e Vavá; Paulo, Ademar e Brandão; Baiano, Waldir, Bombo, Cabeleira e Melquiades.

O segundo team do Sete, também venceu por 3 a 1, e jogou da seguinte maneira: Wilson; Jagunço e José; Herminho, Gesmi e Cachoeira; Zeca, Nilton, Constantino, Padeiro e Paraíba.

Sete x Céres de Bangu

Na segunda-feira, do dia 04 de julho de 1955, o Sete de Setembro enfrentou o Céres, em Bangu. O quadro principal jogou: Fifito; Bibinha e Brôa (Caboco); Getúlio, Tizil e Raimundo (Luiz); Djalma; Jair, Flávio (Baiano), Tião (Vandinho) e Joãozinho. Segundo Quadro formou: Edgard (Graça); Mário e Walter; Jagunço, Cláudio e Sérgio; Carlinhos, Milton, Norival, Murilo e Batista.

Número de sócios e subvenção

Em 1967, o Sete contava com 500 sócios, entre contribuintes e atletas, no valor mensal de NCr$ 2,00 (dois cruzeiros novos). Nome do sócio n.º 1 foi Wilson Palhares Marinho. O clube contava com as categorias: Amador, Aspirante, Infanto-juvenil e Juvenil.

Entre 1942 a 1960, o clube era subvencionado (recebia um incentivo governamental). Quando a capital passou para Brasília a subvenção foi suspensa até 1967, quando voltou a receber a verba.

Seu Zezinho é eleito presidente

Na terça-feira, do dia 15 de agosto de 1961, foi eleito para presidente do Sete de Setembro, o sr. José de Almeida Netto (Zezinho). Para vice-presidente, foi eleito o sr. Nelson Campos da Silveira.

A chapa vitoriosa denominada “velha guarda“, que lutou pela volta do seu ex-presidente o sr. José de Almeida Netto, já presidiu o clube por mais de duas vezes contou com o apoio e o prestigio das figuras mais tradicionais da simpática agremiação:

os veteranos: Néca, Zé Cavaquinho, Izidin, Henrique, Neis Nascimento, Prego, Manuel Julião, Antônio Chagas e Tininho. Além dos atletas: Flávio, Vandinho, Djalma, Beleza, Nilton, Tião Naval, Nelson Borges, Fifito, Raimundo, Getúlio, Jagunço, Amaro, Arlindo e Dario. E das associadas: Zizita, Nail e Sebastiana.

Títulos do Sete de Setembro

Campeão invicto da Copa “A Manhã”: 1947;

Campeão da Série Zona Sul do Torneio Octacílio Rezende: 1948;

Campeão da Série Zona Sul do Torneio promovido pelo jornal “A Manhã”: 1949;

Vice-campeão do Torneio promovido pelo jornal “A Manhã”: 1949;

Tricampeão Amador e Aspirante do Campeonato da Liga Esportiva da Zona Sul: 1955, 1956 e 1957;

Bicampeão da Disciplina do Departamento Autônomo: 1964 e 1965.

Craque Adílio

Adílio foi o principal craque revelado

O Sete de Setembro Futebol Clube já alguns craques: Valdemar (Vasco da Gama), Norival (Campo Grande); Domingos (São Cristóvão); Caboclo e Louro (Portuguesa Carioca).

O principal nome revelado pelo Sete foi, sem dúvidas, Adílio de Oliveira Gonçalves, o Adílio, filho do Sr. Sebastião Peixoto Gonçalves e Laíde de Oliveira. Em 1964, com apenas 7 anos, jogava pelo Sete quando enfrentou o Clube de Regatas Flamengo.

Apesar do seu time ter sido goleado por 5 a 1, Adílio foi o destaque do Sete. Após a partida, o menino bom de bola foi chamado para ficar na Escolinha do Flamengo. Adílio relembrou a emoção: “Puxa, que alegria eu senti”, revelou.

Como o “Rubro-Anil” não contava com um campo próprio, mandava os seus jogos no campo do Marilis Futebol Clube, situado no bairro do Caju, na Zona Norte do Rio/RJ.

Disputou nove edições do Departamento Autônomo

Na quarta-feira, do dia 10 de fevereiro de 1960, o Sete de Setembro ingressou no Departamento Autônomo (DA), da Federação Metropolitana de Football (FMF). O clube disputou nove edições do DA: 1960, 1961 (Série Fedders), 1962 (Série Moacir Pereira), 1963 (Série Durval Figueiredo), 1964 (Série Almir dos Santos), 1965 (Série Eudomílio Dultra), 1966 (Série Sami Jorge) e 1968 (Série Deputado Vitorino James) e 1969 (Série CND).

Em 1967, o Sete se afastou das competições de futebol do Departamento Autônomo. Para poder atender outros setores do clube, seus dirigentes preferiram ficar pelo menos duas temporadas de fora.

Para a temporada de 1968, o clube contava número de 28 jogadores (Amadores e Aspirantes) para jogar o Departamento Autônomo: Juca, Gilson, Irênio, Nilo, Antônio, Armando, Mosquito, Miltinho, 28, Acl, Sebastião, Padeirinho, Adilson, João Batista, Biú, Moacir, Carlos Maia.

Diretoria de 1967

Presidente – Arlindo Barbosa Estêves; Vice-presidente – Nélson Campos da Silveira; Secretário – Gessi Barbosa da Silva; 2º Secretário – Luís Carlos Pedreira; Tesoureiro – Celso Maltez; 1º Diretor de Esportes – José Custódio; 2º Diretor de Esportes – Sebastião Pitz.

Algumas formações:

Time base de 1946: Athayde; Zé Bode e Toti; Félix, Carlos e Bonito; Hilário, Caboco, Romeu, Jesmes e Padeirinho.

Time base de 1947: Francisco; Quinha e Navalha; Tião, Grita e Bonitão; Papeti (Jair), Geraldo, Baianinho, Izidro e Jesmes.

Time base de 1948: Pomba; Horácio e Mineiro; Noberto, Frank e Agenor; Padeirinho, Egídio, Jair, Leleu (Baiano) e Batista (Bibinha).

Time base (1º Quadros) de 1949: Fifito (Jorge); Horácio e Mineiro; Alaor (Cachoeiro), Grita (Tião) e Caboclo; Jair, Izidro (Carango), Baiano, Bibinha (Bill) e Batista (Gesny).

Time base (2º Quadros) de 1949: Wilson; Jagunço e José; Herminho, Gesmi e Cachoeira; Zeca, Nilton, Constantino, Padeiro e Paraíba.

Time base (1º Quadros) de 1950: Fifito; Jesmes II e Mineiro (Ermínio); Caboclo, Grita e Jesmes I; Jair (Nelson), Baiano (Nilton), Izidro (Bill), Geraldo (Tião) e Bibinha (Batista).

Time base (2º Quadros) de 1950: Beleza (Gonçalo); Raimundo (Jagunço) e Zé Martins (Zé Waldemar); Roberto (Telço), Júlio (Barba Russa) e Sarrafo (Djalma); Luiz, Caxoeira (Baiano II), Zeca, Oswaldo (Padeiro) e Gesny.

Time base (1º Quadros) de 1955: Fifito; Bibinha e Broa (Caboco); Getúlio, Tizil e Raimundo (Luiz); Djalma; Jair, Flávio (Baiano), Tião (Vandinho) e Joãozinho.

Time base (2º Quadros) de 1955: Edgard (Graça); Mário e Walter; Jagunço, Cláudio e Sérgio; Carlinhos, Milton, Norival, Murilo e Batista.

Time base de 1962: Fico; Álvaro e Campista; Antônio, Nilo e Meton; Naval, Djalma, Batista, Bimba e Nilton.

Time base de 1963: Joca (Adão); Jorge (Renato) e Tiziu; Irênio, Nilo (Miltinho) e Mesquita (Reinaldo); Armando, Antônio (Mosquito), César (Alcir), Alceu e Antenor.

Time base de 1965: Osvaldo (Baianinho); Luís Carlos (Brás), Baiano, Miltinho e Didinho (Nilo); Tiziu (Pereira) e Paulinho (Antônio); Sérgio (Cutico), Armando (Piauí), Nelson (Dunga ou 28) e Wilson (Sebastião).

Time base de 1966: Adão; Jorge (Gil ou Zé Carlos), Luís (Coca ou Brás), Miltinho (Hugo) e Antena (Serginho); Paulinho (Tiana ou Mosquito) e João Batista (Toninho); Zaldo (Miguel), Rocinho (Antônio), Hércules (Antenor) e Tônio (Jurandir). Técnico: Sebastião.

Time base de 1968: Naval; Paulinho, Hugo, Luís Carlos e Nilo (Hamilton); Nei e João; Antônio, Ari (Armando), Luizinho e Antenor.

Incêndio na Favela da Praia do Pinto abalou o clube

Localizada em uma das áreas mais valorizadas da cidade, a Favela da Praia do Pinto se tornou alvo prioritário da campanha de erradicar de favelas que era movida então pelo governo do estado da Guanabara.

Na madrugada do domingo, do dia 11 de maio de 1969, enquanto se realizavam os preparativos para a remoção dos moradores para outros bairros, ocorreu um Incêndio que destruiu mil barracos e deixou mais de 9 mil pessoas desabrigadas (na época, a favela abrigava 15 mil habitantes).

O incêndio acelerou os trabalhos de remoção da população para Conjuntos Habitacionais em Cordovil, Cidade de Deus, Cruzada São Sebastião e para abrigos da Fundação Leão XIII. E, por tabela colocou um ponto final para o Sete de Setembro Futebol Clube.

Apesar de perder a sede, o Sete de Setembro lutou e ainda disputou o Departamento Autônomo (DA) de 1969. No final, terminou na última colocação da Série CND. A partir daí o clube não resistiu e acabou desaparecendo em definitivo.

ARTE: desenho do uniforme – Sérgio Mello

FOTOS: O Globo Sportivo (RJ) – Correio da Manhã (RJ)

FONTES: A Manhã (RJ) – Correio da Manhã (RJ) – Jornal dos Sports (RJ) – O Globo Sportivo (RJ) – Rio Memorias

Escudo Inédito de 1920!!! Clube Atlético Mineiro – Belo Horizonte (MG)

Por Sérgio Mello

O Club Athletico Mineiro (atual: Clube Atlético Mineiro) é uma agremiação da cidade de Belo Horizonte (MG). A Sede administrativa fica localizada na Avenida Olegário Maciel, nº 1516, no bairro de Lourdes, em Belo Horizonte/MG.

A Sede do Galo fica na Rua Bernardo Guimarães, nº 2.300, no Lourdes, em Belo Horizonte/MG. A Cidade do Galo está situado na Rodovia MG 424, s/n, no Jardim da Glória, em Vespasiano/ MG. Já o palco para os jogos é a Arena MRV (Capacidade para 46 mil pessoas), que fica na Rua Cristina Maria de Assis, nº 202, no bairro Califórnia, em Belo Horizonte/MG.

Breve história do Galão da Massa

O começo do Século XX, o “futebol bretão” em Belo Horizonte, rapidamente ganhou o interesse, principalmente, dos alunos. Assim, foi Fundado na quarta-feira, do dia 25 de Março de 1908, por um grupo de rapazes liderados por Margival Mendes Leal, Mário Toledo, Raul Fracarolli e Augusto Soares, todos mataram aula de manhã e, se reuniram no coreto, sob as árvores do Parque Municipal.

Dessa forma era criado o Atlético Mineiro Futebol Clube, herdado o nome do outro Athlético, que já não mais existia.

Participaram do célebre encontro: Margival Mendes Leal, Sinval Moreira, Mário Neves, Raul e Hugo Fracarolli, Mário Lott, Carlos Maciel, Eurico Catão, João Barbosa Sobrinho, Aleixanor Alves Pereira, Antunes Filho, Mário Toledo, José Soares Alves, Horácio Machado, Augusto Soares, Humberto Moreira, Júlio Menezes Melo e Benjamim Moss Filho.

Outros, que não puderam comparecer à reunião, tão logo souberam da fundação do clube aderiram à ideia: Francisco Monteiro, Jorge Dias Pena e Mauro Brochado.

Primeira Sede

A 1ª Sede, lembra Mário Lott, um dos fundadores, localizou-se em pequeno espaço de um porão da casa onde residia Vate (Margival Mendes Leal), à Rua Goiás, nos fundos do antigo Palácio da Justiça.

Ali se discutiam os problemas e as providências para que o clube tomasse impulso. Uma dessas dificuldades mais sérias para enfrentar a realidade: conseguir a bola.

1ª Torcida Feminina no Brasil

O grupo cresceu e o ponto de encontro era na Rua Guajajaras, nº 317, onde morava dona Alice Neves, mãe do fundador Mario Neves. Dona Alice tornou-se a madrinha do novo clube, participando ativamente e criando a 1ª torcida feminina de futebol no Brasil.

A 1ª bola veio da França

Lembrou-se então que Ninico Antunes (Antônio Antunes Filho) enviava besouros e outros bichinhos para um seu amigo que residia na França, o qual lhe creditava as importâncias correspondentes às remessas feitas.

Aí estava a solução para o sério problema: Ninico pediria ao seu amigo que lhe mandasse uma bola em troca do seu crédito. E isso foi feito. Para a alegria dos atleticanos, a bola chegou da França. Era uma bola de número 3 e custou, àquela época, 11 mil réis.

Os Primeiros Dez Sócios

Os seus primeiros sócios do Atlético Mineiro Futebol Clube e suas respectivas funções:

1Mário Lott, 23 anosestudante6Salesiano Lara, 17 anosfuncionário público
2Mário Neves, 23 anosfuncionário público7Alfredo C. Lima Júnior, 20 anoscomerciário
3Antônio Antunes Filho, 20 anosfuncionário público8Jorge Dias Penna, 20 anosfuncionário público
4Sinval Moreira da Silva, 23 anosfuncionário público9Gino Panicali, 20 anosfuncionário público
5Eurico Catão, 23 anosfarmacêutico10Rodrigo Melo Franco, 20 anosestudante

Em 1908 o Galo só realizou treinos

Após a sua fundação em 1908, o Athletico não disputou nenhum jogo. Suas atividades resumiam-se em treinos, dos quais participavam entre outros, os jovens atletas: Jorge Pena, Oscar Maciel, Enrico Catão, Mauro Brochado, Leônidas Fulgência, Raul Fracarolli, Mário Neves, Francisco Monteiro, Mário Lott, Margival Mendes Leal, Horácio Machado, Artur Pinto, Carlos Maciel e Benjamim Moss.

Primeira Diretoria do Galo

Foi constituída a 1ª Diretoria, sem contenda, os seguintes membros:

Presidente – Margival Mendes;

Secretário – Mário Lott;

Thesoureiro – Eurico Catão.

Primeiro jogo e primeira vitória

A primeira formação do time era o seguinte: Eurico; Mauro e Leônidas; Raul, Mário Toledo e Hugo; Francisco, Mário Lott, Marginal, Horácio e Benjamim. Técnico: Chico Neto.

Para a estreia oficial do Atlético, aconteceu no domingo, do dia 21 de março de 1909, contra o Sport Club. Para esse jogo, o treinador Chico Neto fez três alterações no ataque: Mário Neves no lugar de Francisco, Aníbal Machado no de Mário Lott e Zeca Alves no de Horácio.

O técnico Mário Neves mostrou ser ‘pé quente’, pois a vitória pelo placar de 3 a 0, contou com os gols o trio: Aníbal Machado, Zeca Alves e Mário Neves, no campo do Sport (onde hoje fica a Secretaria da Agricultura, ao lado da estação rodoviária), ficou lotado.

As duas equipes voltaram a se enfrentar outras duas vezes: 2 a 0 e 4 a 0, ambos os triunfos conquistados pelo Galo. Nesses encontros mais de 3 mil pessoas compareceram para assistir os jogos.

Esses três revés do Sport Club acabaram decretando a sua extinção. Com isso, boa parte dos seus integrantes ingressaram no quadro atleticano, tornando-o mais forte ainda.

É bom ressaltar, que o Atlético Mineiro Futebol Clube surgiu forte no cenário esportivo da cidade. Tanto é verdade que a primeira derrota demorou cerca de três anos para acontecer.

1ª derrota só aconteceu em 1912

No domingo, no dia 12 de maio de 1912, o Galo acabou perdendo para o Instituto Granbery, de Juiz de Fora, por 5 a 1. Os atleticanos pediram revanche e no sábado, do dia 7 de setembro de 1912, voltaram a se enfrentaram.Porém, o Instituto Granbery voltou a derrotar o Athletico, pelo placar de 3 a 0, em Juiz de Fora/MG.

As derrotas em nada alteraram a vida do clube, que tratou de formar sua infraestrutura e ganhou da Prefeitura um terreno para construir seu campo e sede.

Ficava na Rua Guajajaras, entre a São Paulo e a Curitiba. Limparam o terreno, taparam os buracos e fincaram as traves. O travessão era uma corda esticada, o gramado tinha tamanho irregular, mas ficou assim mesmo.

Nos primeiros dias, roubaram as traves. Margival não gostou e achou melhor escolher outro local. Conseguiu trocar a área de Guajajaras por um quarteirão na Avenida Paraopeba (hoje, Augusto de Lima), entre as ruas Curitiba e Santa Catarina.

Mas ali também não durou: o governo do Estado, que também estava-se organizando, requisitou o terreno para a construção da Secretaria da Educação (hoje, Minascentro) e o Athlético passou então a ocupar o campo que foi do Sport Club, ao lado da estação rodoviária.

Clube altera o nome em 1913

Na noite de terça-feira, do dia 25 de março de 1913, foi realizado Assembleia Geral, em que os sócios e diretores do Atlético Mineiro Futebol Clube decidiram mudar o seu nome para Club Athletico Mineiro.

E foi com sua nova e importante personalidade que o time disputou o primeiro torneio interclubes, organizado pela recém-fundada Liga de Futebol de Belo Horizonte.

Primeiro troféu

O vencedor receberia o rico troféu “Taça Bueno Brandão”, em homenagem ao então Governador do Estado de Minas. Os jogos tiveram os seguintes resultados:

05/07/1914Athletico2X0Yale
12/07/1914Athletico3X0América
19/07/1914Athletico0X0Yale
02/08/1914Athletico1X0América
16/08/1914Athletico2X0Comb. América/Yale

O Athletico foi o campeão invicto do torneio. Disputou cinco jogos, somando 9 pontos: foram quatro vitórias e um empate; marcando oito gols sem sofrer nenhum tento. Era o primeiro título conquistado. Outros viriam, bem maiores, em grande número, consagrando o maior clube de Minas Gerais.

O 1º título do Campeonato Mineiro

Na quinta-feira, do dia 28 de janeiro de 1915, foi fundada a LMEA (Liga Mineira de Esportes Atléticos), que nesse mesmo ano organizou o 1º Campeonato da cidade de Belo Horizonte.

A capital contava com cinco equipes de futebol inscritas para o importante certame: Club Athletico Mineiro, América Football Club, Yale Athletico Club,  Club de Sports Hygienicos e Sport Club Christovam Colombo.

As partidas foram realizadas em turno e returno, e coube ao Club Athletico Mineiro a conquista do 1º título de campeão do estado. A campanha teve os seguintes resultados:

1° TURNO

11/07/1915Athletico5X0Yale
25/07/1915Athletico2X2América
29/08/1915Athletico4X0Hygienicos
05/09/1915Athletico0X1Christovam  Colombo

2° TURNO

12/09/1915AthleticoWOXHygienicos *
26/09/1915Athletico3X1Yale
03/10/1915Athletico2X1América**
24/10/1915Athletico4X0Christovam  Colombo
* O Higiênicos não compareceu ao jogo e perdeu os pontos. 
** O América deixou o campo aos cinco minutos do 2° tempo.


Foram, oito jogos, com seis vitórias, um empate e uma derrota; marcou 20 gols, sofreu cinco e um saldo de 15. O artilheiro do Galo foi Meireles com 7 gols, Matos com 5 gols, Paula Dias com 3 gols, Morethzon, Curthbert, Guimarães, Lé e Rose, com 1 gol cada.

Os primeiros campeões de Belo Horizonte pelo Club Athletico Mineiro: Ferreira, Morethzon, Leon, Sigaud, Lé, Testi, Paula Dias, Lott, Meireles, Matos, Rose, Curthbert, Guimarães, Coutinho e Guido.

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

FOTOS: Sport Ilustrado (RJ)

Documento: Acervo da família Starling

Colaboraram: Fabiano Rosa Campos – Vitor Dias – Rodrigo S. Oliveira

FONTES: Galo Digital – site do clube