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Time de futebol é formado por 11 irmãos

Raimundo Sousa sempre ouviu que tinha tantos filhos que dava pra formar um time de futebol. Pois os 11 homens levaram a piada a sério. Em 3 de janeiro deste ano, a cidade de Limoeiro do Norte, no interior do Ceará, sediou um jogo histórico: o dia em que uma equipe foi escalada só por irmãos.

Os 11 irmãos Sousa foram inscritos no Treze de Gangorra, time da zona rural que disputa a Liga Limoeirense. O objetivo era acalentado há uma década: serem reconhecidos como a maior equipe do mundo formada só por irmãos. Um feito para ser citado no Guinness Book, o livro dos recordes.

Em pé, da esquerda para a direita: Raimundo Sousa, o pai, ao lado dos filhos Anchieta, Lalo, Vicente, Hugo, Pedro e Luizão; agachados, Chagas, Aureliano, Neto, João e Rogaciano (Foto: TV Jaguar)

Em pé, da esquerda para a direita: Raimundo Sousa, o pai, ao lado dos filhos Anchieta, Lalo, Vicente, Hugo, Pedro e Luizão; agachados, Chagas, Aureliano, Neto, João e Rogaciano (Foto: TV Jaguar)

Para isso, era preciso que os Sousa disputassem um jogo oficial, todos como titulares. Eles foram inscritos na liga, vinculada à Federação Cearense de Futebol. E a partida, contra o Esporte do Arraial, atual campeão municipal, necessitaria de registro em foto e vídeo.

O palco foi o estádio Bandeirão, sede do time profissional da cidade, o Limoeiro, da 3ª divisão do Cearense. Cerca de 700 pessoas compareceram, muitos deles (mas muitos mesmo!) descendentes de Raimundo e de sua esposa, Almerinda. “Foi uma festa bonita”, contou o primogênito, Anchieta Sousa, de 60 anos, ao jornal Diário do Nordeste.

Foi uma festa bonita”. Anchieta Sousa, primogênito dos irmãos, de 60 anos.

Os jogadores usaram camisas com números de 42 a 60, em referência a idade de cada um. No decorrer da partida entraram em campo netos e bisnetos. E Raimundo ficou no banco de reservas como técnico, todo orgulhoso de sua enorme prole.

O placar terminou em 10 a 7 para o time dos Sousa. Quase foi um gol pra cada irmão.
Fonte: Verminosos Por Futebol

Dez curiosidades sobre os hinos do futebol carioca

1 –Com exceção do Flamengo, que tem um hino oficial e um popular, Vasco, Fluminense, América e Botafogo possuem dois hinos oficiais e um popular.

2 – Todos os hinos não-oficiais – entoados pelos torcedores até hoje – foram escritos na década de 40 por Lamartine Babo em ritmo de marchinha carnavalesca. Americano fanático, o compositor protagonizou cenas memoráveis como a vez em que desfilou em carro aberto pelas ruas do centro do Rio, fantasiado de diabo, para comemorar o último campeonato do América em 1960.

3 – Ao contrário do que muitos pensam e é dito, os hinos populares de Babo não foram escritos todos de uma vez só, em um único dia. O primeiro foi o do Flamengo em 1945, depois o do América em 1947 e, em 1949, foram feitos os do Vasco, Fluminense e Botafogo.

4 – O Fluminense é o único time que não teve o hino extra-oficial composto exclusivamente por Babo. O compositor teve como parceiro o maestro Lírio Panicalli, encarregado da melodia para a letra que diz “sou tricolor de coração”.

5 – Já os hinos oficias dos clubes, extremamente rebuscados, são da década de 1910. De difícil execução, refletem um período em que o futebol ainda era bastante elitizado.

Divulgação / Os Hinos do Futebol Carioca - de Coelho Neto a Lamartine Babo

Clique na imagem para ver a linha do tempo dos hinos do futebol carioca

6 – O primeiro hino oficial do Vasco foi composto em 1918 por Joaquim Barros Ferreira da Silva e sua gravação original tem uma interpretação com sotaque luso bastante carregado.

7 – O Botafogo de Futebol e Regatas é o único clube que tem no estatuto a presença completa de seu hinário: primeiro hino oficial (Hino do Remo do Club de Regatas Botafogo) , segundo hino oficial (Glorioso Hymno do Botafogo Football Club) e o hino popular de Lamartine Babo escrito em 1949, período da fusão das duas agremiações alvinegras.

8 – Uma grande mágoa de Babo foi ter sido acusado de plagiar o hino do América, que teria sido criado, supostamente, em cima da canção norte-americana Row, Row, Row (1912), de Willian Jerome e James Monaco.

9 – O hino popular do Botafogo, chamado 1907, teve o título oficialmente reconhecido em 1989 pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro depois de conturbadas brigas judiciais.

10 – Ouça aqui os primeiros hinos oficiais de cada time, tocados por Bruno Castro e um time de músicos. Uma provinha do CD que acompanha o livro. A obra reúne os 14 hinos oficiais e populares do América, Flamengo, Fluminense e Vasco, sendo que cinco deles permaneciam inéditos até então.

Fonte: Veja Rio

São Bento Futebol Clube – Porto União (SC)

São Bento Futebol Clube, fundado em 1958, á partir de uma dissidencia do São Bernardo Futebol Clube, de União da Vitória/PR.

Disputou o Campeonato Catarinense de 1961.

Mandava seus jogos no extinto Estádio Municipal de Porto União.

Cores: Preto e Branco

Existiu por aproximadamente 10 anos.

Não tem qualquer relação com a cidade de São Bento do Sul/SC.

Foto do time, acervo pessoal do ex-jogador Celso R. Divoisin.

 

Mascotes do futebol mineiro que não deram certo

Em 1945, o jornal O Diário Esportivo resolveu aderir à moda de lançar heróis de quadrinhos como mascotes dos times do Campeonato da Cidade de Belo Horizonte.

Como se pode imaginar, não deu muito certo…

A Parada de 1945

A exemplo do que jornais do mundo inteiro fazem (inclusive alguns do Brasil) O DIARIO ESPORTIVO também lançará figuras simbólicas dos nossos clubes profissionais de futebol. Para isto, o desenhista AROEIRA criou tipos, extraídos da novelística juvenil e os figurou da seguinte maneira: América, o Superhomem; Cruzeiro, o Brucutu; Vila Nova, o Homem-Leão; Atlético, o Índio Carijó; Uberaba, o Vingador; Sete, o Tarzan da Floresta e Siderúrgica, o Tereré. A intenção, como é evidente, é apenas divertir um pouco, um pouco de malícia e de humor após as partidas. E qualquer coincidência terá sido mera semelhança… Já neste número apresentamos os tipos representativos dos nossos 7 clubes e, a seguir, o que eles disseram e sentiram, após a rodada do domingo que passou, quando a tabela foi tão violentamente modificada de novo, voltando a haver dois líderes e o Vila passando de quarto lugar para segundo, mandando o Atlético para terceiro…

Clássicos do interior mineiro – NACIONAL x UBERABA

Dentre os clássicos do futebol profissional no interior de Minas Gerais, um dos mais destacados é este entre o Nacional, o Elefante, e o Uberaba, o Boi Zebu. Ambos se enfrentam em torneios da Federação Mineira de Futebol desde 1964, ano da estreia do Naça na divisão principal do Campeonato Mineiro – frequentada pelo Uberaba desde a expansão do antigo Campeonato da Cidade, em 1958.

Infelizmente o Nacional e depois o Uberaba passaram a atravessar crises fortíssimas. Desde 2006 o Nacional não joga sequer o Módulo II, tendo até passado os anos de 2009 e 2011 sem atividade profissional, enquanto o Uberaba foi rebaixado do Módulo II para a Segunda Divisão neste ano de 2013.

A decadência de ambos começou em 1993, ano que a inchadíssima primeira divisão foi dividida em Módulo I e Módulo II. Na Supercopa Minas Gerais, torneio classificatório para o Módulo I 1994, nenhum dos dois conseguiu a classificação e desde então nunca mais voltaram a frequentar a primeira divisão na mesma temporada. O Uberaba jogou o Módulo I em 2004 e de 2008 a 2012, enquanto o Nacional esteve na divisão máxima apenas em 1998, 2002 e 2003.

O último confronto entre as duas equipes foi num amistoso em 2011.

Obs.: post atualizado com os confrontos da Copa Sul-Triângulo 1974 e do Torneio Incentivo Mineiro 1975.

Abaixo seguem os confrontos oficiais entre as equipes, válidos por torneios da FMF:

Campeonato Data Mandante Placar Visitante
Campeonato Mineiro 1964 19/07/1964 Nacional-U 1×3 Uberaba
Campeonato Mineiro 1964 27/09/1964 Uberaba 1×3 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1965 15/08/1965 Uberaba 1×1 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1965 07/11/1965 Nacional-U 1×1 Uberaba
Campeonato Mineiro 1966 18/07/1966 Nacional-U 0x0 Uberaba
Campeonato Mineiro 1966 11/12/1966 Uberaba 3×0 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1967 15/07/1967 Nacional-U 1×0 Uberaba
Campeonato Mineiro 1967 01/10/1967 Uberaba 0x0 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1970 01/03/1970 Nacional-U 1×0 Uberaba
Campeonato Mineiro 1970 15/04/1970 Uberaba 2×1 Nacional-U
Seletiva Campeonato Mineiro 1971 23/01/1971 Uberaba 2×0 Nacional-U
Seletiva Campeonato Mineiro 1971 14/02/1971 Nacional-U 0x3 Uberaba
Seletiva Campeonato Mineiro 1972 22/08/1971 Nacional-U 2×0 Uberaba
Seletiva Campeonato Mineiro 1972 26/09/1971 Uberaba 1×1 Nacional-U
Seletiva Campeonato Mineiro 1972 27/02/1972 Nacional-U 2×0 Uberaba
Seletiva Campeonato Mineiro 1972 02/03/1972 Uberaba 3×0 Nacional-U
Seletiva Campeonato Mineiro 1972 05/03/1972 Nacional-U 1×1 Uberaba
Taça Minas Gerais 1973 14/02/1973 Uberaba 1×0 Nacional-U
Copa Sul-Triângulo 1974 09/06/1974 Uberaba 0x0 Nacional-U
Copa Sul-Triângulo 1974 10/07/1974 Nacional-U 1×1 Uberaba
Campeonato Mineiro 1975 20/04/1975 Nacional-U 0x2 Uberaba
Torneio Incentivo Mineiro 1975 14/09/1975 Uberaba 2×3 Nacional-U
Torneio Incentivo Mineiro 1975 19/10/1975 Nacional-U 1×1 Uberaba
Taça Minas Gerais 1976 04/04/1976 Uberaba 1×0 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1979 15/04/1979 Uberaba 0x0 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1979 07/06/1979 Nacional-U 2×1 Uberaba
Taça Minas Gerais 1980 13/07/1980 Uberaba 1×0 Nacional-U
Taça Minas Gerais 1980 03/08/1980 Nacional-U 0x0 Uberaba
Campeonato Mineiro 1983 12/06/1983 Uberaba 2×0 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1983 21/08/1983 Nacional-U 1×3 Uberaba
Campeonato Mineiro 1983 13/11/1983 Nacional-U 0x1 Uberaba
Campeonato Mineiro 1983 27/11/1983 Uberaba 1×2 Nacional-U
Seletiva MG Série B 1984 08/02/1984 Uberaba 2×3 Nacional-U
Seletiva MG Série B 1984 16/02/1984 Nacional-U 1×1 Uberaba
Campeonato Mineiro 1984 15/07/1984 Nacional-U 1×0 Uberaba
Campeonato Mineiro 1984 25/10/1984 Uberaba 1×0 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1985 28/07/1985 Uberaba 1×1 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1985 03/11/1985 Nacional-U 0x1 Uberaba
Campeonato Mineiro 1986 26/01/1986 Uberaba 2×1 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1986 30/03/1986 Nacional-U 0x1 Uberaba
Seletiva MG Série C 1986 05/10/1986 Nacional-U 1×2 Uberaba
Seletiva MG Série C 1986 02/11/1986 Uberaba 0x0 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1987 22/03/1987 Nacional-U 3×0 Uberaba
Campeonato Mineiro 1987 05/07/1987 Uberaba 0x1 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1988 07/02/1988 Nacional-U 0x0 Uberaba
Campeonato Mineiro 1988 15/05/1988 Uberaba 1×0 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1989 19/03/1989 Uberaba 0x0 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1990 18/02/1990 Nacional-U 0x2 Uberaba
Campeonato Mineiro 1990 12/05/1990 Uberaba 2×1 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1992 02/08/1992 Uberaba 1×1 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1992 13/09/1992 Nacional-U 0x1 Uberaba
Campeonato Mineiro 1993 07/02/1993 Uberaba 3×1 Nacional-U
Campeonato Mineiro 1993 07/03/1993 Nacional-U 1×0 Uberaba
Supercopa Minas Gerais 1993 03/10/1993 Nacional-U 1×0 Uberaba
Supercopa Minas Gerais 1993 11/12/1993 Uberaba 1×1 Nacional-U
Campeonato Mineiro Módulo II 1994 27/03/1994 Nacional-U 0x3 Uberaba
Campeonato Mineiro Módulo II 1994 08/05/1994 Uberaba 0x0 Nacional-U
Campeonato Mineiro Módulo II 1995 19/03/1995 Nacional-U 1×1 Uberaba
Campeonato Mineiro Módulo II 1995 09/04/1995 Uberaba 0x0 Nacional-U
Campeonato Mineiro Módulo II 1996 02/06/1996 Nacional-U 1×1 Uberaba
Campeonato Mineiro Módulo II 1996 30/06/1996 Uberaba 0x3 Nacional-U
Campeonato Mineiro Módulo II 1997 06/04/1997 Nacional-U 0x0 Uberaba
Campeonato Mineiro Módulo II 1997 04/05/1997 Uberaba 1×2 Nacional-U
Campeonato Mineiro Módulo II 1999 28/03/1999 Nacional-U 2×1 Uberaba
Campeonato Mineiro Módulo II 1999 25/04/1999 Uberaba 1×0 Nacional-U
Campeonato Mineiro Módulo II 2000 09/04/2000 Nacional-U 1×1 Uberaba
Campeonato Mineiro Módulo II 2000 14/05/2000 Uberaba 1×0 Nacional-U
Campeonato Mineiro Módulo II 2000 19/06/2000 Nacional-U 0x2 Uberaba
Campeonato Mineiro Módulo II 2000 16/07/2000 Uberaba 0x2 Nacional-U
Campeonato Mineiro Módulo II 2001 22/04/2001 Nacional-U 0x1 Uberaba
Campeonato Mineiro Módulo II 2001 03/06/2001 Uberaba 0x1 Nacional-U
Campeonato Mineiro Módulo II 2006 19/02/2006 Nacional-U 0x0 Uberaba
Campeonato Mineiro Módulo II 2006 16/03/2006 Uberaba 2×0 Nacional-U

Total:

  • 73 partidas
  • 29 vitórias do Uberaba Sport
  • 25 empates
  • 19 vitórias do Nacional
  • 75 gols colorados
  • 56 gols alvinegros

Foto colorizada, de 1920: Clube de Regatas Flamengo – Rio de Janeiro (RJ), campeão Invicto!

Poucas conquistas na história do futebol do Flamengo vieram de maneira tão tranquila quanto o terceiro título carioca, matematicamente confirmado em 28 de novembro de 1920, após uma vitória sobre o extinto Andarahy no também não mais existente estádio rubro-negro da Rua Paissandu. O caneco veio com dois jogos de antecedência e sem nenhum arranhão, de maneira invicta. Um autêntico passeio, e ainda carregado de simbologias em meio a um ano repleto de eventos, como veremos.

O ano de 1920 foi muito movimentado no Rio de Janeiro (então capital federal) e no Brasil, dentro e fora do esporte. O país ainda voltava à normalidade após a pandemia da gripe espanhola, que – ao contrário do que o nome popular sugere – surgiu nos Estados Unidos e de lá se espalhou pelo planeta, matando cerca de 3% da população mundial na virada de 1918 para 1919. O Rio de Janeiro, então a cidade mais populosa do Brasil, teve também o maior número de infectados e de óbitos, chegando a registrar mil mortes num único dia.

Com consequência daqueles dias duros, conta-se que o Carnaval de 1920 (o primeiro após o país se livrar de vez do vírus) foi uma loucura, uma celebração ensandecida, uma catarse coletiva. Enquanto isso, a cidade e o país se preparavam para receber a visita oficial do Rei Alberto, da Bélgica, que passaria quase um mês na cidade, entre setembro e outubro. A viagem impactaria até mesmo no futebol, interrompendo a disputa do Campeonato Carioca por todo aquele período. Mas aquele não seria o único evento a suspender o certame.

Também em setembro haveria a disputa do Campeonato Sul-Americano no Chile, com a Seleção Brasileira (composta basicamente por jogadores de clubes cariocas) entrando em campo nos dias 11, 18 e 25. Naquele ano seria realizado ainda outro grande evento esportivo, os Jogos Olímpicos de Antuérpia, na Bélgica, entre agosto e setembro. Mas como o Brasil não levou equipe de futebol, os certames locais não foram interrompidos. Com todos esses eventos, o Campeonato Carioca começou mais cedo que o habitual, no dia 11 de abril.

Uma semana antes, porém, foi realizada a quarta edição do Torneio Início (ou “Initium” na grafia da época), a terceira com participação do Flamengo, que sairia vencedor pela primeira vez. Na série de jogos disputada no Estádio de Laranjeiras, os rubro-negros estrearam superando o Bangu no número de escanteios (3 contra 1) após empate em 0 a 0 nos 20 minutos de bola rolando. Em seguida, venceram fácil o Mangueira por 3 a 0 na semifinal. E na final, um gol do ponta Carregal deu a vitória pelo placar mínimo sobre o São Cristóvão.

Carregal havia sido um dos quatro jogadores rubro-negros convocados para a Seleção Brasileira que em 1919 havia conquistado pela primeira vez na história o Campeonato Sul-Americano (atual Copa América), numa edição disputada no Rio. Mas apenas ele e o atacante Junqueira seguiam no clube para a temporada de 1920. O zagueiro Píndaro e o médio Gallo, remanescentes do primeiro time de futebol rubro-negro e veteranos das conquistas dos títulos cariocas de 1914 e 1915, decidiriam se aposentar ao fim de 1919 e se dedicar às suas profissões.

Píndaro, lendário zagueiro apelidado “Gigante de Pedra”, era médico sanitarista e ajudara a combater a pandemia da gripe espanhola na cidade enquanto fazia seus últimos jogos pelo clube. Mas ainda participaria da campanha de 1920, como veremos mais adiante. Por outro lado, o clube obteve importantes reforços. O maior deles era o goleiro gaúcho Júlio Kuntz, revelado pelo Grêmio e com passagem rápida pelo obscuro Silva Manoel Football Club, do centro do Rio, mas que logo se sagraria um dos maiores da posição na história rubro-negra.

Kuntz já havia se mostrado um arqueiro brilhante no Torneio Início, no qual não foi vazado nenhuma vez. Os outros dois principais reforços ficariam de fora destes jogos, mas logo entrariam em campo: o médio-direito Rodrigo, vindo do America, já seria titular na estreia no Carioca, contra o Villa Isabel. Já o atacante João de Deus Candiota, que havia feito algumas partidas pelo Botafogo em 1919, teria de esperar mais um pouco para jogar, antes de se firmar na equipe titular rubro-negra na competição.

O favorito destacado ao título daquele ano, porém, era o Fluminense. Detentor dos três últimos títulos (1917, 1918 e 1919), ainda que não pudesse contar com seu goleiro Marcos Carneiro de Mendonça por boa parte do certame de 1920, mantinha todos os seus demais destaques, como os médios Laís e Fortes e a poderosa linha ofensiva formada por Mano, Zezé, Welfare, Machado e Bacchi, que anotara 68 gols na campanha de 1919 – na qual somou 17 vitórias e uma derrota (para o São Cristóvão) em seus 18 jogos. Uma verdadeira máquina.

O certame era organizado pela Liga Metropolitana de Sports Athleticos (LMSA) e disputado por dez equipes em turno e returno no sistema de pontos corridos. E tinha como grande novidade o estreante Palmeiras Athletico Club, agremiação da Quinta da Boa Vista que se sagrara campeã da segunda divisão e substituía o Carioca Football Club, rebaixado no ano anterior. Mas, mesmo com todo o favoritismo do Fluminense, o Flamengo logo de saída mostrou suas credenciais à conquista do título, iniciando sua campanha de maneira fulminante.

A estreia veio no dia 18 de abril, uma semana após a abertura do certame, diante do Vila Isabel no campo do adversário, localizado no antigo Jardim Zoológico. O Fla abriu 2 a 0 com gols de Carregal e do meia Aníbal Candiota (um dos grandes talentos daquele time, apelidado “Príncipe dos Passes”, pela enorme qualidade técnica). Viu o time da casa descontar com o meia-esquerda Cecy na etapa final. Mas fechou o placar em 3 a 1 com um gol de Eustace Pullen. Era a primeira vitória do Fla sobre o adversário naquele campo, após dois empates.

O segundo jogo também seria como visitante, agora diante do Mangueira no campo do Andarahy, na rua Barão de São Francisco. O adversário – que também usava camisas rubro-negras, mas com listras verticais – já construíra na década anterior a fama de saco de pancadas da competição, mas mesmo assim o Fla chegou a ter dificuldades no primeiro tempo e esteve perdendo primeiro por 1 a 0 e depois por 2 a 1 (com Eustace Pullen marcando o gol de empate). Mas ainda voltaria a igualar antes do fim do primeiro tempo com Sisson.

Na volta do intervalo, o time deslanchou: Sisson marcou mais três vezes e Eustace Pullen também balançou novamente as redes para selar a vitória por 6 a 2. O jogo ainda ficou marcado pela agressão do médio Moacyr, do Mangueira, a Candiota, mas a turma do “deixa disso” agiu rápido e evitou que a briga se transformasse numa batalha campal. 

Curiosamente, o Fla só voltaria a entrar em campo pelo certame quase um mês depois, em 23 de maio, e logo no primeiro Fla-Flu da competição, atraindo enorme expectativa: “Como sempre acontece a lucta entre os dois mais terríveis adversários provoca uma grande curiosidade, fazendo com que a polícia mandasse suspender a venda de entradas porque não havia mais lugar onde ficar quem quizesse assistir o match”, escreveu, na grafia da época, o Jornal de Theatro & Sport. Era a primeira vez naquele certame que o Flamengo jogaria em seu estádio na Rua Paissandu. O Fluminense, por sua vez, defendia invencibilidade no clássico que vinha desde maio de 1916, quando o Fla venceu por 4 a 1 no mesmo palco.

O Flamengo escalaria naquela tarde o time que, com apenas uma alteração na meia-esquerda, formaria a base campeã: o extraordinário Kuntz era o goleiro, tendo à sua frente a dupla Burgos e Telefone na zaga. Os médios eram Rodrigo, Sydney Pullen e Dino. E a linha de ataque trazia Carregal, Candiota, Sisson, Eustace Pullen (que logo sairia do time para a entrada de João de Deus) e Junqueira. Sisson e Sydney Pullen – este, o nome mais experiente do time – muitas vezes trocavam de posição, de pivô do meio-campo para o ataque.

Naquela tarde de sol, o estádio da Rua Paissandu recebeu “colossal assistência, calculada em 15 mil pessoas”, segundo o jornal “O Paiz”. Para se ter uma ideia, a crônica do jogo não saiu detalhada como de costume nas publicações do dia seguinte porque o local destinado à imprensa também foi invadido pelo público. Sydney Pullen abriu a contagem para o Flamengo no primeiro tempo e Junqueira ampliou na etapa final, antes de Machado descontar para os tricolores. Depois, com grande atuação de sua linha média, o Fla segurou a vitória por 2 a 1.

A comemoração da torcida rubro-negra foi intensa: “Terminada a partida, o povo invadiu o campo e, em triumpho, carregou os victoriosos do dia”, registrou “O Paiz”. A vitória sobre os tricampeões era mais uma mostra de que o Flamengo poderia interromper a sequência de títulos do rival. Uma semana depois, porém, o time perderia seu primeiro ponto, ao empatar em 0 a 0 o clássico diante do America de novo na Rua Paissandu, numa partida em que o adversário perdeu dois pênaltis – um deles, cobrado pelo zagueiro Perez, defendido por Kuntz.

Em junho, o Fla entraria em campo duas vezes. Na primeira partida, uma ótima vitória sobre o São Cristóvão em Figueira de Melo sob chuva forte e campo alagado. O jogo bem movimentado teve como destaque Junqueira, autor de três gols, incluindo o que abriu o placar aos 15 minutos. Leão deixou tudo igual aos 26, e o jogo foi para o intervalo no 1 a 1. Na volta, Candiota colocou o Fla de novo na frente e Junqueira ampliou. Martins descontou e novamente Junqueira fez o quarto. No fim, Leão diminuiu de novo para 4 a 3, escore final.

Na segunda, contra o Palmeiras no dia 27, o Flamengo enfrentava sucessivas baixas na defesa: o zagueiro titular Burgos era desfalque, assim como o jovem Antonico, dos chamados “segundos quadros” (espécie de equipe de aspirantes), forçando o clube a recorrer a uma solução inusitada: chamar de volta o aposentado Píndaro, 28 anos, na ocasião exercendo sua profissão de médico sanitarista à frente do Departamento de Higiene da Prefeitura do Distrito Federal. Por um único jogo, ele voltaria a formar a dupla de zaga com Telefone.

Píndaro, é verdade, já havia reaparecido nos gramados uma semana antes, comandando a zaga do “scratch” (seleção) carioca que derrotara os paulistas por 2 a 1 na capital bandeirante num jogo-treino de observações para a formação da Seleção Brasileira que disputaria o Campeonato Sul-Americano no Chile e – então ainda se cogitava – também os Jogos Olímpicos de Antuérpia. E para a partida do Flamengo com o Palmeiras, a ser realizada no campo do America na rua Campos Sales, ele foi inicialmente relacionado para a reserva.

Mas acabou jogando e cumprindo atuação impecável contra um ataque adversário que incluía dois jogadores que se transfeririam para o próprio Flamengo na temporada seguinte: o ponteiro Orlando Torres e o centroavante Nonô – este, em particular, faria história vestindo rubro-negro. O Flamengo marcou duas vezes no primeiro tempo, com Junqueira e Candiota (aproveitando falha do zagueiro Dídimo), e disparou a goleada na etapa final, com mais dois gols de Candiota e um de Sydney Pullen, fechando o escore num elástico 5 a 0.

O próximo adversário, em 11 de julho, era o Botafogo, que até ali cumpria campanha perfeita, com seis vitórias em seis jogos, mas ainda sem enfrentar nenhum dos grandes da época. Seu primeiro clássico seria diante do Flamengo na Rua Paissandu. Com a bola rolando, os rubro-negros tiveram amplo domínio das ações: além de acertarem a trave num chute de Junqueira, obrigaram o goleiro alvinegro Oliveira a realizar sete defesas, contra apenas duas de Kuntz. Mas foi o Botafogo que abriu o placar com Petiot, num contra-ataque.

O Flamengo, no entanto, chegaria ao empate logo aos dois minutos da etapa final com Geraldo, num chute que desviou no zagueiro Sylla. E a virada, que premiaria o melhor time em campo, chegaria aos 26 minutos, quando Junqueira recebeu ótimo passe de Sydney Pullen e tocou para vencer Oliveira. Com o resultado, o Fla enfim assumia a liderança do torneio tanto em pontos ganhos quanto perdidos e se mantinha como a única equipe ainda invicta no campeonato. E logo na semana seguinte conseguiria ampliar essa vantagem.

De novo jogando na rua Barão de São Francisco, o Flamengo derrotou o Andarahy por 2 a 1 e se isolou na liderança. Após um empate a zero no primeiro tempo, Junqueira marcou duas vezes no início da etapa final, chegando a oito gols em oito partidas no campeonato, antes de Gilabert descontar para a equipe da casa. Naquela mesma tarde, o Botafogo voltou a ser derrotado, agora caindo para o Fluminense em Laranjeiras por 3 a 1, fazendo com que a vantagem dos rubro-negros na ponta da tabela aumentasse para três pontos ganhos.

A diferença, porém, cairia para dois pontos após a rodada do dia 1º de agosto. Fla e Bota teriam pela frente, respectivamente, Vila Isabel e Palmeiras, as duas equipes que ocupavam a rabeira da classificação. Enquanto os alvinegros golearam os estreantes por 6 a 1 em partida disputada em Laranjeiras, os rubro-negros – que não puderam treinar nenhuma vez durante a semana devido a outros compromissos de seus jogadores – amargaram um surpreendente tropeço na Rua Paissandu, parando no empate em 1 a 1.

O “club do Boulevard” saiu na frente com gol de Julinho e teve outras chances para marcar. Mas na etapa final, o Fla reagiu e chegou à igualdade com mais um gol de Junqueira aproveitando passe de Sydney Pullen. Depois desse tropeço, no entanto, o time rubro-negro voltou aos trilhos: uma semana depois, derrotou o Bangu por 2 a 0 na Rua Paissandu com um gol de Candiota no primeiro tempo e mais um de Junqueira na etapa final. E sete dias depois, bateu novamente o Botafogo, agora em General Severiano, tornando-se ainda mais líder.

O Flamengo abriu o placar logo no primeiro minuto com Sisson. Com isso, o Botafogo se viu obrigado a se lançar ao ataque e até chegou a empatar com gol de Vadinho, após uma série de grandes defesas de Kuntz. Mas o Fla retomou a vantagem ainda na etapa inicial, aos 19 minutos, quando o médio Japonês bateu escanteio e Sydney Pullen cabeceou para marcar. Os alvinegros voltaram para o segundo tempo dispostos a buscar de qualquer maneira ao menos o empate, pressionando intensamente, mas Kuntz esteve intransponível.

No último minuto, num contra-ataque, a jogada já tradicional do ataque rubro-negro: passe de Sydney Pullen para Junqueira, que se aproveita da indecisão do zagueiro Monti e da falha de posicionamento do goleiro Oliveira para chutar e marcar o terceiro gol do Flamengo, selando a importante vitória. O resultado no confronto direto fazia o Fla abrir quatro pontos de frente sobre o Botafogo, além de sete sobre o Fluminense, terceiro colocado – que, no entanto, tinha três jogos a menos. E então veio a pausa para os grandes eventos do ano.

Entre 15 de agosto e 31 de outubro foram disputadas apenas algumas partidas atrasadas. O Fla não chegou a jogar nesse período, mas alguns de seus atletas – Kuntz, Telefone, Rodrigo, Sisson, Japonês e Junqueira – entraram em campo pela Seleção Brasileira no Campeonato Sul-Americano do Chile. Apesar da fraca campanha do Brasil em Viña del Mar, o goleiro rubro-negro terminou o certame como um grande destaque, recebendo muitos elogios da imprensa internacional, prestígio que só aumentaria na edição seguinte do torneio, em 1921.

Pouco depois da disputa do Sul-Americano, cerca de 200 atletas do Flamengo das mais variadas modalidades – com o famoso remador Arnaldo Voigt à frente, como porta-bandeira – estiveram entre os participantes da grande parada esportiva em homenagem ao Rei Alberto da Bélgica, realizada em 26 de setembro em Laranjeiras. O campo da Rua Paissandu, aliás, foi onde se deu a concentração dos desportistas de todos os clubes da Liga. O evento teve ainda um jogo de futebol entre combinados de clubes da Zona Norte e da Zona Sul.

Na volta ao campeonato, em 31 de outubro, o Flamengo ainda vivia situação confortável na tabela. O Botafogo – que entrou em campo duas vezes durante a paralisação – diminuíra a diferença para um ponto, mas agora tinha dois jogos a mais. Em terceiro, o América vinha três pontos atrás dos rubro-negros, mas em 12 jogos contra 11. O Fluminense, por sua vez, seguia na mesma situação de antes (13 pontos ganhos contra os 20 do Fla, mas em apenas oito partidas). O primeiro adversário do Fla no retorno seria o São Cristóvão.

O time cadete (cujo goleiro tinha o curioso nome de Carnaval) bem que tentou equilibrar as ações na etapa inicial, mas o Fla foi mais preciso nas conclusões e levou para o intervalo o placar de 3 a 0, marcando Candiota, Japonês e Sydney Pullen. Logo no primeiro minuto da etapa final, Junqueira deixaria o seu, ampliando a goleada. No fim, Epaminondas diminuiria, mas a vitória de 4 a 1 não só confirmaria que o Flamengo não perdera o gás com a paralisação como ainda evidenciava que o título estava próximo, ajudado por tropeços dos rivais.

O Fluminense, por exemplo, sofrera uma surpreendente derrota por 3 a 0 para o lanterna Vila Isabel, aumentando para nove pontos sua distância para o Fla, quase inalcançável mesmo apesar dos três jogos a menos. Quanto mais porque, uma semana depois, o Flamengo voltou a vencer, fazendo 2 a 1 no Mangueira na Rua Paissandu (num jogo em que o goleiro adversário Milla evitou um placar muito mais elástico), enquanto o clube de Laranjeiras foi novamente derrotado, agora no clássico diante do Botafogo, por 2 a 1 em General Severiano.

A vantagem rubro-negra poderia ter aumentado na rodada de 14 de novembro, em que o time receberia o Palmeiras. Porém, jogando com muita displicência, o Flamengo voltou a perder um ponto após quatro vitórias seguidas, ficando no empate em 1 a 1 numa partida em que poderia ter até saído derrotado. Candiota abriu o placar para o Fla e o futuro ídolo rubro-negro Nonô decretou o empate, tendo ainda um gol anulado no segundo tempo. Atuação que muito provavelmente motivou sua contratação para a temporada seguinte.

A recuperação viria uma semana depois na visita ao Bangu, no longínquo campo da rua Ferrer. A vitória começou a se desenhar ainda no primeiro tempo, quando o médio Waldemiro cometeu pênalti aos 24 minutos e o zagueiro rubro-negro Telefone cobrou e converteu. Junqueira, que passara em branco contra o Palmeiras depois de ter balançado as redes em nove jogos seguidos, ampliou para o Fla dois minutos depois. Mas ainda na etapa inicial o atacante banguense Claudionor (o “Bolão”) descontou num momento de pressão do time da casa.

No segundo tempo, os rubro-negros ainda ampliaram com Candiota, antes do zagueiro Leitão diminuir convertendo um pênalti cometido por Dino. Aliada aos tropeços, no mesmo dia, do Fluminense contra o Palmeiras em Laranjeiras e do America na visita ao Andarahy (ambos, empates em 1 a 1), a vitória por 3 a 2 sobre os alvirrubros deixou o Flamengo com a mão na taça, podendo ser campeão já na rodada seguinte, em 28 de novembro, caso vencesse o mesmo Andarahy na Rua Paissandu e o Botafogo não batesse o Bangu na Rua Ferrer.

Mas havia um problema: por alguma estranha razão, o Fla tinha enormes dificuldades sempre que enfrentava o alviverde da Zona Norte em casa, na Rua Paissandu. Para se ter uma ideia, desde 1916 os rubro-negros haviam recebido o Andarahy cinco vezes em seu estádio (entre amistosos e jogos pelo Carioca), vencendo apenas uma – por um magro 1 a 0 – e somando dois empates e duas derrotas acachapantes por 3 a 0 nas outras duas. Só a partir de 1922 é que bater aquele adversário no antigo estádio rubro-negro se tornaria rotineiro.

Contra essa pedra no sapato inesperada o Flamengo recorreu a sua dupla que já arquitetara e concretizara muitos de seus gols na campanha. Junqueira foi o primeiro a entrar em ação, logo no primeiro minuto, marcando o primeiro gol da tarde num chutaço em que a bola ainda bateu na trave antes de entrar. O Andarahy, que chutava de qualquer maneira e para todo lado sempre que tinha a bola nos pés, ainda tentou de novo atrapalhar as pretensões rubro-negras empatando aos sete minutos do segundo tempo com seu goleador Gilabert.

Mas a 13 minutos do fim, João de Deus cruzou para Sydney Pullen, e o inglês, com belos dribles, livrou-se dos beques alviverdes antes de mandar a bola para as redes. Era não somente o gol que recolocava o Fla em vantagem. Era o da vitória. E o do título antecipado, uma vez que, na distante rua Ferrer, o Bangu derrotava o Botafogo pela primeira vez em sua história, fazendo 4 a 3 num jogo em que os alvinegros saíram vencendo por 2 a 0, mas levaram a virada ainda no primeiro tempo. Caneco assegurado, o Fla agora jogaria para se manter invicto.

Corriam pela cidade, entretanto, os boatos dando conta de que, por já ter o título assegurado e também por não poder contar com alguns titulares, o Flamengo não entraria em campo e entregaria os pontos nos seus dois últimos compromissos, ambos na casa dos adversários, diante do América em Campos Sales no dia 5 de dezembro e do Fluminense em Laranjeiras no dia 18. Tais rumores foram logo desmentidos: mesmo desfalcado, o Fla arrancou um 0 a 0 dos rubros e um 2 a 2 dos tricolores, após estar duas vezes em desvantagem.

E o Flamengo foi campeão invicto. Não era a primeira vez que isso acontecia no campeonato (o próprio Fla levantara o título de 1915 sem derrotas). Mas nenhuma outra equipe até então havia obtido o feito jogando tantas partidas: foram 18 jogos, com 13 vitórias e cinco empates. Dois destes cinco, aliás, vieram quando a conquista já estava matematicamente assegurada. Além disso, com aquele título os rubro-negros iniciavam certa tradição de impedir tetras do Fluminense, algo que voltaria a acontecer em 1939 e 1986.

O título também foi marcante por outra simbologia: em 15 de agosto (mesmo dia da vitória no futebol sobre o Botafogo em General Severiano por 3 a 1), o Flamengo conquistara com a guarnição “Aymoré” seu terceiro título carioca de remo, seu esporte fundador. Era a primeira vez que o clube levantava num mesmo ano os certames da cidade em ambas as modalidades, tornando-se de fato “Campeão de Terra e Mar”. E que, em um século, aconteceria 18 vezes.

FONTES: Vida Sportiva (RJ) – Livro a Nação – blog Flamengo Alternativo

CURIOSIDADES VII – SETE DE SETEMBRO FUTEBOL CLUBE – BH

Ainda em homenagem ao Centenário do SETE DE SETEMBRO Futebol Clube de Belo Horizonte realizado este mês abaixo uma pequena lista  de suas goleadas aplicadas:

18/06/1922 Belo Horizonte Sete 7 x 1 Atlético-MG Campeonato Mineiro
03/06/1928 Belo Horizonte Sete 7 x 2 Alves Nogueira Campeonato Mineiro
19/05/1929 Belo Horizonte Sete 8 x 0 Guarany-BH Campeonato Mineiro
01/06/1930 Belo Horizonte Sete 10 x 1 Palmeiras-BH Campeonato Mineiro
14/08/1932 Belo Horizonte Sete 14 x 0 Santa Thereza Amistoso
21/05/1950 João Monlevade Sete 7 x 1 Atletic de Monlevade Amistoso
09/11/1952 Barão de Cocais Sete 7 x 2 Metalusina Campeonato Mineiro
21/06/1987 Belo Horizonte Sete 8 x 2 Juventus-MG Mineiro 2ª divisão

Saluti

Claudio Freati

Fonte: Acervo Pessoal