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1982 e a seleção de Telê: o time que merecia mais do que o mundo

Júnior dominou a bola na intermediária, pelo lado esquerdo. Percebeu a movimentação de Zico e tocou-lhe rasteiro, correndo para o espaço vazio, como fazia no Flamengo. Zico dominou e parou o tempo, o suficiente para atrair Daniel Passarela. Conhecia o ritmo exato de Júnior e seu passe colheu o lateral atrás de Galvan e Olguin, de frente para o gol. Júnior chutou colocado, entre as pernas do grande Ubaldo Fillol. A Argentina campeã mundial estava incontestavelmente batida no estádio de Sarriá, em Barcelona.

O jogo variado e agressivo do time de Telê Santana era cantado pela imprensa mundial como um futebol de outra galáxia. Desde a virada na estréia contra a União Soviética, com dois chutes sobrenaturais de Sócrates e Éder, passamos a acreditar que a seleção tinha três ou quatro soluções para cada problema de campo que lhe fosse proposto. A falha de Valdir Perez no chute de Bal abriu uma inesperada vantagem soviética e pôs o time a bombardear um Rinat Dasaev que parecia intransponível. A quinze minutos do fim Sócrates abriu o meio da defesa a dribles diagonais e acertou o ângulo direito numa combinação de precisão e potência, um a um. Mas a disciplina do adversário não caiu com o gol de empate. Caiu aos quarenta e três minutos. Falcão recebeu de Paulo Isidoro na meia-direita e iludiu a marcação abrindo as pernas, deixando a jogada seguir até Éder Aleixo. Vindo de trás, o ponta ergueu a bola com um toque e no exato instante em que ela caía entre dois defensores, voou para pegá-la no ar. A bomba explodiu à esquerda do estático Dasaev, enfim indefeso.

Com cores de drama e final épico, a virada deu a nós, torcedores, a sensação de invencibilidade. A entrada de Cerezo a partir do segundo jogo derrubou as últimas resistências dos que pediam um time com pontas. Era no vazio da ponta-direita que surgiam Sócrates ou Falcão, ou ainda Leandro resguardado por Cerezo, às vezes dois deles ao mesmo tempo para jogar com Zico. Tudo aconteceria por ali ou pelos pés de Éder e Júnior, que ficavam livres do outro lado quando o adversário resolvia povoar de defensores o seu flanco esquerdo. Talvez tenha sido a exatidão dessa variação de jogadas, ou o talento incalculável de um time que tinha Falcão, Sócrates, Éder e Zico no auge de suas formas, mas o pecado cresceu e se consolidou através da excelência do escrete: a seleção brasileira de 1982, assim como a sua torcida, passou a se sentir invencível.

Não havia soberba. Os pecados eram, todos e em sua plenitude, escusáveis. Surgiram na formação do time, e não se corrige um defeito de formação sem se alterar uma virtude. Quando um time se dá por pronto é porque tem uma essência indivisível. A seleção de 1982 não se achava perfeita, mas sabia-se pronta e invencível. Seria campeã do mundo ou se tornaria uma lição, mais funda que a de 1950, mais dolorida que a de 1978, porque incompreensível.

Assim foi que o gol de Júnior contra os argentinos teve um significado imediato maior que a vitória selada. Batidos os campeões mundiais restava um jogo protocolar contra a Itália de três empates pequenos contra Polônia, Peru e Camarões, e com ela bastava empatar. Sairíamos do pequeno Sarriá para o monumental Camp Nou, para uma semifinal contra a previsível União Soviética ou contra a Polônia do cansado Lato e do instável Boniek. Daí para Madrid e a grande celebração do futebol bem jogado contra a França de Tresor, Tiganá e Michel Platini.

Já revi a partida contra a Itália mais de vinte vezes. A perfeição dos gols de Sócrates e Falcão é quase proibitiva para um jogo tão humano e inexato. E por mais que reveja, eu não entendo o que aconteceu em campo. Nos meus sonhos, a foto de Paulo Roberto Falcão – uma das últimas do grande J.B. Scalco – vem com a legenda o gol que abriu o caminho para o tetra.

O sonho é sonho, o pesadelo é real. Paolo Rossi correndo de braços abertos, as veias saltadas e o número vinte branco vazado do fundo azul é um fantasma de pesadelo. Mas se não consigo entender aquela partida, foi no dia 5 de julho de 1982 que entendi outras coisas. Entendi que jamais seria plenamente feliz, que nunca mais me sentiria invencível e que estava eternamente preso ao jogo incompreensível que chamamos de futebol.

JOGO HISTÓRICO – SÃO VICENTE(SP) X SÃO BERNARDO(SP)

Em disputa da Taça Câmara Municipal de São Vicente, foi disputada uma partida amistosa entre o SÃO VICENTE ATLÉTICO CLUBE e o ESPORTE CLUBE SÃO BERNARDO, participante da 3ª divisão paulista. Abaixo a ficha técnica desta partida:

SÃO VICENTE 3 – 2 SÃO BERNARDO

Data: 27 de dezembro de 1959
Local: Estádio Mansueto Pierotti, em São Vicente/SP
Juiz: João Centenório
Gols: Canhoto aos 5 min, Pudim aos 30 min, Valter aos 48 min, Rato aos 50 min e Barbosinha aos 86 min
São Vicente: Luiz Carlos; Cabeção e Troncoso, Rivaldo, Juarez e Ramaciotti; Luiz (Leonildo), Pudim, Barbosinha, Canhoto e Pasqual.
São Bernardo: Jabuca; Nelson e Tito; Regis, Piola e Miguel; Espanhol (Lima), Jair (Valter), Valter (Zague) (Carrasco), Rato e Zague (Plínio).

Fonte: Jornal A Tribuna de Santos/SP

EXCURSÃO DO AUDAX ITALIANO EM 1958

No início de 1958 o bicampeão chileno AUDAX ITALIANO de Santiago, veio ao Brasil para uma série de partidas amistosas contra equipes locais. Após dois jogos decepcionantes do ponto de vista técnico e disciplinar, o contrato foi rescindido e a equipe retornou ao seu país de origem. Abaixo as fichas das partidas desta decepcionante excursão:

SÃO PAULO 4 – 1 AUDAX ITALIANO
Data: 03 de janeiro de 1958
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo
Renda: Cr$ 265.155,00
Juiz: João Rodrigues
Gols: Amauri, Maurinho, Vasconcelos, Rubine e Molina
São Paulo: Paulo; Clélio e Ademar; Sarará, Vitor e Riberto; Maurinho (Maneca), Vasconcelos, Rubine (Amauri), Celso (Silva) e Canhoteiro (Nei).
Audax Italiano: Cherino; Torres e Escobar; Iori, Vera e Astorga; Carrasco (Toledo), Molina, Martinez (Espinoza) (Rubens), Telo e Aguila.

CORINTHIANS 3 – 0 AUDAX ITALIANO
Data: 05 de janeiro de 1958
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo/SP
Renda: Cr$ 90.135,00
Juiz: Eduardo Safadi
Gols: Valmir, Luizinho e Joãozinho
Corinthians: Rossi; Homero e Cássio; Oreco (Toninho), Valmir (Goiano) e Roberto; Benny (Bataglia), Luizinho, Índio (Nelson Luques), Paulo (Joãozinho) e Boquita.
Audax Italiano: Cherino; Iori e Logan (Escobar); Vera, Torres e Astorga; Toledo, Molina, Martinez, Telo e Aguila.

Jogos Históricos – Guarani x Paulista

Aproveitando a folga na tabela da Divisão de Acesso, as equipes do Paulista de Jundiaí e Guarani de Campinas disputaram duas partidas amistosas em um intervalo de menos de 24 horas. Aproveitando o fator campo, cada equipe venceu por goleada. Abaixo as fichas técnicas destas partidas:

PAULISTA 4 – 0 GUARANI
Data: 12 de outubro de 1957
Local: Jundiaí – SP
Renda: Cr$ 14.450,00
Juiz: Stefan Walter Glans
Gols: Tito, Castelo, Moacir e Martinelli
Paulista: Sergio; Mindo e Martinelli; Alvair, Pé de Valsa e Bonfiglio; Moacir, Tito, Castelo, Neno e Chico.
Guarani: Nicanor; Joe e Cinzeiro (Jorge); Gonçalo, Batista e Bassu (Antonio Rosa); Ferrari, Ceci, Fausto (César), Benê e Silvio.

GUARANI 6 – 1 PAULISTA
Data: 13 de outubro de 1957
Local: Campinas – SP
Renda: Cr$ 6.960,00
Juiz: Telemaco Pompeu
Gols: Fifi (2), Roberto, Silvio, Friaça, Villalobos e Castelo
Guarani: Nicanor; Gonçalves e Joe (Jorge); Antonio Rosa (Nito), Ferrari e Bassu; Silvio, Friaça, Fifi (César), Villalobos e Roberto.
Paulista: Sergio (Sidnei); Sudan (Jaú) e Martinelli; Alvair, Pé de Valsa e Alcides; Moacir, Tito, Castelo, Lero (Chico) e Chico (Dirceu).

Fonte: Diário Popular, de São Paulo/SP

JOGO HISTÓRICO – PORTUGUESA(SP) X COMBINADO SÃO PAULO/PALMEIRAS(SP)

Na festa de inauguração de seu novo estádio no Canindé, a ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE DESPORTOS realizou uma grande festa, que contou entre os presentes com o Embaixador de Portugal, os presideentes da CBD e da FPF entre outras personalidades. A festa culminou com uma partida amistosa entre a equipe anfitriã e um combinado formados por jogadores do São Paulo e Palmeiras. Abaixo a ficha técnica desta partida:

PORTUGUESA 3 – 2 SÃO PAULO / PALMEIRAS

Data: 11 de novembro de 1956
Local: Estádio do Canindé, em São Paulo-SP
Juiz: Mário Diego Blasi
Gols: Dino aos 3 min, Nelsinho aos 25 min, Dino aos 40 min, Liminha aos 41 min e Djalma Santos aos 73 min.
Portuguesa: Cabeção; Nena e Floriano (Hermínio); Djalma Santos, Julião e Reinaldo (Zinho); Amaral, Ipojucã, Liminha, Edmur e Nelsinho.
Combinado: Nivaldo; Dema e Milton; Sarará, Fiume e Alfredo; Renatinho (Juarez), Zezinho (Fernando), Gino, Dino e Canhoteiro (Graciano).

Fonte: Diário Popular, de São Paulo/SP

EXCURSÃO DO OLARIA EM 1948

Em 1948 a equipe do OLARIA ATLÉTICO CLUBE do Rio de Janeiro realizou uma pequena excursão ao Paraná. Abaixo as fichas técnicas destas partidas:

OLARIA 3-3 ÁGUA VERDE/JUVENTUS
Data: 29 de fevereiro de 1948
Local: Curitiba – PR
Renda: Cr$ 15.000,00
Juiz: Adelino Ribeiro de Jesus
Gols: Esquerdinha (2), Alcino, Juve, asinho e Washington
Olaria: Martinho (Zezinho); Leleco e Lamparina (Amauri); Walter, Cláudio e Ananias; Alcino (Gerson), Maneco, Cidinho, Limoeiro e Esquerdinha.
Água Verde/Juventus: Hélio; Augusto e Elias; Perez, Lalo e Zequinha; Fone, Washington, Asinho, Romeu e Renatinho (Juve).

OLARIA 1-2 CORITIBA
Data: 03 de março de 1948
Local: Curitiba – PR
Renda: Cr$ 47.400,00
Juiz: Adelino Ribeiro de Jesus
Gols: Frizio (2) e Cidinho
Olaria: Zezinho; Leleco e Amauri; Walter, Cláudio e Ananias; Alcino, Maneco, Cidinho, Limoeiro e Esquerdinha.
Coritiba: Nivaldo; Fedato e Renê; Tonico, Sanfort e Cartola; Babi, Marlim, Frizio, Gouveia e Paulinho.

OLARIA 3-1 ATLÉTICO
Data: 07 de março de 1948
Local: Curitiba – PR
Juiz: Adelino Ribeiro de Jesus
Gols: Limoeiro, Maneco, Esquerdinha e Guará
Olaria: Zezinho; Leleco e Amauri; Walter, Cláudio e Ananias; Maneco (Alcino), Cidinho, Limoeiro, Baiano e Esquerdinha.
Atlético: Laio; Nilo e Waldemar; Coquamala, Nino (Belo) e Joaquim; Viana, Vilanova, Amarelinho (Guará), Jackson e Cireno.

Fonte: Revista Esporte Ilustrado

Jogo Histórico – Seleção Carioca x Portuguesa (GB)

A Seleção Carioca disputou jogo amistoso no início de 1963 e venceu tranquilamente a Portuguesa carioca. Abaixo a ficha técnica desta partida:

SELEÇÃO CARIOCA 6 – 1 PORTUGUESA(GB)

Data: 16 de janeiro de 1963
Local: General Severiano
Renda: Cr$ 262.250,00
Juiz: Nivaldo Santos
Gols: Gerson (2), Nilo, Correia, Foguete, Nelson e Paulo
Seleção Carioca: Castilho; Jair Marinho Murilo), Zé Carlos, Zózimo (Haroldo) e Altair (Jordan); Carlinhos e Gerson (Henrique); Correia, Dida (Nelson), Foguete e Nilo (Escurinho).
Portuguesa(GB): não disponível

Fonte: Jornal A Tribuna de Santos/SP

Jogo Histórico – Seleção Olímpica do Brasil x Combinado Sorocabano (SP)

Em seus preparativos para os Jogos Pan Americanos de 1963 que foram realizados em São Paulo, a Seleção Olímpica disputou alguns jogos amistosos. Abaixo a ficha técnica de uma destas partidas:

SELEÇÃO OLÍMPICA 2 – 2 COMBINADO SOROCABANO

Data: 10 de abril de 1963
Local: Estádio Rui da Costa Aguiar, em Sorocaba / SP
Renda: Cr$ 352.000,00
Juiz: João Etzel
Gols: Nenê aos 26 min, Anacleto aos 51 min, Picolé aos 65 min e Evaldo aos 83 min
Seleção Olímpica: Hélio (Heitor); Carlos Alberto, Zé Carlos e Adevaldo (Santo); Íris (Luiz Henrique) e Rivadavia (Valdir); Jair, Cardoso, Nenê, Arlindo e Oton (Evaldo).
Combinado Sorocabano: Bezerra; Julião (Valdir II), Odorico e Salvador; Nestor (Rogério) e Valdir I; Afonsinho (Anacleto), Raimundinho, Picolé, Português (Bazaninho) e Esquerdinha.

Fonte: Jornal A Tribuna de Santos/SP