Arquivo da categoria: 28. Gilvanir Alves

JOGADORES CARIOCAS PARTE (3).


BEBETO

Apesar dos torcedores mais jovens lembrarem de Bebeto como jogador do Vasco, foi pelo Flamengo que ele se tornou, em 1988 e 1989, goleador do certame, com 17 e 18 gols respectivamente.

ZICO

 Ninguém fez mais gols do que o Galo com a camisa do Flamengo. E poucos conseguiram superá-lo no Campeonato Carioca. Em uma única edição (79, Especial), fez 36 gols. Só Pirillo, com 39, em 1941, marcou mais em uma única temporada.

Fonte: Revista Placar.

JOGADORES CARIOCAS PARTE (2).

PREGUINHO.

A bola par ele era uma questão de amor, que levou a defender o Flu em pleno profissionalismo sem receber um tostão. O gol era pura vocação. Assim, Preguinho tornou-se goleador dos cariocas em 1923 (12 gols), 1928 (16 gols) e 1932 (21 gols).

LEÔNIDAS.

Consagrado na Copa do Mundo de 1938 e apelidado de Diamante Negro, Leônidas só conseguiu tornar-se artilheiro de campeonatos estaduais pelo Flamengo. Marcou dezesseis gols em 1938 e trinta, em 1940. Nos anos 30, foi o maior ídolo rubro-negro.

 

Fonte: Revista Placar.

JOGADORES CARIOCAS PARTE (1).

HARRY WELFARE

Defendeu o Northern Nomads e o Liverpool, da Inglaterra, mas consagrou-se no Fluminense. Lá, foi líder dos goleadores cariocas cinco vezes (1914, 1915, 1917, 1919 e 1922). Com ele, o Flu foi tri de 1917/18 e 19.

CARVALHO LEITE.

Poucos jogadores tinham tanta intimidade com as redes quanto Carvalho Leite, herói do tetracampeonato botafoguense de 32/33/34 e 35.

Foi goleador de certame em 32 e 35, com 16 e 15 gols. Os alvinegros nunca o esquecerão.

ADEMIR.

“Dêem-me Ademir e lhes darei o campeonato”.

A frase do antigo técnico Gentil Cardoso resume a importância do craque. Em 1946, Ademir deu a taça ao Flu. E ainda foi o artilheiro do carioca pelo Vasco em 1949 e 1950.

Fonte: Revista Placar.

CHAPÉU E PASSAGEM PARA A GRÉCIA.

A partida valia pela segunda fase do Campeonato Paulista de 1988. São Paulo e Palmeiras empatavam em 1×1, quando o centroavante Marcelo, recém saído dos juniores, entrou em campo no lugar de Anilton. Ele não passava de uma promessa, descoberta pelo técnico Cilinho, mas em pouco tempo transmitiu a impressão de que poderia ser um craque. Recebeu um lançamento pelo alto do também centroavante Ney, percebeu a chegada da marcação e deu um leve toque, encobrindo o zagueiro Nenê. Para completar o chapéu, disparou uma bomba, de pé esquerdo, que ainda tocou na trave do então goleiro palmeirense Zetti, o lance de gênio valeu para Marcelo algumas partidas com a camisa titular. Rapidamente, porém, a torcida percebeu que seu futebol não continha a genialidade que aquele gol fazia imaginar. Por isso, o centroavante começou a perambular por clubes de menor expressão e chegou a figurar no banco de reservas do Bahia. Só os dirigentes da Grécia continuaram impressionados com a beleza do gol marcado contra o Palmeiras em 1988, e levaram-no para o Xanthi.

Fonte: Revista Placar.

ÁGUA NO CHOPE DO GALINHO.

A festa era comemorar a volta de Zico ao Flamengo, depois de dois anos na Udinese, da Itália. Naquela sexta-feira, 12 de junho de 1985, os rubro-negros jogavam com o Combinado Amigos do Zico, no Maracanã. Mas que brilhou foi o ponta-esquerda Jacozinho, do CSA de Alagoas, que se tornara celebridade pedindo uma vaga na fracassada Seleção de Evaristo de Macedo. Depois de entrar no lugar de Falcão, foi lançado pelo craque argentino Maradona, deu um drible da vaca no goleiro Cantarele e empurrou para o gol vazio. Um de placa que só não estragou a festa porque o Flamengo ganhou por 3×1.

Fonte: Revista Placar.

 

HERÓIS POR UM DIA: COCADA.

A doce noite em que cocada brilhou.

A decisão do Campeonato Carioca de 1988, entre Vasco e Flamengo, parecia encaminhar-se para um sonolento zero a zero, quando o lateral direito vascaíno Cocada entrou no lugar do ponta Vivinho. Aos 44 minutos do segundo tempo, ele disparou uma bomba da intermediaria, no ângulo do goleiro flamenguista Zé Carlos. Foi seu único gol em toda a campanha do bicampeonato estadual do Vasco e o fez pensar até em deixar de ser conhecido apenas como o irmão do atacante Muller, do São Paulo. Não passou de um sonho. Cocada ainda mudou seu nome para Lucas, quando jogava no Fluminense, tentado melhorar a sua sorte. Mas nem isso adiantou.

Fonte: Revista Placar.

 

O PAÍS DO FUTEBOL.

O Bahia vence a Copa União, leva Bobô para a seleção e justifica o fanatismo de sua torcida. A temperatura em Salvador, na quarta-feira da semana passada, beirava os 35 graus, num dia de muito calor e céu azul. Ao contrario do que normalmente acontece nesta época do ano, não eram as praias que estavam superlotadas. Desde as 7 da manhã, milhares de baianos trocaram a praia e até o trabalho pelo aeroporto Dois de julho para recepcionar o time do Esporte Clube Bahia, que três dias antes de sagrar campeão brasileiro de futebol ao vencer e, em seguida, empatar com o Internacional, em Porto Alegre.

No começo da tarde, quando a equipe do Bahia desembarcou em Salvador, cerca de 25.000 pessoas lotavam o aeroporto, muitas delas passeando na pista de pouso, ao lado de dois trios elétricos que foram animar a festa. O corso vitorioso, que percorreu cerca de 30 quilômetros em mais de 5 horas foi acompanhado por multidões. Graças a uma medida do prefeito Fernando José, que inverteu o turno de trabalho do funcionalismo público – em Salvador, os funcionários trabalham à tarde, das 12 às 18 horas. Na quarta-feira Fernando José passou o turno para a parte da manhã e liberou a debandada geral, num clima de conquista de Copa do Mundo. “Mesmo que alguém faltasse ao trabalho pela manhã, não haveria problemas”, confirmou Fernando José. “O importante é a festa”.A alegria da torcida só foi abalada pela morte de Edileuza Ferreira da Silva, de 22 anos.

Ela foi atingida pela queda de um poste abalroado pelo trio elétrico de Dodô e Osmar – um dos mais tradicionais de Salvador. A conquista do Bahia incrementou ainda mais a paixão, pelo futebol, do torcedor baiano. Uma verdadeira avalanche de consumo tomou conta das lojas de material esportivo e de discos da capital baiana, à cata de camisas e de discos com hino do clube. A reação da torcida baiana, no entanto, não deve ser creditada apenas à motivação atípica da conquista de um título importante. A Bahia olha no olho dos grandes centros do sul do país quando o assunto é bola no pé.

Salvador hoje é país do futebol.

TIME DA TERRA

Para ser campeão brasileiro, o Bahia não precisou ir buscar nomes consagrados – ou nem tanto – em outros estados para formar o seu time, como muitas equipes do Nordeste fazem a cada nova competição que se inicia. Oito dos onze jogadores que venceram o Internacional nas finais do campeonato e também no primeiro jogo da Taça Libertadores da América foram formados nas divisões inferiores do próprio clube. Apenas três foram contratados especialmente para a Copa União, como o volante Paulo Rodrigues, que jogava no Botafogo de Ribeirão Preto, dono de um futebol vistoso e cadenciado, Rodrigues lembra em muito o toque do atacante Sócrates, que jogou na Seleção Brasileira e hoje defende o Santos. Ele é o termômetro do time. Mas na equipe há outros nomes que fazem do Bahia uma equipe homogênea. Ela tem um centroavante habilidoso, Charles, que, apesar de não marcar muitos gols (fez apenas quatro na Copa União), o que é um pecado para qualquer atacante que se preze, é importante no esquema tático de Evaristo de Macedo, abrindo espaços para seus companheiros. Mas o grande nome do Bahia é o meio campo Bobô.

O time campeão de 1988 não pesa nos cofres dos quais Paulo Maracajá, o presidente, cuida com vigor. Para manter seus 22 jogadores, o Bahia não gasta em sua folha de pagamentos mais que 6.000 cruzados novos – quase o mesmo que o salário mensal de um jogador famoso como Zico, do Flamengo, que recebe 5.000 cruzados novos.

Bobô é o maior salário do time, com 800 cruzados novos. Abaixo dele está o goleiro Ronaldo, que ganha 330 cruzados novos, e depois o resto do time, com salários que giram em pouco mais do que 100 cruzados novos.

Paulo Rodrigues tem vencimentos de apenas 50 cruzados novos mensais. Mas ninguém reclama. Só de premiações pela conquista do campeonato, o Bahia vai pagar a cada um de seus jogadores cerca de 4.000 cruzados novos.

“Talvez agora eu possa comprar um carro”, afirma o Ponta Zé Carlos, um dos ídolos do time, que tem um salário mensal de 100 cruzados novos.

Fonte: Revista Veja de 1989.

 

100 ANOS DO BUGRE A FESTA SEM PRESENTE.

Guarani completa 100 anos atolado em dividas, único time do interior a ganhar o Campeonato Brasileiro, faz 100 anos abalado por denuncias e vexames. No dia em que completa 100 anos, o Guarani não tem o que comemorar. O time de Campinas, único do interior a conquistar um Brasileiro, em 1978, coleciona vexames o ultimo feito do clube responsável por revelar, entre outros talentos, o atacante Careca e o meia Neto, aconteceu em 1994, quando chegou às semifinais do Nacional. Depois disso, foram 17 anos convivendo com rebaixamentos – um total de sete – e com denuncias de corrupção e de má gestão. Em fevereiro deste ano, a Justiça condenou o ex-presidente José Luiz Lourencetti, à frente do Guarani de 1999 a 2006, a indenizá-lo em R$ 3 milhões por danos morais. Se nos bastidores o clima é tenso, o time montado para o centenário em nada ajuda a confortar os torcedores. O estádio do Guarani, é motivo para o clima de disputa política. A diretoria vê a venda do Brinco de Ouro como solução para reerguer o clube. O presidente do Guarani, Leonel Almeida Martins de Oliveira, viajou a Portugal em 2010 com passagens pagas por um advogado intermediava a negociação com um grupo europeu interessada na compra da arena. A justificativa é a de que o dirigente foi até a cidade do Porto para conhecer as instalações do Estádio do Dragão, construído com a participação do grupo que pretendia adquirir o Brinco de Ouro.

Curiosamente, é Lourencetti, opositor da atual gestão, quem avaliza as passagens que levaram Leonel e sua mulher a Portugal, de acordo com os documentos a que a Folha teve acesso.

Segundo o antigo mandatário, uma infeliz coincidência, já que a agencia em que foram comprados os bilhetes pertence a um parente dele. Leonel Oliveira passou 22 dias em Portugal, entre junho e julho do ano passado. Procurado pela reportagem, o presidente bugrino se recusou a responder às perguntas. Mas, em carta endereçada aos torcedores do time, admitiu que, na viagem, uniu “trabalho em prol do Guarani e merecido lazer”.

As passagens no valo de R$ 13.467,51, foram pagas pelo advogado Ledo Garrido Lopes Júnior, que não crê em conflito de interesses ao bancar a viagem do cartola. “Não posso onerá-lo (Leonel) para ver algo que quero que ele conheça”, afirmo Lopes Júnior. Segundo ele, a empresa que representa não negocia mais com o clube.

VENDA DA ARENA É VISTA COMO ÚNICA SALVAÇÃO.

A venda do estádio Brinco de Ouro está próxima de ser efetuada, segundo dirigentes do Guarani. “É a única forma de salvar o clube”, afirma o vice Jurandir Assis. “Estamos sempre com problemas. Tudo está penhorado, nosso patrimônio, nossas receitas”, diz. O negocio é uma permuta e, em troca do Brinco de Ouro – que ocupa uma área de 90 m2 na porção mais valorizada de Campinas – o Guarani quer um novo estádio, um centro de treinamento e um clube social, além da quitação de todas as dividas, hoje em R$ 120 milhões.

GUARANIS, OS ÍNDIOS, NUNCA TIVERAM CONTATO COM O CLUBE.

Os índios guaranis que vivem em São Paulo jogarão seu futebol alheiros à data que este celebra o centenário da equipe campineira de mesmo nome. Segundo a FUNAI, há cerca de 1.500 índios dessa etnia no Estado. Eles, como os brancos, adoram futebol. E, mesmo próximos fisicamente, estão distantes do clube. A influencia guarani no nome do time é indireta. Em 1911, jovens campineiros fundaram o clube e, para homenagear o maestro Carlos Gomes, que nasceu lá, batizaram o time com o nome da principal composição do músico, a ópera “O Guarany”, baseada em romance de José de Alencar. Em São Paulo, há quatro aldeias guaranis no extremo sul da cidade. Nos campos improvisados de futebol, os índios jogam entre si. Duelos contra a comunidade externa são mais raros.

“Não temos muita habilidade”, admite Olívio Jekupe, presidente da associação que representa a aldeia. “Mas, se o jogo tivesse quatro horas, sempre ganharíamos. Temos mais fôlego.” No futebol profissional, uma iniciativa sem precedentes fundou o clube Gavião Kyikatejê, formado exclusivamente por jogadores e comissão técnica indígenas. Ele chegou a disputar a segunda divisão do Paranaense. “Em todas as aldeias por onde passei do Rio Grande do Sul ao Pará, sempre havia uma bola”, diz o doutorado e em antropologia Almires Machado, que é guarani. Entre os guaranis paulistanos, o futebol se transformou no principal meio de lazer. Na aldeia, sempre é relembrado o feito mais importante da equipe: vencer o time de juvenis do São Paulo – o clube do Morumbi faz ações sociais com os índios. Olívio Jekepe conta que, em 2007, os tricolores jogaram um amistoso contra a seleção local e perderam por 4 a 1. Quando se apresenta, a equipe guarani usa uniforme do São Paulo, presente dos amigos brancos. Já o Guarani de Campinas não tem noticia de qualquer apresentação com os guaranis. Sobre convidá-los para os festejos do centenário, o clube considerou ser apenas

“uma ótima idéia.”

Fonte: Folha de São Paulo de 2011.