FOTO: Diário Catarinense 16/05/1988
Edir com a camisa do Marcílio Dias em 1965
Todo mundo sabe que Pelé iniciou a carreira no interior de São Paulo, precisamente na equipe juvenil do Bauru Atlético Clube, o Baquinho. O que pouca gente sabe, porém, é que além do menino que viria a se tornar o Rei do Futebol, aquele time também tinha um volante alto, forte, que jogava com raça e ao mesmo tempo com classe. E que fez história no futebol de Itajaí, onde reside até hoje.
Edir Alves tem muita história para contar. Filho de Crizanto Alves, jogador do Noroeste de Bauru, Edir nasceu naquela cidade em 9 de abril de 1939. Depois de passar pelo juvenil do Baquinho, foi para o Noroeste, onde conquistou uma vaga no time titular aos 17 anos e não tardou para despertar o interesse de grandes equipes.
Nos anos 1960, Edir resolveu provar a sorte no Sul do país. Jogou no Londrina e depois no Coritiba, ambos do Paraná. Mas o seu destino estava traçado com Santa Catarina. Certo dia, dirigentes do Marcílio Dias visitaram o Coxa em busca de reforços para o Marinheiro. “Eles precisavam de um zagueiro. Eu não era zagueiro, era volante, mas o então treinador do Coritiba disse que eu jogava em qualquer posição e o Marcílio Dias me contratou”, recorda.
Era o ano de 1964. Edir Alves chegou a Itajaí e logo se transformou num ídolo da torcida marcilista, graças ao seu bom futebol e ao seu bom caráter, que não foi abalado nem quando trocou o Marcílio pelo seu maior rival, o Clube Náutico Almirante Barroso. Edir explica como aconteceu. “Era a semana do início do campeonato e eu estava me preparando com meus companheiros do Marcílio. Depois do treino, fui procurado por um homem. Ele disse que o diretor do Barroso, seu Hélio Caldas, queria falar comigo”.
Edir conta que, mesmo ressabiado, foi ao encontro do cartola do clube rival, num restaurante onde hoje funciona o hotel Caiçaras. “Seu Hélio Caldas me fez uma proposta irrecusável. No princípio não acreditei que ele pagaria o que prometeu, mas ele colocou o dinheiro vivo em cima da mesa”. Edir não teve outra opção. “Conversei com os diretores do Marcílio e eles entenderam, pois não tinham como cobrir aquela oferta e eu era um profissional”, diz. “O curioso é que treinei a semana toda com o Marcílio e no domingo joguei pelo Barroso”.
Mesmo tendo deixado o Marinheiro para jogar pelo rival, Edir continuou sendo respeitado pela torcida rubro-anil, sentimento conservado até os dias de hoje. “As pessoas me paravam na rua, mas eu explicava e elas compreendiam. Afinal, sabiam que eu era um profissional. Nunca tive nenhum problema com a torcida, seja no Marcílio ou no Barroso”.
No Almirante Barroso, Edir Alves jogou dois anos (1965 e 1966), antes de ir para o Palmeiras de Blumenau e encerrar a sua carreira profissional no Flamengo de Caxias do Sul (RS), o atual Caxias. Depois de pendurar as chuteiras, Edir Alves continuou jogando futebol nas peladas da cidade. Só parou neste ano, por culpa do joelho. “Levei uma pancada forte no joelho direito e ele começou a doer sempre que eu jogava, por isso resolvi parar de brincar. Afinal, já tenho 66 anos”. Por outro lado, ele não quis mais saber de se envolver profissionalmente com o esporte. Teve uma rápida experiência como treinador do Barroso, ainda em 1970, mas depois não se interessou em seguir a carreira de técnico.
FOTO
http://baudomarcilio.blogspot.com.br
FONTE:
Adaptado do texto original publicado no blog “Baú do Marcílio” – http://baudomarcilio.blogspot.com.br
Fundada em 12 de abril de 1924 com o nome de Liga Santa Catharina de Desportos Terrestres, a história da regulamentação do futebol em Santa Catarina começou na Rua Esteves Júnior, no Centro da Capital, no Gymnasio Catharinense, atual Colégio Catarinense, berço da educação e da prática desportiva, onde se reuniram os representantes dos clubes fundadores Figueirense Futebol Clube, Avaí Futebol Clube, Clube Atlético Florianópolis, Internato Futebol Clube e Trabalhista Futebol Clube, para registrar a ata de fundação da atual Federação Catarinense de Futebol.
No princípio, a entidade organizava campeonatos das modalidades de atletismo, tiro ao alvo e também de futebol. O primeiro presidente da então Liga Santa Catharina de Desportos Terrestres foi Luiz Alves de Souza (1924-1927). Mais tarde, já em 1927, a entidade teve seu nome modificado para Federação Catarinense de Desportos.
edição 2017 do Campeonato Catarinense tem um desafio extra para os times pequenos do Estado. Caso nenhum deles se sagre campeão, serão completados 25 anos sem a taça levantada por uma equipe de menor expressão. Atlético Tubarão, Inter de Lages, Barroso, Metropolitano e Brusque são os desafiantes dos cinco grandes. Em níveis diferentes de preparação, os times menores sabem que uma conquista é improvável, mas a palavra de ordem é lutar.
Um exemplo que serve de inspiração é a equipe de 1992 do Brusque, último campeão entre os pequenos. A taça foi levantada no estádio Augusto Bauer em 13 de dezembro daquele ano, após final contra o Avaí. Um dos destaques daquele time, o meia Palmito diz que a conquista foi a mais importante de sua carreira.
— Eu já havia sido campeão catarinense seis vezes, cinco pelo Joinville e uma pelo Criciúma, mas essa foi a mais especial, justamente por ser em uma equipe média. Em time grande, ser campeão é obrigação. Aqui não era — conta.
O jogador lembra que o time era formado por atletas experientes, que foram se entrosando aos poucos. Uma prévia do que aconteceria no fim do ano ocorreu pouco antes, com o primeiro lugar da Copa Santa Catarina. Palmito aponta como ponto de virada a eliminação do Criciúma, que havia sido campeão das duas primeiras fases do torneio, pelo Avaí.
— Foi uma injeção de ânimo. Tínhamos uma equipe forte e que passou a confiar cada vez — lembra.
Força da torcida
Outro ponto que Palmito considera essencial para a conquista foi o apoio da torcida. Após anos de rivalidade com Carlos Renaux e Paysandu, a cidade inteira abraçou a equipe.
— A torcida jogava junto e nos deu um suporte muito grande. Foi uma das bases do time — afirma Palmito, que marcou 13 gols na competição, terminando como vice-artilheiro, atrás de Zé Melo, do Inter de Lages.
Na final contra o Avaí, um gol de Cláudio Freitas na prorrogação selou o título, após uma vitória de cada time. O carinho foi tão grande que ele decidiu ficar na cidade depois de terminar a carreira de jogador. Há 22 anos, trabalha no Sesc da cidade. Atualmente, é gerente da unidade e uma espécie de embaixador do time campeão em 1992.
Palmito Ajudou a organizar o encontro de 20 anos da conquista em dezembro de 2012. Dois anos mais tarde, viu o primeiro companheiro de equipe morrer: o atacante Jair Bala faleceu em novembro de 2014. No mesmo ano, no entanto, Palmito recebeu o título de cidadão-honorário de Brusque. Para esse ano, pretende participar do encontro de 25 anos, o que ele diz ser mais uma prova da união daquele grupo. A torcida, agora, é para que a cidade de Brusque possa comemorar mais um título, porém ele sabe da dificuldade.
— Os pequenos mudaram pouco em estrutura e os grandes subiram muito de nível. É preciso de investimento para diminuir essa diferença, que está cada vez maior — opina.
Mauro Ovelha se agarra à esperança
Atual técnico do Brusque, Mauro Ovelha sabe o caminho das pedras. No comando do Atlético de Ibirama, ele chegou perto do título por duas oportunidades, sendo vice-campeão em 2004 e 2005. Foi a última vez que um pequeno chegou às finais. Em 2011, Ovelha levantou a taça na Chapecoense, que ainda não tinha a projeção nacional de hoje. Para o treinador, ainda é possível que um time pequeno seja campeão caso haja um trabalho muito bem encaixado, porém a dificuldade é maior do que nunca.
— A gente vive um momento diferente. Hoje a diferença de orçamento é muito grande, Mas é futebol. Não que seja impossível, mas é muito mais difícil — diz.
Ainda segundo Ovelha, o primeiro objetivo do Brusque para o Estadual é conseguir uma vaga na Copa do Brasil, assim como ocorreu no ano passado. Ele ainda conta que existe um fio de esperança no título, pois trata-se de uma competição mais curta.
— Sonhar não custa nada. O trabalho precisa encaixar. Se fosse numa competição longa, não seria possível. No tiro curto ainda dá, embora seja uma tarefa muito complicada. Vamos brigar pelo nosso espaço — finaliza.
FONTES: NSC Total – Revista Placar
Em 1955, o Olaria Atlético Clube, do Rio de Janeiro, excursionou peplo Estado de Santa Catarina. Um jogos jogos amistosos foi diante do Clube Atlético Baependi, da cidade de Jaraguá do Sul.
Baependi 2 x 7 Olaria
Data: 1/5/1955
Estádio: Clube Atlético Baependi (Jaraguá do Sul)
Competição: Amistoso interestadual
Árbitro: n.d.
Baependi – Gaulke; Jorge (Eduardo) e Octacílio (Piazera); Walter, Baloquinho, Zépi, Americano, Taranto, Chadeck, Turíbio e Oswaldinho.
Olaria – Walter; Oswaldo e Jorge; Moacir, Olavo e Dodô; Pombo, Arlindo, Gauchinho, Helter e Mário.
Gols: Arlindo (3), Gauchinho, Pombo(2) e Helter (Ola); Mário e Chadeck (Bae).
Fonte: LJD/Rogério Tomazelli
O Torneio Início da Liga Tubaronense de Desportos de 1949 teve a participação de 10 clubes das seguintes cidades: Lauro Muller, Imbituba, Orleans, Laguna e Tubarão. O campeão foi o Conde D´Eu.
Barriga Verde (Laguna)
Flamengo (Laguna)
Imbituba AC (Imbituba)
Cerâmica (Imbituba)
Hercílio Luz (Tubarão)
Ferroviário Tubarão)
Cidade Azul (Tubarão)
Henrique Lage (Lauro Muller)
Guatá (Lauro Muller)
Orleanense (Orleans)
Conde D´Eu (Orleans)
19/6/1949
Primeira fase
Cidade Azul 1 x 0 Barriga Verde
Hercílio Luz 1 x 0 Orleanense
Imbituba 2 x 1 Ferroviário
Conde D´Eu 0 x 0 Guatá (2 x 1, escanteios)
Henrique Lage 2 x 1 Cerâmica (2 x 1, escanteiros)
Segunda Fase
Cidade Azul 0 x 0 Flamengo (2 x 1, escanteios)
Imbituba 2 x 1 Hercílio Luz
Semifinal
Conde D´Eu 0 x 0 Cidade Azul (2 x 1, escanteios)
Imbituba 2 x 1 Cidade Azul
Final
Conde D´Eu 1 x 0 Imbituba
Campeão: Conde D´Eu
Fontes: A Imprensa (Tubarão); site Fatos e Fotos Orleans e acervo do autor