Um dos muitos esquadrões montados pelo GDR Sete de Setembro na década de 40

Nos idos de 1931, era diretor do Esporte Clube Regente Feijó o senhor Sebastião Ferreira. A sede do clube, na época, situava-se em imóvel alugado na Avenida Regente Feijó com a Rua Água Rasa. Em determinada reunião, o senhor Sebastião informou aos seus colegas de diretoria que estava construindo um prédio na mesma avenida, esquina com a Rua Teófilo Dias. Este teria dois andares, sendo seu piso superior dotado de salão de festas e respectivo palco, secretaria, vestiários e banheiros. Propôs a seus pares a mudança do clube para as novas instalações. Cobraria o mesmo valor de aluguel pago no prédio anterior, isentando por três meses o clube do pagamento. Alguns membros da diretoria que de início haviam concordado com a proposta recuaram posteriormente, não admitindo abandonar a primeira sede. Em face disso, 10 diretores demitiram-se, criando uma agremiação alternativa e ocupando as instalações da sede prometida. A data da primeira reunião, 7 de setembro de 1931, dava a eles a idéia para a designação do nome do clube: Grêmio Esportivo Dramático e Recreativo 7 de Setembro. Junto com o grupo dissidente vieram também os elementos que participavam do grupo cênico da outra entidade. Esse fato deu à agremiação recém-fundada a possibilidade de realizar magníficos finais de semana com a promoção de lindas peças teatrais e concorridos bailes.

O grupo de idealistas, responsável pela fundação do 7 de Setembro assim estava constituído: Antonio Lopes Raposo, Manoel Lopes Raposo, Sebastião Ferreira, Miguel Bersani, José Balbino Rodrigues da Silva, José Gattis, Izidro da Costa, João Reis de Almeida, Antonio Augusto e Arthur Lino Casemiro. Sendo sua primeira diretoria: presidente – Antonio Lopes Raposo; vice-presidente – José Antonio Suzano; secretário geral – José Balbino Rodrigues da Silva; 1º secretário – João Reis de Almeida; 2º secretário – Manoel Lopes Raposo; 1º tesoureiro – Miguel Bersani e 2º tesoureiro – Izidro da Costa.

A primeira partida de futebol da nova equipe só viria a ser realizada em 10 de abril de 1932. Bonde Futebol Clube seria o primeiro adversário e o empate de 1×1, o resultado. Pouco tempo depois o 7 de Setembro sagrava-se campeão do Torneio do Jornal “O Dia” e bi-campeão de futebol varzeano de 1941/42 da Liga Duque de Caxias. O torneio da mesma liga dos anos 1945/46 tornaria a dar ao 7 de Setembro um novo bi-campeonato. Esses e outros eventos prenunciavam a gloriosa trajetória do tricolor da Água Rasa (preto, branco e vermelho são as cores de seu uniforme), evidenciada incontestavelmente pelas centenas de troféus constantes do seu rico acervo. As fotos contidas em suas dezenas de álbuns e ciosamente guardadas pelo senhor Oswaldo, seu administrador, dão uma pequena idéia da grandiosidade do passado desta agremiação, orgulho da Zona Leste.

Como ocorria com quase todos os clubes varzeanos da época, o 7 de Setembro também teve um modesto início. No entanto, a partir de 1952, administrado por grandes diretores, o clube começou a investir na compra de terrenos e na ininterrupta construção de suas instalações, resultando na sua imponente praça poliesportiva atual. Resultado: uma das mais imponentes praças esportivas de clubes amadores da Capital, compreendendo campo de futebol oficial com iluminação, arquibancadas, vestiários e lanchonete, dois ginásios de esportes, portaria, salão de festas, piscinas, academia de ginástica, sala de futebol de mesa, secretaria, sala de diretoria, quadra de bochas e três lanchonetes. Nessas instalações os 2 mil associados podem praticar os seguintes esportes: vôlei, futebol de campo, basquete, futebol de salão, hidroginástica, ginástica e musculação. Diversas festas são realizadas: festas juninas, festa italiana e duas festas do chope e da pizza, além de chás beneficentes por diversas entidades. Todos os anos é realizada gradiosa festa por ocasião do aniversário do clube. A ela sempre comparece o senhor Laudo Natel, ex-governador de São Paulo.

São responsáveis pelo destino do clube atualmente o presidente Irineu Camanho e os diretores: Estevão Luiz Chipoche, Waldemar Brito, Nelson de Almeida, José Laroca, Claúdio Bertoletti, Dorival Martins, Rubens Pierri, Romeu Camanho e Rafael Hernandes. Preside seu Conselho Deliberativo, Rafael Francesco Caffatteni, tendo Moacir Proni como vice e Wilson Verdelli como secretário.

A sede do 7 de Setembro fica na Rua Bom Jesus, 707 – Água Rasa.

Associação Atlética Guaiaúna em foto de 1939. Em pé: Bruno, Dario, Taborda, Fernando, Domingos e Nutcho; agachados: Maneco, Américo, Américo II, Eurico, Arnaldo e Caetano

Fundada em 7 de abril de 1930.

É um dos poucos clubes da região que ainda pratica futebol de campo. Entre outros, foi campeã invicta do 1º Campeonato Varzeano da Zona Leste, disputado em 1940. Ostenta em seu bonito uniforme as cores vermelha, preta e branca.

Sua sede social, com amplo salão de festas, está localizada na Rua Júlio Colaço, 430, no bairro de Vila Aricanduva. Nela são realizados diversos eventos. Sua praça de esportes localiza-se na confluência da Avenida Aricanduva com a Rua Dona Genoveva.

Vila Primavera Futebol Clube em jogo contra a Seleção Brasileira de Futebol Amador, no Maracanã em 1951. Em pé: Neri, Zocoler, Nelsinho, Aurélio, Ribrião, Cabeção, Nenê Favoreto, Andó, Toninho, Walter (Jacaré) e Maiô; agachados: Campineri, Neco, Tarenta, Sérgio e Gonguinho

O Vila Primavera Futebol Clube, por incrível coincidência, foi fundado no mesmo ano que o Sampaio Moreira, seu mais tradicional rival, ou seja, em 1929. Seu campo ficava no final da Rua Maria Eugênia, junto aos muros da indústria de rádios Philco, nas proximidades do atual Parque do Piqueri.

O azul e branco do seu uniforme impunha respeito a qualquer equipe antagonista. Em 1950 enfrentou a Seleção Brasileira de Futebol Amador em pleno Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Foram antológicas as partidas que disputou contra grandes clubes da Zona Leste. A incrível rivalidade manifestada entre os moradores das regiões do baixo e alto Tatuapé afloravam impetuosamente nos seus confrontos contra o Sampaio. Essas duas equipes representavam o que de melhor havia no futebol amador da Capital.

Craques como Nequinho, Zocolé, os irmãos Favoreto, Mingão, Toninho, Pirani e tantos outros vestiram sua gloriosa camisa, dando ao clube vitórias inesquecíveis. Mingão e Pirani e alguns outros chegaram a jogar em clubes da Divisão principal. Um timaço o Primavera!

E C Sampaio Moreira, elenco campeão amador do Estado em 1956. Em pé: Garibaldi (presidente), Amaral, Maurinho, Bicho, Osni, Pelão, Chiminão e os diretores Pascoal e Manoel dos Santos; agachados: Bororó (massagista) Aldinho, Tinim, Aurélio, Alício e Pavão

Fundado em 1 de setembro de 1929. O nome do clube faz referência a um antigo e grande proprietário de terras do Tatuapé. Como tantos clubes pobres da Zona Leste, seus fundadores não tinham dinheiro nem para a compra de um jogo de camisas. Sensibilizado pela rapaziada, o senhor Tomaz Aurichio ofertou o primeiro fardamento. Sua primeira equipe foi formada com elementos do Luzitana FC, agremiação que estava sendo extinta naquela ocasião.

Foram seus fundadores e primeiros diretores: José Pires, Gonçalves Peres, Santos de Oliveira, Carlos Augusto da Cunha, Nei da Conceição, Ramão Garcia, Antonio Deleni, Alcides Thiago, Brasilino Delmando, Ernesto Batalha, Ângelo Leonda, Ângelo Pagone, João Sábio, Henrique Moraes, Joaquim Cruz e Antonio Marrero.

Juntamente com o Vila Primavera, fazia a dupla de clubes mais temida da região. Primeiramente ocupava um campo de pequenas dimensões entre as ruas Platina, Airi e Itapura. Hoje ergue-se no local a escola Jackson de Figueiredo. Perdido aquele local passou a jogar na Rua Vilela e, posteriormente, até os dias atuais, entre as ruas Monte Serrat e Apucarana, junto da Estrada de Ferro Central do Brasil e finalmente em campo do Centro Educacional e Esportivo Brig. Eduardo Gomes.

Sem dúvida alguma, o Sampaio Moreira foi um dos grandes campeões do bairro. Entre seus inúmeros títulos conquistados salientamos os seguintes: Campeão da Série M. Penha e Belém de 1934, Campeão do Tatuapé em 1940, Campeão Varzeano do IV Centenário, Campeão Amador da Capital do IV Centenário, Campeão do Setor 8 de 1955, Campeão do Torneio Tamanqueiro de 1955, Campeão Varzeano de 1956, Vice-campeão Amador da Capital em 1956, Bi-campeão Amador do Estado de 1957/58, Bi-campeão Amador da FPF 1959/60, Vice-campeão Amador da Capital 1959/60, Campeão da Seme Setor Leste 1980.

O uniforme do Sampaio Moreira é semelhante ao usado pelo Esporte Clube Corinthians Paulista: camisas brancas e calções negros, até mesmo seu distintivo é idêntico.

Tem magnífica sede própria na Rua Tijuco Preto, 1.023. Consta ela de quadra poliesportiva para a prática de vôlei e futsal, secretaria, sala de jogos, lanchonete e sala de troféus. Tem ainda magnífico salão de festas na Rua Vilela, 892. Nela são efetuados torneios e partidas de futebol de salão e desenvolvidas várias outras atividades: cursos de futebol de salão para crianças, sob responsabilidade do professor André; capoeira; grupo de 3ª Idade, para o qual são dirigidas aulas de ginástica, sob orientação de sua diretora, dona Tonica. A essa sede foi dado o nome de Ginásio de Esportes José Pires, singela homenagem a um dos seus fundadores e antigo presidente. O Sampaio promove em sua sede jantares dançantes e grandes bailes por ocasião das festas juninas e Carnaval.

A direção do clube atualmente está sob responsabilidade de: Amilcar Joaquim da Costa Silva – presidente; Arnaldo Schiavino – vice-presidente; Eduardo Lobo – 1º secretário; Alcides Arissa Soares – 2º secretário; Paulo Pires – 1º tesoureiro; André Covic – 2º tesoureiro; Clóvis Inácio – diretor de esportes; Antonio Busério e Gilberto Tardelli – diretores sociais; Alfredo Pires – diretor de patrimônio. Edson Lama, presidente, e Iordan Iordanu, vice-presidente, são os responsáveis pelo Conselho Deliberativo.

Nos bons tempos teve uma das mais fanáticas e aguerridas torcidas do bairro. Seus torcedores acompanhavam o time em quaisquer circunstâncias e onde quer que ele se apresentasse. Até mesmo em campo adversário normalmente tinha a maioria dos assistentes.

Um dos acontecimentos difíceis de ser esquecido pelos saudosistas foi a conquista do Campeonato Amador do Estado de 1957. A forte equipe do 11 de Agosto de Tatuí era o adversário. O primeiro jogo realizado na cidade de Tatuí foi vencido pela equipe local. A segunda partida foi disputada no Parque São Jorge, e desta vez o Sampaio saiu vitorioso. Para a terceira e decisiva peleja foi designado um campo neutro: a cidade de Sorocaba. Milhares de torcedores do Sampaio mobilizaram-se para a importante batalha. Nada menos do que 20 caminhões e diversos vagões de trens foram fretados para levá-los ao local. Os caminhões foram barrados em Pinheiros pela Polícia Rodoviária, por ser proibido seguir viagem naquelas condições. Os diretores do clube fizeram um contato com o senhor Alfredo Inácio Trindade, presidente do Corinthians, para que intercedesse a favor do seu pessoal junto às autoridades. Trindade, homem de grande prestígio e admirador do Sampaio, conseguiu a esperada liberação do comboio. Uma interessante idéia fora bolada para, chegando a Sorocaba, os torcedores do Sampaio poderem se reconhecer uns aos outros. Foram compradas e distribuídas entre eles milhares de palhetas. A chegada na cidade do interior daquele pessoal com seus estranhos chapéus foi uma festa. Conclusão, o Sampaio venceu o 11 de Agosto e sagrou-se Campeão Amador do Estado.