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Associação Esportiva e Recreativa Mourãoense – Campo Mourão (PR): Três participações na 1ª Divisão do Paraná

A Associação Esportiva e Recreativa Mourãoense (AERM) foi uma agremiação do Município de Campo Mourão, que fica a 460 km da capital (Curitiba) do estado do Paraná. O município fundado no dia 10 de outubro de 1947, conta com uma população de 94.859 habitantes, segundo o IBGE/2019.

Fundado no sábado, do dia 10 de Outubro de 1964, por meio da fusão do União Operário com o Iguaçu. Depois o novo clube se organizou e conseguiu a filiação na Federação Paranaense de Futebol (FPF), na quinta-feira, do dia 17 de fevereiro de 1966. A equipe mandava os seus jogos no Estádio Roberto Brzezinski (Capacidade: 2.500 pessoas), em Campo Mourão.

Na esfera profissional, disputou cinco edições do Campeonato Paranaense da 2ª Divisão, nos anos de 1966, 1967, 1968, 1970 e 1971. Na sua estreia, pelo Campeonato Paranaense da 1ª Divisão do Norte (na prática, a Segundona), no domingo, do dia 19 de junho de 1966, empatou em 1 a 1, com o Andiraense, na cidade de Andirá. Nesse jogo, o Mourãoense estreou as suas contratações: Pacífico, Macedinho, Vilanueva, entre outros.

No seu 1º jogo diante do seu torcedor, no domingo, do dia 26 de junho de 1966, o Mourãoense acabou derrotado pelo Mandaguari, pelo placar de 2 a 0, em Campo Mourão.

A 1ª vitória veio, no domingo, do dia 26 de julho de 1966, quando o Mourãoense bateu o Comercial de Cornélio Procópio. No entanto, a campanha foi irregular, terminando na parte de baixo da tabela de classificação.

Na temporada seguinte, a competição ganhou o nome de: Campeonato Paranaense da 1ª Divisão do Norte-Sul (outra vez, na prática, a Segundona), em 1967.

Na sua estréia, no domingo, do dia 02 de julho de 1967, o Mourãoense encheu os seus torcedores de esperança, ao golear o Operário Ferroviário, de Ponta Grossa, por 4 a 1, em Campo Mourão. Os gols foram marcados por Paulinho I, duas vezes; Paulinho II e Fernando para o Mourãoense, enquanto Tucho fez o de honra para os visitantes. A Renda foi NCr$ 800,00.     

Pela 2ª rodada, no domingo, do dia 09 de julho de 1967, arrancou um empate em 1 a 1, fora de casa, com o Atlético Clube Paranavaí. Paulinho fez para o Mourãoense, enquanto Basú marcou para os mandantes. A Renda foi NCr$ 820,00. Com isso, o Mourãoense assumiu a liderança isolada com 3 pontos.

Válido pela 3ª rodada, no domingo, do dia 16 de julho de 1967, voltou a jogar em casa, e nova goleada. Desta vez a vítima foi a SER Arapongas, pelo placar de 6 a 2, em Campo Mourão. A renda foi de NCr$ 599,00. Líder isolado com 5 pontos.

Veio a 4ª rodada, no domingo, do dia 23 de julho de 1967, e o Mourãoense conquistou uma difícil vitória sobre o Caramuru, por 3 a 2, em Castro. Os gols de Postale, Paulinho e Tião  para o Mourãoense, enquanto Balduíno e Zé Carlos marcaram para o time de Castro. Renda de NCr$ 616,00 (seiscentos e dezesseis cruzeiros novos). Assim, se manteve na liderança, ao lado do CAFÉ de Cianorte, ambos com sete pontos.

Na 5ª rodada, no domingo, do dia 06 de agosto de 1967, o Mourãoense sofreu a primeira derrota, ao perder, fora de casa, para o Nacional de Rolândia por 4 a 0. Para piorar, a liderança mudou de dono: Guarany de Ponta Grossa assumiu a ponta com 8 pontos, enquanto o Mourãoense, Nacional e CAFE estavam com 7 pontos.

Na 6ª rodada, no domingo, do dia 13 de agosto de 1967, a sorte voltou a brilhar para o Mourãoense. Diante do seu torcedor, voltou a vencer, ao bater o Porecatu por 2 a 1. E, pelo radinho, soube que o CAFE venceu o Guarany por 2 a 1, em Cianorte.      Assim, Mourãoense, Nacional e CAFE dividiam a liderança com 9 pontos.

Pela 7ª rodada, no domingo, do dia 20 de agosto de 1967, o Mourãoense nem precisou jogar para faturar mais uma vitória. O jogo estava programado para começar às 15h30min., mas o Mandaguari chegou atrasado após a hora regulamentar. Com isso, Mourãoense venceu por W.O. Desta forma, o Mourãoense e Nacional de Rolândia se mantiveram na liderança com 11 pontos.      

No entanto, o Mourãoense caiu de rendimento perdendo os dois últimos jogos do primeiro turno para o CAFE, de Cianorte (fora de casa) e para o Guarany de Ponta Grossa (em casa). Caindo para a 3ª colocação com 11 pontos. 

No final, o Paranavaí terminou em 1º lugar com 25 pontos, o Guarany em 2º com 22, Mourãoense e Cianorte na 3ª colocação com 20.   

A nova temporada, teve outra vez a mudança no nome da competição: Campeonato Paranaense da 1ª Divisão Especial, do Norte Nôvo (novamente, na prática: 2ª Divisão), em 1968.

1969 – Equipe juvenil – EM PÉ: Toninho, Aurino, Adio, Tomadon, Beline e Adão;
AGACHADOS: Eufrasio, Luizinho, Edson, Quelé e Neonir.

Pela 1ª rodada da Série B, no domingo, do dia 16 de junho de 1968, o Mourãoense acabou derrotado pelo CAFE por 3 a 2, em Cianorte. Os gols foram assinalados por Hélio, Rubens e Claudinho para os donos da casa, enquanto Neury marcou duas vezes para o Mourãoense. A renda foi NCr$ 2.201,50.

As duas equipes voltaram a se enfrentar, no domingo, do dia 21 de julho de 1968, dessa vez em Campo Mourão. E o placar se repetiu, mas o vencedor, não! O Mourãoense venceu o CAFE por 3 a 2. Destaque para Tião, autor de três gols (sendo um de pênalti), cabendo a Antoninho a marcar os dois gols do CAFE. O árbitro da partida foi Lusbel Nunes, auxiliado por Pedro Koss e Filadélfio Fernandes.

Mourãoense: Antoninho; Rubens, Tião, Dias e Pacífico; Zé e Tião (Altevir); Moinho, Mustafá, Josué e J. Carlos. 

CAFE: Nilzon; Izaz, Paulo, João e Miudinho; Rubens e Nenê; Hélio (Ataíde), Cláudio, Tião Negro e Antoninho.

No entanto, na noite do dia 13 de agosto, o Tribunal de Justiça Desportiva da FPF, anulou a partida, uma vez que o árbitro Lusbel Nunes colocou na súmula que o jogo após os 21 minutos da final (quando o CAFE vencia por 2 a 1), considerou como um mero amistoso, pois a torcida de Campo Mourão estava exaltada.

Assim a partida foi remarcada para domingo, no dia 25 de agosto, em campo neutro: no estádio Willy Davids, na cidade de Maringá. No final, Mourãoense e CAFE empataram sem abertura de contagem. Com isso, a decisão ficou entre o CAFE (campeão da Série B) com o Platinense (campeão da Série A).

Após o vice da Série B, o Mourãoense se licenciou da temporada de 1969, só retornando no ano seguinte. Retornou no Campeonato Paranaense da 1ª Divisão de profissionais (na real: Segundona), de 1970, na Série A – Grupo Norte Nôvo, composto por seis equipes: Arapongas, Astorga, Cambé Marialva, Mourãoense e Nacional de Rolândia.

Pela 1ª rodada, no domingo, dia 26 de julho de 1970, o Mourãoense venceu, em casa, o Marialva. Na rodada seguinte, no domingo, dia 02 de agosto de 1970, foi derrotado, fora de casa, pelo Astorga. Na 3ª rodada, no domingo, dia 09 de agosto de 1970, ficou no empate, como vistante, com o Cambé em 1 a 1.

Até aí, o Mourãoense vinha fazendo uma boa campanha, porém a partir daí o desempenho caiu: derrotas para o Nacional por 1 a 0 (em casa, domingo, dia 16 de agosto de 1970); Arapongas por 2 a 1 (fora de casa, no domingo, dia 23 de agosto de 1970); Marialva por 4 a 3 (fora de casa, no domingo, dia 30 de agosto de 1970). No final, terminou na 5ª colocação no seu grupo.

No Campeonato Paranaense da 1ª Divisão de profissionais (de novo: Segundona), de 1971, no Grupo Zona Norte tivemos dez clubes: Apucarana, Astorga, Cambé, Grêmio Maringá, Jandaia, Londrina, Mourãoense, Nacional de Rolândia, Paranavaí e União Bandeirante. A campanha foi pífia e o clube de Campo Mourão terminou na lanterna, decepcionando seus torcedores.

Apesar do desempenho ter sido aquém, o Mourãoenseganhou” o convite da Federação Paranaense de Futebol (FPF), para integrar a Elite do Futebol Paranaense em 1971, que teve a presença de 20 clubes!

Na estreia, no sábado, do dia 13 de novembro de 1971, o Mourãoense enfrentou o poderoso Colorado, e não resistiu, sendo goleado por 4 a 0, no Estádio Durival de Britto, em Curitiba. Os gols foram assinalados por Babá aos 5 e 28 minutos no primeiro tempo. E, na etapa final, Pedrinho aos 24 minutos e Babá aos 36 minutos, deram números finais a peleja.

1973 – Caxinha (DER FR) e Jorginho (Mourãoense)

Diante de outro grande, o Athletico Paranaense, no domingo, do dia 16 de Janeiro de 1972, novamente o Mourãoense foi goleado por 5 a 0, no Estádio Joaquim Américo.

Os gols de Sucupira aos 16 minutos, Ademir Rodrigues aos 21 e 26 minutos do primeiro tempo. Na fase final, Mazolinha aos 18 minutos e Nilson aos 23 minutos completaram o placar. No final, o Mourãoense terminou o certame na 15ª colocação na classificação geral.    

1º Amistoso Internacional com vitória

1972 – EM PÉ: Olavo, Zinho, Oronildo, Charrão, Dirceu Mendes e Milton do Ó;
AGACHADOS: 
Wilson, Valdeci, James, Peter e Jorginho

Na terça-feira, dia 10 de Outubro de 1972, o Mourãoense realizou o seu 1º jogo internacional. Enfrentou e venceu o Guarany de Assunção (PAR) pelo placar de 2 a 1, no Estádio Roberto Brzezinski, em Campo Mourão.

Eraldo Palmerine foi o árbitro da partida. A Renda foi de Cr$ 3.328,00. Os gols foram assinalados por Noriva e Zinho para o Mourãoense, enquanto Diaz fez o de honra para o time paraguaio.  

Vice-campeão do Torneio Taça Norte de 1973

No começo da temporada seguinte, o Mourãoense, juntamente com Londrina, Maringá, Pontagrossense, Umuarama e União Bandeirantes, participaram do Torneio Taça Norte de 1973.

O torneio começou no dia 13 de janeiro e se encerrou no dia 04 de fevereiro de 1973. A fórmula de disputa era simples, com as equipes se enfrentando em turno único, e a equipe que somasse o maior número de pontos ficaria com o título.

Na estreia, no domingo, do dia 14 de janeiro, o Mourãoense venceu, em casa, o Umuarama, por 1 a 0. Na 2ª rodada, no domingo, do dia 21 de janeiro fora de casa, arrancou empate em 2 a 2 com o União Bandeirante.

Na 3ª rodada, no domingo, do dia 28 de janeiro, o Mourãoense ficou no empate em 2 a 2 com o Pontagrossense, em Campo Mourão. Pela 4ª rodada, na quinta-feira, do dia 1º de fevereiro, uma vitória importante, fora de casa, em cima do Maringá pelo placar de 1 a 0. 

A última rodada, no domingo, do dia 04 de fevereiro,  tinha um panorama favorável ao Mourãoense, que liderava isolado com seis pontos, e só dependia de uma vitória simples para faturar o título.

No entanto, acabou perdendo para o Londrina por 2 a 1, e abriu o caminho para o União Bandeirante, que superou o Pontagrossense por 2 a 1, em Ponta Grossa, ficando com o título inédito do Torneio Taça Norte de 1973!

Debutou no Campeonato Paranaense da 1ª Divisão de 1973

Complexo Esportivo Roberto Brezezinsk – Capacidade para 2.500 pessoas

A sonhada estreia Elite do futebol Paranaense, aconteceu na tarde de domingo, do dia 11 de fevereiro de 1973, em Campo Mourão. Mesmo enfrentando um forte oponente, o Mourãoense arrancou um empate em 1 a 1 com o Pinheiros

Os gols foram assinalados por Djair aos 17 minutos do 1º tempo para o Pinheiros; e o centroavante Valdecir deixou tudo igual aos 40 minutos da etapa final. O árbitro foi Plínio Duenas, auxiliado por Orlando Oliveira e Kalil Nabouch.

Um semana depois, o Mourãoense foi até Londrina. Fez um bom jogo, chegou a estar na frente num pênalti convertido aos 44 minutos da etapa inicial. Mas no segundo tempo sofreu a virada, com Gauchinho, de pênalti, e logo depois o zagueiro Tomé acabou marcando contra. Final: Londrina 2 a 1.  A Renda somou Cr$ 7.440,00.

No decorrer do Estadual de 73 a equipe foi perdendo força e terminou com 12 pontos, na 12ª e última colocação: 22 jogos, com duas vitórias, oito empates e 12 derrotas; com 13 gols pró, 35 tentos contra e um saldo negativo de 22.   

Após final da temporada, a diretoria do Mourãoense decepcionada com a péssima campanha extinguiu o elenco. Depois não manifestou interesse e não participou do Paranaense de 1974.

O clube retornou em 1975, no Torneio Incentivo, pelo Grupo Norte, promovido pela Federação Paranaense de Futebol (FPF). Porém, uma campanha ruim. Foram cinco derrotas para o Umuarama (1 a 0 e 2 a 0), União Bandeirante (5 a 0), 9 de Julho (2 a 0 e 3 a 2), Londrina (2 a 0 e 6 a 0), Grêmio Marialva (7a 0). Um empate com o União Bandeirante (2 a 2) e apenas uma vitória em cima do Grêmio Maringá (1 a 0).

Retorno na 1ª Divisão de 1976

O Mourãoense retorna ao Estadual em 1976 com alguns problemas. Para começar, o clube de Campo Mourão teve que mandar os seus jogos em Maringá, pois não atendeu as exigências da FPF, em relação as melhorias no seu estádio.

No domingo, do dia 1º de fevereiro, a estreia, “em casa“, o Mourãoense ficou no empate sem gols com o 9 de Julho, de Cornélio Procópio. A Renda ficou em Cr$ 7.385,00.

A campanha seguiu aquém, e, na rodada seguinte, acabou goleado pelo Atlético Paranaense por 5 a 0. Depois outros vexames sendo atropelado pelo Operário de Ponta Grossa por 8 a 3, Coritiba por 8 a 0, Colorado por 9 a 0. Dessa forma não poderia terminar de outra forma: lanterna do Estadual, na 14ª colocação com apenas um ponto ganho.

Após duas participações pífias, a expectativa do Mourãoense era fazer uma campanha, no mínimo, digna no Campeonato Paranaense da 1ª Divisão de 1977, pelo Grupo Sul.

A estreia aconteceu no domingo, do dia 27 de março, às 15h30min, no Estádio Roberto Brzezinski, em Campo Mourão, diante do Pinheiros. No entanto, o resultado foi desanimador. Pinheiros goleou por 5 a 0. Depois goleado pelo Coritiba (6 a 0).

Se dentro de campo, os resultados eram ruins (até então 19 gols sofridos e nenhum marcado), fora dele a situação estava pior. Insatisfeita com a falta de apoio dos poderes municipais de Campo Mourão e também dos seus torcedores, o presidente do Mourãoense, João Pedro da Silva, ameaçou abandonar o Estadual.

Apesar da ameaça, o time seguiu jogando e sofrendo derrotas (Rio Branco, de Paranaguá: 1 a 0 e Atlético Paranaense: 5 a 0). Após uma sequência de derrotas e sem gols, enfim, o 1º gol e ponto. O empate com o Iguaçu, em União da Vitória, em 1 a 1, seria um ar de esperança?

Não! O time seguiu perdendo e terminou na última colocação! Nesse certame, os oito piores times foram divididos em dois grupos A e B. Porém, o Mourãoense nem chegou a jogar, pois o alvará de funcionamento dentro do prazo solicitado pela FPF, o que resultou no se afastamento. E assim, terminou novamente na 16ª e última posição.

Assim, a diretoria do Mourãoense decepcionada com os resultados, a falta de apoio do município de Campo Mourão e as críticas da torcida, decidiram pedir licenciamento junto a Federação Paranaense de Futebol de um ano.  

Em 1979, o Mourãoense disputou jogos na categoria Juvenil, mas a sina seguiu. O Matsubara goleou por 5 a 0. Depois, a Associação Esportiva e Recreativa Mourãoense (AERM) desapareceu em definitivo. Apesar de não ter deixado saudações, o clube faz parte da história do futebol paranaense e brasileiro.    

Algumas escalações:

Time base de 1967: Romeu; Rubens, Pacífico, Rubinho e Zé Mundinho; Altevir e Paulinho; Fefeu, Tião, Anacir e Baltazar (Canhão).

Time base de 1968: Antoninho; Rubens, Tião, Dias e Pacífico; Zé e Tião (Altevir); Moinho, Mustafá, Josué e J. Carlos

Time base de 1971: Olavo (Maizena); Lula (Clemente), Iran, Irineu e Eraldo (Dirceu); Zinho e Zé Carlos (Célio); Arcanjo (Alfredo), Jorginho (James), Cláudio (Scarpini) e Gerson (Edwil).

Time base de 1972: Maizena; Eraldo, Iran, Zinho e Dirceu; James (Tilico) e Gelson; Arcanjo, Scarpini, Cláudio e Jorginho (Bráulio).

Time base de 1973: Olavo (Maizena); Milton (Jaime), Zinho, Charrão (Tomé) e Dirceu; Oronildo e Lula (Nilton); Peter (Jorginho), Noriva (Wilson), Valdecir e Alfredinho (James). Técnico: Nogueira.

Time base de 1975: Maninho; João Carlos, Pedrinho, Ganso e Matosinho; Flavinho e Gralia; Lourival (Estevão), Mauro, Pedrinho II e Zacota.

Time base de 1976: Nilton (Álvaro); João Carlos, Ganso, Scarpelini e Matosinho (Esquerdinha); Ivo e Nelinho (Cabinho); Paraguaio, Pedrinho (João Maria), Luiz Fernando (Jordão) e Zé Carlos (Flávio).

Time base de 1977: Ilton (Kovaleski ou Barbosa); Gracindo (Zezinho), Adão (Eloi), Milton e Mario Lima (Reginaldo); Gilmar e Joilson (Nelson); Zé Carlos (João do Pulo ou Toninho), Joãozinho (Lourival), Marco Túlio (Baiano) e Luís Carlos (Chita).

Colaborou: Rodrigo S. Oliveira

FOTOS: Acervos de Ilivaldo Duarte – Wille Bathke Junior – Luiz Alberto Cordeiro – Blog Baú do Luizinho

FONTES: Diário do Paraná – Diário da Tarde (PR) – Correio de Notícias (PR)

Torneio Taça Norte de 1973: União Bandeirante F.C. foi o grande campeão!

Para aproveitar que o Campeonato Brasileiro estava em andamento, a Federação Paranaense de Futebol (FPF), criou uma competição para os clubes menores do estado, a fim de mantê-los em atividade. Importante ressaltar que o projeto só foi adiante, graças a verba destinada pela Loteria Esportiva, no valor de 25 mil cruzeiros.

Ficou combinado, que cada clube que se deslocasse de uma cidade para outra, receberia 500 cruzeiros, para ajudar nas despesas. No final do torneio, o que sobrasse da verba seria rateado entre os clubes participantes.

Assim, foi criado o Torneio Taça Norte de 1973, que teve a participação de seis clubes: Londrina, Maringá, Mourãoense, Pontagrossense, Umuarama e União Bandeirantes.

O torneio começou no dia 13 de janeiro e se encerrou no dia 04 de fevereiro de 1973. A fórmula de disputa era simples, com as equipes se enfrentando em turno único, e a equipe que somasse o maior número de pontos ficaria com o título.

1ª Rodada

Sábado – 13/01/73Maringá2X2União Bandeirantes
Domingo – 14/01/73Londrina0X0Pontagrossense
Domingo – 14/01/73Mourãoense1X0Umuarama

2ª Rodada

Domingo – 21/01/73Pontagrossense0X0Maringá
Domingo – 21/01/73União Bandeirantes2X2Mourãoense
Domingo – 21/01/73Umuarama0X0Londrina

3ª Rodada

Domingo – 28/01/73Mourãoense2X2Pontagrossense
Domingo – 28/01/73Umuarama0X0União Bandeirantes
Domingo – 28/01/73Londrina2X1Maringá

4ª Rodada

4ª-feira – 31/01/73Pontagrossense1X0Umuarama
4ª-feira – 31/01/73União Bandeirantes4X1Londrina
5ª-feira – 1º/02/73Maringá0X1Mourãoense

5ª Rodada

Domingo – 04/02/73Pontagrossense1X2União Bandeirantes
Domingo – 04/02/73Londrina2X1Mourãoense
Domingo – 04/02/73Umuarama3X0Maringá

A última rodada tinha um panorama favorável ao Mourãoense, que liderava isolado com seis pontos, e só dependia de uma vitória simples para faturar o título. No entanto, acabou perdendo para o Londrina por 2 a 1, e abriu o caminho para o União Bandeirante, que superou o Pontagrossense por 2 a 1, em Ponta Grossa, ficando com o título invicto e inédito do Torneio Taça Norte de 1973!

No primeiro tempo, o União Bandeirante abriu o placar aos 37 minutos (infelizmente, o jornal não mencionou o autor do tento). Na etapa final, logo aos dois minutos, Nondas fez um ótimo lançamento para Brandão que marcou o segundo. O Pontagrossense diminuiu aos 35 minutos, por intermédio de Canhoto, mas foi só.

O árbitro foi Bráulio Zanoto e a partida teve uma Renda de Cr$ 7.735,00. O União Bandeirante jogou assim: Julinho; Carlos Roberto, Silvio, Geraldo e Edno; Ademar e China (Coutinho); Nondas, Marcos, Brandão e Russinho.

CLASSIFICAÇÃO FINAL

CLUBESPGJVEDGPGCSG
União Bandeirante0752301064
Mourãoense065221761
Londrina06522156-1
Pontagrossense055131440
Umuarama045122321
Maringá02502338-5

ARTILHARIA

6 Gols – Brandão (União Bandeirante);

3 Gols – Alfredinho (Mourãoense); Tatú (Maringá);

2 Gols – Kruger (Londrina); Valdeci (Mourãoense); Canhoto e Cafuringa (Pontagrossense); Joãozinho (Umuarama);

1 Gol – Cara, Orlando e Anísio (Londrina); China e Russinho (União Bandeirante); Noriva e Lula (Mourãoense); Darci (Umuarama).

FONTE: Diário da Tarde (PR)

Apucarana Futebol Clube – Apucarana (PR): 3º colocado no Estadual de 1968

O Apucarana Futebol Clube (AFC) foi uma agremiação da cidade de Apucarana (PR). O “Tricolor da Cidade Alta” foi Fundado na quarta-feira, do dia 29 de Novembro de 1961. Seu 1º presidente foi o Sr. José Milani. O 1º técnico foi Alfredo Farid. A equipe mandava os seus jogos no acanhado Estádio Bom Jesus da Lapa.

No sábado, do dia 28 de Janeiro de 1967, foi inaugurado o novo campo, em um novo local, mas batizado com o nome do antigo Estádio Bom Jesus da Lapa. O Estádio Municipal Olímpio Barreto, “Irmãos Barreto(Capacidade para 10 mil pessoas), ganhou está nomenclatura em 2012.

Na esfera profissional, o Apucarana disputou dez edições do Campeonato Paranaense: 1962 (campeão da Zona Norte), 1963, 1964, 1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1970 e 1971.

Melhor campanha de um clube de Apucarana até hoje!

Time posado de 1968

Em 1968, coube ao Apucarana Futebol Clube fazer história na Elite do Futebol Paranaense até os dias atuais. No final, o Coritiba ficou com o título estadual, e o Athletico Paranaense foi o vice-campeão. No entanto, a grande sensação daquele ano foi o Apucarana Futebol Clube. O “Tricolor da Cidade Alta” terminou na 3ª colocação, ficando com o título honroso de campeão do interior e até os dias de hoje foi a melhor campanha de um time apucaranense na elite do Estadual. 

O Campeonato Paranaense da 1ª Divisão de 1968 foi disputada em turno e returno. Contou com 14 equipes: Athletico Paranaense,Coritiba, Ferroviário, Primavera, Britânia e Água Verde, todos de Curitiba; Londrina e Paraná, de Londrina; Seleto, de Paranaguá; Jandaia; Grêmio Maringá; Paranavaí, União Bandeirante e o Apucarana Futebol Clube.

Campanha

O Apucarana realizou 26 jogos, somando 32 pontos: com 13 vitórias, seis empates e sete derrotas, marcando 34 gols, sofrendo 20 e um saldo de 14 tentos. Inclusive, a AFC teve a defesa menos vazada da competição. Em pontuação o Coritiba somou 39, seguido por Athletico 37 e Apucarana 32.

Imbatível em casa

Nos seus domínios, o AFC terminou o campeonato invicto. Venceu o Jandaia, União Bandeirante, Água Verde, Ferroviário, Britânia, Primavera, Londrina, Paraná, Paranavaí e Seleto. Empatando com o Athletico Paranaense, Grêmio Maringá e Coritiba.

Vitória histórica!

O grande resultado no campeonato foi a vitória do Apucarana sobre o Coritiba por 3 a 0, e, pleno Estádio Belfort Duarte (Atual: Couto Pereira). A partida  aconteceu no domingo, do dia 21 de abril de 1968, válido pela 11ª rodada do 1º turno.

CORITIBA F.C. 0 X 3 APUCARANA F.C.

LOCALEstádio Belford Duarte, em Curitiba (PR)
CARÁTERCampeonato Paranaense da 1ª Divisão de 1968
DATADomingo, do dia 21 de abril de 1968
RENDANCr$ 13.868,00
ÁRBITROKalil Karan Filho (FPF)
AUXILIARESCélio Laudelino da Silva (FPF) e Dorival Campos (PR)
CARTÃO AMARELONenhum
CORITIBAJoel (Célio); Reis (Marinho), Nilo, Berto e Antoninho (Reis); Paulo Vecchio e Roderlei; Coutinho, Kruger, Kosilek e Oromar. Técnico: Hélio Alves
APUCARANA F.C.Viraci; Paina, Darci Faria, Calegari e Nilton Santos; Edílio e Berguinho; Passarinho (Tantos), Didi, Leocádio e Ganzepe. Técnico: Bonelli
GOLSPassarinho aos 19 minutos (Apucarana), no 1º Tempo. Passarinho a 1 minuto (Apucarana); Ganzepe aos 6 minutos (Apucarana), no 2º Tempo.

O Coritiba tinha em seu elenco atletas de destaque como o goleiro Célio, o lateral-esquerdo Nilo, o meia Paulo Vecchio e os atacantes Krüger e Kosilek. Mesmo assim o time coxa-branca não viu a cor da bola e não foi páreo para o Tricolor do Norte do Estado.

Presidido por Heitor Pinheiro e treinado por Bonelli, ex-goleiro do São Paulo, o time base do AFC era formado por Viraci, Ditinho, Calegari, Darci Faria e Nilton Santos; Edílio, Leocádio e Berguinho; Passarinho, Didi e Ganzepe. Também faziam parte do elenco os jogadores Barbosa, Quirino, Português, Vitão, Dito Cola, Wilson Botão, Paina, Fifi e Tantos.

O time de 1968 foi formado por alguns remanescentes de 1967, e jogadores que vieram do Comercial de Cornélio Procópio, Bangu-RJ, Ferroviária-SP e Botafogo-SP

O.b.s.: Não confundir esse clube com o outro homônimo: “Apucarana Futebol Clube, fundado em 28 de novembro de 1996”!

Colaborou: Rodrigo S. Oliveira

FONTES: Diário do Paraná – Diário da Tarde (PR) – Correio do Paraná – Site TNOnline

Clube Atlético Platinense, União Esportiva Platinense, Associação Platinense Atlética e Esportiva, de Santo Antônio da Platina (PR): Fundados na década de 50

O Município de Santo Antônio da Platina (PR) e os seus ‘primeiros times’ com o gentílico “platinense“! Localizado a 362 km da capital (Curitiba), o lugarejo foi criado  1914 e conta com uma população de 46.251 habitantes, segundo o IBGE/2020.

Com o fim da APAE (Associação Platinense de Amadores de Esportes), rapidamente a cidade ficou efervescente com o surgimento de dois novos clubes: CAP – Clube Atlético Platinense, Fundado em 1951; e UEP – União Esportiva Platinense, também criada no início dos anos 50.

O CAP foi fundado pelo Sr. Ângelo Donofre, palmeirense de coração, em 1951. Por isso, que a escolha da cor predominante do clube foi o verde (além do branco), que também é uma das cores da bandeira do município (verde e amarelo). O Clube Atlético Platinense foi campeão Citadino de 1953.

Recorte de 05 de setembro de 1954

Já a União Esportiva Platinense, foi fundada pela família Senra. As cores desta agremiação tricolor era: vermelho, branco e preto. O UEP participou duas vezes do Campeonato Paranaense do Interior: 1954 e 1955.

Em 1958, as famílias Senra e Danofre ensaiaram realizar uma fusão entre o Clube Atlético Platinense com a União Esportiva Platinense. No entanto, entre a teoria e a pratica, às vezes as diferenças são enormes.

A família Donofre queria que o novo time utilizasse jogadores da cidade, enquanto a família Senra queria trazer jogadores de fora. Mediante as divergências, membros do CAP, desistiram da fusão e logo depois decidiram fechar às portas do clube.

APAE em 1958

Já a UEP tocou a mudança do nome, passando a se chamar: APAE (Associação Platinense Atlética e Esportiva), com o intuito de montar um forte time e brigar pelos títulos.

Assim, a diretoria montou o time aproveitando alguns jogadores da cidade e contratando outros de fora da cidade. Porém a campanha no Paranaense da Série Norte de 1958, foi pífia. O resultado desanimou a família Senra, que tomou a decisão drástica de encerrar as suas atividades.

Recorte da APAE em 1958

Colaboração: Gerson Rodrigues e Rodrigo S. Oliveira

FONTES: Jornal O Dia (PR)  – O Estado (PR) – Correio do Paraná – Diário do Paraná

ACERVO: Nelson Facanali Donofriu (filho de Ângelo Donofre)

APAF (Associação Platinense de Amadores de Futebol) – Santo Antônio da Platina (PR): Fundado em 1937

O Município de Santo Antônio da Platina (PR) e os seus ‘primeiros times’ com o gentílico “platinense“! Localizado a 362 km da capital (Curitiba), o lugarejo foi criado  1914 e conta com uma população de 46.251 habitantes, segundo o IBGE/2020.

O 1º time que se tem registro foi a APAF (Associação Platinense de Amadores de Futebol), Fundado no início de Maio de 1937. As suas cores era o verde e branco.

Numa reportagem de O Estado faz uma abordagem, destacando a ótima estrutura da APAF: “O clube já conta em seu patrimônio um viçoso campo de futebol, aparelhado com arquibancada excelente, capacitada para comportar folgadamente 3 mil pessoas. E tudo enquadrado dentro das normas da técnica, perfeito, singelo!“.

O seu 1º jogo, aconteceu no domingo, do dia 16 de Maio de 1937, goleou a Associação Atlética Jacarezinho, nos Primeiros e Segundos Quadros, ambos pelo placar de 7 a 0.

O 2º jogo, ocorreu no domingo, do dia 13 de Junho de 1937, em Cambará, goleando o Comercial Futebol Clube, por 5 a 0 e 4 a 1, nos Primeiros e Segundos Quadros, respectivamente.

No domingo, dia 18 de Julho de 1937, a 3ª partida e o 1º confronto nacional, com novo triunfo: 2 a 1 e 6 a 1, nos Primeiros e Segundos Quadros, diante da Associação Atlética Satacruzense, de Santa Cruz do Rio Pardo (SP).

Uma semana depois, no domingo, dia 25 de Julho de 1937, o 4º jogo, contra o Bandeirantes Futebol Clube, de Bandeirantes (PR), e vitórias por 2 a 1 (Primeiro Quadro) e 4 a 0 (Segundo Quadros). Alguns jogadores nesses jogos: Carabinha, Ministrinho, Nico, Quim, Sertorio, Romano, Nenezinho, Alfeu, Ataliba, Pequeno, entre outros.

Importante citar que ainda no 1º semestre de 1937, também foi criado a Liga de Santo Antônio da Platinachamada: Associação Platinense de Futebol (APF). Na década de 50, alterou o nome para: Liga Regional Platinense de Futebol (LRPF).

A APAF existiu até o fim de 1944. A partir do começo de 1945, a sua nomenclatura sofreu uma sutil alteração, passando a se chamar: Associação Platinense de Amadores de Esportes (APAE), que existiu até o início da década de 50.  

Colaborou: Rodrigo S. Oliveira

FONTES: Wikipédia – Jornal O Dia (PR)  – O Estado (PR) – Correio do Paraná – Diário do Paraná

Ypiranga Futebol Clube – Palmeira (PR): Escudo inédito do clube Centenário!

O Ypiranga Futebol Clube é uma agremiação do município de Palmeira, situado na microrregião de Ponta Grossa, que fica a 70 km da capital de Curitiba, no estado do Paraná. No último dia 06, o clube alvirrubro completou 100 anos!

Fundação

O “Glorioso’’ foi Fundado na sexta-feira, no dia 6 de Agosto de 1920, depois de meses de conversas entre apaixonados por futebol da cidade que tiveram a ideia de criar um time. Um grupo com cerca de 53 pessoas fundaram o inicialmente Ipiranga Foot Ball Clube.  

A 1ª ata de reunião entre os fundadores do clube está registrada no domingo, do dia 8 de agosto do mesmo ano. As reuniões ocorreram onde se encontra, nos dias atuais, o Hospital de Caridade, na Cidade Clima.

Sede

A mudança de local da equipe, aconteceu após a doação de um terreno do Prefeito Sr. Domingos Theodorico de Freitas. Este local foi na Rua Coronel Ottoni Ferreira Maciel, s/n, no Centro de Palmeira, onde, até os dias atuais, é o local da sede ypiranguista.

Mesmo com a ideia fundada, ainda faltava um time que disputasse as partidas de futebol. As discussões para arrumar o escrete foram longas, tanto que demoraram semanas para chegar em um consenso. Após tanta discussão para montar a equipe, apenas em dezembro de 1920 a decisão teve um desfecho.

Primeiro jogo

Foto posada dos jogadores que realizaram o 1º jogo

A 1ª partida do Ypiranga, em um amistoso contra a equipe do Porto Amazonas, realizada no Largo Ypiranga (onde hoje é o atual Estádio João Chede), o escrete ypiranguista foi a campo com: Ignácio Cupinski Bach; Pedro Schon, Orácio Teixeira, Alff Bach, José Vida; Henrique Margraf, João Pizzoni, Ephiphano Vida, Augusto Henrique, Germano Jenrich, Pedro Albuquerque e Alfredo Teixeira. Infelizmente não há registros do resultado da partida.

Um detalhe curioso desta partida foi a festa de inauguração proporcionada pelos diretores. A comemoração foi realizada graças a arrecadação dos diretores durante as semanas anteriores que saíram pela cidade em busca de dinheiro.

Foi então, que arrecadaram 90 mil réis e duas caixas de cerveja. Assim, foi feita a 1ª comemoração nos arredores do João Chede, primeira de muitas. No dia do amistoso foi apresentado oficialmente os primeiros uniformes da equipe. A tradicional camisa um, nas cores vermelha e branca, é mantida até hoje.

A curiosidade é o segundo uniforme, nas cores verde e branco. Cores que alguns anos depois viria a ser de um dos maiores rivais do Ypiranga, o extinto clube Nacional.

Estádio

As discussões para a mudança da terraplanagem do campo de futebol iniciaram-se em 1926. Neste mesmo período é colocado em pauta pelos diretores a construção de um pavilhão para que novos torcedores pudessem assistir aos jogos, além de um melhor espaço para realizar as reuniões da diretoria e sócios.

A ideia inicial da mudança, na praça esportiva, começou a ser fundamentada apenas dois anos depois. Em 1928, os dirigentes ypiranguistas discutem e aprovam a pauta que consolidaria o projeto. Assim, João Chede, presidente do clube, consegue idealizar o projeto do estádio e, por ser uma pessoa de grande influência, consegue um empréstimo junto aos bancos para a construção da sede social e pavilhão.

Apesar da facilidade em conseguir o dinheiro do empréstimo, a construção foi iniciada apenas em outubro de 1929. Neste período, foram construídos dois alicerces da arquibancada e uma parte da escada. Após isto, outro empréstimo precisou ser realizado, pois o dinheiro não foi suficiente para o todo.

A construção do pavilhão de madeira foi feita através de uma licitação e o vigamento utilizado havia sido adquirido pelo clube de empresas da cidade. O valor total da praça esportiva ficou no total de 10 conto e quinhentos mil réis, pago em duas parcelas.

Esta obra realizada é o que vemos até os dias atuais, construída totalmente de madeira, comportando, aproximadamente, 400 pessoas. A inauguração oficial da nova praça esportiva e casa dos ypiranguistas, aconteceu em abril de 1930. O convidado para o amistoso, realizado na estreia do novo complexo foi o Operário Ferroviário. O estádio leva o nome do idealizador do projeto, João Chede, um dos maiores nomes que passou na história do clube.

Conquistas

A história ypiranguista já tinha 36 anos de existência e evidentemente, títulos conquistados. Mas, conquistas em torneios de menor relevância dentro do cenário local e estadual. Pelo pouco desenvolvimento do futebol amador em Palmeira o clube optava por disputar a Liga de Futebol de Campo Largo, mas isto mudou em 1956.

Equipe campeã do 1º campeonato da Liga de Palmeira de 1957

Naquele ano, por iniciativa do Ypiranga foi criada a Liga de Futebol Regional de Palmeira. Consequentemente, as equipes da cidade foram chamadas para participar do campeonato. Em 1957 aconteceu o 1º campeonato da Liga de Palmeira e o 1º grande título da história alvirrubra.

As finais deste campeonato colocaram frente a frente dois grandes rivais, o Ypiranga e a equipe da Associação Atlética Palmeira. O Glorioso ganhou as duas partidas pelos placaras de 2 a 1 e 3 a 1, respectivamente. O esquadrão alvirrubro foi pentacampeão da Liga de Palmeira, no período de 1957 até 1961.

Durante estes anos, um dos grandes ídolos da torcida foi formado. João Hoffman, mais conhecido como João Grande, marcou mais de 100 gols durante este período, sendo titular em todos estes anos. Ao todo, o Ypiranga conquistou 17 títulos da Liga de Palmeira, consolidando-se como o maior vencedor do torneio. Atualmente, este campeonato não é mais realizado.

Em 1964, a Liga de Palmeira encerrava as atividades e o cenário do futebol em Palmeira acontecia apenas com amistosos. Dois anos depois, em 1966, aconteceu a retomada da Liga, sob uma nova direção. De 1961 até o ano de 1976, a equipe do Ypiranga passou por um jejum de títulos da Liga.

Foram 15 anos sem conquistar o torneio, mas isto mudou em 76. A rivalidade entre os clubes na Cidade Clima estava acirrada entre o alvirrubro, a equipe do Palmeira e o Nacional, e foi em um “YPINAL’’ que a seca ypiranguista acabou.

A decisão aconteceu na fórmula, popularmente conhecida, como “melhor de três’’. A primeira partida ficou no 0 a 0, a segunda com vitória ypiranguista por 2 a 1 e a decisão, novamente, um empate. Mas desta vez em 1 a 1. Após a partida, a festa da torcida tomou conta da cidade, em uma das maiores comemorações pela conquista da Liga.

Após ter conquistado o cenário local e ser uma equipe conhecida entre os clubes da região, faltava concretizar o nome entre os grandes clubes amadores do Paraná.

Essa pressão aumentou quando em 1992, um dos grandes rivais do Ypiranga, conquistou a Taça Paraná. A Associação Atlética Palmeira foi campeã e a rivalidade entre os dois aumentou. Três anos depois, a diretoria ypiranguista toma novas decisões sobre o comando técnico e Cláudio Kapp assume a presidência e a “prancheta’’ da equipe, montando o esquadrão ideal para a temporada.

Campeão inédito da Taça Paraná de 1995

Em 1995, o ano começou com mais um título da Liga de Palmeira e ali a base foi formada para um desafio maior, a disputa da Taça Paraná. Com um plantel recheado de crias ypiranguistas, a equipe foi unida dentro e fora de campo.

Na 1ª fase foi marcada pelos jogos contra o Scheifer de Ponta Grossa, Sociedade Esportiva Lagoa de Antônio Olinto e o Clube Atlético São Mateuense.  Nesta fase inicial do certame, o esquadrão de Cláudio Kapp marcou 18 gols e sofreu apenas quatro, em seis partidas disputadas.

Na fase de mata-mata, o plantel estava entrosado para a disputa das partidas de oitavas-de-final. O adversário da vez era o Grêmio Madeirite de Guarapuava. A primeira partida terminou com o placar de 1 a 1 no João Chede e o jogo da volta, no centro-oeste do estado, ficou em 4 a 2 para a equipe alvirrubra, classificando-se para próxima fase.

Nas quartas-de-final o Glorioso passou pelo Califórnia, com o agregado de 4 a 1. Na sequência, o Ypiranga não se intimidou contra o Bocaiuvense. Em dois jogos repletos de gols, o Ypiranga passa no agregado com o placar de 7 a 3 e chega na sonhada final.

A equipe adversária nestes dois últimos jogos foi o Real, da cidade de Realeza. No 1º jogo, disputado fora de casa, o Ypiranga conheceu a primeira derrota no certame, quando sofreu o revés de 2 a 0. Assim, a equipe teria que vencer no João Chede, pelo placar que fosse, pois no regulamento não constava saldo de gols.

Para conquistar o título, a vitória era essencial para levar a partida para prorrogação. O lema estampado no pavilhão vermelho e branco precisava motivar os jogadores, e assim, o desanimo não venceu as dificuldades. Com 2 a 1 na etapa regulamentar, a partida foi para prorrogação e nos últimos 30 minutos que restavam, a história foi escrita.

Debaixo de uma chuva intensa, as duas equipes não diminuíam o ritmo de jogo, mesmo com a exaustão de todo o campeonato. Aproveitando o apoio da torcida e a facilidade em jogar na chuva, pois o certame todo a equipe disputou partidas, que por coincidência, estava chovendo.

O Ypiranga fez o gol do título com os pés do atacante Edson Breda, popularmente conhecido como “Kinn’’. A festa das arquibancadas tomou conta da cidade e a noite foi de festa nos arredores do João Chede, finalmente o alvirrubro era campeão da Taça Paraná

Campeão da Copa Interclubes de 2000

Quinze anos depois de conquistar o estado, mais um grande título na história do clube estava por vir. Em janeiro de 2000, o Ypiranga recebe o convite da Federação Paranaense de Futebol para disputar a primeira Copa Interclubes. A diretoria aceitou o desafio e se propôs em fazer um bom trabalho. Ao todo, 16 equipes disputaram o certame, divididos em quatro grupos, classificando-se para a segunda fase os dois melhores de cada grupo. A equipe alvirrubra ficou no grupo 4 e classificou-se em 1º lugar com 16 pontos.

Na 2ª fase, a primeira derrota veio no jogo de ida das quartas-de-final, quando perdeu para o Urano pelo placar de 3 a 2. Na partida decisiva, dentro do João Chede, o placar terminou em 2 a 0 para o Glorioso e na prorrogação garantiu a classificação vencendo por 1 a 0.

Nas partidas de semifinal, o adversário era o Colombo. As partidas terminaram com o agregado de 3 a 1 para o plantel ypiranguista, conquistando a vaga para a final. 

O União Capão Raso seria o adversário nas duas decisões, a 1ª partida foi disputada em Palmeira e o jogo decisivo em Curitiba. Com o Estádio João Chede lotado pelos torcedores alvirrubros, a festa de recebimento da equipe foi inesquecível.

A motivação das arquibancadas refletiu em campo e a partida terminou em 5 a 2 para o Glorioso.  No dia 20 de maio de 2000, a equipe decidiu o campeonato na capital paranaense e garantiu o título com um empate de 1 a 1. O gol que assegurou o título assinalado por Júlio César Vida, mais conhecido como Duío.

A boa fase da equipe continuou nos dois anos seguintes, quando o clube foi campeão inédito e de forma consecutiva da Liga de Futebol de Campo Largo, nos anos de 2001 e 2002. Mesmo com toda a trajetória dentro do estado, a equipe ypiranguista manteve a gana por títulos, mas passou por uma fase sem conquistas relativas. O escrete alvirrubro voltou a conquistar um título importante em 2019, quando faturou o Campeonato Amador de Ponta Grossa de maneira invicta

Colaborou: Rodrigo Oliveira

FONTES: Livro ‘’Ypiranga Futebol Clube: 80 anos de glórias’’, de Luiz Gastão Gummy – João Paulo Pacheco do DRAP (site “Do Rico Ao Pobre)

Caramuru Esporte Clube – Castro (PR): Doze participações no Estadual

O Caramuru Esporte Clube foi uma agremiação do Município de Castro (PR). Às margens do Rio Iapó, foi fundado ocorreu em 19 de março de 1778, a localidade fica a 159 km da capital (Curitiba). A “Cidade do Leite” possui uma população de 71.484 habitantes (segundo o censo do IBGE/2019).

O “Leão do Iapó” foi Fundado na quinta-feira, do dia 19 de Abril de 1917, com o nome de Caramuru Sport Club.

Foto rara de 1919

Em outubro de 1957, instalou a sua sub-sede social na Rua XV de Novembro, nº 39, no Centro de Curitiba. Em 18 de Junho de 1960, a sua Sede estava situada na Rua Nunes Machado, nº 130, no bairro de Bom Jesus, em Curitiba.

A equipe mandava os seus jogos no Estádio Municipal Lulo Nunes (Capacidade: 5 mil pessoas), localizado na Rua Cel, Vital Martins de Oliveira, s/n, na Vila Rio Branco, em Castro. Após sofrer remodelações, como a colocação dos refletores, em 1981, o estádio ganhou o nome de Centenário.

O Caramuru disputou os torneios organizados pela Liga Amadora de Ponta Grossa. Na segunda-feira, do dia 11 de Abril de 1955, a Federação Paranaense de Futebol (FPF), aceitou e inscreveu o Caramuru para integrar a Divisão Extra de Profissionais do Paranaense, na vaga do S.E.F. Juventus, que se licenciou. 

Foto da década de 40

Disputou até 1965. A sua melhor posição aconteceu em 1959, quando terminou a primeira fase em 2º lugar (13 vitórias, dois empates e cinco derrotas) e a segunda fase em 4º lugar (duas vitórias, um empate e três derrotas), e 3º colocado no geral. Destaque para as vitórias sobre o Coritiba (2 a 1) e Athletico Paranaense (3 a 0), ambas em Curitiba!

Uma curiosidade dessa temporada memorável, foi que o Bellini, zagueiro e capitão da Seleção Brasileira na Copa de 1958, entregou o troféu, uma vez que ele estava de passagem com o Vasco da Gama em Curitiba.    

Foto de 1959, ano em que o Caramuru terminou o Estadual em 3º lugar, no geral

O Leão do Iapó ainda disputou o Paranaense 1971, época em que participou da loteria esportiva e teve seu símbolo destacado pela revista Placar como time de botão. A agremiação foi reorganizado e Fundado na segunda-feira, do dia 26 de Junho de 1989, como: “Caramuru Futebol Clube“. Em 1991, retornou ao futebol profissional.

Em 1993, voltou a disputar a elite estadual, onde fez um primeiro turno irregular, mas recuperou-se no segundo, fazendo grande campanha. Destaque para os empates em casa com o Operário de Ponta Grossa (2 a 2, sofrendo gol de empate nos acréscimos, em incrível falha do goleiro, diante de 1.972 pagantes) e com o Coritiba (0 a 0, para 2.026 pagantes).

Foto dos anos 60

COLABORAÇÃO: Rodrigo Santana

Desenhos dos escudos e uniformes: Sérgio Mello

FONTES:  O Dia (PR) – G1.Globo (Time de futebol de Castro faz 100 anos e relembra jogo histórico) – Central Palece Hotel/ Castro-PR – Diário da Tarde (PR) – Diário do Paraná

FOTOS: Acervo de José Pedro Naisser – Jornal de Castro