O Esporte Clube Operário foi uma agremiação da cidade de Cabo Frio (RJ). Sediado na Rua Jorge Lóssio, s/n, no bairro Vila Nova, foi Fundado na 1ª quinzena de Fevereiro de 1962, pelos desportistas Aldir José de Sousa, então presidente do Sindicato na Extração de Sal, e também 1º suplente vereador pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro) e por Corrêa, o ‘Leão’, diretor do Sindicato dos Estivadores.
No começo, a modesta agremiação possuía uma pequena Sede na Rua Teixeira e Souza, s/n, no bairro Vila Nova. Uma curiosidade é que o ex-jogador Alair Corrêa ganhou notoriedade na cidade ao se eleger por três vezes como Prefeito de Cabo Frio (1º/02/1983 a 31/12/1988 – 1º/01/1997 a 31/12/2000 – 1º/01/2013 a 31/12/2016).
O diretor do Operário foi o Sr. Lecy Gomes da Costa, que anos depois foi homenageado pelo então prefeito Alair Corrêa, que colocou o seu nome na rua, onde está a Igreja Católica e o São Cristóvão Futebol Clube: Rua Lecy Gomes da Costa.
O time base era constituído por: Charlinhos; Cícero, Elialdo e Nininho; Luiz de Nilo e Alair Corrêa, Geroninho, Josias e Leley de Braguilha. A 1ª Diretoria foi formada pelos seguintes membros:
Presidente – Aldir José de Sousa;
Vice-Presidente – Lecy Gomes da Costa;
1º Secretário – Geraldo de Azevedo;
2º Secretário – Clébio Gomes;
1º Tesoureiro – Alencar Soares;
2º Tesoureiro – Osvaldo Gomes Cordeiro.
Em seguida, o presidente da Liga Cabofriense de Desportos (LCD), Danclars José de Souza, em caráter experimental, filiou o Esporte Clube Operário e Palmeirinha Futebol Clube. O dirigente também solicitou junto a Federação Fluminense de Desportos (FFD), a homologação da filiação definitiva dos clubes Perynas e Manguinhos.
O Operário debutou no certame, quando disputou o Torneio Início Cabofrense, organizado pela LCD. A competição foi realizada em dois domingos, nos dias 05 e 12 de Agosto de 1962, no Estádio Municipal.
No regulamento, informava que os jogos seriam disputados em 20 minutos cada, e, que a exceção seria na grande final, onde a partida teria 60 minutos para definir o campeão.
Na sua estreia, o Operário encarou um adversário duro: o Arraial. Após o empate em 1 a 1, a equipe avançou nos pênaltis por 3 a 0, com os gols de Hermes e Aluísio.
1ª FASE
Tamoyo | 0 (1) | X | 0 (3) | Unidos de Manguinhos | Árbitro: José da Silva Santos |
Tupi | 1 (3) | X | 1 (2) | Perynas | Árbitro: Jovino Tavares de Almeida |
Arraial | 1 (0) | X | 1 (3) | Operário | Árbitro: Othon Marques Cardoso |
Sergipe | 0 | X | 1 | AA Cabofriense | Árbitro: Othon Marques Cardoso |
2ª FASE
Guarani | 0 (3) | X | 0 (0) | Unidos de Manguinhos | Árbitro: Gabriel Ramos Filho |
SEMIFINAL
Tupi | 0 (3) | X | 0 (2) | Operário | Árbitro: José da Silva Santos |
Cabofriense | 0 (3) | X | 0 (0) | Guarani | Árbitro: Othon Marques Cardoso |
FINAL
Tupi | 0 | X | 4 | AA Cabofriense | Árbitro: Gabriel Ramos Filho |
, Os gols foram assinalados por Carlinhos, Aguinaldo, Zé Carlos e Cinho. O jogo suspenso aos 8 minutos por falta de luz natural. Assim, os 52 minutos restantes foi completada uma semana depois (12/08), no Estádio Municipal.
Depois, o Operário estreou no Campeonato Citadino de Cabo Frio de 1962, organizado pela Liga Cabofriense de Desportos (LCD), onde surpreendeu a todos, conquistando o título de forma invicta.
O Campeonato Cabofriense de futebol foi disputado com mais de um ano de atraso, só terminando no final de dezembro de 1963. E, mesmo assim, por que a LCD fez com jogos eliminatórios, a fim de definir o campeão antes do final do ano.
O atraso foi em razão da realização do Campeonato Fluminense, deixando o Campeonato de Cabo Frio bastante espremido. No final, o Operário faturou o título com duas vitórias e dois empates (vencendo nos pênaltis), marcando três gols, sem sofrer nenhum tento.
Campanha:
Operário | 2 | X | 0 | Tamoyo | Gols: Aloísio, duas vezes. |
Operário | 0 (3) | X | 0 (2) | AA Cabofriense | Gols: Braguinha. |
lOperário | 0 (3) | X | 0 (0) | Unidos de Manguinhos | Gols: Braguinha. |
Operário | 1 | X | 0 | Perynas | Gols: Josimar, na prorrogação. |
O Esporte Clube Operário contou com os seguintes jogadores: Alair, Aloísio, Arizio, Braguinha, Chico, Ileando, Jeronimo, Josimar, Luiz, Nininho, Orclino, Scharles e Sidney.
A inédita conquista deu ao Operário o direito de disputar o Campeonato Fluminense de Campeões Municipais, em 1964, organizado pela Federação Fluminense de Desportos (FFD).
A lista dos clubes inscritos chegou a um total de 19 clubes:
América Futebol Clube (Três Rios);
Associação Atlética Piauí (Fábrica Nacional de Motores – Duque de Caxias);
Bacaxá Futebol Clube (Saquarema);
Cantagalo Esporte Clube (Cantagalo);
Clube dos Coroados (Valença);
Clube Esportivo Mauá (São Gonçalo);
Esporte Clube Metalúrgico (São Gonçalo);
Esporte Clube Operário (Cabo Frio);
Esporte Clube São Bento (Angra dos Reis);
Estrela Dalva (Nilópolis);
Flamengo Futebol Clube (Macaé);
Guarany Futebol Clube (Magé);
Mangueira Futebol Clube (Paraíba do Sul);
Nacional Futebol Clube (Duque de Caxias);
Royal Sport Club (Barra do Piraí);
São José Atlético Clube (Cachoeiras de Macacu);
São Pedro Futebol Clube (São João de Meriti);
Tanguá Futebol Clube (Rio Bonito);
Tupy Futebol Clube (Paracambi);
Desistência e exclusão
No entanto, antes do início da competição, o Mauá de São Gonçalo desistiu de participar. Porém, o maior “mico” ficou por conta do Clube dos Coroados, de Valença.
Após ter a sua inscrição aceita, dias antes de estrear, a Federação de Fluminense de Desportos descobriu que o clube não foi campeão de Valença no anterior, o que impossibilitou a sua participação no torneio. Um erro grotesco da FFD!
A estreia aconteceu no domingo, do dia 08 de março de 1964, quando o Operário acabou derrotado pelo Bacaxá, de Saquarema, pelo placar de 3 a 1, no Estádio Municipal, em Cabo Frio. No final, o time não fez uma boa campanha, mas ficou a lembrança de uma temporada inesquecível.
Colaborou: Gerson Rodrigues
FOTOS: Acervo de José Francisco de Moura, ‘Profº Chicão
FONTES: Jornal Última Hora (RJ) – Gazeta da Baixada (RJ) – José Francisco de Moura, ‘Profº Chicão