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União Esportiva Operária (atual: Anápolis Futebol Clube) – Anápolis (GO): clube busca o reconhecimento do título Estadual de 1947

Escudo e uniforme utilizado em 1947

O Anápolis Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Anápolis (população de 398.817 habitantes, segundo o Censo do IBGE/2022), que fica a 48 km da capital (Goiânia) do estado de Goiás. Fundado na quarta-feira, do dia 1º de Maio de 1946 (Dia do Trabalhador), por um grupo de carroceiros, que batizaram o time de União Esportiva Operária (UEO). A ideia era de criação de um time do “povão“, para competir com outro já existente, o Anapolina, que era considerado time de “elite“.

Clube irá solicitar à FGF o reconhecimento o título de 1947

O time foi crescendo ano após ano e, em 1947, conquistou o seu primeiro título estadual (não reconhecido pela Federação Goiana de Futebol), quebrando um tabu. Pela primeira vez um time do interior ganhava o campeonato que não é reconhecido pela FGF (Federação Goiana de Futebol).

Na última quarta-feira, do dia 1º de Maio de 2024, o vice-presidente do clube, Kim Abrahão, afirmou que irá solicitar junto à Federação Goiana de Futebol (FGF) o reconhecimento de campeão goiano de 1947, conquistado pelo Galo da Comarca.

O pedido oficial, por parte da diretoria do clube, será protocolado, após um período de estudos e levantamento de provas e documentos da época para que a conquista fosse comprovada. Foi produzido um dossiê de mais de 50 páginas, assinado pelos autores Ramon Loiola de Oliveira e Vitor Souza, professores e pesquisadores do futebol anapolino.

O dossiê se encontra disponível para consulta no CT Walterci de Melo, possibilitando que torcedores e interessados saibam qual o pleito do clube com relação à conquista.

Tinha um campeonato do interior e um da capital. No interior, quem ganhou foi o Anápolis, e na capital quem ganhou foi o Atlético/GO. Em 1948, houve a decisão entre os dois e o Anápolis ganhou do Atlético. Então, nada mais legítimo que o reconhecimento do título pelo Anápolis Futebol Clube. Estivemos na federação, não queremos o título só para nós. Pode ser junto com o Atlético, mas nós queremos o título reconhecido e a segunda estrela no nosso peito”, disse Kim Abrahão.

O documento, apresentado à torcida durante o evento, apresenta o regulamento do campeonato, as fichas técnicas das partidas, relação dos 22 atletas campeões, como os irmãos Laudo, Zeca e Júlio Puglisi, recortes e manchetes de vários periódicos e fotos inéditas da época. Além da contextualização histórica, o conjunto de provas buscou embasamento em documentos oficiais da época, atestando a oficialidade da disputa.

Time posado de 1947

O que foi o Campeonato Goiano de 1947?

Naquele ano a FGF organizou um torneio goianiense e um interiorano, determinando que os vencedores deveriam decidir o título goiano entre si. Atlético Goianiense e União Operária (nome de fundação do clube, alterado para Anápolis Futebol Clube em 1951), respectivamente, conquistaram os certames e se classificaram à final.

O Galo da Comarca, comandado pelo técnico Edmundo Martins, passou por Jaraguá, Flamengo de Anápolis e União Ipamerina para conquistar o torneio do interior. Na grande final, disputada no domingo, do dia 18 de abril de 1948, no Estádio Olímpico, em Goiânia, a equipe bateu o Dragão pelo placar de 3 a 2, com um tento de Chupeta e dois de Laudo Puglisi, artilheiro do campeonato com seis gols.

Mesmo após a conquista da competição, oficialmente denominada Campeonato Goiano de Futebol, o título não consta na lista oficial de edições vencedores do torneio. Caso aconteça a confirmação da homologação, o Anápolis será, portanto, bicampeão goiano (1947 e 1965).

UEO muda de nome para Anápolis F.C.

Em 1951, muda de nome e passa a ser o Anápolis Futebol Clube. Tudo isso porque o time que se chamava até então Anápolis Sport houvera encerrado suas atividades, culminando na fundação da Anapolina.

Estádio Jonas Duarte

A sua casa é o Estádio Jonas Ferreira Alves Duarte, com capacidade para 20 mil pessoas, que fica localizado na Avenida Brasil Sul, nº 3165/3292, na Cidade Jardim, em Anápolis/GO. O Estádio Jonas Duarte foi inaugurado no domingo, do dia 11 de abril de 1965, no amistoso nacional, com vitória para o São Paulo Futebol Clube (SP) sobre a Seleção de Anápolis pelo placar de 4 a 1.

Curiosidades

Mas a adoção do nome Anápolis Futebol Clube não mudou o futebol de seus jogadores, que continuava a crescer a cada ano. Desta forma, ele conquistou o campeonato regional de 1954.

Na década de 60, o Anápolis já era bastante conhecido e tinha vários apelidos, dentre os quais Galo da Comarca, Tricolor da Manchester e Time dos Carroceiros.

Grandes desportistas comandaram o clube, como João Bezze, Munir Calixto, Altino Teixeira de Moraes, Amim Gebrim, Osvaldo Cunha Soares, Ronaldo Jaime, Sebastião Richelieu da Costa e Fadel Skaff.

Campeão Goiano da 1ª Divisão de 1965

Em 1961, conquistou o vice-campeonato do primeiro torneio octogonal e finalizou nessa data sua fase de amadorismo. Em 1965, sagra-se campeão estadual pela segunda vez, vencendo o Vila Nova por 3 a 2 em uma virada histórica, no Estádio Jonas Duarte.

Nesse dia, recebendo público recorde, a torcida foi ao delírio quando o time entrou em campo, com: Sorriso; Nina, Osmar, Paraguaio e Áli; Genésio e Eudécio; Zezito, Dida, Nelson Parrila e Deca. No banco ficaram o goleiro Morais, Baiano, Wilson e outros craques. O técnico era Agnaldo Felisberto, o Caxambu. No ano seguinte disputou a Taça Brasil, sendo o 1º clube do interior de Goiás a participar desta competição.

Foto de 2023

História recente

Após acesso (e vice) na Divisão de Acesso de 2015, o Anápolis disputou a elite goiana e conseguiu chegar à decisão, eliminando o Atlético na semifinal em pleno Serra Dourada, mas perdeu o título nos pênaltis para o Goiás. Com o vice-campeonato, o Galo da Comarca conquistou vaga para disputar a Copa do Brasil de 2017 e também vaga no Campeonato Brasileiro da Série D.

Títulos conquistados

Campeonato Goiano da 1ª Divisão – 1965;

Campeonato Goiano da Divisão de Acesso (2ª Divisão) – 1990 e 2012;

Campeonato Estadual de Goiás – 1947 (não reconhecido);

Copa Goiás – 1967;

Campeonato Goiano do Interior – 1947;

Torneio Início da 1ª Divisão – 1966;

Campeonato Citadino de Anápolis – 1954, 1958 e 2002;

Taça Cidade de Anápolis – 1966, 1967 e 2011.

Hino oficial do Anápolis Futebol Clube

Na comarca se conhece a tradição

Do galo forte brigador

Entrou no terreiro o bravo guerreiro

Cruel matador

Sou no terreiro o canto guerreiro

Do meu tricolor, tricolor

Já se vê da Boa Vista

A conquista majestosa

No engrandecer da sua crista

Surge a vitória gloriosa

Vai galo na raça traz a taça

É bola é rede é grito é gol é grande glória

As três cores vivas na memória

Do Pavilhão nas graças da vitória

Sou Anápolis Futebol Clube

A toda hora, agora e sempre até morrer

Salve o tricolor da Boa vista

Galo coroado na conquista

Vai galo na raça traz a taça

É bola é rede é grito é gol é grande glória

As três cores vivas na memória

Do Pavilhão nas graças da vitória

Sou Anápolis Futebol Clube

A toda hora, agora e sempre até morrer

Salve o tricolor da Boa vista

Galo coroado na conquista

FOTOS: Edivair Custódio/Anápolis FC – Reprodução Redes Sociais

FONTES: Mais Esporte Anápolis – Federação Goiana de Futebol – site do clube

Fotos raras de 1965: Inauguração do Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)

Na partida diante do River Plate, a Seleção Mineira jogou com uniforme verde

No domingo, do dia 05 de Setembro de 1965, foi oficialmente inaugurado o Estádio Minas Gerais (posteriormente ganhou o nome de Estádio Governador Magalhães Pinto, popularmente chamado de “Mineirão”). A partida foi entre a Seleção Mineira diante da forte equipe do River Plate (ARG). No final, os mineiros saíram de campo com a vitória pelo placar de 1 a 0. O gol foi assinalado pelo atacante Buglê.

O Estádio Minas Gerais, construído em tempo recorde pelo Governo Magalhães Pinto, era o 2º estádio coberto do mundo. Tem capacidade para 130 mil pessoas e sua área total – incluindo pista de atletismo, parques de estacionamento parα automóveis e jardins – é de 300.000 m2. Sua cobertura abriga totalmente as arquibancadas, as cadeiras e ainda (este, um detalhe inédito) parte das gerais atrás dos gols.

O conjunto esportivo para o esporte especializado e universitário se completa com 5 quadras de tênis, 2 piscinas, 8 quadras de voleibol, 5 quadras de basquete, 6 campos de futebol, Departamento de Esportes Náuticos e Ginásio.

Modelo utilizado em 1965

Programação definida

A administração da ADEMG (Administração do Estádio de Minas Gerais), informou a programação, com quatro jogos no Estádio Minas Gerais, sendo que a carga total disponibilizada de ingressos para cada partida foi de 103 mil.

DATASPARTIDASPRELIMINAR
05 de setembro de 1965Seleção Mineira x River PlateNão teve
07 de setembro de 1965Seleção Brasileira (representada pelo Palmeiras) X Seleção UruguaiaAmérica Mineiro x Uberaba
12 de setembro de 1965Seleção Mineira x BotafogoAtlético x Siderúrgica
15 de setembro de 1965Seleção Mineira x Santos FCCruzeiro X Vila Nova

Na partida entre Minas Gerais x River Plate foram inaugurados os refletores do estádio. A venda de ingressos já foi iniciada sendo arrecadados oito milhões de cruzeiros no primeiro dia. A partir da próxima segunda-feira (30 de agosto de 1965) a tesouraria da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) terá também ingressos à venda.

EM PÉ (esquerda para a direita): Dawson, Canindé, Buglê, Fábio, Grapete e Bueno;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Silvestre, Dirceu Lopes, Tostão, Noventa e Tião.

Programação para a partida inaugural

O Governo do Estado e a Administração do Estádio Minas Gerais (ADEMG), estabeleceram, para as solenidades comemorativas da inauguração do novo estádio, a seguinte programação:

10 horas – salva de canhões na Pampulha;

11 horas – abertura dos portões do Estádio Minas Gerais e logo a seguir, desfile das balizas que participarão dos Jogos da Primavera, promoção do JORNAL DOS SPORTS;

13 horas – exibição dos cães amestrados da Polícia Militar;

13h30m – saltos de paraquedistas no gramado e evoluções da Banda da Polícia Militar;

13h45m – apresentação das placas alusivas à inauguração do estádio, sendo que na ocasião o engenheiro Gil César Moreira de Abreu, autor das maquetes do estádio, e o Governador Magalhães Pinto discursarão. Antes, ambos serão recebidos pela Banda de Música do Exército;

14 horas – entrega do estádio ao povo, pelo Governador Magalhães Pinto;

14h05m – bênção do campo, com a presença dos alunos da Escola Técnica de Belo Horizonte e do Colégio Municipal;

14h15m – desfile de colégios com a participação, mais uma vez, das balizas que participarão dos Jogos da Primavera;

14h40m – exibição da Esquadrilha da Fumaça. Dois paraquedistas pularão de aviões especiais, um trazendo a bola do jogo e outro a bandeira brasileira que será levantada no mastro central do estádio;

14h50m – entrada em campo das equipes da seleção mineira e do River Plate, para o jogo inaugural, que se postarão no gramado em forma olímpica;

14h55m – entrada do Governador Magalhães Pinto em campo e execução dor hinos nacionais do Brasil e da Argentina. Após a execução dos dois hinos o bicampeão mundial de futebol, Nilton Santos, desfilará pela pista, levando a tocha olímpica e acendendo a pira olímpica. Na ocasião será feita uma exaltação ao esporte pelas alunas da Escola Nacional de Educação – Física de Minas Gerais;

15h05m – o Governador do Estado de Minas saudará os atletas que participarão do jogo inaugural e vai dar o pontapé inicial;

15h15m – Início do jogo Seleção Mineira x River Plate,

Estádio Minas Gerais que depois ganhou alcunha de Mineirão

Transporte e Polícia

Para facilitar o acesso do público ao estádio Minas Gerais, serão colocados hoje (domingo, do dia 05 de Setembro de 1965), pelo Departamento Municipal de Transportes Coletivos, a partir das 10h, 130 ônibus, que não cobrarão passagens e ligarão o Centro da Cidade e a Pampulha, onde está localizado nôvo estádio.

Os veículos rodarão até quando o movimento de público exigir. A Prefeitura deslocou quase todas as urnas do Departamento de Obras para o preparo das vias de acesso ao estádio todas as obras foram concluídas na madrugada de hoje, depois de o pessoal de obras ter trabalhado durante toda a noite.

Cerca de 2 mil homens foram mobilizados para o policiamento: guardas civis, soldados e oficiais da Policia Militar, investigadores do corpo de segurança e elementos do Departamento Estadual do Trânsito, além da Rádio Patrulha, e receberam ordens severas no sentido de prender todas as pessoas suspeitas e ficam atentos aos marginais de outros Estados que aparecem, atraídos pela notícia da inauguração do estádio Minas Gerais.

EM PÉ (esquerda para a direita): Bueno, Canindé, Grapete, Buglê, Fábio, Décio Teixeira e Ubaldo Miranda (ex-jogador com passagens pelo Atlético-MG, Bangu-RJ, Villa Nova-MG, Bela Vista-MG e Corinthians);
AGACHADOS (esquerda para a direita): Não identificado (massagista),Wilson Almeida, Silvestre, Tostão, Dirceu Lopes, Tião e Bolão (massagista).

Câmbio Negro

Outra recomendação aos policiais foi a repressão total ao câmbio negro de ingressos, que desde a quinta-feira (dia 02 de Setembro de 1965) começará a vigorar.

Ontem à tarde (dia 03 de Setembro de 1965), uma guarnição da Rádio Patrulha prendeu os cambistas Antônio Pereira e Raimundo Rodrigues, que adquiriram 120 arquibancadas a Cr$ 1 mil e estavam vendendo na Rua da Bahia a Cr$ 2 mil, cada uma. Os dois marginais foram encaminhados a Delegacia de Representação e Vadiagem serão processados.

Maracanã e Estádio Minas Gerais: Os Dois Gigantes

Num confronto do Maracanã, maior do mundo, com o “Minas Gerais“, terceiro, a diferença, no que toca à parte técnica de sua construção é a seguinte:

ITENSMINAS GERAISMARACANÃ
Capacidade130 mil pessoas200 mil
Forma geométrica de uma falsa elipse, medindo no eixo maior276.00m308,74m
medindo no menor216,30m280.75m
Perímetro785.77m844.62m
Altura25,00m32.00m
Arquibancadas (número de degraus)3548
1.° degrau em relação ao nível do campo8.00m7.50m
Último17,87m23,67m
No último degrau o espectador fica em relação ao centro do campo90.00m126,00m
Medidas máximas do gramado (Internacional)110 x 75m110 x 75m
Fosso lateral de proteção – profundidade3,00m3.00m
largura2,50m3.00m
Túneis de Acesso ao gramado34
Placares eletrônicosem projeto3
Vestiários (música permanente, gabinete médico, sala de massagens, banheiras térmicas e oxigenoterapia)55
Alojamentos400 pessoas100 pessoas
Escoamento do público, quando lotado10 minutos15 minutos
Projetores de iluminação240 220
Material usado na construção – Madeira284.000m2850.000m2
Material usado na construção – Sacas de cimento284.000500.000
Material usado na construção – Ferro4.000.000kg9.582.781kg
Cabines para rádios e TVs, com ar condicionado, isolamento acústico e visor panorâmico2426

Gérson já tem time base dos Mineiros

Belo Horizonte – O técnico Gérson dos Santos, da seleção mineira que se prepara os jogos inaugurais do Estádio Minas Gerais, informou ontem (terça-feira, dia 24 de agosto de 1965) que, depois dos últimos coletivos realizados conseguiu formar a equipe base do escrete para o primeiro jogo dos mineiros, dia 5 de setembro, com o River Plate, de Buenos Aires (ARG).

Gérson revelou que deverá ser o seguinte, o quadro que jogará contra o River: Fábio; Canindé, William, Rui e Décio Teixeira; Edson e Dirceu Lopes; Wilson Almeida, Silvestre, Jair Bala e Tião. Disse ainda que escolheu os que melhor produzem em conjunto e não os que demonstram ação individual, mesmo que sejam ótimos.

Foto: acervo pessoal do ex-jogador Silvestre
EM PÉ (esquerda para a direita): Bueno, Canindé, Grapete, Buglê, Fábio, Décio Teixeira e Ubaldo Miranda;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Wilson Almeida, Silvestre, Tostão, Dirceu Lopes, Tião e o massagista Bolão.

Próximos Ensaios

Hoje à tarde (quarta-feira, dia 25 de agosto de 1965) será realizado o terceiro treino coletivo da seleção mineira, no Estádio Independência, contra o time do Banco da Lavoura. De amanhã até sábado os jogadores darão apenas treinamento individual e domingo haverá nova prática de conjunto, também do Estádio Independência, contra o Olímpic, de Barbacena, atual campeão do certame promovido pela Liga de Juiz de Fora. Nessa partida, a equipe barbacenense surpreendeu ao vencer por 2 a 1.

A Tática

Gérson dos Santos disse ainda que vai adotar o sistema 4-2-4 nos jogos em que a seleção mineira participar, acentuando, entretanto, que não será um sistema rígido, devendo haver variação para o 4-3-3, acordo com o adversário e o andamento das partidas.

Já deu ordens ao ataque para jogar pelas pontas. acompanhando e deslocando Jair Bala e Silvestre para as extremas em que se der a jogada.

O River Plate, que é o primeiro adversário dos mineiros, está sendo aguardado em Belo Horizonte nos primeiros dias de setembro, procedente da Europa, para onde seguirá depois do jogo de hoje em Caracas (VEN), com o Real Madrid (nesse jogo, terminou empatado em 1 a 1, com a presença de 15 mil pagantes. O espanhol Agüero abriu o placar para a equipe madrilenha no primeiro tempo. Cubillas deixou tudo igual para os argentinos na etapa final).

Tevê Tupi transmitiu o jogo

No Jornal dos Sports, teve o anúncio de que a Televisão Tupi, Canal 6, iria transmitir às 15 horas, a partida entre Seleção Mineira x Club Atlético River Plate, direto do Estádio de Minas Gerais para o Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória (ES), através de uma rede nacional de televisão. O Banco Nacional de Minas Gerais S/A foi o patrocinador da transmissão e também ajudou na construção do Estádio mineiro.

Imponentes festejos marcaram inauguração

Com a vitória do selecionado mineiro sobre a representação do River Plate, da Argentina, o povo de Minas Gerais e, sobretudo, de Belo Horizonte, teve um fecho de ouro para as festividades de inauguração do Estádio Minas Gerais, o segundo do Brasil e terceiro do mundo, em capacidade, perdendo apenas para o Maracanã e para o Hampden Park, de Glasgow, na Escócia.

Desde as primeiras horas da manhã de ontem a Capital mineira começou a vi- ver seu dia de festa, com salva da canhão que anunciou o nascimento do novo estádio, já chamado de “colosso da Pampulha“.

Os festejos continuaram com o Arcebispo de Belo Horizonte, Dom Serafim Fernandes de Araújo dando a bênção ao estádio e com apresentação de bandas de música, ginastas e, com destaque, das balizas que participarão dos Jogos da Primavera, numa promoção do JORNAL DOS SPORTS.

Governador Entrega

O Governador Magalhães Pinto chegou ao estádio por volta das 14 horas recebendo consagradora ovação do enorme público presente e, logo após, fez a entrega simbólica da nova praça de esportes ao povo mineiro.

Antes do início da partida que encerrou as festividades do dia de ontem (domingo, do dia 05 de Setembro de 1965), o Governador mineiro cumpri- mentou a todos os jogadores dos dois times, ressaltando, junto aos integrantes da equipe argentina “a honra a satisfação do povo mineiro de ter o River Plate como convidado num momento histórico como o da inauguração do Estádio Minas Gerais”.

Como convidados especiais do Governo de Minas estiveram presentes às solenidades da inauguração do nôvo estádio, os presidentes da Federação Paulista de Futebol, Sr. Mendonça Falcão; da CBD, Sr. João Havelange; do CND, Sr. Elói Meneses; e o técnico da Seleção Brasileira, Vicente Feola.

Mineiros venceram na Festa de Inauguração

Com uma renda muito aquém da esperada pelas autoridades e sem que se saiba o número exato de espectadores porque as borboletas dos portões de acesso ainda não foram instaladas, o Estádio Minas Gerais foi inaugurado, ontem, com festividades que se encerraram com o encontro entre a seleção mineira e o River Plate, vencido pelos mineiros por 1 a 0, gol de Buglê aos 3 minutos da etapa final.

A arrecadação foi de 82.792.625,00 e calcula-se, entre público pagante e autoridades convidadas, cerca de 80 mil pessoas presentes ao jôga, embora a Administração do Estádio Minas Gerais tivesse anunciado, anteriormente, que a venda de ingressos já havia atingido Cr$ 90 milhões (sábado). O estádio ainda não está acabado, devendo ter suas obras finalizadas, definitivamente, dentro de um ano.

Jogo Fraco

A partida entre o escrete mineiro e o River Plate teve duas características distintas: o nervosismo dos mineiros e o cansaço dos argentinos. A consequência foi um jogo fraco, que somente começou a melhorar depois que a equipe local inaugurou o marcador, no segundo tempo, e, perdendo um pouco a inibição inicial, partiu para o jogo emocional, suprindo as deficiências de falta de conjunto com a vibração de seus jogadores, incentivados pela imensa torcida que pedia “mais um, mais um“.

Até os primeiros 35 minutos da partida o River Plate, embora um pouco lento, comandou o jogo, tendo perdido, aos 9 minutos, oportunidade de inaugurar o marcador num pênalti cometido por Grapete, que tirou com a mão uma bola que ia entrando depois de haver passado pelo goleiro Fábio. Sarnari cobrou e chutou para fora. Depois os mineiros melhoraram um pouco, indo mais à frente, embora pecassem nas finalizações.

Gol Único

O gol da seleção de Minas nasceu de uma jogada de Dirceu Lopes, que deu em profundidade para Buglê, que adiantara, tendo o goleiro Gatti tentado interceptar, falhando. Buglê apanhou a bola, driblou, ainda, um zagueiro e fuzilou, aos 3 minutos da etapa final.

Depois desse gol, os mineiros, jogando mais na base do entusiasmo, pressionaram com mais frequência o gol adversário, até os 30 minutos. Quando faltavam 15 minutos para o término do jogo, o time adversário, que vinha mantendo um ritmo lento, mostrando cansaço, começou a reagir, passando a pressionar, mas a equipe local, caindo toda na defesa, conseguiu manter marcador.

Duas Expulsões

Aos 35 minutos da fase inicial, o ponta-esquerda Tião, do escrete mineiro, entrou violentamente em Sarnári, que revidou com um pontapé, tendo o juiz da partida, Sr. Antônio Viug, expulsado os dois jogadores, passando os dois times a jogar com apenas 10 homens. Mesmo depois dessas expulsões, o jogo continuou viril, com as defesas de ambos os lados jogando duro e, por vezes, violentas.

Começou Atrasado

A partida, que estava por ser iniciada às 15h15m, começou com um atraso de 15 minutos por que as solenidades de inauguração demoraram mais tempo que o previsto pelas autoridades.

As 14h30m, Hideraldo Luís Belini, bicampeão mundial de futebol e capitão da seleção da campanha da Suécia, em 1958, deu a volta olímpica no campo levando o fogo simbólico e depois acendeu a pira olímpica, sob o aplauso de todos os espectadores. Antes do início da partida, os capitães da seleção de Minas, Bueno, e do River Plate, Ramos Delgado, trocaram flâmulas.

Os Melhores

Os melhores jogadores da partida foram Fábio, Dirceu Lopes, Buglê, Grapete e Wilson Almeida, para os mineiros, e Ramos Delgado, Oscar Más, Matozas e o brasileiro Delém (Vladem Lázaro Ruiz Quevedo), para os argentinos. O goleiro Fábio, da seleção de Minas, merece destaque especial, tendo sido o melhor homem em campo.

O árbitro Antônio Viug teve bom trabalho, embora um pouco prejudicado pela virilidade dos jogadores. Quase chega atrasado ao campo porque o avião em que viajou do Rio se atrasou, tendo aterrissado na Pampulha 15 minutos antes do jogo. Os bandeirinhas foram Joaquim Gonçalves e Luís Pereira, ambos da Federação Mineira de Futebol (FMF).

Os mineiros terão hoje o dia livre e voltarão a se concentrar amanhã a fim de se preparar para o jogo com o Botafogo, domingo. Amanhã farão individual; quarta-feira, coletivo no Estádio Minas Gerais; quinta-feira, individual; e sexta-feira, apronto. O técnico mineiro, Gérson Santos, informou que pretende manter a mesma equipe para o Jogo de domingo.

EM PÉ (esquerda para a direita): Carlos Alberto Sainz, Jose Manuel Ramos Delgado (Capitão), Hugo Gatti, Roberto Matosas, Vladislao Cap e Hector Grispo;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Luis Cubilla, Juan Carlos Sarnari, Luís Artime, Delém e Oscar Más.

River faturou 10 mil dólares pelo jogo

A Delegação do Club Atlético River Plate, viajando pela Ibéria, desembarcou no Rio de Janeiro, no sábado, do dia 04 de setembro de 1965. Logo depois viajou para Belo Horizonte, chegando por volta das 13 horas. Dali seguiu para o Brasil Palace Hotel, onde ficou hospedado.

A delegação do River Plate embarcou na segunda-feira (dia 06 de Setembro de 1965), às 14 horas, para o Rio de Janeiro e às 18 horas, do Galeão, seguiu viagem para Buenos Aires (ARG). Pela partida, o River Plate recebeu a cota de 10 mil dólares, além das despesas pagas.

As duas equipes perfiladas, ouvindo os hinos nacionais do Brasil e Argentina

SELEÇÃO MINAS GERAIS        1        X        0        C.A. RIVER PLATE (ARG)

LOCALEstádio Minas Gerais (atual Mineirão), no bairro da Pampulha, em Belo Horizonte/MG 
CARÁTERAmistoso Internacional
DATADomingo, do dia 05 de Setembro de 1965
HORÁRIO15 horas e 30 minutos (de Brasília)
RENDACr$ 82.792.625,00 (Oitenta e dois milhões, setecentos e noventa e dois mil, seiscentos e vinte e cinco cruzeiros)
PÚBLICO73.201 pagantes (a estimativa foi de um público presente de 100 mil)
ÁRBITROAntônio Viug (FIFA/RJ)
AUXILIARESJoaquim Gonçalves (FMF) e Luís Pereira (FMF)
EXPULSÕESTião (Minas Gerais) e Sarnari (River Plate)
MINAS GERAISFábio; Canindé, Grapete, Bueno e Décio Teixeira; Dirceu Lopes e Buglê; Wilson Almeida (Geraldo, e depois Noventa), Tostão, Silvestre (Jair Bala) e Tião. Técnico: Gérson Santos.
RIVER PLATEGatti; Sainz, Ramos Delgado, Hector Grispo (Mario Bonzuck) e Matosas; Vladislao Cap (Solanez) e Sarnari; Luis Cubilla (Jorge Solari), Artime (Juan Carlos Lallana), Delém e Oscar Más. Técnico: Jose Curti.
GOL(S)Buglê aos 3 minutos (Seleção Mineira), no 2º Tempo.

FOTOS: Acervo Fabiano Rosa Campos

FONTES: Jornal dos Sports (RJ)

Distintivo raro de 1920: Sport Club Rio de Janeiro – Rio de Janeiro (RJ)

Sport Club Rio de Janeiro foi uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Fundado no dia 15 de Maio de 1914, a sua Sede ficava sediada na Rua São Francisco Xavier com Avenida Boulevard 28 de Setembro, em Vila Isabel. Em 1922, a sua Sede se encontrava na Rua Santa Luiza, nº 125, no bairro Engenho Velho (atualmente Tuijuca). Mandava seus jogos no extinto campo da Rua Morais e Silva, na Tijuca. Possuía as cores branca, azul e preta.

Entre os fundadores destacam-se Ernâni Silva de Almeida (presidente), Belmiro Alves (vice-presidente), Paulo Ramos Paz “Pazinho” (secretário), Guilherme Silva (tesoureiro), Waldemar Macieira (1° procurador), Carleto Botelho (2° procurador), Nicanor Tourinho (capitão-geral), Eliézer Leite (vice-capitão), Alberto Silva (comissão de sindicância), Arnaud Reis (comissão de sindicância) e Arsênio Brousse (comissão de sindicância).

Praça de Esportes da Rua Moares e Silva

O Sport Club Rio de Janeiro inaugurou o seu campo, no domingo, do dia 24 de novembro de 1918. O valoroso club da 2ª Divisão da Liga Metropolitana, O seu novo e excelente campo ficava situado na Rua Moraes e Silva, no bairro do Engenho Velho (depois passou para a Tijuca e atualmente no bairro do Maracanã).

A Vida Sportiva destacou: “O lindo ‘ground’ que está situado em uma optima zona proxima do centro, se bem que seja pequeno é, no entanto, uma obra elegante dentro das regras hygienicas e desportivas.

A “Vida Sportiva” publicando hoje algumas photographias do bello campo nada mais faz do que render uma justa homenagem ao esforço dos queridos ‘sportsmen’ componentes do Sport Club Rio de Janeiro”.

Foi reorganizado em 2 de julho de 1914, com as cores preto e branco. A partir de 1920 se tornou azul e branco. Em 1915, filiou-se á Associação Brasileira Sports Athleticos (ABSA), fazendo bela figura no campeonato. Em 1916, continuou na A. B. S. A., conseguindo o terceiro lugar. Neste ano, o S. C. Rio de Janeiro derrotou, em seu último jogo returno, o campeão invencível Americano, por 3 a 2, depois de um prélio movimentado.

Em 1917, filiando-se á L. M. D. T (Liga Metropolitana de Desportos Terrestres) conduziu-se de forma brilhante; embora não conseguindo o título de campeão, obteve boa colocação, proporcionando-lhe passar á 2ª Divisão, devido ao aumento de clubes em cada divisão.

Em 1918, foi o 3º colocado do Campeonato Carioca da Terceira Divisão. Conseguiu o acesso à Segunda Divisão ao derrotar o último colocado da Segunda DivisãoPaladino Foot-Ball Club por 6 a 1 na repescagem.

A diretoria de 1918 do S. C. Rio de Janeiro estava assim constituída:

Presidente, Horacio Werner;

Vice-presidente, Francisco da Cruz Vianna;

1° secretario, Pedro Lopes Macieira Sobrinho;

2° secretario, Domingos da Silva Manno;

1º thesoureiro, José Nunes Ribeiro;

2° thesoureiro, Carlos Leopoldo de Souza;

Procurador, Carlos Medeiros de Mello;

Conselho fiscal, Mario Guerra, Alipio Borges e Dermeval Freitas Gonçalves;

Commissão de syndicancia, Raul Portugal, Alvaro Leite Gomes e Arnaldo Reis.

Os seus quadros de football:

1º team: Roberto Ramos de Oliveira – Gustavo Moraes Vasconcellos e João Gomes Menezes – Armando Reis (cap.), Eurico Pinheiro Guerra, Arthur Machado Filho – Francisco Vianna Filho, Waldemar Alves Bragança, Emilio Champion, Carlito de Oliveira e Luciano Alver Bragança.

2º team: Horace Smith – Saint Clair Faria e Oswaldo Faria – Goamerges Silva, Oscar Couto e José Pinto Rodrigues – Humberto Malagutti de Souza, Ary Monteiro Amarante, Adalberto Santos Ribeiro, Oswaldo Carneiro e Alfredo José Vieira.

O quadro de honra:

Socios honorarios – Antonio de Miranda, Dr. Souza Silva, W Sylvester e Dr. Julio Fur- tado.

Socios benemeritos – José Nunes Ribeiro, Francisco Vianna Filho, Belmiro Alves, Horacio Werner e Alvaro Pereira da Costa.

Fundadores – Attila Ferraz, Ernaei Ferraz, Frederico Monken, Belmiro Alves, José Moreno Rodrigues, Arthur Soa- res, Nestor Soares, Alvaro Gomes, Paulo Ramos Paz e outros cujos nome nos escaparam.

Em 1919, foi vice-campeão da Segunda Divisão. O campeão e promovido à elite foi o Palmeiras Athletico Clube. Foi 6º lugar no Campeonato Carioca da Segunda Divisão, em 1920, em certame vencido pelo Carioca Foot-Ball Club.

Ainda em 1920, o Sport Club Rio de Janeiro prestou uma homanegem a bandeira do estado do Rio, alterando as suas cores. O uniforme passou a ser listrado na verticais nas cores azul e branco, enquanto o seu distintivo passou a ter o fundo na cor vermelha.

Em 1921, é campeão da Série A da Segunda Divisão. Na fase final perde para o Bonsucesso Futebol Clubecampeão da Série B, o título do campeonato. No mesmo ano conquista o Torneio Início da Segunda Divisão. 

Em 1922, faz fraca campanha e termina em sexto lugar na classificação da Série A, sendo eliminado na fase inicial. Em 1923, faz novamente má campanha e termina em último no campeonato. Em 1926 foi extinto. Em 1925, foi fundado o Sport Club Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana, na Zona Sul fo Rio. Porém, não tem nenhuma relação.

“Hymno do Sport Club Rio de Janeiro”

(Musica da Canção do Soldado) – Letra de Moacyr Lafayette Chagas

Nós somos do glorioso Rio Janeiro.
Fieis defensores,
Nosso pavilhão garboso
Mostra altaneiro
Suas nobres côres.
 
Seguimos o mesmo trilho,
Cheios de crença,
Na altiva idéa,
– Cercal-o de intenso brilho,
Na gloria immensa,
Numa epopea!
 
Emblema das nossas tradições,
Das luctas, de nosso aureo, passado,
Tremula desfraldado,
Victorioso e evacionado
Em meio das multidões…
 
Inda se escuta,
Por onde vais,
– Eil-o nobre quando lucta,
– Sonhador, si reina a paz,
Cante o valor,
O mundo inteiro,
Do bi-color,
Sport Club Rio de Janeiro.
Publicado na Vida Sportiva, em 1918

Colaborou: Pedro Varanda

FONTES: Arquivo pessoal – O Malho (RJ) – Vida Sportiva (RJ) – Jornal do Commercio (RJ)

Escudo inédito de 1920: Sete de Setembro Futebol Clube – Belo Horizonte (MG)

O Sete de Setembro Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Belo Horizonte (MG). O Tigre da Floresta foi fundado no domingo, do dia 07 de Setembro de 1913, com o nome de Sete de Setembro Foot-Ball Club.

Sua primeira diretoria ficou assim constituída:

Presidente honorário – Manoel Caillaut;

Vice-Presidente – capitão João Castro;

1º secretario – João Gonçalves;

2º secretario – Guiné Ribeiro.

Sete: a quarta força de Belo Horizonte

Em “Futebol no Embalo da Nostalgia”, o jornalista esportivo mineiro Plinio Barreto conta momentos históricos do futebol das Alterosas, e menciona a relação do Sete com o bairro:

Houve época em que o Sete tinha uma torcida que se rivalizava com as de Atlético, Palestra e América. A Floresta em peso se deslocava para ver o Sete onde o Sete estivesse. Seu corpo social era numeroso, com uma atividade constante, reunindo setembrinos em saraus dançantes. Os bares florestinos que se prezassem tinham sempre uma fotografia do time pregada nas paredes”, disse Barreto.

Foto do Sete de Setembro de 1920

Vice-campeão Mineiro em 1919 e 1920

O seu primeiro grande feito do Sete de Setembro aconteceu no Campeonato Mineiro da 1ª Divisão em 1919, quando se sagrou vice-campeão vencendo o Yale por 2 a 1 em uma decisão da Taça de Bronze. No ano seguinte, novamente “bateu na trave”, terminando em segundo lugar em 1920.

Título inédito do Torneio Início de 1922

O Sete foi campeão do Torneio Início do Campeonato Mineiro em 1922. No domingo, do dia 2 de abril de 1922, ainda no antigo campo do Prado Mineiro, após vencer o Palestra Itália (atual Cruzeiro), e o América nas fases eliminatórias, confrontou na final do Torneio Initium o Atlético, vencendo-o por número de escanteios e conquistando o seu primeiro título oficial com a seguinte escalação: Veiga; Pé de Ferro, Américo; Sant’Anna, Paulo, Guilherme; Nino, Novato, Romano, Totó, Oscarlino.

Campeão da Taça Coronel Oscar Paschoal de 1956

Já com a nova casa voltou a erguer um troféu em 1956, a Taça Coronel Oscar Paschoal. A FMF (Federação Mineira de Futebol), a organizou o Torneio Coronel Oscar Paschoal entre os quatro clubes eliminados do terceiro turno do Campeonato Mineiro de 1955.

O Sete, mesmo perdendo para o Cruzeiro, ficou com os pontos por irregularidades do adversário, depois venceu o Metalusina de Barão de Cocais e, após um empate sem gols, no Estádio Independência com portões abertos, contra o Asas de Lagoa Santa, conquistou o título do torneio com a seguinte escalação; Mão de Onça; Valter II e Ranieri; Alaor, Amauri e Mundico; Edinho, Wander, Valter I, Márcio e Vicentino. Técnico: Paulo Benigno.

Sua última conquista foi em 1997

Somente em 1997, o Tigre da Floresta voltaria a conquistar um título oficial, o Campeonato Mineiro de Futebol da Segunda Divisão, vencendo o Fabril de Lavras, no Independência, com um gol de pênalti aos 50 minutos do segundo tempo marcado por Fábio Menezes, irmão de Ramon Menezes, que atuou por Cruzeiro e Atlético-MG.

A escalação do time campeão era: Laércio; Chris (Telão), Roberto, Ralf, Carlão; Willian, Lói (Léo Salazar), Clemilson, Wellington (Paulinho); Fábio Menezes, Jorge. Técnico: Jurandir Gamma Filho.

Foto do Sete de Setembro de 1928

Você sabia?

Um detalhe curioso é que, na década de 40 (a partir de 1944), o clube temporariamente se chamou Sete de Setembro de Futebol e Regatas, quando foi criada a Federação Mineira de Remo. Em setembro de 1948, voltou a atender por Sete de Setembro Futebol Clube.

Praça de Esportes

O seu magnifico campo de “football” cedido pela Prefeitura, está situado em terrenos do Parque Municipal (concorrendo a construção por conta da sociedade), na Zona Leste de Belo Horizonte, mais especificamente ao bairro da Floresta, daí a sua alcunha, o Tigre da Floresta,

A equipe alvirrubra mandava suas partidas na Chácara Negrão, atual Praça Otacílio Negrão de Lima, no bairro da Floresta. Posteriormente, jogou no 5º Batalhão de Policia Militar do Santa Teresa (atual Colégio Tiradentes no Bairro Santa Tereza), bairro este limítrofe ao bairro da Floresta.

No final dos anos 40, América, Atlético e Cruzeiro tinham cada um o seu próprio estádio. Vale destacar que os três estavam “dentro” da Avenida do Contorno, estando o Sete do outro lado do Rio Arrudas. No plano original da cidade, Belo Horizonte seria apenas o que estivesse dentro da Avenida do Contorno, estando o Sete na periferia da capital mineira. 

Faltava ao Sete de Setembro a sua própria casa, já que este jogava no campo dos outros clubes da capital, ou no campo do V Batalhão acima mencionado. Faltava! Em 1948, em um terreno entre as ruas Ismênia e Pitangui, no bairro do Horto (bairro vizinho de Santa Teresa e Floresta) se inicia a construção do estádio Raimundo Sampaio, o popular Independência.

As obras foram capitaneadas pela prefeitura de Belo Horizonte, na gestão de Otacílio Negrão de Lima, juntamente com o então presidente do Tigre, o então vereador Antônio Lunardi.

O dirigente uniu o útil ao agradável: o Sete precisava de um estádio, e, em poucos anos o Brasil sediaria a Copa do Mundo e BH precisava de um monumento à altura do evento.

Imagem aérea do estádio em construção, em 1949.
Arquivo Estado de Minas

O projeto original era um pouco diferente do que a versão construída. A proximidade da Copa do Mundo fez com que a arquibancada localizada atrás de um dos gols não fosse concluída, levando ao formato de ferradura.  Uma das marcas do Independência até os dias de hoje.

O estádio despontou como o maior dentre os estádios da cidade e um dos maiores do país, apto a receber o Mundial de 1950. E é justamente a história do estádio um dos fatores que fez o Sete não ser esquecido na memória dos belo-horizontinos. Os mais antigos ainda o chamam de “campo do Sete”.  

A ideia vigente na época era a de que um clube não se desenvolveria se não tivesse um estádio próprio, então a construção do Gigante do Horto era vista com ótimos olhos.

As suas participações no Campeonato Mineiro, eram medianas e ruins, onde viu no Independência, o Atlético em 1950, o Villa Nova em 1951, o América em 1957 e o Cruzeiro em 1959, serem campeões.

A cancha setembrina só perdeu o posto de maior estádio da cidade, em 1965, quando foi inaugurado o Mineirão. Com isso, o gigante do Horto cairia em período de ostracismo revezando algumas partidas do próprio Sete, ficando às minguas na maioria do tempo.

Declínio na década de 60

Na década de 60 o Sete entrou definitivamente em decadência, pois sobrevivia até então, dos aluguéis pagos por seus rivais para uso do seu estádio. Participou de algumas edições do Campeonato Mineiro, Torneios Incentivos e da Taça Minas Gerais até 1976. A partir daí participou de forma intermitente as divisões de acesso do futebol do estado.

Nos anos 80, o estádio Raimundo Sampaio voltaria a ganhar protagonismo na cena do futebol de Belo Horizonte, após ganhar uma reforma promovida pelo Governo do Estado de Minas Gerais.

Um velho rival do Tigre, o Coelho, que desde que vendeu o estádio da Alameda peregrinava entra o Vale Verde, em Contagem, e o Mineirão, viu no Independência a oportunidade de estar mais próximo de seus torcedores, saudosos do campo americano no bairro do Santa Efigênia, também vizinho do Horto.

Sete e América firmaram um contrato de cooperação que permitia ao Coelho mandar ali os seus jogos, tendo também que assumir a responsabilidade pela manutenção do estádio.

Foi no Independência que o América viveu a sua maior gloria: em 1997, quando faturou a série B do Campeonato Brasileiro. Esse foi também o último ano que o Tigre da Floresta disputou (e venceu) um torneio oficial.

Com uma equipe formada em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, conquistou o Campeonato Mineiro da 2ª Divisão (equivalente a Terceirona). O certame teve também as participações do tradicional Siderúrgica, do Fabril de Lavras, do Esportivo de Passos de Minas e do Aciaria de Ipatinga. O Tigre passou bem pela primeira fase, e no quadrangular final, garantiu o título na última rodada ao superar o Fabril, no Independência.

O título lhe rendeu a classificação para o degrau seguinte, o Módulo 2 em 1998. Mas o projeto não foi para frente e o Sete não usufruiu da vaga conquistada. E deste então não voltou a atuar em competições profissionais. Por algum tempo ainda figurou em competições de base, até desaparecer por completo do cenário do futebol mineiro em 1998.

Posteriormente, o Independência seria incorporado ao patrimônio do América, e o Sete de Setembro deixaria de existir, deixando um vazio no futebol de Belo Horizonte, que ficou desfalcado de um dos mais tradicionais times dos primórdios do Campeonato Mineiro.

Uniforme de 1997

Breve histórico no Estadual

Nos registros da Federação Mineira de Futebol, o Sete participou 17 vezes do Campeonato Mineiro de 1916 a 1932, quando o futebol era amador e 30 vezes da era profissional, em 1934, de 1938 a 1961, de 1969 a 1971 e de 1974 a 1976, ano que encerrou suas atividades na 1ª Divisão do Futebol Mineiro.

As últimas participações do Sete de Setembro em torneios oficiais foram na Terceira Divisão de 1997 e no Módulo II de 1998 com um convênio com a UFMG, treinado pelo Prof. Jurandir Gama Filho.

O renascimento do “Tigre da Floresta

O Sete se afastou dos gramados por um tempo, mas não morreria nunca o sonho de ser grande, e de fazer frente aos demais times da capital. O Sete de Setembro é um patrimônio da cidade, é parte da história da Zona Lesta de Belo Horizonte, é uma história que merece ser preservada e resgatada. Por tudo que representa o seu passado e pelo pioneirismo no futebol mineiro, o Tigre merece um lugar ao sol.

Atualmente, graças ao trabalho incansável do seu presidente, Fabiano Rosa Campos, o Sete de Setembro participa de competições amadoras de Belo Horizonte com equipes de juniores, juvenis, e também time de futebol feminino, sonhando em voltar aos embates com América, Atlético e Cruzeiro.

Sete trabalha para retornar a esfera profissional

Enquanto não volta a jogar no Independência ou no Mineirão, é nos campos de várzea que o Tigre da Floresta vem renascendo na esperança de em breve estar novamente filiado a Federação Mineira de Futebol, já que aos poucos vem reativando suas categorias de base e equipe de futebol feminino.

Este resgate histórico ressalta a importância do clube rubro no cenário esportivo belo-horizontino, esperamos que este seja o princípio de um processo que resulte na volta do Sete de Setembro ao campeonato mineiro.

O antigo dono do estádio Independência, o Sete de Setembro Futebol Clube está com as atividades profissionais interrompidas desde 1997, quando fundiu seu conselho deliberativo ao do América Mineiro.

Em 2020, o Tigre da Floresta passou a disputar competições amadoras e, no momento, segue com o processo para retomar a licença profissional e voltar aos gramados.

O Sete de Setembro volta às atividades de base com um forte lado social, utilizando no uniforme temas como a diversidade e consciência negra – neste caso, uma homenagem a Taian, jogador setembrino assassinado na década de 1940, na comemoração de um jogo.

Colaborou: Fabiano Rosa Campos

FOTOS: Estado de Minas (MG)

FONTES: O Paiz (RJ) – O Tempo (MG) – livro “Futebol no Embalo da Nostalgia”, de Plinio Barreto – Wikipédia – “O Futebol na Cidade de Belo Horizonte: amadorismo e profissionalismo nas décadas de 1930 e 1940, de Sarah Teixeira Soutto Mayor Curso de Educação Física, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017.

Associação Atlética Portuguesa Vila Mariana – São Paulo (SP): Fundado em 1936

A Associação Atlética Portuguesa Vila Mariana é uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). Fundado na sexta-feira, do dia 28 de fevereiro de 1936.

Quando a Escola de Samba Barroca da Zona Sul foi fundada na quarta-feira, do dia 07 de agosto de 1974, os seus ensaios eram realizados no terreno (barranco) cedido pela Portuguesinha, como é conhecida a AA Portuguesa de Vila Mariana.

Isso perdurou até o ano de 1977, quando foi inaugurada a quadra da escola de samba.

Estádio da Portuguesinha

Atualmente a Portuguesinha possui a Escolinha de Futebol Portuguesa Vila Mariana, situada na sua Sede (própria) localizado na Rua Jorge Tibiriçá, nº 700, no bairro Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo.  

FONTE & FOTOS: Acervo pessoal  

Escudo inédito de 1995!! Cáceres Esporte Clube – Cáceres (MT)

O Cáceres Esporte Clube é uma agremiação do município de Cáceres (população de 94.861 habitantes), que fica a 214 km da capital (Cuiabá) do estado de Mato Grosso. Localizado na mesorregião Centro-Sul do estado e na microrregião do Alto Pantanal.

O “Crocodilo do Pantanal” ou “Gigante do Oeste” Foi Fundado na segunda-feira, do dia 10 de Janeiro de 1977. Suas cores são o azul e o branco. A equipe manda os seus jogos no Estádio Municipal Luiz Geraldo da Silva, o “Geraldão”, que possui capacidade para receber 6.500 mil pessoas.

EM PÉ (esquerda para a direita): Jacozinho, Ronaldo, João Mário, Lé e Ronaldo Silva;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Cícero, Miro, Valdecir, Ailton, Thinelo e Toty.

O Cáceres participou de 15 edições do Campeonato Mato-Grossense de Futebol, estreando ainda em 1977, e ausentou-se no ano seguinte. Voltou à ativa em 1979, entretanto o “Crocodilo do Pantanal” licenciar-se-ia novamente, agora entre 1980 e 1986.

Reativou o futebol profissional em 1987 e desde então, disputou outras 14 edições do campeonato, sem resultados expressivos. Problemas financeiros obrigaram a Federação Mato-Grossense de Futebol a punir o Cáceres em 2001, e o clube permaneceu inativo até 2008, quando disputou a Segunda Divisão estadual.

Em 2010, o Cáceres teve um desempenho fraco, onde sofreu 65 gols e marcou apenas 9, perdendo os 13 jogos que disputou – a maior derrota foi um 14 a 0 para o Sorriso Esporte Clube, em março do mesmo ano (terceira maior goleada na história do campeonato, empatada com Mixto x Tangará, em 2009).

Acervo de Sérgio Santos

Durante a campanha, o “Gigante do Oeste” chegou a recorrer a uniformes de clubes amadores, pois o uniforme oficial do “Crocodilo” havia sido retido por uma lavadeira. Tal como ocorreu em 2001, o Cáceres ameaçou ter a participação no Campeonato Matogrossense da Segunda Divisão barrada pela FMF, desta vez por “falta de competitividade“, mas a equipe não se inscreveu. Desde então, o “Crocodilo do Pantanal” permanece fora das competições profissionais.

Estádio Municipal Luiz Geraldo da Silva, o “Geraldão”, com capacidade para 6.500 mil pessoas

FOTO: Página no Facebook “Craques Do Rádio” (time posado) – Ronivon Barros (Estádio Geraldão)

COLABOROU: Sérgio Santos

FONTES: Wikipédia – Página do clube no Facebook

Escudos raros de 1926 e 1980: Operário Ferroviário Esporte Clube – Ponta Grossa (PR)

Escudo de 1980

O Operário Ferroviário Esporte Clube é uma agremiação da cidade de Ponta Grossa (PR). O “Fantasma” foi Fundado na quarta-feira, do dia 1º de Maio de 1912, no Dia do Trabalhador, sendo o 2º clube mais antigo do estado em atividade.

Ponta Grossa, uma das maiores cidades do Paraná com mais de 300 mil habitantes, é considerada o berço do futebol paranaense, pois foi aqui na Princesa dos Campos que em 1909 disputou-se o 1º jogo de futebol oficial da história do Paraná, entre ponta-grossenses e curitibanos, com vitória de 1 a 0 para o time da casa.

Primeiro time

Em 1913, foi formado o 1º time da história do Operário para as disputas de jogos amistosos e das primeiras competições locais e estaduais. A escalação da equipe, neste ano, foi a seguinte: José Moro; Pedro Azevedo e Alexandre Bach; Henrique Piva, João Simonetti e Souza; Ewaldo Meister, Adolfo Piva, Holger Mortensen e Ernesto.

Escudo de 1926

Escolha do nome

O 1º nome, que durou até 1914, foi Foot-ball Club Operário Ponta-grossense, depois foi alterado para Operário Foot-ball Club. A escolha do nome há algumas teses. Alguns defendem que o Operário se originou de outra equipe esportiva, o Tiro de Guerra Ponta Grossense, enquanto para outros, decorreu do Riachuelo Sport Club.

Entretanto, a variante frequentemente mais aceita é que o clube surgiu de um grupo de operários ferroviários que trabalhavam nos escritórios e oficinas da Rede Viação Paraná – Santa Catarina, em Vila Oficinas.

A partir de 1926, nova alteração no nome, agora para Operário Sport Club, mudança essa motivada provavelmente para atrair um número maior de novos sócios, capitalizando recursos para se transformar também em um clube social.

Apenas em 1933, após a inclusão do clube social dos ferroviários, que nunca tinha entrado em atividade oficial esportivamente, chegou-se ao nome definitivo: Operário Ferroviário Esporte Clube.

As cores e os uniformes

Segundo o pioneiro sr. Abel Ricci a cor do uniforme principal, não modificada até os dias atuais, foi ideia do senhor Alberto Scarpim: “trata-se de uma homenagem às raças branca e negra, que sempre terão vez em nossa agremiação”.

Essa atitude de busca de harmonia entre todos causou imediata simpatia pelo clube, lembrando que em 1912, apenas 24 anos após a promulgação da Lei Áurea, pouquíssimos times no país aceitavam jogadores negros em suas formações.

O Operário Ferroviário é considerado um dos pioneiros clubes no Brasil a ter tal postura civilizada. A camisa alvinegra listrada verticalmente com calções pretos aparece desde então nos campos e corações de todos nós, sem nenhuma mudança nas cores nesses cem anos de história.

Posteriormente como segundo uniforme surge a camisa branca com calções brancos e mais recentemente como terceiro uniforme a camisa e calções todos pretos.

Como surgiu a alcunha “Fantasma”

A mascote e símbolo do Operário Ferroviário é o Fantasma. Esse apelido, Fantasma da Vila, foi dado pelo meio esportivo de Curitiba logo nos primeiros anos de jogos do Operário contra os times da capital do estado, retornando sempre nos ressurgimentos do Alvinegro, pois observava-se que os visitantes ficavam assustados com a garra do time de Ponta Grossa e geralmente perdiam as partidas em Vila Oficinas, tanto que na sua primeira temporada de atividades regulares contra outras equipes, em 1914, o Operário Ferroviário passou o ano todo invicto. Estava formada a lenda do Fantasma.

Primeira diretoria

Na segunda-feira, do dia 07 de abril de 1913, o jornal Diário dos Campos, destacou a eleição da 1ª diretoria do clube. “Temos a honra de levar ao vosso conhecimento que hoje, em Vila Oficinas, com grande número de pessoas propensas a fundação de uma sociedade esportiva de foot ball, em sessão ordinária foi eleita a primeira diretoria desta associação denominada de Foot Ball Club Operário Pontagrossense, que deverá reger os destinos do mesmo durante o primeiro ano de sua fundação“.

Presidente – Raul Lara;

Vice-presidente – Oscar Wanke;

1º Secretário – Antônio Joaquim Dantas;

2º Secretário – João Gotardello;

1º Tesoureiro – Joaquim Eleutério;

2º Tesoureiro – Álvaro Eleutério;

1º Capitão – Victorio Maggi;

2º Capitão – Oscar Marques;

Fiscal de campo – João Simonetti.

Pioneiros do Operário Ferroviário Esporte Clube, assim como Pedro Azevedo, Henrique Piva, João Hoffman Júnior, Ewaldo Meister, Álvaro Meister, Adolfo Piva, José Antônio Moro, Frederico Dias Júnior, Alexandre Bach, Abel Ricci, João Fernandes de Castro, Michel Farhat, Cesário Dias, Oscar Serra, Inácio Lara, Ricardo Wagner, Alberto Scarpim, Frederico Holzmann, Francisco Barbosa, Holger Mortensen em meio a tantos outros que contribuíram para manter aceso o ideal operário naqueles primeiros tempos.

Títulos

Aclamado Campeão Ponta-grossense pela invencibilidade em todo o ano – 1914

Campeão da Segunda Divisão da Liga Sportiva Paranaense – 1916

Bicampeão invicto da Taça Abraham Glasser – 1918/1919

Na época do amadorismo: Campeão da Liga Regional Ponta-grossense 23 vezes em 32 campeonatos disputados

Campeão do Interior do Torneio Estadual do Centenário da Independência do Brasil – 1922

Vice-campeão Paranaense do Torneio Estadual do Centenário da Independência do Brasil – 1922

Campeão do Torneio Início do Interior – 1956

Campeão do Torneio Início Profissional da Federação Paranaense de Futebol – 1927 e 1956

Campeão do Torneio Profissional Quadrangular do Interior – 1956

Campeão do Torneio Quadrangular Barros Júnior – 1964

Campeão da Taça Sul – Torneio Incentivo – 1975

Campeão do Torneio da Amizade – 1980

Campeão da Segunda Divisão Paranaense – 1969

Campeão do Interior do Paraná em 1923, 1924, 1925, 1926, 1929, 1930, 1932, 1934, 1936, 1937, 1938, 1940, 1947, 1958, 1990 e 1991

Vice-campeão Paranaense em 1923, 1924, 1925, 1926, 1929, 1930, 1932, 1934, 1936, 1937, 1938, 1940, 1958, 1961

Campeão Paranaense da Zona Sul – 1961

Campeão Paranaense – 2015

Campeão da Taça FPF Sub-23 – 2016

Campeão Brasileiro – Série D – 2017

Campeão Paranaense – Segunda Divisão – 2018

Campeão Brasileiro – Série C – 2018

Campanhas em competições nacionais

Torneio Interclubes dos Campeões Sul-Brasileiros 1962 – 5° lugar

Campeonato Brasileiro – Copa Brasil 1979 – 88º lugar entre 94 participantes

Campeonato Brasileiro – Taça de Prata 1980 – 53º lugar entre 64 participantes

Campeonato Brasileiro – Série B 1989 – 11º lugar entre 96 participantes

Campeonato Brasileiro – Série B 1990 – 5º lugar entre 24 participantes

Campeonato Brasileiro – Série B 1991 – 29º lugar entre 64 participantes

Campeonato Brasileiro – Série C 1992 – 6º lugar entre 20 participantes

Campeonato Brasileiro – Série D 2010 – 6º lugar entre 40 participantes

Campeonato Brasileiro – Série D 2011 – 24º lugar entre 40 participantes

Campeonato Brasileiro – Série D 2015 – 8º lugar de 40 participantes

Campeonato Brasileiro – Série D 2017 – 1º lugar entre 68 participantes

Campeonato Brasileiro – Série C 2018 – 1º lugar entre 20 participantes

Campeonato Brasileiro – Série B 2019 – 10º lugar entre 20 participantes

Campanhas recentes

2009 – Conquista do Acesso à Primeira Divisão do Campeonato Paranaense

2010 – 5º lugar no Campeonato Paranaense, primeiro campeonato na primeira divisão desde o licenciamento de 1994, conquista de vaga para o Campeonato Brasileiro da Série D 2010

2010 – 6º lugar no Campeonato Brasileiro da Série D

2011 – 3º lugar no Campeonato Paranaense, conquista de vaga para o Campeonato Brasileiro da Série D 2011 e para Copa do Brasil de 2012

2011 – 24º lugar no Campeonato Brasileiro da Série D

2012 – Participação na Copa do Brasil 2012

2012 – 6° lugar no Campeonato Paranaense – artilheiro da competição: o atacante do Operário Ferroviário, Nivaldo José da Costa, o Baiano, com 13 gols

2013 – 6° lugar no Campeonato Paranaense

2014 – 9° lugar no Campeonato Paranaense

2015 – Campeão Paranaense – Campeão Estadual, conquista de vaga para o Campeonato Brasileiro da Série D 2015 e para Copa do Brasil de 2016

2016 – Campeão da Taça FPF Sub-23 – conquista da vaga para o Campeonato Brasileiro da Série D 2017

2017 – Campeão Brasileiro – Série D – conquista da vaga para o Campeonato Brasileiro da Série C 2018

2018 – Campeão Paranaense – Segunda Divisão – conquista do acesso à Primeira Divisão do Campeonato Paranaense 2019

2018 – Campeão Brasileiro – Série C – conquista da vaga para o Campeonato Brasileiro da Série B 2019

 Estádio Germano Krüger

A construção do estádio do Operário Ferroviário e da sede do clube se deu em um terreno próximo à rede ferroviária. Germano Ewaldo Krüger, um grande incentivador das práticas esportivas que assumiu a chefia das oficinas da Rede Viária Paraná – Santa Catarina na década de 30, além de acompanhar dedicadamente o clube propôs a mudança do seu primeiro campo utilizado para os jogos, ao lado das oficinas, para um terreno mais ao largo dos trilhos.

Mandou, então, canalizar um olho d’água ali existente para se aproveitar um espaço bem maior que acomodasse arquibancadas, sede social e outras benfeitorias para os associados.

Na entrega do novo estádio, em outubro de 1941, Germano Krüger exercia um dos três mandatos que conquistou como presidente do Operário, recebendo na década de 60 a homenagem de dar seu nome ao Estádio de Vila Oficinas do Operário Ferroviário, com capacidade para 10.632 pessoas, localizado na Rua Padre Nóbrega, nº 265, no bairro Vila das Oficinas, em Ponta Grossa (PR).

FOTOS: Site do clube – Rouparia do Garcia – Acervo do Futebol Do Interior Paranaense – Profissionais (Luiz Souza)

FONTES: Site oficial do clube – Diário dos Campos, de Ponta Grossa (PR)

Amistoso Internacional de 1966: Grêmio Maringá bateu a Seleção Soviética

A sexta partida da URSS, em território brasileiro, transcorreu na tarde de domingo, do dia 13 de fevereiro de 1966, na cidade de Maringá (PR). Após perder os dois primeiros jogos para Corinthians e Palmeiras, e três vitórias seguidas (Atlético Mineiro, Cruzeiro e Uberlândia), a Seleção Soviética acabou derrotada pelo Grêmio Maringá pelo placar de 3 a 2, no Estádio Regional Willie Davids, em Maringá/PR.

Capacidade do Estádio aumentada e sorteio para ver a Copa do Mundo de 1966

O Estádio Regional Willie Davids, em Maringá/PR, esteve em obras, durante uma semana, para que fossem construídos novos lances de arquibancadas, aumentando a capacidade de 17 para 22 mil pessoas. Os torcedores que adquiriram ingresso para o jogo, concorreram a duas viagens, ida e volta, a Londres, na Inglaterra, a fim de assistir à Copa do Mundo da 1966.

Jogão de cinco gols

O Grêmio Maringá vive um período de grandes conquistas. Bicampeão do Campeonato Paranaense da 1ª Divisão em 1963 e 1964, e vice-campeão em 1965, chegava para enfrentar os russos com moral elevada.

Mais pelo entusiasmo de seus jogadores, que por uma superioridade técnica, o Grêmio Maringá conseguiu derrotar a Seleção Soviética, levando seus torcedores ao delírio!

O 1º gol do Grêmio Maringá

Aos 13 minutos, Luiz Roberto abriu o placar para os donos da casa, aproveitando a rebatida do goleiro Lev Yashin. Sete minutos depois ampliou com Edgar, após tabelar com Célio. Mesmo com o forte calor e o estado do gramado ruim, os soviéticos não deixaram barato e conseguiram equilibrar as ações e obtiveram dois gols por intermédio de Shesterniev e Banishevskiy, aos 27 e 44 minutos, respectivamente, no primeiro tempo. 

Na etapa final, com a torcida vibrando perto dos seus jogadores, a que não estavam acostumados os soviéticos, e também pelas falhas do campo, desviando quase sempre os lançamentos em profundidade, a URSS acabou sofrendo o 3º gol.

Célio fez o gol da vitória sobre a URSS

Aos 13 minutos, Célio soltou a bomba. O “Aranha Negra” deu rebote e Edgar tocou para o fundo das redes. Daí para frente, o Grêmio Maringá, sem tática alguma, e concentrados na grande área, fazendo do entusiasmo sua arma contra melhor categoria dos soviéticos, garantiram a vitória: terceira derrota da URSS no Brasil.  

O Diário da Tarde (PR) destacou: “A vitória do Grêmio Maringá, frente a Rússia, foi a maior vitória conquistada até hoje, por um clube do Paraná”.

A Tribuna registrou no dia seguinte: “Um belo gol que ficará na história do futebol paranaense”.

Os capitães foram Voronin pelo selecionado soviético, enquanto Haroldo Jarra carregou a braçadeira pelo alvinegro de Maringá.

O público foi de 20 mil pessoas e a renda registrada foi de 63 milhões, mas segundo A Tribuna assinalou: “Como houve venda antecipada de entradas calcula-se que a renda total tenha chegado à casa dos 100 milhões de cruzeiros”.

GRÊMIO MARINGÁ (PR) 3 X 2 U.R.S.S.

LOCALEstádio Regional Willie Davids, em Maringá (PR)
CARÁTERAmistoso Internacional de 1966
DATADomingo, do dia 13 de fevereiro de 1966
HORÁRIO16 horas (de Brasília)
RENDACr$ 63.373.000,00 (sessenta e três milhões, trezentos e setenta e três mil cruzeiros)
PÚBLICO20 mil pessoas
ÁRBITROAntônio Viug (FCF – Federação Carioca de Futebol)
AUXILIARESGenésio Chimentão (FPF) e Pedro Campol (FPF)
GRÊMIO MARINGÁMaurício Gonçalves; Oliveira, Édson Faria, Roderley e Pinduca (Vitão); Haroldo Jarra e Zuring; Luiz Roberto (Danúbio), Edgar, Célio (Ademir) e Valtinho. Técnico: Nestor Alves
URSSLev Yashin, ‘Aranha Negra’; Malafeev (Danilov), Shesternyov, Afonin e Guetmanov; Voronin e Sabo; Slava Metreveli, Ivanov (Prokoniov), Banishevskiy (Kopaiev) e Meshki (Vanist). Técnico: Nikolay Morozov 
GOLSLuiz Roberto aos 13 minutos (Grêmio Maringá); Edgar aos 20 minutos (Grêmio Maringá); Shesterniev aos 27 minutos (URSS); Banishevskiy aos 44 minutos (URSS), no 1º Tempo. Edgar aos 13 minutos (Grêmio Maringá), no 2º Tempo.

FONTES: Jornal dos Sports (RJ) – Diário da Tarde (PR) – Diário do Paraná (PR) – O Jornal