Arquivo da categoria: 03. Toninho Sereno

Campeonato Paulista de 1925 – Associação Athletica São Bento 4 x 3 Sport Club Syrio

FICHA TÉCNICA

Associação Athletica São Bento 4 x 3 Sport Club Syrio

Partida realizada na data de 10 de maio de 1925, na Chácara da Floresta.

Gols: Feitiço (3) e Varella (SB) e Farid, Arges e Petronilho (S)

Árbitro: Guilherme Schneider Junior.

São Bento: Édison, Victor e Apprá. Pauly, Mosca e Osvaldo. Varella, Pepico, Feitiço, Alceste e Paulo.

Syrio: Tuffy, Mezinho e Artur. Pepe, Milanese e Alvariza. Farid, Lale, Petronilho, Arges e Bellini.

OBS: Antes do início desta partida, foi respeitado um minuto de silêncio em memória de Salim Zarcur, falecido dias antes. Salim havia sido jogador do Syrio e esta equipe levou para campo seus jogadores com uma tarja preta na manga da camisa.

Fontes: revista “A Cigarra”, jornal “A Gazeta” e o livro “O Caminho da Bola” de Rubens Ribeiro.

Sport Club Syrio – São Paulo – SP

O Sport Club Syrio foi fundado na data de 14 de julho de 1917, na cidade de São Paulo-SP e possui as cores vermelho e branco.

Jovens imigrantes sírios e libaneses comemoravam, naquele dia, o aniversário de Milhem Simão Racy e lhe deram de presente a primeira presidência do então batizado clube. Pouco tempo depois, foi alugado um conjunto em um prédio na Rua do Comércio, que serviu como sede até 1920.

Em 1918 disputou o Campeonato Paulista da 2ª Divisão e sagrou-se campeão.

Sua antiga sede de campo, na Rua São Jorge, foi vendida ao Sport Club Corinthians Paulista. Em 1949 o clube adquiriu vários lotes de terrenos próximos ao Aeroporto de Congonhas. As obras do primeiro prédio no novo endereço na Avenida Indianópolis tiveram início em 1950. O primeiro Plano Diretor, elaborado pelo arquiteto Ícaro de Castro Mello, com a participação de Roberto Burle Marx, traçou a forma atual do Clube, na época apelidado de “A jóia do Aeroporto”.

Na primeira divisão paulista, o Sport Club Syrio esteve presente por 14 vezes (1921 a 1934) sendo que suas melhores colocações foram nos anos de 1922 e 1923, onde chegou em 3º lugar.

Atualmente sua sede se situa na Avenida Indianópolis número 1192, no bairro do mesmo nome.

Responsável pela formação de grandes equipes de basquetebol, sagrou-se, no ano de 1979, campeão mundial interclubes.

Esse fato representa uma das estrelas douradas que constam na bandeira e no seu escudo atual.

A segunda estrela dourada é mérito do tenista William Kiriakos, vencedor do mundial infantil no ano de 1982.

Fontes: revista “A Cigarra”, meu acervo e site do clube.

Arte do escudo e uniforme: Sérgio Mello

Festival esportivo acontecido no ano de 1925 no campo da Floresta, em São Paulo-SP.

Festival esportivo acontecido no ano de 1925 no campo da Floresta, em São Paulo-SP.

O festival contou com a participação dos clubes  Palestra Italia, Associação Athletica das Palmeiras e Sport Club Syrio, todos de São Paulo e do América Football Club, do Rio de Janeiro.

As partidas foram realizadas na data de 5 de abril de 1925, no campo da Floresta.

Na preliminar o Palestra Italia venceu a Associação Athletica das Palmeiras pelo placar de 5 a 3.

No jogo principal, o América Football Club derrotou o Sport Club Syrio pelo placar de 2 a 1.

 

Fontes: revista “A Cigarra” e jornal “A Gazeta”.

Amistoso em 1925 – Combinado Paulista 2 x 5 Selecionado da Liga Fluminense

Combinado Paulista (times do interior) 2 x 5 Selecionado da Liga Fluminense

Partida realizada na data de 15 de março de 1925 no estádio da Floresta, em São Paulo-SP

Árbitro: Sr. Strobel

Combinado Paulista: Dica, Joca e Angelino. Benedito, Campeão e Raphael. Batata, Belmiro, Camargo, Lamanares e Minguta.

Liga Fluminense: Pedro, Moreira e Monteiro. Rosas, Malvino e Cecê. Pires, Adyr, Tavares, Mário e Amaro.

OBS: jogo realizado com a renda em benefício das vítimas do acidente acontecido no dia 27 de fevereiro de 1925. Uma explosão de produtos inflamáveis, em uma fábrica de tecidos situada na Ilha do Caju, em Niterói, havia causado a morte de 621 pessoas.

 

Fontes: revista “A Cigarra” e jornal “A Gazeta”

Amistoso em 1925 – Club Athletico Paulistano (São Paulo-SP) 7 x 2 Seleção da França

Club Athletico Paulistano 7 x 2 Seleção Francesa

Estréia do Club Athletico Paulistano em gramados franceses.

Partida realizada na data de 15 de março de 1925.

Local: Estádio Buffalo, em Paris.

Os gols brasileiros foram anotados por: Araken (3) Friedenreich (2) Filó e Mário – Bardot e Gallay fizeram para os franceses.

Paulistano: Nestor, Clodoaldo e Barthô. Sérgio, Nondas e Abate. Filô, Mario, Friedenreich, Araken e Netinho.

Selecionado francês: Cottenet, Vignoli e Manzannaréz. Dupoiz, Bel e Bonnardel. Cordon, Accard, Liminana, Bardot e Gallay.

Após essa partida, o periódico francês “Le Journal” chamou os jogadores do Paulistano de “Les Rois du Football” (Os Reis do Futebol)

 

Fontes: revista “A Cigarra” e jornal “A Gazeta”

Minas Geraes Football Club – São Paulo – SP

 

O Minas Geraes Football Club foi fundado na data de 3 de maio de 1910.

Tinha sua sede localizada no bairro do Brás, na cidade de São Paulo-SP.

Seu nome homenageava o encouraçado Minas Gerais, um dos navios que fazia parte da esquadra da Marinha do Brasil.

Coincidentemente, alguns meses depois da fundação do clube, esse navio fez parte da famosa Revolta da Chibata, rebelião acontecida na cidade do Rio de Janeiro, na data de 22 de novembro de 1910, durante o governo do Marechal Hermes da Fonseca (nesta data completa 105 anos desses acontecimentos).

O Minas Geraes disputou o Campeonato Paulista de Futebol por doze vezes, a primeira delas em 1917 (2ª Divisão).

Em 1924, mudou seu nome para Braz Athletic Club e em 1925 para Auto Sport Club.

O Auto Sport Club sagrou-se vice-campeão paulista de 1926, ano em que o Palestra Italia foi campeão.

Essa foi a melhor colocação em campeonatos paulistas conseguida por essa agremiação.

No ano de 1927, o Auto Sport Club uniu-se ao Club Athletic Audax, tornando-se o Sport Club Americano, mais conhecido como Auto-Audax.

 

A Revolta da Chibata

No início do século 20, a maior parte dos trabalhadores da Marinha brasileira era composta por mulatos e negros, escravos libertos ou filhos de ex-escravos. As condições de trabalho eram precárias: os marinheiros tinham remuneração baixa, recebiam péssima alimentação durante as longas viagens nos navios e, o mais grave,  eram submetidos a punições corporais, caso desobedecessem alguma regra.

Mais de duas décadas após a abolição da escravidão, a prática de castigos físicos ainda era comum na Marinha brasileira. Punições típicas do período colonial haviam sido revogadas com a Proclamação da República, em 1889, e reintroduzidas pelo Decreto 328, de abril de 1890. O rebaixamento de salário, o cativeiro em prisão solitária por um período de três a seis dias, a pão e água, para faltas leves ou reincidentes, e as 25 chibatadas para faltas graves eram penas regulamentadas em plena República.

Esse contexto revoltava centenas de marujos que, durante os anos de 1908 e 1909, passaram a se organizar, buscando, sem sucesso, negociar melhorias trabalhistas com o governo. No dia 21 de novembro, o marinheiro Marcelino Rodrigues de Menezes, acusado de embarcar com uma garrafa de cachaça, foi violentamente punido não com 25, mas com 250 chibatadas, na presença de todos os tripulantes.

João Cândido

O castigo exagerado do marujo levou ao início da revolta, no dia 22 de novembro, com a participação de cerca de 2.300 marinheiros que, liderados por João Cândido Felisberto, tomaram o controle dos encouraçados Minas Geraes, São Paulo e do cruzador-ligeiro Bahia (recém-construídos na Inglaterra) e do antigo encouraçado Deodoro.

Uma carta reivindicando melhores condições de trabalho e modificações na legislação penal e disciplinar, com destaque para a extinção das chibatadas, foi enviada ao governo. Com os canhões das embarcações apontados para a cidade do Rio de Janeiro, os marinheiros ameaçavam bombardear a capital do país, caso suas exigências não fossem atendidas.

O governo cedeu às pressões dos marujos e em 27 de novembro de 1910 a chibata foi abolida da Marinha de Guerra brasileira. Oficialmente, a anistia estava garantida aos revoltosos liderados por João Cândido que, a partir desse momento, passou a ser tratado pela imprensa como o “Almirante Negro”.

Quatro dias após o conflito, o então Presidente Hermes da Fonseca decretou  o fim de toda prática violenta e o perdão aos marinheiros. Porém, após a entrega das armas e embarcações, Hermes da Fonseca decidiu que alguns revoltosos fossem expulsos da Marinha. Isso provocou grande insatisfação entre os marinheiros que decidiram fazer outro motim, desta vez na Ilha das cobras.

Mas nem tudo correu tão bem quanto eles imaginavam, já que o governo de Hermes, mesmo descumprindo suas próprias ordens, não perdoou os revoltosos e ordenou a prisão de alguns deles.

O governo agiu fortemente reprimindo os marinheiros. Muitos deles foram presos nas próprias celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras, o que levou muitos prisioneiros a morte. Outros foram enviados para a Amazônia, onde passaram a prestar trabalho forçado, quase como escravos, na produção de borracha, nos seringais.

João Cândido, o líder da revolução, foi expulso da marinha e internado em um Hospital de alienados, sendo declarado como louco. Um local pior do que qualquer prisão. Em 1912 ele e outros marinheiros foram absolvidos das acusações que haviam sido impostas. E em 1969 João Cândido, vítima de câncer,  morreu pobre e esquecido.

 

Fontes:

Revista “A Cigarra”

Wikipedia

Revista Escola Abril

Estudo Prático

Meu acervo

Escudo e uniforme: Sérgio Mello