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Club Athletico Brasil – São Paulo (SP): Fundado por negros, foi campeão da Segundona Paulista de 1927

O Club Athletico Brasil foi uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). O “Clube dos Homens de Cor” foi Fundado no sábado, do dia 07 de Outubro de 1916, com o nome de Club dos Cravos Vermelhos por cinco desportistas: Theodoro do Nascimento, Fausto da Silva, José Pereira Paixão, Umberto Vaz de Almeida e Laureano José Barboza, os quais desde então começaram a trabalhar com afinco e boa vontade, para coroar de êxito essa tarefa estafante. 

Em 1927, a Sede ficava Rua da Glória, nº 196 – Bairro da Liberdade – São Paulo. E, nos anos 30, estava situado na Rua Glycerio, nº 175-A, no Bairro do Glycerio, no Distrito da Liberdade, na capital paulista.

Seis meses depois desse acontecimento, entrou para as suas fileiras o Sr. Norberto Rocha e Paulino de Castro. Estes senhores pleitearam e conseguiram que o clube instalasse uma salão danças. Posteriormente Norberto Rocha ficou encarregado de organizar o quadro de futebol.

Os ensaios dançantes corriam regularmente bem e por iniciativa da diretoria sempre operosa às suas expensas e nos salões realizaram-se vários casamentos de associados.

Enquanto isso, o quadro de futebol ia desenvolvendo-se de modo animador. Foi o seu 1º Presidente, o Sr. Fausto da Silva e três anos após (1919), o Sr. Theodoro do Nascimento assumiu a presidência do clube. Todos eles coadjuvados pelo Sr. Paulino de Castro e outros trabalhos estavam dando a vida e desenvolvimento ao clube. 

1927: Mudança de nome e título da Segundona

Em 1927, houve uma assembléia geral no qual tratou-se da mudança de nome do quadro de futebol que passou a denominar-se Club Athletico Brasil, a fim de filiar-se na Liga Amadora de Football (LAF). E o resultado veio no mesmo ano quando se sagrou Campeão do Campeonato Paulista da Segunda Divisão de 1927, recebendo como prêmio, a Taça Dr. Armando Prado.

Foram os seguintes jogadores componentes desse quadro campeão: Waldemar; Veneno e Cachimbo; Gradim, Dario e Rabudo; Edgard, Norberto, Argemiro, Armandinho e Ricardo.

 

Primeira prova esportiva de negros

Ainda, em um festival, promovido pelo Club Athletico Brasil, tomaram parte o então glorioso Paulistano e o Palmeiras, sendo esta a primeira vez que por iniciativa de homens de cor, dava-se em São Paulo a 1ª prova de iniciativa esportiva de negros.

Mais tarde, ainda por iniciativa do Club Athletico Brasil, organizou um encontro entre dois selecionados denominados: branco versus preto, passando a fazê-lo disputar todos os dias 13 de maio, conseguindo perder um jogo e ganhar dois.

Um dos encontros que mais sucesso alcançou, foi o que veio do Rio de Janeiro, da Liga Metropolitana, o qual foi abatido pela expressiva contagem de 7 x 1, ocasião em que todos os jornais paulistanos não regatearam elogios aos jogadores negros de São Paulo.

Nesse jogo formidável, destacaram-se os jogadores Bahianinho, Rabi, Nabor e Robertinho, astros de primeira grandeza na Association Bandeirante. Por essa ocasião, foi oferecido no Hotel do Braz, um banquete de 100 talheres, onde viam-se os azes Leônidas, Princeza, Augusto Américo e outros.

No champagne, falaram vários oradores e jornalistas cariocas, respondendo pelo Club Athletico Brasil, o então Secretário Gervasio de Moraes. Nesse trabalho de aproximação esportiva, muito se destacaram os senhores Salatiel de Campos e Oscar Souza Mello, dedicado e incansável thesoureiro do clube.

Assim pois, de iniciativa em iniciativa, o clube tendo em Norberto Rocha, um verdadeiro esteio, vem trabalhando para conseguir uma praça de esportes que honre a coletividade negra de São Paulo e do Brasil, pois como vimos, de lutas constantes tem sido a vida dessa pujante agremiação, cuja Sede repletas de taças, acha se instalada à Rua Glycerio, nº 175-A, no Bairro Glycerio (atual bairro da Liberdade). O povo negro pode orgulhar-se desse clube que tão bem tem-se portado durante tão longa existência, sempre conquistando louros e triunfos imensos.

A história do Club Athletico Brasil sofreu o seu primeiro baque, na terça-feira do dia 30 de dezembro de 1930, quando a Polícia fechou a sede, sob a alegação de irregularidades no último baile realizado. O incidente não desanimou a diretoria que conseguiu reverter o quadro e reabriram o clube.  No entanto, anos depois o clube acabou fechando às portas sem nenhum alarde. Contudo, ficou na lembrança pela sua luta pela inclusão dos negros na sociedade paulistana. 

 Participou do Campeonato Paulista da 3ª Divisão de 1927 e 1933; do Campeonato Paulista  da 2ª Divisão 1928 e 1929; e do Campeonato Paulista da 4ª Divisão de 1931. 

FONTES: Correio Paulistano – A Gazeta – O Kosmos – O Estado (SC) – Evolução (13-05-1933)

Álbum “Varzeana Paulista”, anos 50/60: S.L. Benfica do Brasil – Bairro: Vila Maria – Zona Norte – São Paulo-SP

O Sport Lisboa e Benfica do Brasil, do bairro de Vila Maria, Zona Norte da cidade de São Paulo, foi fundado na data de 9 de julho de 1938.

Seu estádio se situa na Avenida Morvan Dias de Figueiredo número 213, próximo a Marginal do Rio Tietê.

Fontes: álbum de figurinhas “Varzeana Paulista” dos anos 50/60, o historiador Waldevir Bernardo (Vie), meu acervo e google maps.

União Fluminense Football Club – São Paulo (SP): Bicampeão da Segundona Paulista

O União Fluminense Football Club foi uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). Fundado no dia 10 de Maio de 1913, tinha a sua Sede e o campo, na Rua João Antônia de Oliveira, nº 40, no Bairro da Moóca, em São Paulo. Já o Campo ficava na Rua Conselheiro Justino (esquina com a Almirante Brasil), s/n, na Moóca (Essa rua não existe mais).

Participou do Campeonato Paulista da Terceira Divisão em 1917. No ano seguinte esteve presente, onde disputou o Campeonato Paulista da Segunda Divisão em seis oportunidades: 1918, 1919, 1920 e 1927, 1928 e 1929, organizado pela APEA (Associação Paulista de Esportes Athleticos). Bicampeão da Segundona de 1918 e 1919 (em ambos, o clube não foi promovido para a Primeira Divisão).

Em 1918, o título veio, na quinta-feira do dia 15 de agosto, na vitória, fora de casa, por 1 a 0 em cima do União da Lapa, na Praça de Esportes da Rua Miller, no Brás. O gol do título saiu no segundo tempo, por intermédio do meia esquerda Turuna. Na preliminar, a partida dos segundos quadros também terminou com triunfo do União Fluminense por 4 a 3.

 Time de 1918: Mario; Bazan e Covelli; Bover, Affonso e Raphael; Turuna (Cap.), Andrione, Augusto, Américo e Chiquinho.

Time de 1919: Alabi; Vicente (Cap.) e Monte; Zerbrottini, Affonso e Attilio; Américo, Turuna, Liquori I, Liquori II e Paulino.

 

FONTES & FOTO: Correio Paulistano – O Combate – A Gazeta – Revista A Cigarra

DISTINTIVO: Waldomio Junho – Livro “Os Esquecidos – Arquivos do Futebol Paulista, de Rodolfo Kussarev 

Associação Athletica Botafogo – São Paulo (SP): Fundado em 1909

A história do Sport Club Corinthians Paulista surgiu no dia 1º de Setembro de 1910. Um ano antes, para ser mais preciso: na terça-feira, do dia 28 de Setembro de 1909, surgia a Associação Athletica Botafogo, nas cores vermelho e branco.

Conhecido como o “Galo da Várzea“, tinha a sua Praça de Esportes, que ficava localizado entre a Rua Prates e Rua da Graça, no Bairro Bom Retiro, enquanto a sua Sede Social estava localizada na Rua Paula Souza, nº 20 – Centro Histórico de São Paulo (SP). Para muitos o Botafogo do Bom Retiro foi a mais poderosa de todas as equipes varzeanas.

No início dos Anos 10 do século XX era a sensação dos campos varzeanos, com um esquadrão muito forte que impunha respeito aos adversários. Grandes valores foram forjados em sua base, alguns deles se tornando astros do futebol paulista e brasileiro.

Mas além de ter fama de ser uma equipe talentosa, seus jogadores eram conhecidos como brigões, não sendo rara a intervenção da polícia em muitas das confusões que se envolvia, tanto é que a sede acabou sendo fechada.

No início da história do Sport Club Corinthians Paulista, utilizou diversas vezes a Praça de Esportes da Associação Athletica Botafogo, assim como vários jogadores da agremiação alvirrubra jogaram no Timão, formando a base nos seus primeiros passos. Entre eles Amílcar, Francisco Police, Neco, que foi o 1º grande ídolo do time, irmão de um de seus fundadores, Carlos Nunes. 

 FONTES & FOTOS: Correio Paulistano – A Gazeta – Livro “ Timão: 100 anos, 100 jogos, 100 craques” – Site Meu Timão – Maurício Pio Ruella

Associação Athletica Ramenzoni – São Paulo (SP): Duas edições na Segundona Paulista

A Associação Athletica Ramenzoni foi uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). O clube Rubro-anil foi Fundado no domingo, do dia 15 de Setembro de 1929, por um grande número de funcionários da Fábrica de Chapéus Ramenzoni, da firma Dante Ramenzoni e Cia. Ltda. O local foi no escritório da referida firma, gentilmente cedido pelos diretores.

A sua Praça de Esportes ficava localizado na Avenida dos Estados, nº 8, no Bairro do Canindé, em São Paulo. Em pouco tempo, o clube contava com 300 sócios. Em 1942, alcançou o número de 450 sócios. 

A 1ª Diretoria foi constituída da seguinte maneira:

Presidente Honorário – Lamberto Ramenzoni;

Vice-Presidente Honorário – Carlos Rusca;

Sócio Honorário – Ibsen Ramenzoni;

1º Presidente – Ziro Ramenzoni;

2º Presidente – Cesar Biondetti;

1º Tesoureiro – Orlando Pacini;

2º Tesoureiro – Firmino Calza;

Secretário Geral – Ivo Buoncristiani;

1º Secretário – João Cosentino;

2º Secretário – Igor Bittencourt;

Conselheiros – Bruno Lebblo, Gino Moro, Ítalo Vettorazzo e Menotti Coppini;

Revisores de conta – Achilles Camerini e Tullio Tito Lencioni;

Diretoria Esportiva:

Diretor Técnico – Floriano Guarany;

Diretor Esportivo – José Cortez, João Bertolucci e Carlos Avezzani;

Comissão Esportiva – José Leamare, Venancio Cristofari, Raphael Festa;

Sócios Beneméritos – Dante Ramenzoni (chefe da Casa Dante Ramenzoni Cia. Ltda.) e Leopoldo Sant’Anna (uma das figuras de maior destaque no esporte bretão).

Participou do Campeonato Paulista da Segunda Divisão, em 1932 e 1934; e o Campeonato Paulista da Terceira Divisão, em 1933. Todos organizados pela APEA (Associação Paulista de Esportes Athleticos).

 Time de 1932: Nicola; Belleri (Antonio) e Sigimundo; Carlete, Luiz e Manzzioni; Picinin (Mosca), Dias, Antonelli, Morrone e Guarizo.

 Time de 1933: Nicola; Nelusco e Bileri; Luiz, Zanota e Pepi; Victorio (Mosca), Manolo, Pizzone, Moroni e Ary.

 

FONTES: A Gazeta – Correio de São Paulo

Associação Portugueza de Futebol – São Paulo (SP): Duas participações na Segundona Paulista

A Associação Portugueza de Futebol foi uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). A “Portugueza da Villa Pompéia” foi Fundado na quarta-feira, do dia 24 de Março de 1926, a sua Sede ficava localizada na Rua João Ramalho, nº 87, no Bairro dos Perdizes, em São Paulo. Já o seu campo ficava próximo à sede, mas o bairro era outro: na Villa Pompéia. O Presidente foi Álvaro Teixeira Pinto, que depois cedeu o posto para José dos Santos Penna, em 1929.

Na esfera futebolística, a Portugueza da Villa Pompéia participou do  Campeonato da 2ª Divisão Série Principal (na prática, era o Paulista da 3ª Divisão), de 1927. Em 1928 e 1929, esteve presente no Campeonato da 1ª Divisão (na prática, era o Paulista da 2ª Divisão). Todas essas três competições foram organizadas pela Liga de Amadores de Football (LAF).

Time de 1927/28: Alfredo (Antonio); Francisco (Brazão) e João; Cesar (Horácio), Constantino (Bianchini) e Américo (Zeca); Manoel (Américo II), João II, José, David e Humberto (Maneco).

Time de 1929: Bighetti; Aró e Constantino; José, Franco e Armandiho; Octavio, David, João, Maneco e Júlio. 

 

 

FONTES: O Combate – Diário Nacional – Correio Paulistano 

DISTINTIVO: Waldomio Junho – Livro “Os Esquecidos – Arquivos do Futebol Paulista, de Rodolfo Kussarev