Arquivo do Autor: Ruy Trida

Copa do Triângulo 1957

Em 1957, foi realizada a COPA DO TRIÂNGULO. Após as polêmicas que marcaram as cinco edições do CAMPEONATO DO TRIÂNGULO, realizadas entre 1951 e 1955, as três ligas esportivas, de Araguari, Uberlândia e Uberaba resolveram realizar em conjunto mais uma edição do torneio regional.

PARTICIPANTES:

001 ARAGUARI ATLÉTICO CLUBE ARAGUARI – MG

002 FLUMINENSE FUTEBOL CLUBE ARAGUARI – MG

003 INDEPENDENTE ATLÉTICO CLUBE UBERABA – MG

004 NACIONAL FUTEBOL CLUBE UBERABA – MG

005 OPERÁRIO ESPORTE CLUBE ARAGUARI – MG

006 UBERABA SPORT CLUB UBERABA – MG

007 UBERLÂNDIA ESPORTE CLUBE UBERLÂNDIA – MG

 

RESULTADOS:

04/08/57 Operário 2×4 Uberaba

04/08/57 Independente 3×1 Araguari

08/08/57 Uberlândia 1×2 Fluminense

11/08/57 Fluminense 1×2 Nacional

18/08/57 Araguari 4×0 Uberlândia

18/08/57 Nacional 6×1 Operário

25/08/57 Independente 1×2 Uberaba

25/08/57 Operário 2×1 Araguari

01/09/57 Uberaba 4×0 Nacional

01/09/57 Araguari 1×0 Fluminense

08/09/57 Nacional 1×1 Independente

08/09/57 Operário 1×2 Fluminense

15/09/57 Araguari 1×0 Nacional

22/09/57 Uberaba 3×1 Araguari

22/09/57 Fluminense 1×0 Independente*

29/09/57 Nacional 2×1 Uberlândia

29/09/57 Operário 1×2 Independente

03/10/57 Uberlândia 2×0 Operário

06/10/57 Uberaba 0x0 Fluminense

06/10/57 Uberlândia 2×1 Independente

10/10/57 Uberlândia 1×3 Uberaba

27/10/57 Fluminense 3×2 Uberlândia

31/10/57 Uberaba 6×0 Operário

03/11/57 Uberaba 1×0 Uberlândia

03/11/57 Operário 2×1 Nacional

10/11/57

17/11/57 Uberlândia 1×3 Araguari

24/11/57

01/12/57 Araguari 0x0 Operário

08/12/57

15/12/57 Araguari 2×2 Uberaba

22/12/57 Nacional 0x3 Uberaba

22/12/57 Araguari x Fluminense

29/12/57 Fluminense 3×2 Uberaba

29/12/57 Nacional x Araguari

xx/01/58 Nacional x Fluminense

* O Fluminense se retirou de campo antes de uma cobrança de pênalti mas teve a vitória confirmada pelo JDD da LAF. O recurso do Independente não foi aceito, o que ocasionou a retirada do clube ao final do primeiro turno, juntamente com a Liga Uberabense, que ao lado das entidades de Araguari e Uberlândia, patrocinava a competição.

Com esses resultados, o Uberaba Sport Club sagrou-se campeão da Copa do Triângulo 1957.

“Red and White”, primeiro campeão do Triângulo Mineiro.

Em 1922 foi disputado o primeiro campeonato de futebol no Triângulo Mineiro. Após alguns anos de intensa movimentação, vários clubes das principais cidades da região, Uberaba, Uberlândia, Araguari e Sacramento, liderados pelo Uberaba Sport, fundaram a primeira versão da Liga de Sports do Triângulo (várias vezes ressuscitada posteriormente) e esta organizou o torneio, que contou apenas com clubes de Uberaba e Araguari.

Curiosamente, o clube que mais se empenhou para a concretização da Liga, o Uberaba, abandonou o torneio e a Liga, ao final do primeiro turno, inconformado com a decisão do Conselho Divisional, que decretou a perda dos pontos da partida ganha pelo Uberaba contra a Associação Athlética do Triângulo, o famoso RED, naquele que até hoje é considerado, o “Jogo do Século” em Uberaba, pela escalação irregular do atleta Hildebrando de Moraes. Sem o principal rival, o caminho ficou livre para o “RED”, que conquistou seu primeiro título.

Essa história é apenas um dos vários capítulos da breve, mas intensa rivalidade entre o Uberaba e seu principal filho, o RED, que nasceu RED and WHITE, em homenagem ao clube que o hospedava, o Uberaba, e como que renegando todos os laços com seus antigos companheiros, adotou um novo nome, Associação Athlética do Triângulo, e novas cores, preto e branco.

Até hoje, cultiva-se em Uberaba, a lenda de que o “Jogo do Século” foi combinado para marcar o fim das atividades de quem fosse derrotado. Isso não é verdade. O RED ganhou os pontos da partida e ainda disputou outros jogos, no segundo turno, até chegar ao título. Depois ainda fez amistosos dentro e fora de Uberaba no ano de 1922 e também em 1923, mas foi extinto pouco tempo depois, em meados de 1923, o que pode ter alimentado a lenda. O RED morreu sem nunca ter vencido, em campo e com seus primeiros quadros, ao Uberaba Sport Club.

A seguir todos os resultados disponíveis nos jornais da época.

Campeonato do Triângulo 1922
Participantes:
Operário Football Club – Araguari-MG
Americano Futebol Clube – Araguari-MG
Associação Athlética do Triangulo – Uberaba-MG
13 de Maio Futebol Clube – Uberaba-MG
Uberaba Sport Club – Uberaba-MG

TABELA DE JOGOS:
09/04/1922
Operário 2×0 Uberaba
23/04/1922
Americano 5×1 13 de Maio
07/05/1922
13 de Maio 1×4 Triângulo
21/05/1922
Americano 1×0 Operário
04/06/1922
Uberaba 6×0 13 de Maio
18/06/1922
Triangulo 2×0 Americano
02/07/1922
13 de Maio x Operário (O 13 de Maio, sem jogadores para realizar a partida, entregou os pontos ao Operário).
16/07/1922
Uberaba 0x1 Americano*
*Jogo suspenso ao final do 1o tempo, quando o Americano vencia por 1×0, gol de Salim. O Uberaba, posteriormente, entregou os pontos da partida, que deveria ser retomada no dia 20/08/1922.
23/07/1922
Operário 1×3 Triângulo
13/08/1922
Triângulo 1×2 Uberaba*
* O Conselho Divisional da Liga de Sports do Triângulo não aceitou o boletim oficial, confeccionado pelo representante designado para a partida, pelo fato do jogador Hildebrando de Moraes não residir no Triângulo Mineiro. A Associação foi declarada vencedora do encontro, o que motivou o pedido de desligamento da LST por parte do Uberaba.
03/09/1922
Triângulo WOx Operário
17/09/1922
Operário 1×0 Americano
24/09/1922
Triângulo 6×0 13 de Maio
08/10/1922
Americano 1×1 Triângulo

Operário x 13 Maio e 13 de Maio x Americano, sem resultados conhecidos.

Fontes:
– Jornal Lavoura e Comércio, de Uberaba – MG, várias edições do ano de 1922.
– Jornal Iris de Araguari – MG, várias edições do ano de 1922.

A excursão do Sud America ao Brasil em 1931

A Institución Atlética Sud América é um clube do futebol uruguaio com sede na capital, Montevidéu. Fundado em 15/02/1914 destaca-se sobretudo pelos títulos conquistados na segunda divisão uruguaia (seis no total).

Em 1931, convidado pelo Vasco da Gama, o Sud America fez uma longa e cansativa excursão ao Brasil. O clube veio ao nosso país reforçado por jogadores de outros clubes de Montevidéu, como o Wanderers, o Olympia Club e os poderosos Peñarol e Nacional.  Naquela época, até mesmo um clube sem expressão como o Sud America despertava grande interesse popular em nosso país, dada a supremacia do futebol uruguaio no mundo. O clube sequer disputava a primeira divisão uruguaia mas, em terras tupiniquins, enfrentou alguns grandes clubes da época, como o Vasco da Gama e o Santos.

Curiosamente a equipe excursionou ao país ao mesmo tempo em que o Bella Vista, esse sim um poderoso representante do futebol uruguaio que, voltando de uma excursão à Europa, e contando com elementos campeões olímpicos e mundiais, enfrentava boas equipes no Rio e em São Paulo.

Confira baixo os integrantes da delegação uruguaia:

Dirigentes:

  • Presidente – Leoncio Lucas
  • Tesoureiro – Alfredo Parada
  • Secretário – Antônio Gamberoni
  • Treinador – Manoel Cardenez

Jogadores:

  • Luiz Sposito – Goleiro (Olympia)
  • Pedro Casella – Goleiro (Sud America)
  • Julio Oddo – Zagueiro (Sud America)
  • Rodolpho Areco – Zagueiro (Central)
  • Luis Minoli – Zagueiro (Sud America)
  • Guido Laino – Zagueiro (Peñarol)
  • Juan C. Corazzo – Meio Campista (Sud America)
  • Oscar Delbono – Meio Campista (Wanderers)
  • Francisco Lema – Meio Campista (Sud America)
  • Norberto Rodriguez – Meio Campista
  • Guillermo Campos – Meio Campista (Sud America)
  • José Pedreira – Meio Campista (Sud America)
  • Felipe Longo – Atacante (Sud America)
  • Domingo Sevilla – Atacante (Sud America)
  • Francisco Aripe – Atacante (Nacional)
  • Clotardo Dendi – Atacante (Wanderers)
  • Mario Portugal – Atacante (Sud America)
  • Consuelo Piriz – Atacante (Nacional)
  • Luis Matta – Atacante
  • Luis Scarpinacchi – Atacante (Sud America)*
  • Arturo De León – Atacante (Sud America)
  • Eduardo Iturvide – Atacante (Wanderers)

* Scarpinacchi era também o jornalista responsável por enviar as notícias da excursão ao Uruguai.

Em sua primeira partida os uruguaios enfrentaram um combinado carioca que, sem nenhum treino, ainda se viu desfalcado de importantes jogadores do Vasco, Fluminense e Botafogo. Os brasileiros foram presas fáceis, mas a imprensa carioca não se deixou iludir, classificando o time uruguaio como apenas “regular’. Os confrontos seguintes confirmaram as análises iniciais. Com atuações irregulares, o time uruguaio mais perdeu que ganhou mas fez história: foi com ele que alguns de nossos principais clubes fizeram seu primeiro confronto internacional.

Contra o Bahia, ainda um jovem clube de Salvador, o Sudamerica aplicou sua maior goleada, que foi presenciada por inúmeras autoridades presentes ao Campo da Graça, como o Príncipe de Gales, herdeiro da Coroa Britânica, o Príncipe Jorge e o interventor Arthur Neiva.

Em sua longa estadia por Salvador o clube uruguaio enfrentou o Botafogo e o Ypiranga, tradicionais clubes daquela época. Este último jogo, por sinal, não terminou. Após a agressão do uruguaio Laino ao baiano Lago, ocorreu uma confusão generalizada que só terminou com intervenção policial.

Equipe uruguaia do Sud America em sua primeira partida no Brasil. (Foto: Jornal do Brasil de 17/03/1931)

 

Relação de jogos (Não há confirmação de que tenham sido somente estas partidas):

15/03/1931

Combinado Carioca 0x3 Sudamerica

Local: Estádio São Januário, Rio de Janeiro – RJ

Árbitro: Virgílio Fredrighi (América)

Combinado Carioca: Balthazar, Domingos e Zé Luiz (Telê); Hermógenes, Santa Anna e Ernesto; Vicente, Ladialao, Médio, Bahianinho (Carvalho Leite) e Cid.

Sudamerica: Sposito, Areco e Laino; Del Bono (Campos), Lema e Pedreira; Sevilla, Arispe (Portugal), Dendi, Matta e Iturbide. Técnico: Manoel Cardenez.

Gols: Lema (4’ do 1º tempo), Dendi (10’ do 2º tempo), Portugal (34’ do 2º tempo)

22/03/1931

Combinado Carioca 3×2 Sudamerica

Local: Estádio São Januário, Rio de Janeiro – RJ

Árbitro: Rubem Portocarrero (São Cristóvão)

Combinado Carioca: Velloso, Domingos e Itália; Hermogenes, Fausto e Molla; Ariza, Paulinho, Carlos, Nilo e Celso.

Sudamerica: Sposito, Areco e Laino; Del Bono, Rodriguez e Pedreira; Sevilla, Arispe, Dendi, Matta e De Léon. Técnico: Manoel Cardenez.

Gols: Nilo (23′ do 1º tempo), Carlos Leite (37′ do 1º tempo), Carlos (43′ do 2º tempo), Dendy (33′ do 1º tempo), Sevilla (25′ do 2º tempo).

24/03/1931

Vasco da Gama 4×2 Sudamerica

Local: Estádio São Januário, Rio de Janeiro – RJ

Árbitro: Jorge Marinho (Fluminense) (Substituído ao final do 2o tempo por Carlos Scapinachis (Jogador e jornalista uruguaio)

Vasco da Gama: Jaguaré, Brilhante e Itália; Tinoco, Fausto e Molla (Nevi); Bahianinho, Paes, Waldemar, Mattos e Sant’Anna.

Sudamerica: Sposito, Oddo e Laino; Del Bono (Campos), Corazzo e Rodriguez; Sevilla, Arispe (Portugal), Dendi, Matta e Delcono. Técnico: Manoel Cardenez.

Gols: Mattos (25’ do 1º tempo e 43’ do 2º tempo), Paes (26’ e 35’ do 1º tempo); Matta (2º tempo) e Sevilla (26’ do 2º tempo).

27/03/1931

Combinado Mineiro 1×1 Sud América

Local: Belo Horizonte – MG

29/03/1931

Atlético Mineiro 3×2 Sudamerica

Local: Estádio de Lourdes, Belo Horizonte – MG

Árbitro: Américo Pastor

Atlético: Armando, Maurílio e Nariz; Cordeiro, Brant e Mário Gomes; Naná, Jacyr (Said), Orlando Vaz, Chaffir (Cunha) e Murinha. Técnico: Marinetti

Sudamerica: Sposito, Arecco e Laino; Delbuono (Pedreira), Corazzo (Senna) e Rodriguez; Sevilla (Longo), Portugal, Dendi (Scarpinacchi), Matta e De Léon. Técnico: Manoel Cardenez.

Gols: Nana (2) e Orlando Vaz (Atlético); Portugal e Longo (Sudamerica)

31/03/1931

Santos 5×0 Sudamerica

Local: Vila Belmiro, Santos – SP

Árbitro: Sr. Wenceslau (ASEA)

Santos: Athiê, Pinheiro e Sylvio; Oswaldo, Floriano e Alfredo; Victor, Camarão, Mário Seixas, Feitiço e Evangelista.

Sudamerica: Casella, Areco e Guido; Del Bono, Lema e Pedreira; Longo, Sevilla, Scarpinacchi, Portugal e De Léon. Técnico: Manoel Cardenez.

Gols: Feitiço (3’ e 10’ do 1º tempo), Mário Seixas (20’ do 1º tempo e 3’ do 2º tempo) e Victor (2º  tempo).

09/04/1931

Botafogo BA 1×1 Sud America

Árbitro: Joel

Botafogo: Ulm, Alfredo e Belfiore; Maladu, Oscar e Leoncio; Jurico, Gamba, Paulo, Manteiga e Tango.

Sud America: Sposito, Areco e Laino; Del Bono, Corazzo e Rodriguez; Sevilla, Longo, Iturvide, Dendi e Matta. Técnico: Manoel Cardenez.

Gols: ? SA (5’ do 1º tempo); ? Bot (35’ do 1º tempo)

15/04/1931

Bahia 1×5 Sudamerica

Local: Campo da Graça

Bahia: Teixeira Gomes; Leônidas e Peltier; Milton, Canoa e Gia; Bayma, Guarany, Paulo Santos, Gambarrota e Sandoval.

Sud America: Sposito, Areco e Laino; Del Bono, Corazzo e Rodriguez; Sevilla, Longo, Ituvirde, Dendi e Matta. Técnico: Manoel Cardenez.

Gols: Guarany (Bahia)

17/04/1931

Royal 0x1 Sud America

Local: Salvador – BA

19/04/1931

Combinado Baiano 2×0 Sud America

Local: Salvador – BA

22/04/1931

Ypiranga 2×2 Sud America

Local: Salvador – BA

Nota: O jogo não terminou pois o jogador baiano Aloysio Lago foi agredido pelo uruguaio Laino, ao que se seguiu enorme confusão que teve que contar com a intervenção policial. Foi a última partida dos uruguaios em solo baiano.

25/04/1931

Ypiranga (Niterói) 3×5 Sud America

Local: Niterói – RJ

??/??/1931

Combinado do Espírito Santo 1 x 3 Sud America

Local: Vitória – ES

 Fontes:

  • Jornal do Brasil: Várias edições de março e abril de 1931
  • Acervo Folha: Folha da Manhã e Folha da Noite – Várias edições de março e abril de 1931.
  • História do Futebol no Brasil – Thomaz Mazzoni
  • Blog 1 Time por dia: umtimepordia.blogspot.com (Dados sobre a partida contra o Ypiranga de Niterói)

Craques do passado: Junqueira

Durval Junqueira Machado, mais conhecido como Junqueira, foi um atacante do Flamengo que brilhou na década de 20. Nascido em 12 de junho de 1900 na cidade de Uberaba (MG), fazia parte do grupo de jovens que, em 1917, fundou o Uberaba Sport Club, equipe pela qual jogou por quase dois anos. Em 30 de março de 1919 fez seu ultimo jogo pelo Uberaba, marcando três gols na goleada de 5×0 sobre o arquirival de então, o Red and White Association.

Transferiu-se para o Flamengo, onde formou uma grande dupla com o artilheiro grandalhão Nonô. Fez o seu 1° jogo no dia 13/07/1919 (Flamengo 2 x 1 América-RJ). Pela equipe carioca disputou, no total, 103 partidas e anotou 82 gols, em sete temporadas. Ainda em 1920 foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira. Pelo Brasil atuou em quarto partidas mas não marcou gols. Participou do Campeonato Sul Americano de 1920 e 1922, sagrando-se campeão em 1922. Em 1925, emprestado pelo Flamengo, participou da vitoriosa excursão do Paulistano à Europa, quando os multicampeões paulistas foram aclamados como “Os reis do futebol”.

Formado em Medicina, na década de 30 radicou-se em Orlândia, pequena cidade do interior paulista, próxima a Ribeirão Preto, onde mantinha consultório em sua residência, na Rua 6. Casou-se com a Sra. Antonieta Carvalho Junqueira Machado.

 

Títulos pelo Flamengo:

  • 1919 – Campeão do Torneio Triangular do Rio de Janeiro (Troféu América Fabril).
  • 1920 – Campeão Carioca, Campeão do Torneio Início e da Taça Sport Club Mackenzie.
  • 1921 – Campeão Carioca e da Taça Ypiranga.
  • 1922 – Campeão do Torneio Início e do Torneio América Fabril.
  • 1923 – Campeão do Torneio América Fabril, Troféu Carioca Football Club e do Troféu Petropolitano.
  • 1925 – Campeão Carioca,  Troféu Torre Sport Club, Troféu Agência Hudson, Troféu Jornal do Commércio de Pernambuco e do Troféu Sérgio de Loreto.

 

Fontes:

1982: Uberaba conquista o título de campeão do interior após bela vitória sobre o América

Uberaba e América Mineiro  já protagonizaram confrontos memoráveis, em uma história que começou na década de 20. Mas nenhum jogo se compara em emoção, dramaticidade e importância para o Uberaba quanto o disputado pela última rodada do Campeonato Mineiro de 1982. O Uberaba precisava vencer o América, do cabeludo Paulinho Kiss, para garantir o terceiro lugar e classificar-se para o Campeonato Brasileiro. Após abrir 2×0 o Uberaba se acomodou, permitindo o empate do América. A torcida, que durante a maior parte do jogo, tranquila, pedia mais gols, se voltou contra o time, que deixou o América dominar todo o segundo tempo. Nas arquibancadas, o apoio dava lugar às vaias e vários torcedores deixaram o estádio antes do final da partida.
Esse resultado era uma tragédia para o Colorado, que cairia para o quinto lugar, sem a vaga no Brasileirão, que seria do Uberlândia, e sem nenhuma competição para disputar no primeiro semestre de 1983. E o América continuava a pressionar, tentando a virada, que lhe valeria o vice-campeonato e a sonhada vaga direta na Taça de Ouro. Emoção garantida até o final.

Mas no final do jogo, aos 41 minutos do segundo tempo, Walter Lobão, o folclórico zagueiro do Uberaba, sobe ao ataque e, na entrada da grande área, pega um rebote da defesa do América e chuta. A bola bate no defensor americano Luiz Carlos Hippie e sobe caprichosamente, encobrindo o goleiro Wellington. Loucura total no Uberabão. Depois do gol não houve mais jogo, pois os jogadores do Uberaba chutavam todas as bolas para fora, esperando pelo apito final.

Como sempre ocorreu em Minas Gerais a definição da classificação final foi uma verdadeira novela. O regulamento só previa critérios de desempate para a definição do campeão. Uberaba, América e Uberlândia terminaram o Hexagonal Final com os mesmos 16 pontos. O Uberaba pleiteava que as colocações abaixo do primeiro lugar utilizassem os mesmos critérios de desempate que uma eventual definição do campeão, enquanto o Uberlândia defendia o computo dos pontos obtidos na primeira fase, a Taça Minas Gerais, onde teve um desempenho irretocável.

Ocorre que o próprio regulamento já dizia, em um de seus artigos, que os pontos obtidos na Taça Minas Gerais não valeriam para a classificação final. Após muitas especulações, que obrigaram o então advogado uberabense José Raimundo Jardim Alves Pinto, a acionar a CBF, a Federação Mineira enfim confirmou, apenas 10 dias depois, em 15/12/1982, a classificação final do Campeonato Mineiro.

Uberaba Sport Club, 3º lugar, campeão mineiro do interior e classificado para a Taça de Prata.

Ficha Técnica:

USC 3 x 2 América (MG)
Data: 05/12/1982
Motivo: 14ª Rodada do Octogonal do Campeonato Mineiro 1982.
Local: Estádio Engenheiro João Guido, Uberabão
Árbitro: Ângelo Antônio Ferrari
Renda: Cr$ 2.921.000,00
Uberaba: Diron, Celso Sá, Walter Lobão, Alexandre Pimenta (Gilvan) e Aldeir; Joãozinho Maradona, Donizete Cabeça (Zé Roberto) e Toinzinho; Wilton, Binga e Simões. Técnico: Milton Buzetto.
América: Wellington; Cacau, Luíz Carlos Hippie, Dias e Vaner; Cláudio Barbosa, Gaúcho e Lúcio; Adílson, Paulinho Kiss e Luiz Alberto. Técnico: Jair Bala.
Gols: Simões (31’ do 1º T), Binga (6’ do 2º T) e Walter Lobão (41’ do 2º T); Gaúcho (15’ do 2º T), Cláudio Barbosa (30’ do 2º T).

 

Jogo Histórico – Uberaba (MG) x Paulistano (SP)

Em 1922, o Paulistano era um dos maiores clubes de futebol do país, senão o maior. Quando, no final de 1929, a diretoria do clube resolveu acabar com o time, por discordar da era do profissionalismo no futebol, o Paulistano já havia conquistado 11 títulos paulistas, feito superado apenas pelos quatro grandes até hoje. Já o tetracampeonato estadual consecutivo, de 1916 a 1919, jamais foi igualado.E foi esse o esquadrão que se deslocou até Uberaba, em novembro de 1922, para enfrentar o jovem orgulho local, o Uberaba Sport Club. A comitiva foi recebida na fronteira de Minas com São Paulo, por diversas das mais proeminentes figuras da cidade de Uberaba na época.

Na rica, mas provinciana, Uberaba dos anos 20, foi construída uma instalação provisória, especialmente para abrigar a comitiva do famoso quadro paulistano. O Estádio das Mercês, cujo terreno havia sido adquirido apenas dois anos antes (posteriormente se tornaria o tradicional Estádio Boulanger Pucci), foi descrito pelo jornal “Folha da Noite” como confortável e construído com muito carinho.

O Paulistano trouxe todos os seus principais jogadores, que haviam acabado de derrotar um Combinado Argentino, incluindo o grande astro brasileiro da época, o inigualável Arthur Friedenreich. El Tigre, no entanto, não fez uma boa partida. Pelo Paulistano os destaques ficaram por conta de Formiga, Mário e Netinho. No Uberaba o destaque coube aos defensores Tango e Badu (Egídio Mateus Junior).
A edição da Folha da Noite de 03/11/1922 acabou por descrever assim o time do Uberaba:

“Embora vencido o quadro posto em campo pelo Uberaba é um conjunto de respeito; homogêneo e coheso nos seus movimentos; nota-se porém, ciosa que é, comtudo, muito commum, uma certa indecisão nos seus remates finaes, o que quasi sempre resulta mal. No mais, esteve plenamente satisfactoria a sua actuação, principalmente a defensiva”

 

Ficha Técnica:

Uberaba 0x2 Paulistano

Data: 02/11/1922

Local: Estádio das Mercês, Uberaba – MG

Motivo: Amistoso

Uberaba: Badu, Tango

Paulistano: Arnaldo, Clodoaldo e Orlando; Sérgio, Mestros e Abate; Formiga, Mário, Friedenreich, Netinho e Zecchi.

Gols: Formiga (1º Tempo) e Netinho (2º Tempo).

 

Os melhores de 1958 – Seleção da Copa do Mundo

A revista Almanaque D’os Desportos em todo o mundo, informou, em sua edição do segundo semestre de 1959, que 720 especialistas de futebol, que assistiram a Copa do Mundo de 1958, disputada na Suécia, responderam a uma enquete sobre como formariam a equipe mundial do certame. O resultado final foi o seguinte:

– Harry Gregg, GREGG (Irlanda do Norte)
– Orvar Bergmark, BERGMARK (Suécia)
– Hideraldo Luis Bellini, BELLINI (Brasil)
– Nílton Reis dos Santos, NÍLTON SANTOS (Brasil)
– Juri Voinov, VOINOV (URSS)
– Horst Szymaniak, SZYMANIAK (Alemanha Ocidental)
– Manuel dos Santos, GARRINCHA (Brasil)
– Waldir Pereira, DIDI (Brasil)
– Raymond Kopaszewski, KOPA (França)
– Edson Arantes do Nascimento, PELÉ (Brasil)
– Lennart Skoglund, SKOGLUND (Suécia)

Nílton Santos foi o jogador que recebeu o maior número de votos: 619.

Fonte:
– Almanaque D’os Desportos em todo o mundo, Ano IV, Nº15, 2º semestre de 1959.

Uberaba estraga a festa do Uberabinha no dia do batizado do “Juca Ribeiro”

Em 23 de abril de 1938, um amistoso entre o Uberabinha (antigo nome do Uberlândia), que ainda mantinha seu antigo nome, nove anos após a mudança de nome da cidade, e o Uberaba, então o bicho papão da região, marcou a adoção do nome de Juca Ribeiro, aficcionado esportista e colaborador do Uberabinha, para o estádio do clube. A festa no intervalo ficou por conta da inauguração da Drogaria Alexandre e da homenagem a Juca Ribeiro, agora nome do estádio.

Os festejos ocorriam ao som da marcha do Uberaba Sport, mais tarde transformada no hino do clube, tocada nas arquibancadas por uma excelente banda de música. O fato curioso foi a recusa do árbitro, Saccadura, em continuar seu trabalho após o término do 1º tempo. Ele se incomodou com os insultos que vinham das arquibancadas. Após um intervalo que se estendeu por 45 minutos as partes concordaram com um novo nome, Zé Minhoca, que de maneira enérgica levou a partida até seu final, ocorrido antes dos 40 minutos, por falta de luz natural.

No fim, 2×1 para o Uberaba, que levou uma caravana de 150 veículos à cidade vizinha.

Ficha Técnica:
Uberabinha 1×2 Uberaba
Data: 23/04/1938
Local: Estádio Juca Ribeiro
Renda: 13.420$000
Árbitros: José Rodrigues (Saccadura) – 1º tempo, José Sabino Leonardo (Zé Minhoca) – 2º tempo.
Uberabinha: Balthazar, Maurício e Mexicano; Faride, Tião e Gustavo; Jabá, Tintias, Octávio, Wolney e Pinúcio.
Uberaba: Raymundo, Bile e Pepino; Piolin, Jorge e Bié; Juca Pato, Geraldino, Gabardo, Zé Velho e Nery (Quinca).
Técnico: Orlando Ferenzi.
Gols: Jabá (30’ do 1ºT); Gabardo (4’ do 1ºT e 15’ do 2ºT).

Fonte: Jornal O Triângulo Esportivo, edição n°13, de 27/04/1938, com a colaboração do Arquivo Público de Uberaba.