Arquivo da categoria: Rio de Janeiro (antigo Estado do RJ)

Esporte Clube Vera Cruz da Mosela – Petrópolis (RJ)

 

O amigo Paulo Gondim nos apresentou o recorte de Jornal de Petrópolis, de 1996, onde se destacava o Esporte Clube Vera Cruz de Petrópolis comemorando Sexagenário. No texto diz: 

Aí por volta de 1936 ou 37 existia na Mosela um campo de futebol que pertencia ao clube local, o Esporte Clube Vera Cruz. E foi lá que eu fui jogar pelo Esporte Clube Rio Branco, categoria de Juvenis. Lembro-me bem, pois que o clube local tinha um ponteiro direito de apelido Pirão. Era um lourinho sardento e muito veloz. E tive a árdua função de marcar o Pirão. E como foi difícil.

Time de 1961 (acima) – Em pé:  Deco, Nilo, Milton Kronemberger, Rubens, Paulinho e Cassinho. Agachados: Tico, Dejair, Milton Costa, Careca e Douglas.

Os anos passaram e o Vera Cruz teve em torno de si gente muito importante e que amava o clube com muita força. Lembro-me de José Bezerra Leite, um nortista tinhoso que acabou sendo presidente da Liga Petropolitana de Desportos.
Com o tempo o Vera Cruz perdeu seu campo mas os homens deram continuidade ao trabalho, tanto que o Clube Cruzado existe ate hoje e em casa, com campo próprio onde é uma força. Em 1996 o Vera Cruz foi campeão de Mirim com um belo time.


Com o desaparecimento do futebol o Vera Cruz se voltou para o atletismo e teve a felicidade de poder contar com um grande corredor de rua. Era ele o lendário Armando Caldeira, graças a Deus ainda vivo e correndo, só que mais devagar pela idade que vem chegando.


O Vera Cruz foi fundado em 7 de setembro de 1920/1928.

Participou dos certames da segunda divisão em 1952. Em 1960 foi campeão dessa mesma segunda divisão. Lembro-me de um senhor que amou o Vera Cruz como ninguém. Seu sobrenome era Moken, da tradicional família da Mosela. Pode ser que tenha sido ele quem comprou o atual terreno onde se encontra o campo do clube no Moinho Preto, mas não tenho certeza.
Em 1961 foi campeão do torneio início.

 

Em 1974 foi para a primeira divisão sendo campeão com título conquistado no campo do Corrêas. Faziam parte da diretoria, Cesar, Hilário e o presidente era o vice-cônsul de Portugal, o senhor Humberto.

 

Em 1979 foi vice-campeão de futebol de salão. Em 1976 foi campeão estadual de futebol de salão. Em 1976 participou do Campeonato Brasileiro de Futsal interclubes e em 1996 foi campeão de Mirim. No atletismo participou de muitas competições e foi tricampeão municipal com o grande Armando Caldeira como o grande destaque.

 

Em 1956 o nosso atleta Armando Caldeira participou da Corrida de São Silvestre em São Paulo. Armando também participou da Corrida Araribóia em Niterói. Foi campeão em 1956 concorrendo com grandes equipes da cidade como Petropolitano, Dona Isabel, 3 de Niterói, Vasco, Etc.

 

Time de 1960 (acima) – Em pé: Salvador, Salvador Kling, Pedro, Neném, Naldinho, Milton Kroneberger, Gaiola, Mário, Tarciso e Valdemiro.
Agachados – Homero, Emílio, Calu, Vila, Paulinho e Douglas.

No futebol foi ainda campeão do Torneio inicio da primeira Divisão.
A atual diretoria do Vera Cruz e que tirou o clube do ostracismo trazendo-o novamente ao esporte petropolitano, é a seguinte:

 Sebastião Delfino, presidente; João Guilherme Burger, vice; José Vicente Molina; José Galdino, Nilton Muniz; Fabiano de Oliveira; Flavio Soares; José Dolir.”

Segundo dados de Gabriel Fróes, o clube foi fundado em 07/09/1920, tendo L.A. Tavares como primeiro presidente. Na mesma época foram fundados também o Luzeiro (1924), e o Oswaldo Cruz (1927)

Atual Infantil do EC Vera Cruz

 

 
 
 

Colaboraram: Paulo Gondim e Oazinguito Ferreira 

Fotos: Jornal de Petrópolis

 

 

Centro Esportivo Miracemense – Miracema (RJ)

Mais um escudo inédito dos clubes participantes do campeonato fluminense, do antigo Estado do Rio, pesquisado pelo jornalista Sergio Mello.

O Centro Esportivo Miracemense, campeão citadino, representou seu município no campeonato fluminense de 1943.

Neste ano, o campeonato fluminense de Seleções foi “misto”, disputado por seleções de municipios e ou os campeões do citadino, representando o seu município. O campeão deste ano foi Niterói, tendo como representante o Icaraí FC, derrotando na final o Goytacaz de Campos dos Goytacazes, que ficou com o vice campeonato.

No blog  “O Vagalume” aonde se encontra a foto da equipe por volta de 1950,  temos o seguinte texto:

“Pela sigla na camisa dos jogadores, CEM, imaginamos que seja Clube Esportivo de Miracema. Trata-se da década de 50, a foto foi tirada no Estádio Municipal Plínio Bastos de Barros, que estava recém-inaugurado.”

Mas, temos como participante do campeonato fluminense de seleções o Centro Esportivo Miracemense, assim concluimos que o nome correto seria este, diferenciando do Miracema Futebol Clube da mesma cidade.

FONTE: Sergio Mello pesquisou no blogovagalume.blogspot.com.br

Heróis Futebol Clube – Niterói / RJ

Mais um escudo inédito dos clubes participantes do campeonato fluminense, do antigo Estado do Rio, pesquisado pelo historiador Auriel de Almeida.

Heróis Futebol Clube disputou o campeonato niteroiense profissional em 1960 e 1961, considerados também como classificatórios para as finais do estadual. Mais um clube do bairro do Fonseca, seu uniforme era listras verticais alviverdes e calções brancos.

 

Fonte: Auriel de Almeida.

 (*)  O desenho do modelo utilizado para representar o uniforme foi redesenhado do “Guia Oficial 2009 do Campeonato Paulista”, do editor Rodolfo Kussarev.

Como já publicamos no artigo do Pery AC, em 1960 e 1961, o Fonseca, clube do mesmo bairro, foi declarado Tri-campeão fluminense  e classificando para as  Taça Brasil de 1959, 1960 e 1961.

 

Petropolitano FBC, de Petrópolis – Campeão de 1927

Atual

Pelas minhas andanças, pesquisando novas histórias, me deparei com uma foto intrigante, cujo texto dizia: “Petropolitano Foot-Ball Club – Campeões de 1927 – 2º Team”. 

 Contudo, ao confrontar os dados, as peças não se encaixavam, uma vez que em 1927, o Sport Club Internacional foi o campeão Municipal de Petrópolis ( o Petropolitano terminou na 3ª posição). Já no Campeonato Fluminense o campeão foi Grupo de Regatas Gragoatá, de Niterói (nessa competição, o Petropolitano sequer participou).

 Então recorri aos conhecimentos do Historiador e Pesquisador Auriel de Almeida, que esclareceu. Naquela época o “2º  Team”, no amadorismo, queria dizer ‘reservas’. Naquela época não tinha substituição, então quem não era escalado jogava uma partida preliminar, chamada ‘Segundos Teams’ ou “Segundos Quadros”.

Escudo de 1927

 Existia uma classificação paralela e o campeonato de segundos teams também valia taça. Eventualmente os times tinham até terceiros teams, de tantos jogadores e sócios.  Assim, o Petropolitano foi o Campeão do Campeonato de Petrópolis de 1927. Além disso, pela qualidade da foto fica comprovado que levantar a taça no 2º Team tinha uma importancia para o clube. 

Não confundir com ‘Aspirantes’, que eram atletas novos, que tinham ultrapassado a idade de juvenis, mas não tinham espaço no time principal. Jovens adultos, pode-se dizer que eram times Sub-23, e tentavam mostrar serviço no time de aspirantes almejando chegar ao principal (daí o nome, aspirar e almejar são sinônimos).

Bogari Clube da Cascatinha – Petrópolis (RJ)

O Esporte Clube Bogary foi fundado em 1903, por descendentes de italianos. O principal esporte era o futebol, onde a equipe disputou vários torneios. Entre os anos 70-80, o clube mudou de nome passando a se chamar Bogari Clube.

Atualmente, o Alviverde Petropolitano, localizado na Rua Bernardo de Vasconcelos, 205, no Bairro da Cascatinha, se dedica mais ao Tênis de Mesa. Já o futebol ainda é praticado e há uma mobilização para que o clube volte a disputar o Campeonato Petropolittano Amador.

Clube Recreativo Democráticos – Petrópolis (RJ)

Na vida, talento é importante, mas a sorte… É o divisor de águas. Estava eu procurando uma informação e acabei, casualmente, encontrando uma Flâmula do Clube Recreativo Democráticos da Vila de Cascatinha, localizado em Petrópolis, Região Serrana do Rio.  

O clube foi fundado num sábado, do dia 04 de Janeiro de 1947. O grande propósito da diretoria era um time para se contrapuser ao Sport Clube Cascatinha e ao Bogary.

O Democráticos disputou vários campeonatos petropolitanos, fazendo boas campanhas, mas sem chegar ao título

O Sport Club Cascatinha possuía sua origem na Seção de Futebol do Círculo Católico São Sebastião de 1912, grupo de operários católicos, cuja mudança do nome se deu em 1924 para Cascatinha. Quanto ao Bogary, fundado em 1903, sua maior clientela eram os descendentes de italianos, politicamente anarquistas.  Além desse escudo raro, encontrei outras raridades que postarei em breve.

Marítimo Futebol Clube – Niterói (RJ)

A narrativa sempre varia da quantidade de informações. Contar a história dos grandes clubes há uma gama de subsídios, possibilitando uma matéria rica. Mas quando a equipe é humilde, modesta e com poucas informações? Aí o que vale é contar com o carinho e o respeito que todos os times merecem ser tratados.

Seguindo esse enfoque, apresento mais um time esquecido e que foi “desenterrado” pelo Pesquisador e Historiador Auriel de Almeida: Marítimo Futebol Clube. Abaixo mais um escuro raro encontrado.

O time niteroiense, Fundado em 1917 por Euclides Corrêa, ficava no charmoso Bairro de Charitas, localizado na Avenida Quintino Bocaiúva, sem número. O seu uniforme (desenho abaixo): camisa vermelha, calções brancos, mais um clube inspirado no América Football Club. Desenhado a partir de uma foto encontrada.

O Marítimo começou a ganhar algumas linhas nos jornais, nos anos 30, quando venceu a Sub-Liga da Associação Niteroiense de Esportes Atléticos (ANEA). Depois faturou alguns campeonatos da Segunda Divisão de Niterói nos anos 40 e só ganhou espaço com a separação do amadorismo com o profissionalismo na década de 50. Em 1957, o Marítimo Futebol Clube conquistou o Campeonato de Niterói, no amador, enquanto o Fonseca levou a taça no profissional.

Da mesma forma como não há informação sobre a sua fundação, o Marítimo naufragou silenciosamente. Atualmente, existe o Aero Clube Charitas, na Avenida Quintino Bocaiúva, contudo não há nenhum indicio que os dois tenham alguma relação em comum. Assim, mais um time desapareceu dos gramados, mas, ao ser resgatado ganhou vida eterna no coração dos apaixonados pela historia do futebol carioca, fluminense e brasileiro.

Esporte Clube Metalúrgico – São Gonçalo (RJ)

Um ‘operário patrão’ na década de 40, foi o Esporte Clube Metalúrgico, de São Gonçalo. Respeitado na região, o clube ao lado Tamoio e do Mauá formavam o “Trio de Ferro” do futebol gonçalense. Fundado numa quinta-feira, no dia 4 de Agosto de 1938, o grande momento do Metalúrgico aconteceu em 1942, quando foi vice-campeão do Campeonato Fluminense.

O clube era muito querido pelos gonçalenses, inclusive o avô do Historiador e Pesquisador Auriel de Almeida foi jogador e sócio do clube, onde foi possível desenhar o escudo por meio da carteirinha do clube. Seu uniforme número 1 era: camisas azuis com golas vermelhas e calções brancos. Eventualmente jogava com um uniforme tricolor, semelhante ao segundo uniforme do Bahia (BA). O raro escudo está abaixo.

Campeonato Fluminense de 1942

A competição contou com a participação de 16 clubes. A Região Sul Fluminense contou com seis representantes: Resende Futebol Clube (Resende); Barra Mansa Futebol Clube (Barra Mansa); Entrerriense Futebol Clube (Três Rios); Royal Sport Club (Barra do Piraí); Central Ferroviário Clube (Valença) e Riachuelo Esporte Clube (Paraíba do Sul).

No Norte Fluminense vieram três times: Goytacaz Futebol Clube (Campos); Ypiranga Futebol Clube (Macaé) e Cordeiro Futebol Clube (Cordeiro). Já a Região Serrana também contou com três equipes: Teresópolis Futebol Clube (Teresópolis); Petropolitano Football Club (Petrópolis) e Fluminense Atlético Clube (Nova Friburgo). Da Região Metropolitana dois clubes: Icaraí Futebol Clube (Niterói) e Esporte Clube Metalúrgico (São Gonçalo). A Baixada Fluminense um time: Esporte Clube Belford Roxo (Belford Roxo); da Região dos Lagos uma equipe de Cabo frio: Tamoyo Esporte Clube.

 

Na Primeira fase, o Resende e Barra Mansa empataram em 2 a 2, no sábado(13 de dezembro de 1942). No segundo jogo (20/12/42) no Estádio do Leão do Sul, novo 2 a 2. Melhor para o Barra Mansa, que avançou pelos critérios de desempate.

Na Segunda fase, nas mesmas datas acima, o Entrerriense eliminou o Riachuelo; o Petropolitano passou pelo Teresópolis; e o Barra Mansa passou para a próxima fase ao bater o Centro Ferroviário, todos em dois jogos (ida e volta). Já o Fluminense de Friburgo definiu a sua passagem para a próxima fase ao golear o Cordeiro por 11 a 1, em casa.

Outro que não encontrou dificuldades foi o Icaraí que goleou o Belford Roxo: 4 a 0 e 3 a 0. O Goytacaz depois de golear o Ypiranga de Macaé por 8 a 2, no jogo de volta arrancou um empate em 2 a 2, e também seguiu na competição.

O classificado que mais sofreu foi justamente o EC Metalúrgico. Em dois jogos com 11 gols, o Metalúrgico bateu, for a de casa, o rival Tamoyo por 3 a 2 (13 de dezembro). Uma semana depois num grande jogo, o Metalúrgico conseguiu um empate em 3 a 3, diante de seus torcedores e festejou a suava vaga.

 

Metalúrgico elimina o Goytacaz

Se na etapa anterior, o Metalúrgico sofreu, na Terceira fase a situação foi ainda mais complicada. Afinal, o adversário era o temido Goytacaz de Campos. Contudo, o Metalúrgico não se intimidou e largou na frente, ao vencer em casa, no domingo (27/12/42) por 3 a 1. No jogo de volta, numa partida dramática, o Metalúrgico segurou o empate em 2 a 2 (03/01/43), no Estádio Ary de Oliveira e Souza, e garantiu a sua presença na fase semifinal.

Após dois empates em 4 a 4 e 2 a 2, o Fluminense de Friburgo eliminou o Icaraí nos critérios de desempate. Já o Petropolitano não teve problemas para se classificar, ao vencer, em casa, o Entrerriense por 3 a 1 (10/01/43) e depois por 3 a 2 (17/01/43), em Três Rios.

Outro que suou foi o Royal SC, que venceu o Barra Mansa por 4 a 2 (24/01/43), no Estádio da Chacrinha, em Barra do Piraí. Uma semana depois o Royal foi derrotado no Estádio Leão do Sul por 3 a 2, mas avançou as semifinais pelo saldo de gols: 6 a 5.

Nas Semifinais, parecia que o Metalúrgico viveria outro enorme obstáculo ao ser derrotado pelo Fluminense por 2 a 1, no domingo(27/01/43), em Nova Friburgo. Contudo, o que parecia ser um drama se transformou num show de bola. Diante da sua torcida, no domingo do dia 7 de fevereiro der 1943, o Esporte Clube Metalúrgico goleou o Fluminense por 7 a 3, chegando a inédita final do Campeonato Fluminense.

Na outra partida, o Royal SC não conseguiu tirar vantagem do fator campo e ficou no empate em 1 a 1 com o Petropolitano(07/02/43), no Estádio da Chacrinha, em Barra do Piraí. Porém, no jogo de volta (14/02/43), o Royal SC foi até Petrópolis e conquistou uma vitória heróica por 3 a 2, garantindo o seu lugar na decisão.

Na Decisão deu Royal SC

Após tantas superações, o EC Metalúrgico chegou confiante na decisão. No primeiro jogo de final, numa partida de sete gols, melhor para o Royal, que venceu o Metalúrgico por 4 a 3 (domingo: 21/02/43), no Estádio da Chacrinha, em Barra do Piraí.

A esperança agora estava no jogo de volta, onde o Metalúrgico contava com o apoio da torcida gonçalense para uma vitória simples para ficar com o caneco. Entretanto, no domingo do dia 28 de fevereiro de 1943, o Royal Sport Club foi melhor e venceu por 3 a 1, levando a taça para Barra do Piraí.

Apesar da derrota, o Metalúrgico foi um time guerreiro, que superou várias adversidades ao longo da competição, e encheu de orgulho os gonçalenses. O clube disputou ainda o Campeonato Fluminense de 1944 e 1945.