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Corinthians Meritiense Futebol Clube – São João de Meriti (RJ)

 

O Corinthians Meritiense Futebol Clube é uma agremiação do município de São João de Meriti, na Baixada Fluminense (RJ). Presidido por José Amaro Peçanha Machado, o ‘Timão da Baixada’ foi Fundado no dia 5 de Abril de 1990.

 O Corinthians Meritiense disputa os campeonatos da Liga de Desportos de Nova Iguaçu e da Liga Independente de São João de Meriti. Localizado no bairro de Éden, o sonho do presidente Peçanha Machado é tornar o clube numa filial do Corinthians Paulista futuramente.

C.R. Flamengo estampou o primeiro patrocínio no Brasil

 Atualmente é inimaginável um clube sobreviver sem um patrocínio. Só que no Brasil essa parceria ainda é recente. A parceria entre a PETROBRAS e  o Clube de Regatas Flamengo foi fechada em meados dos anos 80.

Na época, o nome d amarca (LUBRAX da BR Distribuidora, que é subsidiária da Empresa Estatal PETROBRAS), em jogos no Brasil. A estréia ocorreu no jogo C.R.Flamengo 3×0 América (RJ) em 08/04/1984, pelo Campeonato Brasileiro de 1984.

Apos 25 anos de parceria, o C.R.Flamengo encerrou contrato com a PETROBRAS e disputa a ultima partida estampando na camisa as marcas da estatal em 31/03/2009 na vitória de 1×0 sobre o Americano (Campos – RJ) em jogo valido pela Taça Rio (2º turno) do Campeonato Estadual.

Veja na foto abaixo, o jogador Edmar comemorando um dos gols da vitória sobre o América – RJ , por 3×0 em 1984

Detalhe: Note o retângulo de fundo amarelo com a palavra LUBRAX (marca do óleo produzido pela PETROBRAS) em letras pretas. 

Obs: O primeiro clube do Brasil a usar publicidade em uniforme foi o Internacional (RS) em 16.02.82 no jogo Inter x Peñarol em Montevideo, no estádio Centenário, pelo Torneio de Mar del Plata.

Como era proibido no Brasil a publicidade nas camisetas, o INTER a utilizou no exterior. O patrocínio era da Pepsi Cola. O jogo foi 1 x 1 e o INTER perdeu nos pênaltis por 3 x 1 e não fez a final contra o Vasco que venceu ao Defensor (URU). (informação do site : www.colecionadorcolorado.com.br – Ricardo Bestetti).

Fonte e Foto: Jornal dos Sports

Bangu Atlético Clube: Um time ou uma Fábrica

Por: Teixeira Heizer

Maracanã, 1966. Nem mesmo o tumulto criado pelo atacante Almir, do Flamengo, impede que o Bangu ganhe o Campeonato Carioca, pela segunda vez em sua vida – a primeira foi em 1933. Naquela tarde de domingo, todo o país sabia que o Bangu não vivia mais a dolorosa opção de ser o maior dos pequenos ou o menor dos grandes. Era grande mesmo.

Conselheiro Galvão, Madureira, 1970. O Bangu perde por 2 a 1, é eliminado do turno final do Campeonato Carioca. O comando forte se esfacelou, o dinheiro abundante – que comprava tudo – foi diminuindo, quase todos os jogadores de 66 foram vendidos, a charanga (a bateria da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, uma das melhores do Rio) desapareceu, e a torcida, que já era pequena, ficou reduzida, praticamente, ao grito solitário de seu chefe, Juarez.

O Bangu está no fim?

– Mexam no Bangu e todos verão a força que ele tem.

Guilherme da Silveira Filho, um dos donos da Fábrica de Tecidos Bangu e patrono do clube, não admite a morte de seu clube, nem qualquer arranhão no seu conceito. Explica que o vulcão que se formou há dois anos, envolvendo os dirigentes, só aconteceu porque ele estava nos Estados Unidos. Se Silveirinha – como é conhecido no clube – estivesse no Rio, certamente interviria na crise. Como interveio há seis meses para evitar a falência financeira. Ele diz que a situação não era tão grave, mas sua intervenção em assuntos esportivos, dos quais se afastara em 1951, é um dado denunciador do perigo que rondava o clube.

Um negócio ruim
Todo um time tinha sido vendido às pressas, por qualquer dinheiro. Como industrial, Silveirinha frisa que compra e venda é rotina do comércio. Mas, no fundo, ele sabe que a venda, somente a venda, representava uma liquidação. Em termos de comércio, tecidos podem ser liquidados; homens, não. Mas absolve os que venderam os jogadores.

– Eles não eram donos do Bangu, se investiram seu dinheiro, tinham direito de recuperá-lo na hora da saída.

O que Silveirinha sabe e não diz, para não expor os ex-dirigentes (Eusébio de Andrade e seu filho, Castor de Andrade) a uma condenação inevitável, é que os negócios malfeitos resultaram no prejuízo de Cr$ 1 milhão, arrasaram o clube, deixaram-no quase sem time.

Da grande equipe de 66 sobraram apenas dois jogadores: Luís Alberto e Aladim. Ubirajara está no Botafogo; Fidélis, no Vasco; Mário Tito, no Cruzeiro; Pedrinho, no Corinthians; Jaime, no Palmeiras; Paulo Borges, no Corinthians; Bianchini, no Flamengo; Cabral, no Palmeiras; Parada, no Amazonas; Ladeira e Norberto, no interior de São Paulo; Ari Clemente, no Campo Grande. Ocimar parou de jogar.

Uma triste reunião
Em amarga reunião da diretoria, foi feito o balanço da desastrosa liquidação, que afetou moralmente o clube e o deixou de caixa baixa. Ubirajara, vendido por Cr$ 150.000,00, valia no mínimo o dobro. Fidélis, negociado por Cr$ 100.000,00, poderia ser vendido por quatro vezes mais. Mário Tito foi vendido por Cr$ 80.000,00, mas seu valor real andava na casa dos Cr$ 400.000,00. O Palmeiras pagou Cr$ 280.000,00 por Jaime, quando valia bem uns Cr$ 500.000,00. Cabral foi mal trocado, por Mário.

Quando interveio há seis meses no Bangu, Silveirinha quis impedir um mal maior.

– Quis mostrar que o Bangu não é casa da sogra, onde qualquer um entra e tira o que quer.

Ele refere-se à pretendida contratação de Dé, pelo Fluminense (que chegou até a ser capa, com a camisa tricolor, da revista do clube), e à de Aladim, pelo Corinthians. Silveirinha deixa claro que o Bangu não é a fábrica; esta não precisa do futebol para promover seus tecidos. Também diz que o clube não precisa da fábrica, explica que só intervém no clube como torcedor, que sofre e se alegra por causa do Bangu.

Um pedido urgente
Mas agora, com o Bangu desclassificado do Campeonato (isto lhe acontece pela primeira vez), a torcida acha que a intervenção do patrono tem de ser decisiva.

– Dizer que é Bangu não é tudo. Quem pode, tem é que influir nos destinos do clube.

Desta posição Juarez Silva, o chefe da torcida, não se afasta um milímetro.

O patrono não promete nada, mas deixa uma ameaça no ar.

– O Bangu, se fustigado, entra na raia e repete 51. Temos estrutura para isso. E os outros, terão?

O Bangu pode voltar a ser grande com o dinheiro de Silveirinha e não em conseqüência de sólida estrutura profissional, que o clube não tem. O patrimônio do Bangu é pequeno: um ginásio no valor aproximado de Cr$ 300.000,00. O Estádio de Moça Bonita e a Vila Hípica (concentração) pertencem à fábrica.

Sexta-feira, dia 14 de agosto deste ano. Em frente à sede do clube, um tosco caixão preto, cercado por setecentas velas. Era o enterro simbólico de mais um presidente. Dentro do clube, Elias Gaze pedia uma licença (na verdade renunciava ao cargo), para esfriar os ânimos pouco amistosos da torcida. Com ele saiu toda a diretoria, à exceção do vice-presidente administrativo, Major Orlando Lopes, que assumiu a presidência.

Domingo, dia 23. Numa sala acanhada do segundo andar da sede, entre medalhas e taças, meia dúzia de homens lutam para compor a diretoria e encontrar uma saída para a crise.

– Temos que encontrar um meio de reestruturar o time, criando bases profissionais para suportar as grandes dispesas. Não pretendemos contratar grandes jogadores e depois vendê-los por qualquer preço. O Bangu não decepcionará mais sua torcida.

O presidente Orlando Lopes sabe as dificuldades que terá de enfrentar, não promete resultados em pouco tempo. Ari Garcia, novo diretor de futebol, quer contratar um grande técnico, um bom preparador físico, alguns jogadores, cuidar das divisões inferiores. Mas o problema mais urgente é acertar logo uma excursão à África e Ásia, para que o clube possa ganhar algum dinheiro.

Os dirigentes acreditam no futuro. Alguns jogadores, não.

É o caso de Aladim, que deseja ser vendido. Acha que já deu muito de si pelo Bangu e jamais foi prestigiado pelo clube.

– Seu Zizinho (o ex-presidente Eusébio de Andrade) não ia ver o jogo quando eu era escalado.

Aonde vai Dé?
– Por que vocês não me vendem?

A pergunta é de Dé, o jogador mais cobiçado do futebol carioca, que até chegou a assinar (para a imprensa fotografar) contrato com o Fluminense. Vasco, Flamengo e Corinthians já fizeram propostas para a compra de seu passe. Os dois, e Luís Alberto, são tudo o que resta ao Bangu, um time que há pouco mais de três anos jogava o futebol mais bonito do Rio.

Ubirajara, Fidélis, Mário Tito, Luís Alberto e Ari Clemente, Jaime e Ocimar, Paulo Borges, Cabral, Ladeira e Aladim – os campeões de 66, que fizeram o Bangu sentir-se grande, uma das maiores forças do futebol brasileiro.

Melhor que esse time talvez tenha sido o formado por Silveirinha, em 1951, para fazer propaganda da fábrica de tecidos: Osvaldo, Mendonça e Rafanelli, Pinguela, Mirim e Alaíne, Moacir Bueno, Vermelho, Zizinho, Meneses e Nívio.

Mas o time de 51 perdeu a melhor de três para o Fluminense (os dois terminaram o Campeonato empatados). Didi quebrou a perna de Mendonça, o Bangu ficou reduzido a dez jogadores, perdeu. Siveirinha desfez o elenco, muito caro para um clube pequeno.

Um título ilusório
Catorze anos depois, dois homens de dinheiro fácil – Eusébio e Castor de Andrade – transformaram o Bangu em seu divertimento predileto. Investiram muito dinheiro e logo obtiveram resultados: o time começou a lutar pelo título, afinal o alcançou.

Mas ao primeiro balanço na vida pessoal de seus donos (Eusébio e Castor estavam em dificuldades com a Justiça por questões ligadas ao jogo do bicho), balançaram-se também os alicerces que seguravam o Bangu. A base era podre.

Para Eusébio de Andrade, a hora de sair era também a de recuperar seu dinheiro. Afinal, o time era muito mais dele do que do Bangu. Com os jogadores negociados de qualquer maneira, pelo preço orçado pela família Andrade, o Bangu viveu seus piores momentos no fim do ano passado. Quase fecha para balanço. Chegou a parar suas atividades para um expurgo.

Um esforço foi tentado. Guilherme da Silveira Filho resolveu oferecer algum capital ao clube. O técnico Flávio Costa foi contratado às pressas para tentar salvar o time. Não conseguiu. O time era formado por Luís Alberto, Dé, Aladim e mais alguns juvenis, estes com pequenos salários. A Taça Guanabara chegou a dar a impressão de que tudo estava nos eixos, quando a mão de ferro de Flávio Costa conduziu o time a um êxito relativo. Mas, no campeonato, o grupo viu-se reduzido ao limite da mediocridade. E foi desclassificado.

Uma paixão eterna
Domingo passado foi mais um domingo sem Bangu no Campeonato Carioca. Mas, ao lado esquerdo da tribuna de honra, um homem alto, forte, balançava uma bandeira. Só não gritava o nome de seu clube. Juarez Silva é securitário e contador. Sua casa é pintada de vermelho e branco. Sua fascinação pelo Bangu o fez cantá-lo em versos: “Carnaval e Bangu”, “Bangu Gigante” e “Bangu Campeão”. No Tribunal de Justiça Desportiva, defendendo seu clube, venceu onze processos contra uma gama de juristas que não encontravam no texto legal uma forma de contrariar a lógica banguense de Juarez, o chefe da torcida. A camisa do Bangu, o escudo no peito, a fivela do cinto e as meias alvirubras são seus companheiros inseparáveis. Ele era inspetor de seguros e, um dia, o diretor da empresa, Augusto Frederico Schmidt (o poeta falecido e que foi vice-presidente do Botafogo), chamou-o:

– Juarez, você vai ter que tirar essa camisa do Bangu. Schmidt referia-se à camisa do clube que Juarez usava (e usa até hoje) por baixo da camisa social. Conversa daqui, conversa de lá, o diretor fechou a questão: a camisa ou o emprego. Juarez ficou com a camisa.

– O Bangu não está no fim. No meio, talvez.

Juarez fala com paixão, enquanto Flamengo e Vasco correm no gramado do Maracanã. A bandeira do Bangu é agitada preguiçosamente. É a única em todo o estádio. Sua voz não está rouca. Ele não grita uma única vez. O motivo que lhe arranca os gritos não está ali.

O Bangu não está jogando. Está proibido de entrar no Maracanã até o ano que vem. Quando saiu do Campeonato também perdeu a vez no Robertão.

– O Bangu não está no fim. No meio, talvez.

– Mexam no Bangu e vocês verão a força que ele tem.

O desalento de Juarez, o que sofre na arquibancada. A confiança do patrono Guilherme da Silveira Filho, o que manda no clube.

O Bangu vive na paixão dos dois homens, pequeno no sofrimento do torcedor Juarez, grande quando Silveirinha quer.

Fonte: Revista Placar (nº 25: 04 de Setembro de 1970)

Emmanuel Nery – Sydney Pullen – Hary Wefare – Artur Friendeirach desenhados em 1928

Amigos, pesquisando no Jornal O Imparcial encontrei algo interessante no mês de janeiro de 1928. O periódico publicou quatro jogadores desenhados: Emmanuel Nery (Flamengo), Sydney Pullen (Flamengo) e Hary Wefare (Fluminense), feito pelo cartunista Audax. E Artur Friendeirach, que ganhou destaque como: ‘O maior centroavante brasileiro‘, desenhado por Eite.

O Imparcial 03-01-1928 (Página 9)

 Emmanuel Augusto Nery (Rio de Janeiro, 25 de Dezembro de 1892 – 5 de Novembro de 1927) foi um renomado jogador de futebol do inicio do século XX e, que advindo da cisão com o Fluminense em 1911, tornou-se um dos fundadores da modalidade no Mais Querido do Brasil que até então se dedicava apenas ao remo.

 O jogador ou player Nery, começou a carreira de futebolista no Fluminense por volta de 1910, e em 1911, esteve bem próximo da conquista do seu primeiro título carioca, em virtude do abandono do Botafogo da competição naquele ano, e do forte time montado pelo Flu.

 Apesar de o time das Laranjeiras ter consumado a conquista do título, um desentendimento entre Borgerth e a comissão técnica daquele time fez com que nove jogadores, entre eles Nery, migrassem para o Flamengo e implantassem o futebol no clube que até então dedicava-se com afinco ao remo.

 Um dos precursores da modalidade na Gávea, Nery estava em campo na primeira partida de futebol disputada pelo Flamengo, que resultou numa goleada estrondosa sobre o Mangueira, por 16 a 2.

 Nery ainda figurou nas primeiras convocações da então inaugurada Seleção Brasileira de Futebol, bem como disputou a primeira partida da história do selecionado brasileiro contra a equipe inglesa do Exeter City, e dois meses depois em uma disputa com a Argentina, faturou o primeiro título da história do Brasil, a Copa Rocca.

 Em 1919, com 27 anos, uma idade avançada para a época, Nery disputou a última partida como capitão do time Mais Querido Brasil e pendurou as chuteiras, marcando seu nome definitivamente na história do futebol brasileiro.

 

O Imparcial 22-01-1928 (Página 9)

 Sidney Pullen nasceu em 1895, na Inglaterra, e desembarcou no Rio de Janeiro junto com sua família no início do século passado. A família veio para o Rio, pois seu pai, Hugh Pullen, havia sido transferido pela empresa em que trabalhava.

 Ao chegar ao Brasil, Pullen entrou no mundo do futebol e começou a jogar no Paysandu, clube que abrigava muitos ingleses, e por ele Sidney foi campeão carioca pela primeira vez em 1912, quando tinha apenas 17 anos de idade.

 O Paysandu fechou suas portas em 1915 e Sidney veio para o Flamengo. Junto com ele veio seu pai, que pouco tempo depois assumiu a tesouraria do clube. Uma das primeiras medidas de Hugh foi importar o uniforme conhecido como Cobra Coral. 

Até o ano de 1916, o uniforme preto e vermelho era exclusivo do remo do Flamengo, na época o esporte mais popular da cidade, mas de prática acessível apenas à elite. Hugh foi obrigado a extinguir o “cobra-coral”, que remetia às cores da Alemanha, com quem o Brasil havia rompido por causa da guerra.

 Assim a família Pullen passou a ser respeitada no futebol carioca. Foi então que Sidney acabou convidado para representar o Brasil em sua primeira competição internacional, sendo até hoje o único estrangeiro a ter vestido a camisa canarinho. Jogando no meio-campo participou da primeira edição do Campeonato Sul-Americano realizado em Buenos Aires em 1916.

 E Sidney foi o primeiro representante do país a pisar em campo. Trabalhou também como árbitro e apitou Argentina x Chile, jogo que terminou com o placar de 6 a 1 para os argentinos.

 Como jogador, Pullen disputou os três jogos do Brasil que ficou com a terceira colocação na competição após empates por 1 a 1 com Argentina e Chile e derrota por 2 a 1 para o Uruguai que viria a ser o campeão.

 Pelo Flamengo, Sidney teve grande destaque logo em seu primeiro ano, conquistando o Campeonato Carioca de 1915. Em 1916, o jogador foi convocado pelo exército inglês para atuar na 1ª Guerra Mundial, e teve que se afastar do clube. Mas antes de viajar deixou as chuteiras com o jovem “back” jogador do segundo quadro do Flamengo.

 Após voltar da guerra, em 1917, Sidney ainda conquistaria os Campeonatos Cariocas de 1920 e de 1921 pelo Flamengo, sendo, ao lado de Junqueira em 1920 e de Nonô em 1921, um dos grandes destaques do time. Sidney faleceu na década de 50.

 

O Imparcial 18-01-1928 (Página 9)

 Henry Welfare ou Harry Welfare como era conhecido “Tanque” Tricolor, nasceu em Liverpool (ING), no dia 22 de agosto de 1888. O atacante de 1,90m, chegou ao Rio de Janeiro no dia 9 de agosto de 1913 para cumprir um contrato de professor secundário com o Ginásio Anglo-Brasileiro. Logo depois foi levado para o Fluminense. Treinou de centro avante no segundo time e agradou.

 Outro treino e, desta vez no primeiro time. Agradou mais ainda. Daí por diante foi uma verdadeira máquina de fazer gols. Somente no ano seguinte é que surgiu a noticia de que Henry Welfare jogara num time de profissionais da primeira divisão da Inglaterra.

Mesmo jogando no time profissional do Liverpool, Welfare era amador. Defendeu o Fluminense até 1924 que o fez “Sócio Benemérito” em 1920, titulo honroso que lhe deu o direito de ser membro perpétuo do Conselho Deliberativo do clube tricolor. Chegou ao Rio de Janeiro em 1913 para lecionar Geografia e Matemática no Gymnasio Anglo-Americano. Como já havia jogado no Liverpool, fez testes no Fluminense, sendo aprovado e posteriormente conquistando a posição de centroavante titular do Tricolor, neste mesmo ano de 1913. 

Morador do bairro da Gávea, se deslocava de bonde ou a pé por mais de uma hora para treinar e jogar no Fluminense, sendo por isto um grande símbolo da época do amadorismo, onde além de não receberem remuneração pelos seus serviços, os jogadores mostravam imensa paixão pelo esporte e pelos seus clubes, com Welfare sendo um dos jogadores que melhor representaram as primeiras décadas do Fluminense . Era raro o dia que nenhum admirador se oferecia para levar a sua maleta.

 Em 1915 ele chegou a jogar algumas partidas, mas por conta de seu emprego no Gymnasio Anglo-Brasileiro teve de se afastar no clube, em função da distância, retornando para o Fluminense em 1916 após trocar de emprego, tendo ficado afastado dos jogos por conta de uma contusão no joelho, a partir daí, retornando aos gramados em 1917 para ser um dos grandes destaques do tricampeonato tricolor.

 No final do ano de 1915 e início do ano de 1916, fez algumas partidas pelo Flamengo numa excursão ao Norte do Brasil, convidado especial que foi, algo comum naquela época, além de durante a sua carreira ter defendido também a Seleção Carioca de Futebol.

 

O Imparcial 11-01-1928 (Página 9)

 Arthur Friedenreich (São Paulo, 18 de julho de 1892 – São Paulo, 6 de setembro de 1969) foi um futebolista brasileiro. Apelidado “El Tigre” ou “Fried”, foi a primeira grande estrela do futebol brasileiro na época amadora, que durou até 1933.

 Friedenreich participou da excursão do Paulistano pela Europa em 1925 onde disputou dez jogos e voltou invicto. Teve importante participação no campeonato sul-americano de seleções (atual Copa América) de 1919.

Ele marcou o gol da vitória contra os uruguaios na decisão e, ao lado de Neco, foi o artilheiro da competição. Após o feito, suas chuteiras ficaram em exposição na vitrine de uma loja de joias raras no Rio de Janeiro.

 Filho de um comerciante alemão e de uma lavadeira negra brasileira, Arthur Friedenreich nasceu no bairro da Luz, em São Paulo, e aprendeu a jogar bola com bexiga de boi.

Poucos anos depois de Charles Miller chegar ao país, em 1894, trazendo o futebol como novidade, o Brasil revelou seu primeiro ídolo. Hoje em dia, são poucos aqueles que viram Friedenreich brilhar nas décadas de 1910, 1920 e 1930.

 Ao longo de sua carreira, ele atuou pelo SC Germânia (1909 e 1911); CA Ypiranga (1910, 1913, 1914-15 e 1917); Mackenzie College (1912); SC Americano do Santos (1913); Paulista (1913-14); Payssandu FC-SP (1915-16); CA Paulistano (1916 e 1917-29); CR Flamengo (1917 e 1935); SC Internacional-SP (1929); Atlético Santista (1929); Santos FC (1930 e 1935); São Paulo FC (1930-35) e  Atlético Mineiro (1933).

 

Fonte: Jornal O Imparcial (entre os dias 3 a 22 de janeiro de 1928)

TORNEIO INÍCIO CARIOCA – 1926

TORNEIO INÍCIO CARIOCA – 1926
LIGA METROPOLITANA DE DESPORTOS TERRESTRES

DATA: 16 DE MAIO DE 1926
LOCAL: CAMPO DO CONFIANÇA, NO RIO DE JANEIRO/RJ

1º JOGO – ESPERANÇA 1-0 YPIRANGA

2º JOGO – CONFIANÇA 1-0 METROPOLITANO

3º JOGO – SÃO PAULO RIO 2-1 MODESTO

4º JOGO – CAMPO GRANDE 0-0 AMERICANO (1-0 ESCANTEIOS)

5º JOGO – ENGENHO DE DENTRO 1-1 ESPERANÇA (4-1 ESCANTEIOS)

6º JOGO – CONFIANÇA W0-0 FIDALGO

7º JOGO – CAMPO GRANDE 0-0 SÃO PAULO RIO (1-0 ESCANTEIOS)

8º JOGO – CONFIANÇA 2-1 ENGENHO DE DENTRO

FINAL – CAMPO GRANDE 1-0 CONFIANÇA

EQUIPE CAMPEÃ: Waldemar; Nauta e Orlandino; Nilo, Monteiro e Inglez; Manoelinho, Modesto, Ernandi e Oliveira.

Obs.: O fato curioso da competição, foi que a equipe campeã disputou todas suas partidas com apenas 10 jogadores.

Fonte: Jornal O Paiz / RJ