Arquivo da categoria: 01. Sérgio Mello

Escudo e uniforme de 1960: CEA Clube – Macapá (AP)

O CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá) Clube foi uma agremiação da cidade de Macapá, capital do estado do Amapá. Fundado no domingo, do dia 1º de Junho de 1958, por iniciativa de operários envolvidos na construção da Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes, manteve um dos clubes mais expressivos do Amapá no período da década de 1950 a 1960.

Importante fazer um esclarecimento. O escudo foi inspirado na logomarca da Companhia de Eletricidade do Amapá. E as cores da mesma, é o azul, vermelho e branco. Não há como descartar a informação que tínhamos antes de que, ao invés do azul, era o preto. Afinal, há diversas possibilidades.

Porém, tive o depoimento do internauta Cleo Araujo, que trabalhou 12 anos na empresa e afirmou que o time utilizava as cores azul, vermelha e branca. Também agradecimentos ao membro Felipe Feitosa que indicou a Página do Facebook “História do Futebol Amapaense” e ao “Copão da Amazônia“.

EM PÉ (esquerda para a direita): Guilherme, Carlos, Faustino, Armando, Cadico e Domingos.

AGACHADOS (esquerda para a direita): Maximino, Diquinho, Jangito, Perereca e Joãozinho.

 

FONTES: Cléo Araujo – Página do Facebook “História do Futebol Amapaense” – “Copão da Amazônia” – Porta-Retrato – Macapá/ Amapá de Outrora

FOTO: Acervo de Riberto Pontes

Liga Athletica Barra do Piraí (LABP) – Barra do Piraí (RJ): Fundado em 1940

A Liga Athletica Barra do Piraí (atual: Liga Desportiva de Barra do Piraí) é a entidade que rege o desporto da cidade de Barra do Piraí, que fica na Região Sul Fluminense do Estado do Rio de Janeiro. A história começou no domingo, do dia 10 de março de 1940, quando o Prefeito Paulo Fernandes promoveu a realização do “Torneio do Cinquentenário”, reunindo todos os clubes do município, e que foi vencido pelo Central Sport Club.

Entusiasmado com a repercussão e o grande interesse do público, o Prefeito Paulo Fernandes foi decisivo na Fundação, ocorrida na sexta-feira, do dia 19 de Abril de 1940 (na década de 60, alterou a nomenclatura para Liga Desportiva de Barra do Piraí).

As agremiações fundadoras foram as seguintes: América Futebol Clube; Brasil Futebol Clube; Central Sport Club; Esporte Clube 1º de Maio, de Santanésia (Piraí); Frigorífico Atlético Clube (Mendes); Royal Sport Club; Fábrica; Itacolomy; Santana e Sublime.

Presidida pelo prefeito Paulo Fernandes, a nova entidade se instalou solenemente no dia 19 de maio de 1940. No dia 16 de junho de 1940, em Barra do Piraí, no campo do Central SC, foi realizado o Torneio Início da LABP.

Considerando que as dificuldades de condução para Barra do Piraí na época oneravam bastante o torcedor, a diretoria do Frigorífico solicitou a interferência da Liga junto à E.F.C.B. (Estrada de Ferro Central do Brasil) no sentido de ser criado um trem especial entre Mendes e aquela cidade, aos domingos.

Utilizando o trem, nos horários regulares então existentes, o torcedor era obrigado a efetuar as seguintes despesas: passagem, Rs 1$700; almoço, Rs 5$000; ingresso para o jogo, RS 2$000; total, RS 8$700. Se viajassem de automóvel, a despesa somaria Rs 7$000, sendo Rs 5$000 de aluguel de carro e Rs 2$000 do ingresso.

Com a circulação de um trem em horário adequado, o torcedor gastaria apenas Rs 3$700, entre passagem e ingresso. O apelo do Frigorífico foi atendido e a Central fez circular por muito tempo um trem com destino a Barra do Piraí, que passava em Mendes aos domingos às 12,00 horas. Suprimido o trem, mais tarde, as excursões passaram a ser feitas por via rodoviária.

Foram os anos românticos das pitorescas e barulhentas viagens em carrocerias de caminhões, com o veterano Felizardo, agora um dedicado zelador do material esportivo do clube, marcando o ritmo no pandeiro e puxando o estribilho que seguia os versos improvisados pelos alegres repentistas.

O título do 1º Campeonato Citadino ficou com o Royal Sport Club, que no domingo, do dia 05 de janeiro de 1941, venceu o Clássico da cidade, diante do Central Sport Club pelo placar de 4 a 3. Mário abriu o placar aos 12 minutos para o Royal. Aos 13 e 20 minutos o Central virou o marcador.

Aos 25 minutos, Tião deixou tudo igual e aos 30 minutos, Mário recolocou o Royal em vantagem. E, assim, terminou a primeira etapa com a vantagem de 3 a 2 para o Royal. Na etapa final, logo aos seis minutos, Tião ampliou para os royalinos. Dois minutos depois o Central diminuiu, mas a partir daí até o final, o placar não foi alterado. A renda foi de 5:000$ (cinco contos réis). O Frigorífico acabou ficando com o vice-campeonato.

X
FONTES: Livro “Uma Trajetória Gloriosa Frigorífico Atlético Clube 1917-1977” – Jornal do Brasil – Última Hora

Foto Rara, de 1905: 1º Estádio do Bangu Atlético Clube – Campo da Rua Ferrer

O Campo da Rua Ferrer foi o primeiro campo de jogo do Bangu Atlético Clube, localizado próximo ao atual Estádio Guilherme da Silveira Filho, “Moça Bonita”, em frente ao antigo prédio da Fábrica Bangu, que tinha como seu proprietário o espanhol João Ferrer. Foi inaugurado em 13 de maio de 1906, na partida amistosa Bangu 2 a 0 Riachuelo e também ficava localizado na frente da sede social do Bangu.
A “cancha encantada da Rua Ferrer”, como era chamada pelo compositor e locutor esportivo Ary Barroso, que igualmente referia-se ao campo do Bangu como o “alçapão da Rua Ferrer” e afirmava: “Ganhar lá é muito difícil, porque os mulatinhos rosados botam a gente prá correr!
Suas arquibancadas de madeira sofreram um incêndio em 1936, tendo sido reinauguradas em 1937 e abrigando jogos até 1943, quando o terreno onde ficava foi vendido pela Fábrica Bangu, sua proprietária. Em 7 de outubro de 1937 o Bangu inaugurou seus refletores em partida contra o America, que terminou com vitória americana por 3 a 2.
O campo despediu-se em 19 de setembro de 1943, em uma derrota do Bangu por 3 a 2 para o Canto do Rio, de Niterói. A sua capacidade é desconhecida nos dias atuais, mas considerando a base de dados do site Estatísticas do Fluminense, o recorde de público entre Bangu e Fluminense se deu na vitória dos Mulatinhos Rosados por 5 a 3 em 22 de agosto de 1943, quando 8.206 torcedores pagaram ingressos, números estes que não incluem os sócios do Bangu.
FONTES: Bangu.Net – O Malho

 

São Pedro Futebol Clube – São João de Meriti (RJ): Fundado em 1945

O São Pedro Futebol Clube foi uma agremiação da cidade de São João de Meriti (RJ). O “Mais Querido de Meriti” foi Fundado na terça-feira, do dia 1º de Maio de 1945. A sua Praça de Esportes ficava situado na Rua Amazonas, s/n – Jardim Meriti – São João de Meriti. A mesma foi adquirida, graças ao empenho do Vereador de São João de Meriti, o Sr. Ernani Fiori obteve a doação do campo, em 1948.

Durante a sua existência, participou do Campeonato Iguaçuano até 1947, depois disputou o Campeonato Meritiense, além de ter participado três vezes do Campeonato Fluminense: 1956, 1957 e 1959. O time Sampedrino foi Bicampeão do Campeonato Meritiense Juvenil, em 1956 e 1957.

Em 1946, alguns clubes da Vila Meriti foram convidados pela Liga de Desportos de Duque de Caxias (LDDC), para participar do Torneio Início Caxiense, realizado no domingo, do dia 28 de julho, no campo do Sport Club Olarias, em São Matheus. As equipes que participaram de Duque de Caxias:

Belém Futebol Clube;

Baixada da Guanabara Futebol Clube;  

Clube Atlético União do Centenário;

José de Alvarenga Atlético Clube;

Sport Club Vila São Luiz;

Sport Club Parque Lafayette;

Associação Sportiva Aliança;

Flamengo Caxias Futebol Clube.

Enquanto os representantes de São João de Meriti:

Esmeralda Futebol Clube;  

São João Futebol Clube;  

Fazenda Futebol Clube;  

Éden Futebol Clube;  

Bangu Suburbano Futebol Clube;  

São Pedro Futebol Clube.

Na terça-feira, do dia 06 de Março de 1956, o São Pedro enfrentou o São Cristóvão, na época da 1ª Divisão do Rio, na sua Praças de Esportes, na Rua Amazonas, em São João de Meriti. Apesar de ter feito um grande jogo, o “Mais Querido de Meriti” acabou derrotado pelo placar de 3 a 2.

No domingo, do dia 04 de Agosto de 1957, pelo Campeonato Fluminense, da 3ª Zona de Profissionais, o São Pedro deu adeus a competição. O time meritiense foi até Magé e acabou derrotado pelo Grêmio Esportivo Fábrica Estrêla por 2 a 1.

Ainda em 1957, o São Pedro conseguiu bons resultados diante do grandes do Rio. Empate contra o time misto do Clube de Regatas Flamengo. E vitória de 1 a 0 sobre a equipe de aspirantes do Clube de Regatas Vasco da Gama.

Na noite da sexta-feira, às 20 horas, do dia 19 de julho de 1957, o São Pedro enfrentou o São Cristóvão. O jogo foi com os portões abertos, e teve arbitragem de um árbitro da Federação Metropolitana. O time meritiense formou com: Cigano; Tonho, Coca e Tiago; Doca e Santos; Mineirinho, Busca, Curimba, Baiano e Almir. Os reservas: Gago, Daú, Cláudio, Wilson, Celso e Paulo.

 

FONTES: A Manhã – Diário de Notícias – A Luta Democrática – Sport Ilustrado – Jornal dos Sports

Esmeralda Futebol Clube: Fundado em 1913 foi o 1º time de São João de Meriti (RJ)

O Esmeralda Futebol Clube foi a 1ª agremiação esportiva da cidade de São João de Meriti, situado na Baixada Fluminense do Estado do Rio de Janeiro. O mais antigo time de futebol de São João de Meriti foi o “Grêmio Periquito da Vila Meriti” foi Fundado na Quarta-Feira, do dia 12 de Março de 1913, pelo Sr. Valério Villas-Boas como Esmeralda Football Club. Outros fundadores foram Romeu Theodoro dos Santos, Isaias Pereira, Salim Razuk, Rubens Cortez, José Custodio de Moraes e Antonio Machado Coelho. As suas cores eram o verde e branco.

A 1ª Diretoria ficou constituída da seguinte maneira:

Presidente – Alípio Novaes Pinheiro;

Vice-Presidente – José Antonio de Carvalho;

Tesoureiro – Manuel Francisco da Rosa;

1º Secretário – Francisco Silva;

2º Secretário – Romeu Honório dos Santos;

1º Capitão – Dagoberto Pereira;

2º Capitão – Edgar Passos;

3º Capitão – Antonio Souza Lima.

A sua Sede e a Praça de Esportes Vila Meriti ficavam localizados na Rua da Matriz, nº 507, na Vila Meriti (atual Distrito de Coelho da Rocha), em São João de Meriti.  O seu campo ficava no quarteirão formado pelas ruas D. Lara, Antonio Telles e linha Rio D’Ouro. Desalojado daí foi para a Vila Esmeralda, na atual Valério Vilas Boas (antiga Azuil) de onde saiu para o campo que ficava à margem da Linha Auxiliar, de fronte a estação nova, da E.F.C.B.

Nos anos 30, o Periquito da Vila Meriti sofreu algumas dificuldades e quase precisou ser reorganizado em 1933. Refeito do golpe, o clube criou, além da equipe adulta, as categorias de base: equipes Infantil e Juvenil.

A partir de 1932, quando a Liga de Desportos de Nova Iguaçu foi fundada, o Esmeralda passoua disputar algumas edições. Na década de 40, o clube sofreu um colapso em sua vida social e desportiva, retornado as atividades no início de agosto de 1944 quando a agremiação foi reorganizada.

Além do futebol, o Esmeralda oferecia outras modalidades aos seus associados: Tênis de Mesa, Damas, Dominós, Xadrez, Torneio de Sueca, entre outros. O clube também era efervescente com eventos como bailes de carnaval e shows.

 

Esmeralda disputou a sua última participação no Iguaçuano de 1947

Em 21 de Agosto de 1947, foi marcado pela emancipação de São João de Meriti, que passou aos status de Município. Três meses e três dias depois (21/11/47), foi criado a Liga de Desportos de São João de Meriti (LDSJM).

Com isso, o Esmeralda Futebol Clube disputou a sua última edição do Campeonato da Série do Segundo Distrito (São João de Meriti) de Nova Iguaçu de 1947. Sete clubes participaram da 1ª Divisão:

Brasil Novo Futebol Clube;

Coqueiros Futebol Clube;

Esmeralda Futebol Clube;

Esporte Clube Olarias;

Fazenda Futebol Clube;

São João Futebol Clube;

São Pedro Futebol Clube.

 

A antiga Sede, na Rua da Matriz, atualmente é uma Igreja

Clube participa do 1º Campeonato Meritiense de 1948

Em 1948, o Esmeralda passou a disputar o Campeonato Citadino de São João de Meriti. Além disso, se filiou a FFD (Federação Fluminense de Desportos). No Campeonato Meritiense de 1948, organizado pela Liga Desportiva de São João de Meriti (LDSJM), contou com a participação de 10 clubes:

Brasil Novo Futebol Clube;

Coqueiros Futebol Clube;

Esmeralda Futebol Clube;

Esporte Clube Olarias;

Fazenda Futebol Clube;

Infernal Futebol Clube;

Marca Apito Futebol Clube;

São João Futebol Clube;

São Pedro Futebol Clube.

Filhos de Tomazinho Futebol Clube.

 

Em 1949, chegou a ser vice-líder do Campeonato Meritiense. No ano seguinte, o Campeonato Citadino de 1950, organizado pela Liga Desportiva de São João de Meriti (LDSJM), teve um recorde e contou com a participação de 13 equipes:

Beija-Flor Futebol Clube;

Brasil Novo Futebol Clube;

Coqueiros Futebol Clube;

Éden Futebol Clube;

Esmeralda Futebol Clube;

Esporte Clube Coelho da Rocha;

Esporte Clube Olarias;

Fazenda Futebol Clube;

Ipiranga Futebol Clube;

Marca Apito Futebol Clube;

São João Futebol Clube;

São Pedro Futebol Clube;

Tomazinho Futebol Clube.

Campeão do Torneio Início Meritiense de 1956

Após 43 anos de bons serviços prestados e com o status de ser o mais antigo time de futebol de São João de Meriti, o Esmeralda Futebol Clube teve o seu reconhecimento.

No projeto nº 636 de 1951 foi considerado de utilidade pública pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, pelo Sr. Orderner Veloso. Em 1955, ficou em 2º lugar (perdendo a final para o Éden Futebol Clube) e no ano seguinte (1956) se sagrou Campeão, ambos no Torneio Início, promovido pela Liga Meritiense.

 

Time de 1945: Agripino; Salvador e Davino; Vadico, Coruja e Hélio I; Orlando, Darci, Biruca, Jeca e Esteves (Aloísio).

Time de 1949: Chico; Durval e Renato; Osvaldo, Ajar e Murço; Otavio, Harlei, Haroldo, Tenda e Milton.

FONTES: A Luta Democrática – Jornal do Commercio – A Manhã – Jornal dos Sports – Diário de Notícias – Diário da Noite – O Jornal – Jornal do Commercio – Semanário Illustrado – Litteratura, Critica e Humorismo (RJ) – 1913 – Google Maps – Memória Histórica de São João de Meriti, de Arlindo de Medeiros (1958)    

FOTO, de 1931: Meriti Online – Acervo Charbel Chedier – Kct 

Associação Desportiva Jequié – Jequié (BA): 1º Escudo!

                                                                                            Charles Meira
Associação Desportiva Jequié – 1970 – Em pé: Zé Augusto, Edmilson, Carlinhos, Tufú, Maíca e Esquerdinha. Agachados: Fleury, Dilermando, Tanajura, Chineizinho, Marcos e Foca.
Nesta matéria conto a admirável história da Associação Desportiva Jequié, “ADJ”, “Jequéqué´”, nome carinhoso dado pelo radialista França Teixeira, “Jipão”, “Jequié”, o time do coração da população de Jequié, equipe com 46 anos de fundada e 20 que não disputava o Campeonato Baiano de Futebol da Primeira Divisão. Relato também fatos importantes através das matérias de Jornais da época, depoimentos de jogadores e de pessoas ligadas ao futebol da Cidade Sol.


Tudo começou, quando “um grupo de desportistas locais esteve reunido na sede da Liga Desportiva de Jequié no último dia 28, oportunidade em que foram tratados diversos assuntos relativos à criação de um time profissionais que representaria esta cidade no próximo certame Estadual da Bahia. Ouvidas as sugestões de todos os presentes, ficou determinada a fundação da Associação Desportiva Jequié, tendo sido eleita a sua primeira diretoria, que ficou assim constituída: Presidente de Honra – Prefeito Waldomiro Borges de Souza; Presidente da Diretoria – Dr. Milton de Almeida Rabelo; Vice Presidente – Dr. Nelson Moraes da Silva; Secretário – Gildélito Ferraz; Tesoureiro – Romil Navarro de Araujo; Chefe de Departamento de Futebol – Evandro Lopes da Silva; Chefe de Relações Públicas – Eutimio Oliveira Almeida; Consultor Jurídico – Dr. Fernando Steiger Tourinho de Sá; Departamento Médico – Dr. José Mário Benevides. No dia imediato a diretoria eleita iniciou seus trabalhos, procurando organizar todos os papéis para inscrição da ADJ, que decididamente estará no Baianão 70.” ( Matéria editada em jornal de Salvador – BA) 

         O jornal A TARDE relata também que “depois de esperar por alguns anos, afinal, o futebol Jequieense irá participar do campeonato baiano profissional, estreando no próximo domingo (18/01) contra o São Cristovão, no estádio Municipal Valdomiro Borges, nessa cidade sobre a mais intensa expectativa dos desportistas locais e das cercanias.

Antes do primeiro ponta-pé no certame estadual, muito trabalho foi desenvolvido pelos abnegados da cidade-sol para colocar Jequié em plano de destaque no cenário esportivo da Bahia. Assim é que logo após confirmada a presença de Jequié no “Baianão”, foi eleita uma diretoria provisória e, em seguida, criado, eleito e empossado o Conselho Deliberativo da Associação Desportiva Jequié, sendo como presidente o Dr. Milton de Almeida Rabelo e integrado de 54 membros e 50 suplentes. Daí surgiu à diretoria definitiva da ADJ, sendo eleito o Dr. Nelson Moraes da Silva seu primeiro presidente e os seguintes membros: vices – Dr. Valdomiro Borges Filho e Marialvo Alves Meira; secretário – Gildélito Ferraz; Tesoureiro – Josué Fonseca; relações públicas – Jornalista Laerson Soares e Deodato Astrê; Departamento de profissionais Manoel Sampaio e Evandro Lopes; Departamento de amadores – Tibúrcio Freitas; Departamento Médico – Dr. José Mário Benevides; Departamento social – Alcindo Procópio Ferreira; Departamento de Publicidade – Eutímio Almeida; O ex-atleta do Fluminense Maneca deixará o setor amadorista para dirigir a equipe de profissionais da ADJ, não tendo fixado luvas ou ordenado. O popular “Foca” será o Massagista. Um técnico profissional foi contratado. Boquinha, ex-craque, será o responsável pelo quadro do Jequié no campeonato.
Ouvido pela reportagem o Sr, Nelson Moraes informou que a ADJ, terá como sede provisória o prédio na Rua João Goulart, no Jequiezinho, onde funcionava o Butantã que através da maioria dos seus dirigentes cedeu àquelas instalações. Aquele local satisfaz plenamente aos objetivos de um clube profissional. Quanto à renda de manutenção da nova agremiação Jequieense, existe um consorcio que foi criado para tal fim e que já vem funcionando há muito tempo e deverá se prolongar por vários anos. Além disso, informa-nos o Dr. Milton Rabelo que os conselheiros pagarão mensalmente uma cota de trinta cruzeiros novos, já tendo à maioria pago a taxa de jóia, o que uma soma bem razoável. Complementando a renda, alguns milhares de sócios deixarão nos cofres da entidade o suficiente para manter mais que modestamente o clube. As rendas do campeonato serão o complemento necessário para satisfazer os planos deste ano.
A quase totalidade dos jogadores participantes do torneio Intermunicipal de Futebol – quase campeões – foram aproveitados pelo novo time profissional. Somando-se a eles, outros jogadores de Jequié e de outras cidades foram e serão contratados, oferecendo uma média de 23 anos de idade. Essa rapaziada se compõe de: Edmilson e Besouro (Goleiros); Tufu, Carlinhos, Jurandir, Hugo e Zé Augusto (Zagueiros); Maíca, Chinezinho, Eduardo e Maneca (Armadores); Sérgio Florisvaldo, Esquerdinha, Tanajura, Marcos, Dilermando, Valmir, Betinho, Zé Roberto e Caculé. Outros azes do futebol estão sendo conversados e em breve dias poderão ser filiados a ADJ, não se mencionarão nome por preocupações obvias. Garante a direção do departamento profissional que, com certeza, Jequié terá um comportamento de acordo com a expectativa dos desportistas locais, surpreendendo aos cobrões e veteranos do “Baianão””. (Matéria editada no Jornal A TARDE)


Em depoimento dado a Charles Meira para a Revista Cotoxó em 2017, Evandro Lopes, Cronista Esportivo e abnegado do futebol amador e profissional de Jequié nas décadas de 60 e 70 fala também do assunto.
Evandro falou que após a conquista do Campeonato Intermunicipal começou a criar um espírito de profissionalismo na comunidade Jequieense e que aquela seleção poderia ser o time e realmente foi, entrou apenas Chinezinho, que veio do Fluminense de Feira, que era veterano e foi fazer o meio campo com Maíca e Betinho na ponta direita e relatou como começou a Associação Desportiva Jequié.
Fizeram inicialmente uma reunião para formação da diretoria no escritório da Líder Automóveis, pois seu irmão era o dono da empresa e ele trabalhava no escritório. Depois teve outra reunião no Rotary com aproximadamente 15 pessoa, entre elas estavam: Evandro Lopes, Carlos Lopes, Maneca Sampaio, Deusdete Amaral e seu irmão, o gerente do Banco Econômico e “Vaqueiro”, para consolidação do time. Foi escolhido o nome Associação Desportiva Jequié e as cores azul, amarelo e branco.  Foi convidado para dirigir a equipe o técnico Maneca Mesquita, que não aceitou, e então se buscou um treinador de Feira de Santana. Formou-se um time muito forte, voluntarioso e chegou a liderar o Campeonato Baiano de 1970. 


 “Vaqueiro”, o torcedor símbolo do Jequié falou para Charles Meira, que na época também contagiado com a vitória da nossa seleção, participou no dia 20 novembro de 1969 da reunião no Rotary de Jequié, junto com diversos abnegados do nosso futebol amador, que fundou o time de Jequié com o nome de Associação Desportiva Jequié e escolheu também as cores: Azul, Amarelo e Branco da  camisa. “Argeo relatou que dos participantes da reunião somente ele e Evandro Lopes estão vivos.


Na mesma época da fundação do time foi criado o escudo da Associação Desportiva Jequié, entretanto somente em 2017 fiquei sabendo através do meu amigo Robert Brioude (Beto) filho do Antonin Emilien Louis Brioude, detalhes da história.
 Contou-me que foi um participante da escolha da arte final (teve que escolher três dos cinco que seu pai o Professor Filósofo Artista Plástico Antonin Emilien Louis Brioude, o professor Antonem, tinha esboçado para entregar a seus amigos os quais tinham feito a encomenda. O que ganhou também foi o preferido dele. 


Através desta matéria da revista Placar, o time do Jequié ficou conhecido nacionalmente. “O Jequié, até o dia 3, tinha ganho do Botafogo por 5 a 0, do Leônico por 2 a 1, do Monte Líbano por 4 a 2, do Ideal por 3 a 1, do Bahia por 2 a 1, do Feira de Santana por 3 a 0 e do Redenção por 2 a 0. Como é possível um time formado há apenas seis meses, com jogadores amadores e inexperientes, ganhar tanto assim e ameaçar tirar a glória do Bahia, o velho rei do futebol baiano? A explicação pode estar na raça e na juventude do seu time.
O Jequié quase não tem história porque sua vida é de apenas seis meses: quase não tem fama porque sua luta principal ainda é mostrar que existe: apenas de tudo isso, a Associação Desportiva Jequié talvez seja a única coisa boa do futebol baiano deste ano, capaz de salvá-lo do perigoso caminho da indiferença, feito por uma série de crises. A última nasceu no fechamento do Estádio da Fonte Nova, para ampliação e conclusão, que obrigou à realização do todos os jogos da capital no Campo da Graça, pequeno sem conforto, sem segurança. As consequências foram a queda das rendas, a pobreza dos clubes e um futebol – sem alegria no Campo da Graça é impossível jogar um bom futebol. O gramado é muito ruim.
O campeonato Baiano só brilha quando o Jequié está em campo. Até o dia 3, ele tinha feito treze jogos: ganhou sete, empatou cinco, perdeu apenas um (Conquista, 1 x 0.) Fez 25 gols, levou dez. No balanço e na soma, o Jequié fez muito mais que todos esperavam. Ele entrou no Campeonato quando seu estádio para 20 000 pessoas foi aprovado pela Federação Baiana, que também consentiu que um time da cidade participasse do torneio. Mas o problema era que não existia nenhum time profissional em Jequié. Só existia a seleção amadora que venceu o Torneio Intermunicipal de 69, tirando o título que o Cachoeira tinha há dois anos. Então os diretores da seleção amadora passaram a ser diretores de um time profissional, e os jogadores passaram a receber salário e a vestir um uniforme amarelo e azul. Pronto, nascia o Jequié: Edmilson, Caculé, Carlinhos, Zé Augusto e Esquerdinha. Chinezinho e Maíca. Flori, Dilemando, Tanajura e Marcos. Apenas o armador Chinezinho veio de fora, emprestado pelo Fluminense de Feira de Santana. Em média o salário fixo de cada um é de 200 cruzeiros por conta do clube. Mas, por fora, cada titular recebe 100 ou 200 cruzeiros, dependendo do dinheiro conseguido entre diretores e torcida. E, nas grandes vitórias, como os 2 X 1 contra o Bahia, o bicho pode ser até de 200 cruzeiros. O técnico é Geraldo Pereira, pernambucano, e antigo quarto-zagueiro do Fluminense de Feira, onde continua como auxiliar. Geraldo foi emprestado, seu salário é de 1 000 cruzeiros novos e o Jequié é o seu orgulho: – O Jequié foi a minha grande chance no futebol, há muito tempo eu esperava por isso. Além do mais, a turma é boa, são jogadores novos que não dão trabalho fora do campo.
As rendas em Jequié dão em média 5 000 novos. Mas a diretoria sempre consegue vender ingressos por preços superiores ao da tabela. A diferença fica para o clube. Nas outras cidades a renda aumenta, graças à boa campanha. Tudo ia bem para o Jequié. Mas agora com sua boa posição no Campeonato, começaram a aparecer problemas que sua diretoria nem havia imaginado. Um deles é o artilheiro Tanajura, que ameaça sair para trabalhar em Alagoas, como chefe do departamento de pessoal de uma empresa de petróleo, ganhando 800 novos por mês. O Jequié, como não quer perdê-lo, ofereceu 600. Pode ser que Tanajura fique. Tanajura, rapaz de 22 anos, chute forte e muita valentia (principalmente dentro da área), divide o título de melhor jogador do Jequié com o goleiro Edmilson, o zagueiro Carlinhos e os atacantes Dilermando e Marcos, todos com menos de 23 anos. Dilermando é estudante de medicina, está no terceiro ano de faculdade em Salvador e só vai a Jequié um dia ou dois antes de cada jogo. Ele sai de Salvador pele Rio – Bahia, e depois de 350 quilômetros chega a uma cidade de 70 000 habitantes, conhecida como “Terra do Sol”, orgulhosa por seu time ter constado de rodada experimental da Loteria Esportiva: Jequié.” (Carlos Libório)

Nesse momento repentinamente “Besouro” começou a chorar copiosamente como chora uma criança quando está com fome. Ficou muito emocionado e tivemos que parar a entrevista por alguns minutos para ele lavar o rosto e recuperar da emoção. Passados alguns minutos, sentou e disse que no tempo que jogavam bola eram felizes e não sabiam. Que a ADJ divulgou a cidade de Jequié em todo o Brasil, na década de 70, época que tinha a Loteria Esportiva. Que o Jequié foi convidado para jogar em Tacoma Parque nos Estados Unidos, Infelizmente o jogo não deu certo. Que a historia do Jequié é essa e quem construiu foi esse grupo, sem eles não teria a ADJ. Encerrou a conversa dizendo que Jogou na ADJ até 06 de novembro de 1972, época que teve problema no joelho e deixou de jogar futebol. (Antônio Fernando Oliveira)
O melhor técnico para mim foi Maneca Mesquita, uma pessoa adorada, capaz, muito gente boa, tratava a gente como um filho.  Companheiro de campo realmente foi Tanajura, porque é o meu conterrâneo, jogávamos juntos desde pequenos lá em Paramirim – BA. (Dilermando Neves Martins)
Mantendo o clima de alegria prevalecido durante toda a entrevista, “Foca” falou também do tempo da Associação Desportiva Jequié.  Inicialmente citou os presidentes Dr. Nelson Morais, Marialvo Meira, Dr. Gerson Pelegrini, Jonas Almeida, os Médicos Gilson, Gileno Fonseca, Roberto Brito, pessoas que eram muito boas para o Jequié, os jogadores Maíca, Tufu, Zé Augusto, Carlinhos, Dilermando, Tanajura, Paiva, Edmilson um relaxado que gozava com a cara de todos, mas era uma pessoa muita atenciosa. Segundo “Foca”, no momento da massagem o mais descarado era “Maneca”. Risadas. Que era sem vergonha, queria tomar massagem totalmente nu, moleque o rapaz. Gargalhadas. Gostava de fazer resenha, um vagabundo. Gargalhadas. Quando “Foca” precisava de alguma coisa os jogadores estavam presentes, todos o respeitavam e gostavam dele. Na sede na Mota Coelho os jogadores do Jequié na época formavam uma família, comandada pelo primeiro técnico do Jequié Maneca Mesquita que também morava no local. (Valter Gomes de Santana)
Igualmente como na seleção, “Maneca” contou um fato engraçado que aconteceu na concentração da ADJ. Contou que durante o tempo passado no Jequié, não ligava para dinheiro, entretanto o pagamento começou a atrasar, queria um vale, não saía vale para ninguém. A turma teve uma idéia. Maíca, Zé Augusto, Marcos e Arnor conversaram com foca e com sua permissão Dilermendo e Tanajura bolaram uma carta que continha um pedido da esposa de Foca dizendo que seus filhos estavam passando fome na cidade de Santa Luz e o dinheiro que Foca ganhava gastava todo com bebida. Foca pegou esta carta, tirou uma onda de doido, doido de mentira e começou a fazer bagunça zoada na concentração na Mota Coelho que chamou a atenção dentro da sede, gritando que queria morrer. Logo avisaram a diretoria que chegou imediatamente. Perguntaram: “o que está acontecendo?”, ”o que ele tem?”, os jogadores faziam que seguravam Foca e diziam que Foca era muito forte. Foca chorando tirou a carta do bolso e disse: “olha aqui, leiam aqui”, quando leram à carta a diretoria logo arrumou o dinheiro, apareceu o dinheiro. Foca pegou o cheque e quando foi saindo de fininho, dando uma queda de asa, mas foi seguro pelos jogadores exigiram de Foca o comprimento do trato. O dinheiro foi dividido para os seis como foi anteriormente acertado. Quando tempos depois “Maneca” contou para sua esposa, seu filho Fernando e relembra o fato para Foca eles dão muita risada. (Manoel Reis Barbosa)             
Sales conta que está satisfeito no Jequié, pois devido à boa estrutura e a eficiente logística atual tem possibilitado a equipe realizar com êxito uma bela campanha no Campeonato Baiano da Série B. Segundo Sales o Jequié não é o melhor, porém tem hoje uma equipe unida, muito coesa e focada unicamente no objetivo de ser campeã. Tem também uma equipe homogenia que entende dentro de campo aquilo que é proposto por ele como estratégia de jogo, levando a equipe a conseguir resultados positivos e consequentemente um aumento do nível de confiança e mais rendimento. Quanto ao seu futuro, Sales disse que entrega nas mãos do supremo Deus. O seu pensamento é de continuar como treinador, não tem dúvida. Não sabe se continuará no Jequié, conversas somente depois do término do campeonato. Espera que venha o convite, porém não concretizando a sua permanência analisará convites recebidos de duas outras equipes. (Paulo Cesar Silva Sales)

Classificação da Associação Desportiva Jequié no Campeonato Baiano de Futebol da Primeira Divisão.

1970/5º Lugar, 1971/4º Lugar, 1972/6º Lugar, 1973/9º Lugar, 1974/7º Lugar, 1975/10º Lugar, 1976/5º Lugar, 1977/10º Lugar, 1978/7º Lugar, 1979/11º, Lugar, 1980/12º Lugar, 1993/8º Lugar, 1994/4º Lugar, 1995/6º Lugar, 1996/7º Lugar e 1997/14º Lugar.


Classificação da Associação Desportiva Jequié no Campeonato Baiano de Futebol da Segunda Divisão.

1992/1º Lugar, 1999/7º Lugar, 2000/8º Lugar, 2003/10º Lugar, 2013/8º Lugar, 2014/8º Lugar, 2015/8º Lugar, 2017/1º Lugar.

FONTES: Blog do cantor Charles Meira – Esporte na Mídia

Foto Rara: América F.C. – Rio de Janeiro (RJ): Campeão da Taça Guanabara de 1974

TIME POSADO

EM PÉ (Da esquerda para a direita): Orlando Lelé, Geraldo, Rogério, Alex, Ivo e Álvaro;

AGACHADOS (Da esquerda para a direita): Flecha, Bráulio, Luisinho Lemos, Edu Coimbra e Gilson Nunes.

 

CAMPANHA DO MECÃO

A campanha na Taça Guanabara, foram 11 jogos, com nove vitórias, um empate e uma derrota; marcando 19 gols, sofrendo apenas quatro, um saldo de 15 gols. O América terminou com 19 pontos contra 18 do Tricolor das Laranjeiras.   

 

FLUMINENSE F.C.

0

X

1

AMÉRICA F.C.

LOCAL Estádio Mario Filho, ‘Maracanã’, no Bairro do Maracanã, na Zona Norte do Rio (RJ)
CARÁTER Final da Taça Guanabara do Rio de 1974
DATA Domingo, do dia 22 de Setembro de 1974
RENDA Cr$1.447.665,00
PÚBLICO 97.681 pagantes
ÁRBITRO José Aldo Pereira
AUXILIAR Luis Carlos Félix e Walquir Pimentel
FLUMINENSE Félix; Toninho, Assis, Bruñel e Marco Antônio; Gérson, Cléber e Carlos Alberto Pintinho; Cafuringa, Gil e Mazinho. Técnico: Carlos Alberto Parreira
AMÉRICA Rogério; Orlando, Alex, Geraldo e Álvaro; Ivo e Bráulio; Flecha, Luisinho, Edu Coimbra (Renato) e Gilson Nunes. Técnico: Danilo Alvim
GOLS Orlando, em cobrança de falta, aos 12 minutos (América), do 1º Tempo.

 

FONTE: Revista Placar