Arquivo da categoria: 04. Eduardo Cacella

O Futebol no Socialismo!!!

O futebol nas repúblicas socialistas soviéticas

Uma das grandes frustrações dos torcedores brasileiros é o fato de que apesar de todas as conquistas do nosso futebol, nenhuma seleção brasileira conseguiu, até o momento, conquistar uma medalha de ouro em Jogos Olímpicos. Durante muito tempo, as Olimpíadas permitiam apenas a participação de atletas amadores.

Assim, os jogadores de futebol brasileiros que participavam dos Jogos eram em sua maioria muito inexperientes. O Brasil não podia enviar os seus melhores jogadores profissionais. Por outro lado, na época da Guerra Fria, a União Soviética e os seus países-satélites no Leste europeu viam nas Olimpíadas uma oportunidade para fazer propaganda do regime socialista.

Amadorismo profissional

Oficialmente, os atletas desses paises eram amadores, pois jogavam em times de unidades militares ou de operários de fábricas. Um exemplo era a seleção húngara de futebol, que conquistou a medalha de ouro em 1952, nos jogos realizados em Helsinque, na Finlândia. Teoricamente, seus jogadores eram membros do exército húngaro, que, em suas horas de vagas, jogavam futebol.

Na prática, eram atletas profissionais, cujo prestígio no esporte permitia que usufruíssem privilégios negados para a maioria de seus compatriotas: podiam passar direto pela alfândega e contrabandear objetos que eram considerados artigos de luxo nos países socialistas, como, por exemplo, relógios de pulso fabricados no Ocidente.

Ferenc Puskas: um craque húngaro

Entre os craques da seleção húngara de 1952, estava o atacante Ferenc Puskas, o “Major Puskas”, considerado um dos maiores nomes do futebol de todos os tempos, ao lado de Pelé, Maradona, do holandês Cruyff e do alemão Beckenbauer. Na Copa de 1954, realizada na Suíça, a seleção húngara era a favorita, mas acabou perdendo a final para a Alemanha. Os alemães marcaram três gols e os húngaros marcaram dois, dos quais, um foi anulado.

Em 1957, após uma excursão ao Brasil, vários jogadores húngaros aproveitaram uma estada na Áustria para “desertar” e jamais voltar para a Hungria. Esses jogadores pretendiam tentar a sorte nos clubes dos países capitalistas da Europa ocidental, onde ganhariam mais dinheiro e teriam mais liberdade. Foi assim que Puskas acabou entrando para o time do Real Madrid.
O esquema 4-2-4
Os húngaros foram os inventores do esquema tático que, no Brasil, recebeu o nome de 4-2-4. Aqueles que insistiam em misturar qualidade técnica no esporte logo rotularam o futebol jogado pelos húngaros de “futebol socialista”.

Depois de 1956, o esquema foi trazido ao Brasil pelo técnico húngaro Bela Guttmann, que trabalhou no São Paulo Futebol Clube. O segundo clube brasileiro a usar esse esquema foi o Santos. Inventado pelos húngaros, esse esquema tático foi aperfeiçoado pelos brasileiros. Foi usando esse esquema que o Brasil conquistou as Copas de 1958, na Suécia, e de 1970, no México.

Alemanha versus Alemanha

Em 1974, a Copa do Mundo foi disputada na Alemanha Ocidental. Naquela época, ainda existia o Muro de Berlim, que dividia a Alemanha em duas: a Alemanha Ocidental, capitalista, e a Alemanha Oriental, socialista. Aquela Copa foi marcada por um jogo inusitado entre as duas Alemanhas.

Foi a única vez em que as duas seleções se enfrentaram em uma Copa do Mundo. O time da Alemanha Ocidental foi calculista e preferiu perder para a Alemanha Oriental por 1 x 0, para não cair no grupo de Brasil e Holanda, que era a grande favorita, na segunda fase da Copa. O Brasil foi goleado pela Holanda por 2 x 0 e perdeu a disputa pelo terceiro lugar para a Polônia por 1×0. A Alemanha Ocidental venceu a Holanda na final por 2×1 e ganhou o campeonato.

Autor:Túlio Vilela

UM VARGINHENSE EM SÃO JOÃO DEL REY!

Esta é uma foto marcante na carreira do nosso amigo e ex-atleta Vitinho Lorenzoni e porque não dos varginhenses? Nela está a marca de um grande jogador, amigo e pai de família que por quatro temporadas defendeu a equipe Sanjoanense do Athletic e por lá como cá, fazendo muito sucesso. E neste dia aí com casa cheia era dia de clássico local contra o Minas Esporte Clube e a equipe do Athletic entrou em campo com, em pé: Barrinha,Valtinho,Bosco,VITINHO LORENZONI,Gaia e Bolota(Massagista). Agachados: Miguelzinho,Wilson,Batistinha,Tarciso e Zito. Isto tudo que estamos narrando na foto foi no ano de 1960 e é com muito orgulho que mostramos e falamos deste filho de Varginha que muito nos honra como varginhenses e que como alguns outros atletas conterranêos levou o nome de nossa Varginha por estes rincões a fora, parabéns VITINHO LORENZONI por tudo que fez pelo nosso esporte e pela nossa cidade através de sua grande categoría como atleta do futebol!

Fonte: Gilberto Beneton Jr.

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Quarentinha,o Homem de Gelo!!!!

Gelado era Ouarentinha.Até 1956, não dava sequer um pulo, nem mesmo um sorriso, depois que fazia um gol pelo Botafogo. A torcida começou a se incomodar,achando que o craque era algum vira-casaca ou que não tinha orgulho de vestir o manto alvinegro.
A implicância dos torcedores,com o jeito sóbrio e frio do artilheiro quase custou ao Botafogo o maior artilheiro de sua história,pois foi por conta dessa frieza que a diretoria na época emprestrou Waldir Cardoso Lebrêgo ao Bonsucesso.
Mas, em 57, ele voltaria ao Botafogo, para tomar parte no glorioso título carioca, com direito a promessa de Didi e tudo o mais (o meia alvinegro fez o percurso a pé do Maracanã até General Severiano).

Formado no Paysandu, do Pará, ele veio para o Botafogo em 54 e logo chamou a atenção por seu estilo de jogo rápido e oportunista.
Artilheiro do campeonato carioca três vezes seguidas 58/59 e 60, deixava os zagueiros preocupados em evitar que a bola caísse limpa em seu pé esquerdo. Se caísse, o jeito era buscá-la no fundo das redes, porque o chute vinha violento e certeiro.

Depois de conquistar três títulos estaduais pelo Fogão e mais o torneio Rio-São Paulo de 62, ele seguiu para o Vitória, da Bahia, e foi campeão baiano em 64/65. Acabou encerrando a carreira no América de Cáli, da Colômbia.
Na Seleção Brasileira,Quarentinha jogou 17 vezes, e assinalou 17 gols.
Até hoje, ninguém superou Quarentinha em número de gols com a camisa alvinegra.Seus 308 gols marcados em 446 partidas são uma marca até hoje invejadas. E ainda tem mais: na história do torneio Rio-São Paulo,nenhum artilheiro superou sua marca de 36 gols na história da competição.
Morreu de insufiência cardíaca aos 62 anos em 1996 no Rio de Janeiro.

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Fonte:Lance

Carlito Rocha, o Presidente da Supertição Alvinegra!!!!

Tem coisas que so acontecem ao Botafogo. Essa é uma das frases que refletem muito bem toda a magia misticismo que circundam a Estrela Solitária. O clube tem uma marca no tempo, que é o presidente Carlito Rocha, o primeiro a levar uma mascote para General Severiano.
No Campeonato Carioca de 1948, durante uma goleada sobre o Madureira por 10 a 2,um cachorrinho invadiu o campo no décimo gol,ele era preto e branco. Carlito Rocha, maravilhado, adotou o animal. Com ele no colo, entrava em campo antes de cada jogo.

No final desta metodologia extra-campo, o inusitado: até os adversários reconheciam a forca da mascote do alvinegro. Nos dias antes da final de 48, o Vasco fez de tudo para tentar evitar a presença de Biriba em campo, ameaçando até mesmo envenenar sua comida.
Entrou em ação a picardia de Carlito Rocha, que convenceu o dono de Biriba, o funcionário do clube Macaé, a provar tudo que o animal ingerisse. Assim foi feito e o Fogão terminou campeão.
O Botafogo ainda investiu mais em pequenas superstições,como cortinas amarradas e desamarradas na sede em General Severiano, e a alguns torcedores era recomendado sempre sair pela mesma porta da entrada.

Nos tempo de Garrincha, Didi, Amarildo e Zagallo, em dia de jogo, o ônibus que levava os jogadores ao estádio fazia sempre o mesmo caminho. No dia em que o caminho do õnibus teve alguns trechos interditados, Carlito Rocha culpou a Companhia de Trânsito pela derrota em um clássico.
As superstições sempre estiveram presentes na história do Botafogo,mas tudo começou com Carlito.

Na foto:Biriba em campo,marcando sua presença.
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Fonte:Lance Grandes Times

Protegido: Fausto,a “Maravilha Negra”

Fausto nasceu em Codó, Maranhão, em 2/02/1905 e ainda menino mudou-se com a
família para o Rio de Janeiro. Morando no subúrbio, iniciou sua carreira como jogador de
futebol no time de amadores do Bangu, que defendeu por 2 anos. Em 1929, Fausto foi
para o Vasco como meia-direita, posição em que jogava, e o clube de São Januário precisava
de um jogador que ligasse a defesa ao ataque.

Welfare um velho sábio, o levou à posição de center-half, pois conhecia no Fausto todas
as qualidades para a função.
Em 1929, o Vasco com uma equipe de alta categoria levantou o campeonato carioca com:
Jaguaré, Brilhante e Itália; Tinoco, Fausto e Mola. Pascoal, Oitenta e Quatro, Russo, Mário
Mattos e Santana.
Foi ainda em 1929 que o Fausto formou na Seleção Brasileira que derrotou, no campo do
Fluminense por 2×0, a Iugoslávia. Fausto estava no auge, mas sua projeção internacional
viria no ano seguinte a Taça Jules Rimet foi disputada pela primeira vez em 1930 na capital
uruguaia,Montevidéu, e os donos da casa foram os campeões.
A maior figura da Seleção naquela Copa fora o negro Fausto dos Santos. Inteligente, clássico,
criativo, elegante, um center-half admirável a quem os uruguaios e argentinos chamavam de
“Maravilha Negra”.

O Vasco viajou para a Europa em 1931 e o Fausto foi negociado com o Barcelona onde atuou
com grande eficiência até 1933, transferindo-se para a Suíça onde ficou apenas dois meses,
pelo seu estado de saúde. Regressou ao Brasil em 1934 onde foi campeão pelo Vasco. Em 1935
jogou no Nacional de Montevidéu. Em 1936 ingressou no Flamengo com Valdemar e Leônidas
aguardando a chegada do Da Guia.

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Fonte:Mestre Ziza,Verdades e Mentiras no Futebol

O Ramalhão aprontou em 1990!!!

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Este foi o dia em que o nosso amígo e conterrâneo Luciano Lemes teve uma bela tarde(inspirada), pois neste dia aí o seu clube, o Santo André Esporte Clube derrotou o todo poderoso São Paulo Futebol Clube, o tricolor do Morumbí por 1 x0 (gol do Mané da Favela), isto foi no ano de 1990 no Estádio Bruno José Daniel.

E neste dia o Ramalhão, como é conhecído o Santo André entrou em campo e venceu com, em pé: Corrêa,Donizetti,Clemer,Cipó,Luiz Antonio e LUCIANO. Agachados: Edevaldo,Rizza,Mané,Ivan e Preta. Então taí uma foto marcante pro nosso conterrâneo e amígo Luciano(filho do Nenzinho Lemes e D. Tomázia) que ficará marcada na memória dos Varginhenses, que são amantes do futebol, é óbvio!

Fonte: Gilberto Beneton Jr.

Antigas recordações, Ferroviária de Araraquara!!!

Achei interessante e repasso aos colegas,

(In memoriam Sidney Schiavon – Jornalista Araraquarense)

Há uma distinta senhora, fino ornamento de nossa sociedade, como diriam os velhos cronistas, que fez aniversário no mês de abril, e sem nenhuma falsa vaidade, ostenta fisionomia/moça e plástica perfeita, embora os embates dos anos tenham lhe feito marcas indeléveis que nenhuma cirurgia lhe estirpa. E ela as carrega com orgulho.
Nasceu há 42 anos, o nome foi-lhe dado na pia batismal pelo seu criador, engenheiro Antonio Tavares Pereira Lima, cidadão que, êmulo do Dr. Frankestein, com marcante diferença, já que nunca criou monstros, mas coisas épicas no esporte, sendo suas filhas diletas duas entidades esportivas de grande corpo associativo e polarizadoras das atenções de São José do Rio Preto/SP. e de Araraquara/SP. Sim, Pereira Lima teve o condão de criar duas agremiações repletas de gloriosas passagens pelo futebol profissional de São Paulo.
Eleito Primeiro Presidente do clube que ajudara a fundar, ao lado de ferroviários experientes da antiga Estrada de Ferro Araraquara, no dia 12/04/1950, teve como seus Vices: Francisco Eugênio de Campos e Abel de Almeida Magalhães, conseguindo depois de ardorosa batalha jurídica-esportiva, faz a AFE associar-se à Federação Paulista de Futebol e na 2ª Divisão de profissionais, fato ocorrido a 28/03/1951, tendo contratado os seguintes atletas para integrarem aquele que seria um esquadrão do interior paulista: Sandro(Rio Pardo), Sarvas(Linense), Avelino(Rio Pardo), Pierri(América de Rio Preto), Rudge(Uchôa), Ayres(Araguari), Tite(América de Rio Preto), Rebolo(Estrela da Saúde), Coelho(Rio Preto). Quis Maurinho, do time do Paulista, mas o grande ponta-direita foi para o time do Guarani de Campinas e depois para o time do São Paulo e seleção brasileira.
A Ferroviária, após contratar esses atletas, e outros que a memória não alcança, fez seu primeiro treino no campo do Cambuhy, em Matão/SP., precisamente no dia 9 de maio de 1951. E o primeiro jogo do clube da Estrada de ferro, como carinhosamente era tratada nos seus primórdios, foi contra a equipe do Mogiana de Campinas, no dia 13 de maio de 1951, ganhando de 3 a 1, gols de Fordinho(que marcou, portanto, o primeiro gol da Ferroviária), Basso e Baltazar; Aléssio(contra) fez o gol dos Campineiros.
O segundo jogo da AFE foi no dia 20 de maio de 1951, na cidade de Lins/SP., perdendo por 2 a 1 frente ao time do Linense. O terceiro jogo aconteceu em Taquaritinga/SP., a 25 de maio de 1951. O quarto jogo de sua vida, a Ferroviária disputou frente ao time do Nacional de São Paulo, no dia 28 de maio de 1951, no Estádio Municipal, empatando em 2 a 2. A AFE: Sandro; Sarvas e Aléssio; Pierri, Basso e Pimentel(Rudge); Rebolo(Ministro), Milton Viana, Fordinho, Gonçalves e Tonhé(Baltazar).
O estádio da AFE foi inaugurado oficialmente no dia 10 de junho de 1951, contra o time do Vasco da Gama do Rio de Janeiro. A Ferroviária foi abatida de goleada: 5 a 0, gols de Friaça, Friaça, Friaça, Friaça e Tesourinha.
Finalmente, para matar saudades, o primeiro encontro da Ferroviária diante de um adversário local, de Araraquara, portanto, aconteceu no dia 01/07/1951, no Estádio Municipal, frente ao time do Paulista Futebol Clube, perdendo de 4 a 0, gols de Elvo, Elvo, Elvo e Souza.
Estas, algumas das minhas recordações mais efetivas da Ferroviária. A afetiva fica por conta do jogo entre ela e o Botafogo de Ribeirão Preto, quando alçou-se para a 1ª Divisão, em 1956. Muita emoção e qualquer dia eu conto com detalhes. Inclusive porque um torcedor apareceu no estádio, com um gato preso, feito louco e babando, dentro de uma jaula na hora do jogo.

Fonte:www.ferroviaria.kit.net

Primeira tentativa de “Transmissão” de uma partida de futebol em 1924

No Recife, o grande interesse despertado pelo inédito acontecimento,o jogo BA X PE, levou
o Diario de Pernambuco a organizar um serviço especial de informações, o que se pode
considerar como primeira tentativa para a transmissão de uma partida de futebol.
Numa matéria circulada,na página esportiva, o jornal explicava em que consistiria o seu
“serviço especial de informação”:

– No intuito de bem servir ao nosso público, vivamente interessado no resultado do match que,
para disputa do Campeonato Brasileiro de Futebol, terá início, amanhã, às 15 horas,na cidade
de S. Salvador, entre os selecionados oficiais da Bahia e deste Estado, organizou o “Diario de Pernambuco” um serviço especial de informações, de três em três minutos, entre o estádio da
Graça e o edifício desta folha – por meio de ligações telefônicas, diretas com as estações da
“Western Telegraph” aqui e na Bahia, de muito lhe valendo para esse fim a obsequiosa coope
ração da superintendência dessa empresa e da direção técnica da “Pernambuco Telephone
Company”.
“Para mais ampla e completa divulgação, será instalado numa das sacadas do edifício do
“Diario” o autofalante Gaumont da Casa Rádio, que é o mais poderoso da América do Sul, niti-
damente audível num raio maior de 200 metros, e por um obséquio muito penhorante posto �
nossa disposição por aquele estabelecimento de rádio-eletricidade. Hoje, às 161/2 horas, será
feita uma experiência com esse forte amplificador. Deste modo,todas as peripécias do sensacional
jogo vão ser conhecidas entre nós à proporção que se forem verificando na Bahia”.

No dia do esperado encontro, 30 de dezembro de 1924,cerca de 2 mil pessoas, nervosas e
expectantes, concentravam-se defronte ao edifício do Diario, na pracinha, para ouvir as infor-
mações, que começaram às 9 horas e 55 minutos da manhã:

“A experiência telefônica entre o estádio da Graça e a estação da Western Telegraph, aqui,
deu excelente resultado. Reina em toda a cidade grande interesse pelo resultado do jogo. As
apostas sobem a 100 mil contos de réis. Haverá um encontro preliminar entre dois combinados
da Liga Baiana, denominados”Artur Moraes” e “Henrique Carvalho”. O jogo principal começará
às 15,30.

10,10 – Servirão como juízes auxiliares no jogo principal os srs. Antonio e Aprígio Braga, ambos
cariocas. Os jogadores enviam lembranças afetuosas as suas famílias e ao povo pernambucano, prometendo todos os esforços para conseguirem a vitória.

14,30 – A delegação pernambucana em companhia do representante da Confederação acaba de
tomar o bonde especial em frente ao “Hotel Meridional”, rumando para o estádio da Graça.

15,05 – Acaba de entrar no estádio da Graça sob delirantes aclamações da assistência a delegação pernambucana. A assistência é calculada em mais de 12 mil pessoas.

15,10 – 0 pavilhão de honra das arquibancadas está ocupado pelo Exmo. Sr. Dr. Goes Calmon, Governador do Estado,secretários do Governo, comandantes da Região e da Força Policial além
de outras autoridades civis e militares.

15,11 – O pavilhão pernambucano é içado no topo de um mastro sob vivas aclamações da
assistência. Continua no campo o jogo preliminar. O dr. Goes Calmon, Governador do Estado,
foi em pessoa cumprimentar a embaixada pernambucana.
Reina indescritível entusiasmo em toda a numerosa assistência.O aviador Lafay voa sobre o campo, fazendo evoluções em seu aparelho, atirando flores sobre os jogadores. Os bondes e automóveis chegam repletos de passageiros. Esgotam-se os bilhetes de ingresso. A multidão que está fora do estádio tenta invadi-lo. A polícia toma providências enérgicas.

15,12 – Terminou o jogo preliminar.

15,15 – Os assistentes vivaram os pernambucanos. Leça agradeceu erguendo uma saudação
a Bahia.

15,20 – 0 chefe da delegação pernambucana e o representante da Confederação passaram a
ocupar o pavilhão de honra, ao lado do Governador e autoridades.

15,25 – Entrou em campo o “team” baiano, conduzindo a bandeira de Pernambuco e uma cesta
de flores naturais. Sob delirantes aclamações da assistência acaba de ingressar na arena o conjunto pernambucano. Os jogadores formados em linha erguem vibrante aclamação ao povo baiano.

15,30 – O juiz Tinoco e seus auxiliares estão “posando”para os fotógrafos que acabam de invadir o campo.

15,35 – A Liga Baiana presta significativa homenagem ao quadro pernambucano, oferecendo ao seu “capitão” uma palma de flores naturais. O quadro baiano saúda ao pernambucano e este agradece.
É tirado a sorte que favorece aos locais, escolhendo estes a barra de fundo do estádio. Péricles dá o pontapé inicial passando a Osvaldo. Saez intercepta. Popó recebe a pelota e atira pelo alto. Matias
está na defesa. Os baianos atacam com vigor e Alarcon defende. Péricles investe e obriga a defesa
local praticar um comer, batido por Osvaldo sem resultado. A bola volta ao centro e sai de campo. Osvaldo investe pela ex¬trema e Cláudio defende. Ademar inutiliza uma investida rápida da linha baiana. A assistência chama pelo nome de Popó sem resultado. Péricles faz uma passagem a Osvaldo que perde a pelota.

15,45 – Alarcon defende. Os baianos batem um corner de Bredherood sem resultado. Aloísio bate um outro contra os baianos, saindo a pelota. Astério atira e Valença agarra com segurança recebendo palmas. Novo chute de Astério vai pelo alto. Péricles passa a bola a Aloísio, que atira pelo alto. Alarcon defende de cabeça um pelotaço de Sandoval.

15,50 – Mica avança passando a bola a Astério, que a envia por cima da trave de Valença. Os locais atacam e Valença defende com firmeza. 0 juiz pune uma falta de Popó e Osvaldo investe sem resultado. Sandoval manda a pelota obrigando a uma defesa de Alarcon. Valença é vivamente aplaudido pela assistência. Os pernambucanos avançam sem resultado. Péricles passa a Osvaldo, e a defesa local intervém, anulando o ataque.

15,55 – Alofsio avança e obriga a defesa local jogar fora a pelota. Ademar pratica uma falta. A linha pernambucana avança. Matias passa a bola a Osvaldo e este centra. Os baianos atacam e Valença defende. Os locais dominam o jogo. A defesa visitante pratica um corner. Armando bate sem resultado. Pedro Sá inutiliza uma formidável entrada de Popó. Novo assédio à barra de Valença, e Popó de uma cabeçada marca às 16,00 o 1° gol.

16,04 – De uma virada de esquerda, Astério conquista o 2.° gol.

16,08 – Péricles, após fulminante entrada, atira com violência e marca o 1.° gol pernambucano.

16,10 – 0 juiz pune uma falta de Miranda que, recebendo novamente a bola a perde para Cláudio. Péricles manda a bole rente à trave de Juvenal. Manteiga atira alto e novo arremate baiano. Valença defende com maestria. Um avanço da linha pernambucana, Osvaldo prejudica se colocando fora de jogo. Alarcon faz uma brilhante defesa e o juiz dá por findo o 1° tempo com o resultado de 2×1 em favor dos locais.

2.° tempo

16,25 – Começou a segunda fase da partida. Os pernambucanos são aplaudidos pela assistência.

16,30 – Os baianos investem. Manteiga atira por fora.Um avanço dos baianos os pernambucanos o inutilizam. Os pernambucanos investem sem resultado. A defesa de Pernambucomanula um ataque baiano. Popó atira por cima do arco de Valença. Novo avanço dos baianos e a bola sai de jogo.

16,35 – Valença agarra a pelota e Pedrosa avança e Valença pratica corner, que batido por Sandoval
vai a Popó que recebe de cabeça. Valença faz linda pegada.

16,38 – Popó carrega e manda formidável pelotaço, marcando o 3.° gol baiano.

16,40 – Saída pernambucana. Péricles passou a Zilo e este de cabeça faz o 2.° gol pernambucano.

16,46 – Osvaldo fora de jogo inutiliza um avanço da sua linha. Pedro Sã bate sem resultado uma falta baiana. Manteiga investe e nada produz. Sandoval pune uma falta dos pernambucanos. Armando recebendo um oportuno passe faz o 4.° gol da Bahia.

16,54 – É punida uma falta de Popó, que está produzindo jogo violento.

16,55 – Armando atira por fora e Ademar investe sem resultado,

17,00 – Péricles investe e Zilo sai machucado, sendo o jogo suspenso por 2 minutos. Zilo deixa o
campo nos braços de Alarcon. Recomeça o jogo. Pernambuco está apenas com 10 homens.

17,03 – Astério faz o 5.° gol baiano.

17,05 – Zilo volta ao campo e os baianos investem dominando inteiramente o terreno pernambucano.

17,07 – Pedro Sá, de três investidas seguidas de Astério,defende duas. Valença, mal colocado, não
pôde evitar que na terceira investida, Astério consiga o 6.° gol. Os pernambucanos investem e Brotherood defende. 0 juiz pune uma falta de Miranda, que batida vai a pelota fora do campo. Ademar livra um gol iminente. Popó faz o 7.° gol baiano.

17.11 – Os baianos desenvolvem jogo violentíssimo.

17,15 – 0 juiz dá por finda a partida com o resultado de 7×2 em favor dos locais.

Nosso time em Salvador jogou com esta formação: Valença (Torre); Pedro Sá (Sport) e Alarcon (Sport); Matias (Sport), Ademar (Sport) e Brotherood (Sport); Osvaldo (Torre), Miranda (Sport), Péricles (Sport), Zilo (Santa Cruz) e Aloísio (Sport).

Havia, como se observa, 8 jogadores rubronegros na Seleção. Em parte, justificava-se a predominância do Sport, porque seu time havia sido campeão do ano, disparado. Era de fato uma equipe poderosa, uma verdadeira seleção. A fragorosa derrota, porém, ensejou muitas críticas à Liga, que até para diretor-técnico do selecionado indicara um rubronegro: Renato Silveira. De Salvador, ele passou o seguinte telegrama: “A sorte foi ingrata. Minha tristeza é profunda”.

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Fonte:A Historia do Futebol em PE