Arquivo da categoria: História dos Clubes Nacionais

CCS: um fabricante e seu legado

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A CCS era uma pequena marca paulistana, surgida no início dos anos 90, sediada na rua Pinhalzinho, no Chácara Califórnia, que fornecia camisas para times pequenos e medianos por todo o Brasil. Os uniformes eram pouco comuns no seu design porém, bem práticos e criativos, o que barateava as produções, além de permitir a ela a confecção de diversas réplicas dos uniformes dos clubes nacionais e até da seleção canarinho. As camisas ficaram conhecidas, além do seu baixo custo,  por serem bem diferentes de quaisquer outras feitas no Brasil, já que na época era muito mais fácil imitar os desenhos europeus, como faziam as outras marcas.

Em uma época onde os materiais esportivos eram baratos e, em vários casos, beiravam a tosquice Brasil afora (mesmo em grandes clubes), a pirataria era rara e, talvez por isso, existisse essa espécie de tolerância com as réplicas de fabricantes nacionais com um mínimo de esmero, pelo menos.

Possivelmente, a grande façanha da CCS foi fabricar o uniforme do Vitória da Bahia, vice-campeão Brasileiro de 1993; tempos de Alex Alves, Dida, Edílson, etc…

Porém, clubes tradicionais do futebol nacional e, essencialmente, nordestino, também tiveram sua trajetória marcada por esse fabricante. É o caso do do Sampaio Corrêa-MA e do Volta Redonda-RJ, ambos em 1992:

Mas a grande contribuição da CCS mesmo foi dar um certo profissionalismo a clubes já muito tradicionais, porém pequenos! A sua vasta, barata e criativa linha de materiais proporcionava o desapego a uma preocupação antes muito notada nesses clubes, que era a confecção dos seus uniformes e trajes.

A CCS se espalhou por, praticamente, todo o território nacional ao fazer uma espécie de “pacote” e assinar contrato com um número enorme de clubes para fornecimento dos seus produtos.

Li que a fábrica deu seus últimos suspiros há uns 10 anos atrás e faliu por conta da concorrência, não conseguindo manter o padrão de qualidade. Li também que ainda se encontra material esportivo da CCS para clubes amadores em algumas lojas. Não sei ao certo…

O certo mesmo é que o futebol brasileiro deve muito a esse fabricante, que pouca gente recorda e cujo design inovador para a época e mentalidade altamente profissional de difusão dos seus produtos ajudou a divulgar clubes que antes mantinham-se restritos a um patamar amadoresco e, por que não dizer, artesanal no tocante ao seu uniforme de jogo.

FONTE:

http://www.minhascamisas.com.br/wordpress/2008/12/09/ccs-uma-marca-peculiar

FOTOS:

Catálogo da CCS de 1994; imagens da internet.

SANTOS ATLÉTICO CLUBE

Nome oficial, Santos Atlético Clube. Mas todos o conhecem como Clube dos Ingleses, com a tradicional sede no bairro do José Menino.
No início do século XX, ser como os ingleses era a grande aspiração da classe média. O footing pelas ruas centrais da cidade, passear, fazer compras e tomar chá foram hábitos incorporados; falar inglês era chique, o cultivo e a exportação de orquídeas eram exemplos da marcante presença inglesa no país. Mas, foi na arquitetura a grande influência inglesa: monumentos de ferro e tijolos aparentes são encontrados na cidade, destacando-se aestação de passageiros da São Paulo Railway.

Nome oficial, Santos Atlético Clube. Mas todos o conhecem como Clube dos Ingleses, com a tradicional sede no bairro do José Menino.

No início do século XX, ser como os ingleses era a grande aspiração da classe média. O footing pelas ruas centrais da cidade, passear, fazer compras e tomar chá foram hábitos incorporados; falar inglês era chique, o cultivo e a exportação de orquídeas eram exemplos da marcante presença inglesa no país. Mas, foi na arquitetura a grande influência inglesa: monumentos de ferro e tijolos aparentes são encontrados na cidade, destacando-se a estação de passageiros da São Paulo Railway..

Os jogos de cricket e tênis, as partidas de golfe e as corridas de cavalos passaram a ser grandes eventos sociais. Começam a surgir os clubes ingleses, as escolas e igrejas. E é, justamente nesta época, no mês de agosto de 1889 que, um grupo de ingleses, praticantes do críquete, resolve fundar um clube para a prática esportiva, o Clube dos Ingleses, chamado Santos Athletic Club. Após a I Guerra, a influência americana se torna mais marcante e, após a II Guerra Mundial diminui a presença britânica no país.

A prática do críquete, originada na Inglaterra no séc. XV, torna-se um hábito britânico na cidade. Destes jogos de críquete, realizados na praia, surge a idéia de se fundar um clube atlético. Como tantos outros clubes da época, organizados sem sede social, um grupo de ingleses, liderados pelo australiano Alexander Kealman, reuniram-se nos escritórios da firma Naumann Gepp & Co e lá elegeram a primeira diretoria do Santos Athletic Club, no dia 15 de agosto de 1889.

Esta diretoria era composta pelo presidente, W. Ellis; vice-presidente W. S. Baillie; secretário, A. Miller; tesoureiro: A. Sell, e os diretores: J.W. Kempster, E.U. Broad e C.H. Tross.

A cidade, que contava com 20 mil habitantes e 2.000 casas, no início do ano de 1889, assistiu a epidemia de febre amarela, que grassava por toda a região.

Contam as lembranças do clube que, tendo sido marcada uma partida de críquete em São Paulo, o Santos Athletic Club viu seus jogadores serem acometidos pela doença e, em função disto, estabeleceu como suas cores oficiais: azul, do céu; amarelo, da febre; e preto, do luto. É certo que, em fins de maio de 1889, o surto da febre amarela, após vitimar 733 pessoas, abrandou e, o Sr. F.S. Hampshire ofereceu Rs 940$000 (novecentos e quarenta mil réis), em nome da colônia inglesa, ao Hospital Beneficência Portuguesa, a fim de demonstrar a gratidão dos ingleses pelo atendimento e tratamento de saúde que receberam nos dias mais dramáticos do surto.

E, desde o dia 8 de janeiro de 1898, quando a Associação Santos Athletic Club registrou seus Estatutos Sociais e estabeleceu individualidade jurídica, estas são as cores que passaram a figurar como distintivos do clube.

Em 27 de novembro de 1930, nova assembléia geral ordinária para mudanças no Regimento Interno, e A. Richards propôs então o início de estudos para a fusão do Anglo American Club ao Santos Athletic Club, como forma de resolver as dificuldades financeiras. Porém muito tempo se passou até que as questões jurídicas da fusão fossem solucionadas. A completa fusão desses clubes foi definida na reunião de 8 de julho de 1932.

a primeira partida do Santos Football Club, fundado em 1912, foi realizada no dia 15 de setembro desse ano, contra o Santos Athletic Club, no campo da Avenida Ana Costa. Para surpresa dos ingleses, o Santos venceu de 3 a 2. Exigindo revanche, os ingleses disputaram um segundo jogo e ocorreu nova vitória dos santistas, que emplacaram 1 a 0.

Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0171c1.htm