Antecedentes
O Brasil em 1972 vivia sob o regime militar, liderado pelo então presidente Médici. No campo esportivo e, porque não, no campo político, a Seleção Brasileira, Tricampeã em 1970 era um motivo de orgulho para a nação.
Naquele ano de 72, o técnico Zagallo convocou a seleção canarinho para a Taça Independência, em comemoração aos 150 anos de emancipação do País.
Na convocação, Zagallo não chamou nenhum jogador do Rio Grande do Sul, quando era esperada a convocação do jogador do Grêmio, o tricampeão Everaldo e do centroavante Claudiomiro, que vivia uma grande fase no Internacional.
A discussão não era com relação aos jogadores de Rio e São Paulo, pois, sem sombra de dúvida, tinham o melhor futebol do país na época. A celeuma era no que condizia à convocação dos jogadores de Minas Gerais, que rivalizava com o Rio Grande do Sul como terceira força do futebol brasileiro.
Tal fato gerou algo inusitado: a união de gremistas e colorados contra a Confederação Brasileira de Desportos.
O presidente da Federação Gaúcha de Futebol na época, Rubens Hoffmeister, agiu nos bastidores de modo a realizar um amistoso contra a seleção brasileira antes da Taça Independência.
Após muitas conversas, o jogo foi marcado para 17 de junho de 1972 no Estádio Beira-Rio.
A Seleção Brasileira vinha com craques como Leão, Brito, Marco Antônio, Clodoaldo, Piazza, Rivellino, Jairzinho e Paulo César Cajú, liderados pelo técnico Zagallo.
Já a Seleção Gaúcha, contava com jogadores apenas da dupla Grenal, incluindo o uruguaio Ancheta, o chileno Figueroa e o argentino Oberti. O treinador era Aparício Viana e Silva, o Apa.
Polêmicas
Zagallo criticou a convocação dos jogadores apenas da dupla Gre-nal, pois queria que fossem chamados jogadores também dos outros clubes do Estado.
Chegou a dizer que era um combinado local e não uma legítima seleção estadual.
A crítica do velho lobo tinha como alvo João Saldanha, visto que Aparício tinha sido olheiro do treinador na seleção em 1969.
Jairzinho afirmou que teriam pedido o passaporte para os jogadores da seleção no aeroporto de Porto Alegre e temia pela violência dos jogadores gaúchos no amistoso, o que acirrou ainda mais o clima de guerra da partida.
A partida
O Beira-Rio estava lotado, naquele dia recebeu o maior público de sua história.
A seleção brasileira usara o seu tradicional uniforme com camisetas amarelas e calções azuis, enquanto a seleção gaucha utilizou uniforme branco, com detalhes nas cores da bandeira do Rio Grande do Sul.
Os torcedores estavam exaltados. Reza a lenda que até bandeiras do Brasil foram queimadas antes do início da partida, fato não confirmado pela imprensa local.
Entretanto, os dois times entraram em campo segurando uma grande bandeira brasileira.
Uma vaia grandiosa foi ouvida no estádio quando foi tocado o hino nacional.
O jogo terminou empatado em 3×3, sendo que a seleção gaúcha sempre esteve a frente no placar.
Quando o jogo terminou empatado, o treinador Zagallo correu e comemorou eufórico junto à comissão técnica.
Os gols do Brasil foram marcados por Jairzinho, Paulo César Cajú e Rivellino. Pela Seleção Gaúcha, marcaram Tovar, Carbone e Claudiomiro.
O Brasil jogou com Leão (Sérgio) – Zé Maria, Brito, Vantuir e Marco Antônio; Clodoaldo, Piazza e Rivelino; Jairzinho, Leivinha e Paulo César Caju.
Os gaúchos atuaram com Schneider, Espinosa, Figueroa, Ancheta e Everaldo; Carbone, Tovar e Torino; Valdomiro, Claudiomiro e Oberti (Mazinho).
Estádio: Beira-Rio, público: 106.554 pagantes.
Fontes: Jornal do Brasil, GloboEsporte, Wikipédia e Nilo Dias Repórter.