Arquivo da categoria: Mato Grosso do Sul

Torneio Início de Campo Grande(MS) – 1941

LIGA ESPORTIVA MUNICIPAL DE AMADORES
DATA: 01 DE MAIO DE 1941
LOCAL: CAMPO GRANDE / MS

1º JOGO

GE RENNER

1-0

EC JUVENTUS

2º JOGO

OPERÁRIO FC

0-0

ANDARAÍ FC (Operário venceu nos pen)

3º JOGO

RENNER

3-1

SS CAMPOGRANDENSE

FINAL

OPERÁRIO FC

1-0

GE RENNER

CAMPEÃO – OPERÁRIO FUTEBOL CLUBE (CAMPO GRANDE / MS)

Democrata Football Club de Campo Grande / MS

 

Em 1930 ocorreu em Campo Grande, ainda pertencendo ao antigo Estado do Mato Grosso, a fundação da Aliança Sportiva Campograndense, filiando-se a Federeção Sportiva Matogrossense de Corumbá, sendo os clubes fundadores:

 Sociedade Sportiva Campograndense,  Internacional Sport Club e  Club Recreativo Amambahy.

 

Seu primeiro campeonato foi neste mesmo ano, com a participação dos fundadores e mais dois clubes,

do Sport Club Syrio, que foi o campeão  e do Democrata Football Club, campeão do Torneio Início.

 

 

Campeonato Campograndense

1930 / Aliança Sportiva Campograndense

1º campeão Sport Club Syrio Campo Grande
  Sociedade Sportiva Campograndense Campo Grande
campeão Torneio Início  Democrata Football Club Campo Grande
  Clube Recreativo Amambahy Amambay Campo Gde
  Internacional Sport Club Campo Grande

 

fontes: site da Biblioteca Nacional – arquivos do Jornal do Commercio de Campo Grande.

Achegas dos Primórdios do Campeonato Mato-Grossense

Ao pesquisar, analisar e entender os campeonatos estaduais, oficializados ou não, encontramos grande variedade de características próprias, devido as condições econômicas, geográficas e políticas de cada estado brasileiro. As riquezas estão na diversidade contida nas suas características diferentes e peculiares, deste grande “país continental” chamado Brasil. Os exemplos mais exóticos estão nos campeonatos do antigo “Estado do Rio” e do grande e antigo Estado do Matto Grosso e seus desmembramentos, incluindo também os estados do Piauí e de Minas Gerais, que já tiveram dois campeonatos oficiais em diferentes regiões, Parnaíba e Teresina; Belo Horizonte e Juiz de Fora, respectivamente.

O antigo Estado do Matto Grosso, um dos maiores em extensão territorial, com grandes distâncias entre suas cidades,  foi desmembrado em 3 Estados. Sua colonização aconteceu em várias frentes e formas, seja no extremo Oeste pela bacia do Prata, a leste por vários caminhos e rios, ou ao Norte pela bacia amazônica. Em 1943 no Governo de Getúlio Vargas, foram criados 2 territórios em áreas do Mato Grosso: O Território de Ponta Porã ao sul, que extinguiu após 3 anos, e o Território de Guaporé ao norte, atual Estado de Rondônia.  Em 1979 houve a divisão com a criação do Estado do Mato Grosso do Sul.

Ao pesquisarmos os campeonatos mato-grossense, deparamos com a Federação Matogrossense de Futebol ainda divulgando parcialmente a história do futebol de seu Estado, desconsiderando o que aconteceu em outros centros, tão importantes como da capital, Cuiabá. Esta desinformação está resultando que muitos, ou todos, a reproduzirem esta parcialidade, incluindo também a Federação de Futebol do Mato Grosso do Sul.

Vamos aqui, no blog Historia do Futebol, começar a esclarecer sua rica história ocultada e esquecida.

Os primórdios do futebol no antigo Estado do Matto Grosso aconteceram em várias cidades mato-grossenses, principalmente em Corumbá e Cuiabá, quase que simultaneamente, com times oriundos de estudantes representando seus colégios ou militares.

Em 1910 em Corumbá existia o FBC Sul América, Nacional Club e FBC Sete de Setembro.

Em 1913 na capital Cuiabá, o Cuyabá Foot-Ball Club da Escola Modelo (alvi-negro) e o Internacional da Escola Senador Azevedo (alvi-rubro).

Em 1914 a fundação do eterno Corumbaense Foot-Ball Club.

 As primeiras Ligas também quase surgiram simultaneamente.

Em 1921 a fundação da Liga Matto-grossense de Sportes Athleticos em Corumbá, com sub ligas em Miranda, Campo Grande e Aquidauana.

Ano que aconteceu o primeiro campeonato da LMSA em Corumbá, saindo-se campeão o Corumbaense Foot-Ball Club, com a participação do também eterno Riachuelo Foot-Ball Club, mais o Commercio Sport Club (alvi-verde). Outros campeonatos transcorreram com mais um clube de Ladário, o Ladário Sport Club (à confirmar, ser ou não, o “crusmaltino” Ladário Atlético Club, com escudo, uniforme e estádio publicado por Sergio Mello).

 Em 1924 a fundação da Liga de Cuiabá, com dados ainda desconhecidos.

Em 1928, Corumbá a Liga muda de nome e representatividade para Federação Sportiva Matto-grossense, filiando-se a Federação Nacional a época, a CBDA – Confederação Brasileira de Desportos Atheticos, representando o Estado do Mato Grosso e organizando a seleção mato-grossense nos campeonatos brasileiro de seleções todos os anos até 1942.

Neste ano a FMS de Corumbá organizou o primeiro campeonato estadual mato-grossense com os campeões citadinos ou representantes. O campeão foi o representante Corumbaense (Corumbá, Ladário e Miranda), sendo desconhecido até então seu nome, podendo ser um combinado dos clubes de Corumbá e disputou a final com a Sociedade Sportiva Campograndense, vencedor do Sul (Campo Grande, Aquidauana, Maracajú e Ponta Porã).

Em Campo Grande, surgiram os clubes da SS Campograndense, do Militar, do SC Americano, do Clube Recreativo Amambahy, do Commercial Sport Club (alvi-negro), do Democrata Foot-Ball Club (alvi-anil) e do Internacional FC (alvi-verde / ex-Guarany SC).

Em Aquidauana o time do 6 º Batalhão do Exercito, o Aquidauanense Foot-Ball Club e o Oriente Sport Club.

Em Maracajú, o Maracajú Sport Club.

Em Ponta Porã, o Ponta Porã Foot-Ball Club.

Em Miranda, o Imparcial Mirandense Foot-Ball Club, o Bela Vista Brasileira, o Bela Vista Paraguaya, o Universal Mirandense e o União Sportiva Mirandense.

Em Porto Martinho, a filiação da Liga Sportiva Martinhense a FMS de Corumbá, composta pelo Sport Club Martinhense e  o Commercio Foot-Ball Club.

Enquanto isto, em Cuiabá, surgiram: Clube Pátria, Bilac, Guarany (ex-Internacional), Tupy FC (rubro-negro), Sport Club Cuyabano (alvi-negro), Palmeiras (alvi-rubro), Americano Foot-Ball Club, Associação Atlética Typográphica e o eterno Mixto Sport Club. (não tenho registro dos campeonatos cuiabanos deste período)

Participantes do 2º campeonato estadual organizado pela FSM:

1929 / Federação Sportiva Matto-grossense  / Campeonato Corumbaense

Combinado de Corumbá Corumbá
Soc. Sportiva Campograndense Campo Grande
Liga Sportiva Mirandense Miranda
Aquidauana Foot-ball club Aquidauana
Ponta Porã Futebol Clube Ponta Porã
Maracajú Sport Club Maracajú

 Zona Norte: Corumbá e Miranda, foi disputado pelos combinados das cidades: A Liga Sportiva Mirandense e a seleção de Corumbá dos 4 clubes filiados a FSM.

Zona Sul: Campo Grande, Aquidauana e Ponta Porã. O SC Flamengo de Bela Vista desistiu antes de começar.

Em 1930 em Campo Grande a fundação da Aliança Sportiva Campograndense,  com filiação com a FSM de Corumbá: Sociedade Sportiva Campograndense, Internacional Sport Club e Clube Recreativo Amambay. O campeão de ano foi Sport Club Syrio, que alem da participação dos fundadores teve também o Democrata Foot-ball Club.

Filiados em 1931 na FEDERAÇÃO SPORTIVA MATOGROSSENSE
Comércio Sport Club (Corumbá)

Corumbaense Futebol Clube (Corumbá)
Ladário Atlético Clube (Corumbá)
Imparcial Mirandense Futebol Clube (Miranda)
Universal Futebol Clube (Miranda)
Comércio Futebol Clube (Porto Murtinho)
Murtinhense Sport Club (Porto Murtinho)
– Sociedade Sportiva Campograndense (Campo Grande)
– Sport Club Flamengo (Bela Vista)
Aquidauana Futebol Clube (Aquidauana)
Maracajú Sport Club (Maracajú)

Em 1936 foi fundado a “Liga Esportiva Cuiabana” (LEC).

 1936 / Liga Esportiva Cuiabana / Campeonato Cuiabano

Commercio Sport Club Cuiabá
Americano Esporte Clube Cuiabá
Club Sportivo Dom Bosco Cuiabá
Paulistano Esporte Clube Cuiabá
Mixto Sport Club Cuiabá
6ºi Sport Club Destemido Cuiabá
Ass. Atlética Typográphica Cuiabá

1936 /  Federação Sportiva Matto-grossense / Campeonato Corumbaense

Corumbaense Foot-Ball Club Corumbá
Riachuelo Foot-Ball Club Corumbá
Ladário Athletico Club Corumbá
Mato Grosso Corumbá

Incompleto

1936 / Liga Esportiva Municipal Campograndense / Campeonato Campograndense

Esporte Clube Juventus Campo Grande
Soc. Sportiva Campograndense Campo Grande
Royal Futebol Clube Campo Grande
Estudantino Esporte Clube Campo Grande
Gremio Esportivo Renner Campo Grande

Em 1938 em Campo Grande o campeão foi o SS Campograndense, ano de fundação do grande e famoso Operário Futebol Clube.

 1938 / Liga Esportiva Cuiabana / Campeonato Cuiabano

Comércio Futebol Clube Cuiabá
Clube Esportivo Dom Bosco Cuiabá
Americano Esporte Clube Cuiabá
16º Batalhão de Caçadores (verde-anil) Cuiabá

Em 1939 em Campo Grande o campeão foi o Esporte Clube Juventus (alvi-anil)

1939 / Liga Sportiva Aquidauanense / Campeonato Aquidauanense

Operário Athletico Club Aquidauana
Centro Esp. Marechal Mallet Aquidauana
Sport Club Brasil Aquidauana
Palmeiras Foot-Ball Club Aquidauana
Sport Club XV de Agosto Aquidauana

SC Independente mudou de nome para XV de Agosto

Em 1939 em Cáceres foi fundado o Club Atlético Cacerense e o Rex Club .

1942 / Liga Esportiva de Corumbá / Campeonato Corumbaense

Corumbaense  Foot-Ball Club Corumbá

1942 / Liga Esportiva Municipal Campograndense / Campeonato Campograndense

Operário Futebol Clube Campo Grande
Andaraí Futebol Clube Campo Grande
Esporte Clube Juventus Campo Grande
Soc. Sportiva Campograndense Campo Grande

1942 / Liga Esportiva Cuiabana / Campeonato Cuiabano

Clube Esportivo Dom Bosco Cuiabá
Paulistano Esporte Clube Cuiabá
Americano Esporte Clube Cuiabá
Mixto Esporte Clube Cuiabá
Estado Novo Esporte Clube Cuiabá
Esporte Clube Terceiro Distrito Cuiabá

Em 26 de maio de 1942, a Liga Esportiva Cuiabana muda de nome e estatuto para Federação Matogrossense de Desportos, por obrigação de Lei Federal, que determinou que as capitais seriam sede da organização do Desporto do Estado pelos clubes e ligas, participando da fundação:

Americano Esporte Clube,

Clube Esportivo Dom Bosco,

Estado Novo Esporte Clube,

Paulistano Futebol Clube,

Terceiro Distrito Esporte Clube,

Liga Esportiva de Corumbá,

Liga Mirandense de Futebol,

Liga Esportiva Aquidauanense,

Liga Municipal de Amadores de Campo Grande e

Liga Três-lagoense de Desportos.

Mesmo com a nova federação na capital Cuiabá, as Ligas continuaram a organizarem os campeonatos citadinos, somados com surgimento de outros campeonatos citadinos importantes como de Dourados e Tres Lagoas, sem a realização de um campeonato verdadeiramente estadual.

Em setembro de 1943, o Presidente Getulio Vargas, criou 2 territórios federais no Estado do MT com intuito de proteger as fronteiras:

O Território Federal de Guaporé na região norte, incluindo o município amazonense de Porto Velho (capital). Nesta região do estado do Mato Grosso, já existia o campeonato citadino de Guajara Mirim, e recebia esporadicamente a visita para jogos amistosos de clubes de Cuiabá, Corumbá e Campo Grande.

O Território Federal de Ponta Porã na região sudoeste, formados pelos municípios de Ponta Porã (capital), Porto Murtinho, Bela Vista, Dourados, Miranda, Nioaque e Maracaju. A capital foi transferida para Maracaju em 31 de maio de 1944 voltando a Ponta Porã em de 17 de junho de 1946. O território foi extinto em 18 de setembro de 1946 e reincorporado ao então estado de Mato Grosso. Nestes municípios já existiam os campeonatos citadinos e as participações de seus clubes nos campeonatos mato-grossenses, realizados pela Federação sediada em Corumbá. Embora ainda não pesquisado detalhadamente nos jornais locais, os campeonatos citadinos de Ponta Porã e/ou de Maracaju foram os campeonatos principais do Território, neste curto periodo de 1943 a 1946, podendo ser considerando seus campeões, também como campeões territoriais. 

Autor: Antonio Mario Ielo

Fontes consultadas: site da Biblioteca Nacional nos arquivos do Jornal do Commecio de Campo Grande, Jornal A Tribuna de Corumbá, Jornal A Cruz de Cuiabá, Jornal o Estado do Mato Grosso de Cuiabá, Jornal O Progresso de Dourados, Jornal Fronteira de Ponta Porã, Revista Sport Ilustrado do RJ, livro Futebol, uma Fantástica Paixão, de Reginaldo Alves de Araújo, site do Wikipédia, RSSSF, Blog Futebol Cuiabano, arquivos publicados no Blog História do Futebol e arquivos pessoais.

Observação final: Estas breves achegas necessitam de muitas complementações e confirmações, e será muito importante as colaborações para acrescentar mais fatos e clubes e enriquecer este singelo artigo, de um caipira do interior paulista que admira esta imensidão chamada Mato Grosso.

Cruzeiro Esporte Clube – Campo Grande (MS). Fundado em 1942

O Cruzeiro Esporte Clube foi uma agremiação da cidade de Campo Grande (MS). Fundado no dia 21 de Abril de 1942, a sua 1ª diretoria foi constituída da seguinte forma:

Presidente – João Eissum Miyahira;

Vice-presidente – Kyoshi Ota;

1º Secretário – João Kocazu;

2º Secretário – Matsuo Arakaki;

1º Tesoureiro – Yoshiharu Guenka;

2º Tesoureiro – Hoel Tiyane;

Conselho Fiscal – José Shimabucuro, Sigueki Furucho e Tocuei Shimaburo.

 

FONTE: Diário Oficial

Sociedade Esportiva Noroeste – Campo Grande (MS): Fundado em 1943

A Sociedade Esportiva Noroeste foi uma agremiação da cidade de Campo Grande (MS). Fundado em 1943, na Rua 14 de Julho, nº 3.447, no Centro da cidade, pelo ferroviário Algentino José Nepomuceno. A escolha das cores foi o verde, vermelho e branco, da camisa do Fluminense e o nome ‘Sociedade Esportiva‘, por causa do Palmeiras.

No Campeonato Citadino de Campo Grande da 1ª Divisão, organizado pela LEMC (Liga Esportiva Municipal Campo-grandense), o Noroeste num espaço de oito anos foi campeão em seis oportunidades: 1947, 1949, 1950, 1952, 1953 e 1954.

Depois, surgiu outro time de ferroviários: o Clube Atlético Ferroviário. Então, em meados da década de 70, com a divisão de Mato Grosso em dois (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), os dois clubes resolveram fazer uma fusão, dando origem ao CAN – Clube Atlético Noroeste (Sediado na Rua 14 de Julho, nº 3.268, no São Francisco, em Campo Grande).

HISTÓRIA

Dos trilhos do trem ao samba no pé. Da ferrovia ao campo de futebol. Pelas locomotivas que passaram há décadas por onde hoje é a varanda de quem nos conta a história, chegava um time de futebol e uma escola de samba. Separados por anos, unidos por serem irmãos, o Sociedade Esportiva Noroeste e a Igrejinha tinham muito mais em comum do que as cores vermelha e branca. Nasceram do apito, que avisava que o trem iria partir.

Valfrido de Almeida, mais conhecido como Dudu, tem 69 anos. É ele quem conta a história que se passou sobre os trilhos do trem no quintal de casa. A residência na rua 14 de Julho tem os fundos para a rotunda, à frente para o movimento de carros e dentro de si a marca de ter sediado duas grandes criações.

Ex-ferroviário, foi maquinista que se guiava mais pelo ritmo do samba do que o barulho nos trilhos. Irmão de Algentino José Nepomuceno, a família dedicou o trabalho à ferrovia e a vida ao futebol e Carnaval. “Eu fui jogador, mas amador. Parei agora, há poucos anos, mas quem fundou o Noroeste foi meu irmão e nesta casa aqui. Eu? Eu sou mais conhecido é pelo Carnaval”, se apresenta Dudu.

A casa de número 3447 na região da Esplanada Ferroviária tem história. Tem bola, tem lantejoula, tem samba e grito de gol. O irmão, de apelido “Argentino” morreu aos 86 anos e coube ao Dudu contar o futebol que veio com o trem da Noroeste.

“Meu irmão era palmeirense. Os caras aqui em Campo Grande tinham um time no Rio e o outro em São Paulo. Eu não, já sou bairrista, sou comercialino. Ele fundou a Sociedade Esportiva Noroeste e escolheu as cores verde, vermelho e branco, da camisa do Fluminense e o nome ‘Sociedade Esportiva’, por causa do Palmeiras. Eram os dois times dele”, relembra.

O ano de tudo isso, segundo conta o livro “Futebol, uma Fantástica Paixão, de Reginaldo Alves de Araújo, foi 1943. A diretoria era composta pelo engenheiro Arlindo Sampaio Jorge como presidente, o escriturário João Ezequiel Monteiro, na vice-presidência, o contador Pedro Alves, de tesoureiro e o ferroviário Algetino Nepomuceno como diretor social. Na história dos troféus, o Noroestão, como foi conhecido, se consagrou como campeão nos anos de 1947, 1949, 1950 e levou o tricampeonato de 1952 a 1954.

Time posado em 1950 - EM PÉ: Chico Preto, Eufrázio, Formiguinha, Lúcio, Hélio e Rubens. AGACHADOS: Alfredo, Zé Lito, Arlindo, Caneca e Nelsinho.

“Eram os campeonatos da LEMC (Liga Esportiva Municipal Campo-grandense), que incluía o Comercial, Operário, Primeiro de Maio, Alfaiates, Motoristas. Era a primeira divisão e lá estava o Noroestão. Jogava só ferroviário. Porque eu não jogava? Eu era menino ainda. Ele fundou o time porque a nossa família sempre foi de festa, nossos avós sempre foram de agitação”, explica.

O Noroestão teve astros, em 1947 o time era formado por Rubens, Hélio, Lúcio, Eufrázio, Dominguinho, Chico Pretro, Alã, Aquiles, Adolfo, Ademir e Zelito. O técnico era Benedito Lebrinha e até massagista tinha, Rodolfo. Em 1950, além da formação anterior, a equipe também contava com Formiguinha, Zé Lito, Arlindo, Caneca e Nelsinho.

“Aí, no decorrer dos anos, o time foi ficando velho. Entraram novos ferroviários e eles formaram um time de novatos, eram os ‘filhos’, digamos assim, o Clube Atlético Ferroviário. Depois de uns anos, para não ficar essa história de dois times, eles fundaram um só. E como ia ser o nome? Tiraram o Sociedade Esportiva e ficou o Clube Atlético Noroeste, o CAN.

O mesmo livro que descreve os anos dourados do futebol campo-grandense, conta que foi em 1955 que o time dos novatos saiu à campo. Criado pelo inspetor de tráfego da Noroeste, Lázaro, os jogadores eram novos de idade e de fôlego. Por anos, os dois disputaram como ferrenhos adversários. O Noroestão nunca mais alcançou título e nem o recém formado time. O resultado foi que o troféu não fora mais erguido pela nação ferroviária. Foi daí a ideia de fundar as duas equipes, vinda do escriturário João Ezequiel Monteiro, aí predominou o nome mais recente: Clube Atlético Noroeste.

Os anos não são os mesmos e nem estão juntos na mesma década, mas foi do futebol amador de Dudu que nascia a escola de samba Igrejinha, a ideia surgiu de jogadores que usavam chuteiras no Carnaval de 1975, quando o desfile era realizado na rua 14 de Julho, conta o fundador.

“Nós tínhamos um time chamado ‘Lá Vai Futebol Clube’. Fomos jogar bola e depois todos nós fomos assistir ao Carnaval. Quem desfilou em Campo Grande foram duas escolas de Corumbá, uma delas a Império do Morro, que existe até hoje e não desfilou nenhuma de Campo Grande. No palanque, falamos e aí, vamos lá? E anunciaram que ano que vem sairia uma escola de samba de Campo Grande, que não iria precisar buscar lá em Corumbá”.

A lembrança traz uma risada tímida. De nostalgia, de saudade, de quem se lembrou como o futebol virou samba. “E o nome: como vai ser? Nos perguntamos. ‘Lá vai bola’ não ia dar. Então vamos dar Igrejinha? E Igrejinha não tem nada a ver com igreja. Não existe igrejinha e nem igrejinha, significa fuxico, mexerico”, narra.

Do nome ao samba-enredo, foi um ano de preparação, como já havia sido anunciada, salvo engano de Dudu, pelo radialista Ramão Achucarro, era preciso honrar a palavra e mostrar que Campo Grande sabia também fazer samba. “E as cores, como vai ser? Como era quase todo mundo comercialino, falamos, vamos por vermelho? Aí eu lembrei do meu irmão e falei vamos por vermelho, verde e branco? Mas tiramos o verde, ficava muito gasto, eram três cores. E a Igrejinha foi a escola mais querida, era formada por ferroviários, funcionários dos Correios e policiais na época”, lembra.

Na primeira saída, a escola, segundo Dudu deu show. Mostrou o que era comissão de frente e cantou um samba chamado “Bandeirantes Estrelizado”. “O pessoal nem sabia o que era porta-bandeira, mestre-sala, samba-enredo. O pessoal não cantava, só batia. Foi aqui em casa que a gente formava o carro alegórico e a Igrejinha foi, na minha gestão, campeã 10 vezes consecutiva”, fala com orgulho.

Campo-grandense de nascença, o parto de Dudu foi feito ali, na mesma casa que abrigou tanto balanço. Fosse pelo passar do trem, pela comemoração dos títulos do Noroestão à formação da Igrejinha.

E se não fosse a Noroeste? Pergunto para Dudu. “Eu acho que se a gente não estivesse aqui, não tinha acontecido isso. O trilho passava aqui, aqui. Os meus vizinhos brincam que daqui eu não posso mudar, que eu não posso morrer. Eu penso que se não tivesse a Igrejinha, não ia ter nem Carnaval em Campo Grande. Se eu gosto daqui? Aqui é a minha vida, aqui”, frisa como quem quer deixar claro o amor à Capital e principalmente aos trilhos da Noroeste.

 

FONTES & FOTOS: Revista Sport Ilustrado – Campeões do Futebol – Campo Grande NewsAcervo Academia Sul-mato-grossense de Letras -Livro: ‘Futebol, um Fantástica Paixão – A História do Futebol Campo-grandense’, de autoria de Reginaldo Alves de Araújo

 

Taboado Esporte Clube – Aparecida do Taboado (MS): Uma participação na Elite Sul-Mato-Grossense de 1992

O Taboado Esporte Clube é uma agremiação do Município de Aparecida do Taboado (MS). Sediado na Rua Marcolino Teixeira de Queiróz, nº 417, no Centro da cidade, o Taboado foi Fundado no dia 09 de Março de 1992. A equipe manda os seus jogos no Estádio Municipal Pereira de Queiroz, ‘Pereirão’, com capacidade para 2 mil pessoas (Fundado no dia 25 de Maio de 1980).

Na esfera profissional o Taboado participou do Campeonato Sul-Mato-Grossense da 1ª Divisão de 1992. Apesar da falta de experiência, o Taboado fez uma boa campanha, a competição contou com a presença de 15 clubes. O time terminou na 8ª colocação (12 jogos, com cinco vitórias, dois empates e cinco derrotas; marcando 13 gols e sofrendo 11, com saldo de dois).

Atualmente, o Taboado Esporte Clube encontra-se afastado das competições de futebol profissional, disputando apenas competições amadoras e categorias de base.

 

FONTES: Times do Brasil – As Mil Camisas – Rsssf Brasil