Arquivo da categoria: 07. Gerson Rodrigues

Sobre a Segundona Acreana

Muito se fala sobre a queda de equipes para uma Segunda Divisão do Campeonato Estadual Acreano Profissional. Na última semana até mesmo ouviu-se falar em virada de mesa, o que foi descartada pelo presidente da Federação de Futebol do Acre (FFAC), o advogado e empresário Antônio Aquino.

Se a autoridade máxima do futebol acreano confirmou a realização de uma segunda divisão, confirmou também que só haverá uma divisão de acesso caso existam equipes suficientes. No caso de apenas quatro equipes se inscreverem, haverá apenas uma equipe rebaixada, porém se houver cinco ou mais equipes inscritas, duas mais deverão ser rebaixadas.

Duas equipes tentaram suas inscrições para participar ainda em 2009 da Primeira Divisão, o Cruzeiro FC (Cruzeiro do Sul) e o Amazônia (Rio Branco), porém acabaram ficando para disputar a Segundona. Na última semana duas outras equipes buscaram a Federação para se inteirar sobre os documentos necessários para participar, o Flamenguinho (Bujari) e Bangu (Senador Guiomard).

Flamenguinho deu entrada em parte da documentação na Federação.
Articulações políticas dão conta de que uma equipe de Sena Madureira e outra de Epitaciolândia pretendem entrar no futebol profissional, porém a Federação disse não ter sido contatado por ninguém destes dois municípios oficialmente.

Uma quinta equipe chegou a ser cogitada para participar da Segundona, o Acre FC, no entanto seu presidente, João Salomão, descartou a participação. “Nossa entrada no futebol dependia de um projeto da abertura da licitação do Arena da Floresta e uma parceria com o Atlético (PR), mas agora ficou sem previsão”, disse Salomão. “Porém não estamos afastados totalmente do futebol, só não iremos participar este ano da Segunda”.

Antônio Aquino lembrou as equipes interessadas em se fi-liar na Federação que existem, além das documentações exigidas, três taxas a serem pagas. A de filiação da Confederação Brasileira de Futebol (que era de R$ 6.000 e agora passou a ser de R$ 10.000), a de filiação na Federação Acreana (R$ 10.000) e uma que é anual para cada clube (R$ 1.200).

O Amazônia FC confirmou que independente de quais forem as taxas, irá participar da Segunda Divisão em 2009. “Muitas equipes buscam se filiar na Segunda, mas quando ficam sabendo das documentações e os empecilhos acabam desistindo”, explicou Marcelo Ribeiro, o “Bujica”, vice-presidente do Amazônia. “A criação da Segunda foi uma motivação para o futebol acreano e independente de quais taxas seja, iremos participar, mas caso não tenha a Segunda vamos pleitear a entrada em 2010 para a 1ª Divisão”, disse.

O que se sabe ao certo é que não existe a certeza da realização da Segunda Divisão caso não se tenha o número mínimo de equipes para sua realização, ou seja, quatro equipes mais uma para cair (Plácido de Castro), ou ainda, cinco ou mais equipes, além de duas a caírem (Plácido e Independência). Outro fator a ser avaliado é que não existe nenhuma promessa do Governo do Estado para apoiar esta recém-criada divisão de acesso, o que deixaria a cargo de cada equipe os gastos com material, salá-rios e transportes, além da arbitragem. O que ficaria a cargo das equipes e o que ficaria a cargo da Federação é um fator a ser negociado entre as duas partes em reunião a ser realizada após a confirmação da divisão.

Fonte: Ramiro Marcelo, Jornal A Gazeta do Acre

Chicana e suas pernas tortas

“Ele para, ginga o corpo, deixa dois adversários para trás, invade a área velozmente e chuta forte de pé direito: mais um gol dos muitos que tem feito para o Internacional, atual líder invicto do Campeonato Acreano.

Chicana – Francisco de Assis dos Santos, 22 anos – é o Garrincha acreano.

Tem a mesma atrofia da perna direita, joga na mesma posição e saber driblar com perfeição. Com aquelas pernas tortas e tudo. Ele não liga para as pancadas e vai faturando seus gols. Até se transformar na vedete da torcida. O caso é que, além de ser parecido, o rapaz é craque mesmo, coisa rara aparecer pelas bandas do Acre.”

Autor : José Chalub Leite, Revista Placar, 1973

[img:chicana.JPG,full,alinhar_esq]

Os 85 anos da maior contribuição do Vasco para o Brasil

A maioria dos torcedores do futebol brasileiro costuma comemorar apenas os títulos conquistados dentro de campo. Mas há muito na história de cada agremiação que se confunde com a história do país. Ainda engatinhamos na administração esportiva. Falta muito. E os clubes devem saber que são responsáveis por quebrar barreiras e fazer dessa manifestação cultural algo do tamanho da paixão dos fãs.

Um exemplo da importância dos clubes ocorreu há 85 anos, no dia 7 de abril de 1924. Na ocasião, o Vasco bateu o pé e recusou a proposta da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos para disputar o Campeonato Carioca principal com a condição de eliminar de seus quadros 12 atletas negros, mulatos ou nordestinos, quase todos pobres, considerados pela AMEA jogadores “de profissão duvidosa”. O pesquisador Alexandre Mesquita elaborou detalhado texto publicado no site http://www.netvasco.com.br/news/noticias15/64032.shtml Netvasco que eu faço questão de reproduzir aqui. É a maior contribuição do Vasco não só para o futebol, mas para a história do Brasil. Afinal, ajudou a acabar com o preconceito no esporte e em boa parte da sociedade.

[img:vasco.jpg,full,alinhar_esq]

1923 – Negros e mulatos – Em pé: Nicolino, Lingote, Nélson, Leitão, Artur e
Bolão – Agachados: Paschoal, Tortelloni, Arlindo, Ceci e Negrito / Site
oficial do Vasco

“Há 85 anos, no dia 7 de abril de 1924, o Club de Regatas Vasco da Gama produziu um dos documentos mais importantes da história do esporte mundial, que ficou conhecido como ‘A Resposta Histórica’. O documento, redigido em poucos parágrafos, comunicava à AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Atléticos), liga recém-fundada pelos cinco clubes mais influentes do Rio de Janeiro na época (América, Bangu, Botafogo, Flamengo e Fluminense), que o Vasco preferia não fazer parte da nova entidade a ter que se submeter à
exigência de eliminar de seus quadros 12 atletas negros, mulatos ou nordestinos, quase todos pobres, considerados pela AMEA jogadores “de profissão duvidosa”.

Desta forma, o Vasco manteve-se na liga pela qual havia conquistado o Campeonato Carioca de 1923 atuando contra todos os “grandes” (LMDT – Liga Metropolitana de Desportos Terrestres), agora esvaziada, e disputou o campeonato de 1924 contra equipes de menor expressão, sagrando-se campeão com 16 vitórias em 16 jogos.

[img:vasco2.jpg,full,alinhar_esq]

Uma reprodução da “Resposta Histórica”, este verdadeiro marco da luta do Club de Regatas Vasco da Gama contra a discriminação social e racial no esporte brasileiro, pode ser vista nos dias de hoje na Sala de Troféus da sede de São Januário, com o seguinte lembrete: “Sem o Vasco, o futebol brasileiro não teria conhecido Pelé”.

A ‘Resposta Histórica’ / Foto: Alexandre Mesquita

A RESPOSTA HISTÓRICA

“Rio de Janeiro, 7 de Abril de 1924.
Ofício nr. 261
Exmo. Sr. Dr. Arnaldo Guinle
M.D. Presidente da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos

As resoluções divulgadas hoje pela imprensa, tomadas em reunião de ontem
pelos altos poderes da Associação a que V.Exa tão dignamente preside,
colocam o Club de Regatas Vasco da Gama numa tal situação de inferioridade,
que absolutamente não pode ser justificada nem pela deficiência do nosso
campo, nem pela simplicidade da nossa sede, nem pela condição modesta de
grande número dos nossos associados.

Os privilégios concedidos aos cinco clubes fundadores da AMEA e a forma por
que será exercido o direito de discussão e voto, e feitas as futuras
classificações, obrigam-nos a lavrar o nosso protesto contra as citadas
resoluções.

Quanto à condição de eliminarmos doze (12) dos nossos jogadores das nossas
equipes, resolve por unanimidade a diretoria do Club de Regatas Vasco da
Gama não a dever aceitar, por não se conformar com o processo por que foi
feita a investigação das posições sociais desses nossos consócios,
investigações levadas a um tribunal onde não tiveram nem representação nem
defesa.

Estamos certos que V.Exa. será o primeiro a reconhecer que seria um ato
pouco digno da nossa parte sacrificar ao desejo de filiar-se à AMEA alguns
dos que lutaram para que tivéssemos entre outras vitórias a do campeonato de
futebol da cidade do Rio de Janeiro de 1923.

São esses doze jogadores jovens, quase todos brasileiros, no começo de sua
carreira e o ato público que os pode macular nunca será praticado com a
solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o pavilhão que
eles, com tanta galhardia, cobriram de glórias.

Nestes termos, sentimos ter que comunicar a V.Exa. que desistimos de fazer
parte da AMEA. Queira V.Exa. aceitar os protestos de consideração e estima
de quem tem a honra de se subscrever, de V.Exa. At. Vnr. Obrigado

(a) Dr. José Augusto Prestes
Presidente”

Mascote da Cabofriense/RJ igual ao escudo do Tubarão/TO

Que coincidência!! O mascote da Cabofriense (que na verdade é um Marlim ou Peixe-espada) é o mesmo que está no escudo do Tubarão de Tocantins. O engraçado é que o desenho não é de um tubarão (não há barbatanas).

[img:Tubar__o_TOBR_1_.jpg,full,vazio][img:cabofriense.jpg,thumb,vazio]

Em tempo: A Ferj decidiu nesta segunda por 2 jogos extras entre a Cabofriense e o Volta Redonda para saber quem desce para a segundona junto com o Mesquita.