Arquivo do Autor: Antonio Ferreira da Silva Galdino

Sobre Antonio Ferreira da Silva Galdino

HISTORIADOR E AMANTE DO FUTEBOL DO PASSADO SEJA NACIONAL OU INTERNACIONAL.

PIORES REGULAMENTOS DE CAMPEONATOS! VEJA SE VOCÊS ENTENDEM!

Jogos Olímpicos de 1920 – Antuérpia/ Bélgica

Eram 14 seleções. O anfitrião (Bélgica) e, uma equipe por sorteio (Luxemburgo) entraram direto na 2ª fase. O sistema era mata-mata, eliminando a equipe derrotada. Na 1ª fase, houveram seis jogos. Os classificados juntaram-se a Luxemburgo e Bélgica. Na seqüência, quartas-de-finais, semifinais e final. Na decisão, a Bélgica venceu a Tchecoslováquia e conquistou a medalha de ouro.

No entanto, quem perdeu a final não ficou com a medalha de prata! Os eliminados na 2ª fase enfrentavam-se novamente, sendo que o regulamento previa que apenas o campeão dessa etapa entraria na disputa pela medalha de Prata e Bronze. A Espanha venceu, mas como a Tchecoslováquia (que havia sido derrotada na final) não concordou com o regulamento, retirou-se e assim, classificou-se em 6º lugar (Acredite, quem decidiu a medalha de ouro e perdeu, acabou em 6º lugar!). A Itália, que havia perdido para os espanhóis, ganhou a vaga que seria dos tchecos. Na seqüência, Espanha e Itália enfrentariam a Holanda e França. Os espanhóis venceram as duas partidas e (anteriormente eliminados) conquistaram a medalha de prata. Os holandeses (de semifinalistas) terminaram com o bronze. Um torneio totalmente injusto, onde equanto a Bélgica precisou de 3 jogos para ser considerado a melhor seleção, a Espanha precisou de 6 jogos para ficar com a prata.

Campeonato Paulista 1978

Talvez, o mais longo campeonato estadual de todos os tempos. Vinte e duas equipes disputaram o campeonato que começou em Agosto de 1978 e terminou só em Junho de 1979. O campeonato tinha dois turnos, onde todos enfrentavam todos, invertendo o mando de campo na mudança de turno. Ao final de cada turno, quartas-de-finais, semifinais e final do turno. Os dois melhores de cada turno, mais dois por índice técnico, a equipe com maior número de gols e, acredite, a melhor renda (o beneficiado foi o São Paulo F.C.) classificariam para a 2ª fase do campeonato. Os oito times seriam divididos em 2 grupos, jogando em ida e volta. Os 2 melhores de cada grupo jogariam as semi-finais, e os finalistas (Santos e São Paulo) fariam a decisão. O Santos foi o campeão estadual de 78 em Julho de 79.

Campeonato Catarinense 1983 – McNish deve se lembrar deste!

O campeonato foi dividido em 2 fases. Na 1a. Fase, entitulada “Copa do Governador do Estado”, as 12 equipes foram divididas em 2 grupos com 6 equipes cada. As equipes jogam dentro dos grupos e, os 3 primeiros colocados de cada grupo foram reagrupados em 1 grupo chamado “Grupo dos Vencedores”, enquanto que os demais foram reagrupados no grupo entitulado “Grupo dos Perdedores”. As equipes jogam dentro de cada grupo, onde os 3 primeiros do Grupo dos Vencedores e o Campeão do Grupo dos Perdedores cruzam em semi-finais e finais da Copa, sendo a final uma melhor de 3 jogos. O campeão garantiu a 1ª vaga no Quadrangular Decisivo do campeonato.

A 2ª Fase foi dividida em 2 turnos. O 1º turno da 2ª fase foi entitulado “Copa Mané Garrincha” e o 2º Turno foi entitulado “Taça José Elias Giuliari”. Nos dois turnos, todos enfrentam-se entre si, na fase classificatória, em jogos de ida com inversão do mando de campo no turno seguinte. Os 4 primeiros disputam quartas-de-finais, semi-finais e finais em 2 jogos. O Quadrangular Decisivo foi disputado entre os campeões da Copa Governador do Estado – 1º Turno (Avaí), Taça Mané Garrincha (Figueirense), Taça José Elias Giuliardi (Joinville) e mais o vencedor entre os dois melhores times em índice técnico (no caso, o Criciúma venceu o Chapecoense e classificou-se para o quadrangular). O Quadrangular foi disputado em pontos-corridos, em jogos de ida-e-volta. O Joinville conquistou o título.

Campeonato Pernambucano 1989

Por haver poucas equipes, a Federação Pernambucana de Futebol dividiu o campeonato em 2 turnos, com 2 fases dentro do turno. Os campeões de cada fase decidiam o turno. Ao final, os campeões de cada turno, mais os 2 melhores por índice técnico, disputariam o 3º turno. Caso ao final de 3 turnos, houvesse 3 campeões distintos, os campeões e a equipe com melhor índice técnico fariam o 4º e decisivo turno (veja: time precisa perder para se classificar), onde o campeão deste turno seria proclamado campeão estadual. Mas não chegou a tanto: o Santa Cruz venceu 2 turnos, decidiu o campeonato com o Sport Recife com vantagem de pontos, e terminou como campeão estadual.

Copa João Havellange 2000 – Vamos aproveitar e salvar o Fluminense!

A bagunça começou no final de 99, quando o Gama recorreu e ganhou na Justiça Comum, o direito de disputar a 1ª Divisão de 2000, fato que gerou uma enorme disputa jurídica chegando até a FIFA. Além da batalha jurídica, a CBF, por problemas financeiros, disse não dispor de condições para organizar o torneio e delegou a uma liga independente ( Liga Brasil de Futebol). Como impera o clientelismo, a Liga, composta pelos clubes, não pensou duas vezes e inchou o campeonato da forma mais horrorsa possível. O Brasileirão passou de 22 (1999) para 112 clubes reunindo todos os clubes das 3 divisões. Os clubes foram separados por grupos denominados “módulos”. Os 25 times da 1ª divisão de 99 (incluindo os que deveriam terem sido rebaixados e mais o campeão da segundona, no caso o Goiás) foram agrupados no módulo Azul. Os 36 clubes da 2ª divisão foram agrupados no módulo Amarelo, e os 53 restantes (O Rio Branco do Espírito Santo não disputou o torneio) foram agrupados no módulo Verde-Branco, onde cada módulo tinha um regulamento próprio. No Azul fora disputado em pontos corridos em turno único. No Amarelo dividiu-se em 2 grupos com 18 equipes, classificando os 8 primeiras de cada grupo, disputando na seqüência quartas-de-final, semi-final, final e decisão de 3º lugar do módulo. No Verde-Branco, inicialmente dividiu-se as equipes em módulo verde e demais no branco. Cada módulo dispunha de 4 grupos com 7 equipes classificando-se os 3 primeiros de cada grupo. Na 2ª fase, os classificados foram distruídos, dentro de cada módulo em 3 grupos com 4 equipes classificando-se os campeões de cada grupo, e o melhor 2º colocado em cada módulo. Na seqüência, quartas-de-finais, semi-finais e final do módulo verde-branco.

A fase final fora bem simples. Os 12 primeiros do módulo Azul, os 3 primeiros do Módulo Amarelo, e o Campeão do Módulo Verde-Branco foram compilados e disputavam quartas-de-final, semi-final e final. O final foi desastroso, quando São Caetano x Vasco faziam no jogo decisivo em São Januário, e a superlotação fez com que parte do alambrado cedesse, e diversas pessoas caíssem no campo e ficassem feridas. Pelo regulamento, o título deveria ter sido remetido ao time do ABC paulista, mas o jogo de bastidores fez com que fosse marcado um novo jogo, desta vez no Maracanã, em Janeiro de 2001. Pra piorar, após receber críticas da Rede Globo, o Vasco entrou em campo com o uniforme estampado o logotipo do SBT, emissoa rival. Sem autorização prévia, a emissora de Silvio Santos processou ao clube de São Januário por uso indevido da imagem. Mesmo assim, o Vasco venceu por 3×1 e sagrou-se campeão brasileiro.

Copa do Brasil 2000

Realmente, 2000 foi um ano “brilhante” para nossos cartolas. O ridículo chegou ao ponto de avacalhar até mesmo um campeonato no sistema de mata-mata. A Copa do Brasil, torneio que indica um representante brasileiro na Taça Libertadores, foi o mais exdrúxulo possível. O Sistema de 2000 foi híbrido, disputado por 69 clubes. A 1ª fase foi disputada por 52 clubes, entre campeões estaduais de alguns estados do Norte-Nordeste, Espírito Santo e mais os grandes clubes que não tiveram boa colocação no estadual, que entraram como convidados. A 2ª fase foi disputada por 24 clubes que estrearam neste mometo e mais os 26 classificados da 1ª fase; enfrentrando-se entre si (iniciantes x iniciantes / classificados x classificados). A seqüência foi normal, com oitavas, quartas. Nas oitavas de finais, o Juventude/RS (campeão do ano anterior) e o Corinthians/SP, Atlético/PR, Atlético/MG e Palmeiras/SP foram inceridos. Como nos outros anos, até a 2ª fase, vitória do visitante no 1º jogo por 2 ou mais gols de diferença eliminava o jogo de volta. Como resultado, o Juventude/RS e Confiança/SE tiveram a mesma campanha (0 ponto ganho, 0 vitória, 0 empate, 2 derrotas), mas o time de Caxias do Sul terminou na 16ª posição, enquanto que o time de Aracajú foi o último colocado.

Campeonato Paulista 2003

Vinte e uma equipes (Isso mesmo, 21!!!! ) foram divididas em 3 grupos de 7 equipes cada. Ao final da 1ª fase, os campeões de cada grupo, e mais as duas melhores equipes por índice técnico classificaram para as quartas-de-finais, enquanto que os 12 piores disputariam o “torneio da morte” que definira duas equipes rebaixadas. E uma equipe (no caso, fora o Santos F.C.) ficou no chamado “buraco negro” isto é, nem se classificou, nem foi para o torneio da morte.

Esse regulamento proporcionou cenas como o Juventus, pior time disparado da primeira fase ter escapado do rebaixamento no “torneio da morte”, enquanto que times que brigaram pela vaga foram rebaixados.

Outro fato pitoresco ocorreu com o Santo André, que disputou com o Santos a última vaga para as quartas-de-finais. Na última rodada da fase classificatória, o Santos ficou no “chapéu” por já ter feito todos seus jogos; e aguardava o resultado do jogo entre Santo André (que disputava a vaga por índice técnico) e o São Paulo, já classificado. O empate classificava o ramalhão do ABC. Aliás, quem fosse o classificado entre Santo André e Santos enfrentaria o próprio São Paulo nas quartas-de-finais. Logo, o tricolor praticamente escolheu o seu adversário na próxima fase. Resultado, o São Paulo não jogou tudo que sabia e cedeu o empate em 2×2, eliminando o alvinegro praiano.

Outro fato pitoresco é que cada fase exigiu um regulamento distinto. Nas quartas-de-finais, a classificação ocorreu em jogo único, enquanto que nas semifinais e finais, foram dois jogos. Corinthians e São Paulo fariam a final. Por falhas na redação do regulamento, a federação informou que o São Paulo tinha a vantagem do empate, sendo que após revisão viu-se que o verdadeiro beneficiado seria o Corinthians. Apesar da eminência de recurso jurídico, o Corinthians venceu os dois jogos e terminou campeão estadual, no mais escumbalhado campeonato paulista de todos os tempos.

Campeonato Gaúcho 2004

O campeonato gaúcho tinha 12 equipes. O regulamento em si até que é simples: dois grupos, sendo que os dois melhores dos grupos disputam a final do grupo. O campeão de um grupo joga contra o vice do outro, e ao final, os dois finalistas decidem o campeonato estadual.

Mas os problemas começaram na distribuição das equipes.. O grupo A era formado pelos quatro grandes (Internacional e Grêmio, Juventude e Caxias) e mais quatro equipes. O grupo B era composto por 10 equipes, sendo composto por seis equipes e mais as equipes menores do grupo A. Logo, dentro os menores que estavam no grupo A, uma mesma equipe poderia jogar a final do estadual contra ela mesma. Exemplo: Se o Glória fosse campeão do Grupo A, e do grupo B, ela enfrentaria o tanto o 2º colocado do grupo B, quanto do grupo A. Se vencesse, o Glória de Vacaria, 1º finalista faria a final contra o segundo finalista, que seria o próprio Glória de Vacaria!

O pior de cada grupo era rebaixado (exceto o quatro grandes do grupo A). Logo, outro caso poderia acontecer: o campeão estadual ser rebaixado. Exemplo: O Glória de Vacaria vencesse o grupo A e, relaxando no Grupo B, ficasse em último. Neste caso, ele jogaria as semifinais do campeonato, e vencendo jogaria a final também, podendo ser campeão. Sendo campeão, mas sendo o último do seu grupo, seria ao mesmo tempo o campeão (melhor time) e rebaixado para a segunda divisão.

Fontes: Site Pra quem quer só ver futebol

FONTE NOVA! PALCO DE ALEGRIAS E TRAGÉDIAS DO FUTEBOL BRASILEIRO!

Domingo, 25 de Novembro de 2007, são 17 horas e 52 minutos, o Estádio Otávio Mangabeira (A Fonte Nova) fervilha com mais de 60.000 pessoas que vão ao delírio com o empate de 0 a 0 entre Bahia e Vila Nova/GO pelo octogonal da Serie C, o resultado garante o tricolor da boa terra na segunda divisão após amargar dois anos na terceira divisão do nosso futebol, a festa é grande afinal é o primeiro acesso no campo do Bahia, naquele exato momento num determinado setor do estádio, o chão se rompe e dez (10) pessoas desabam de uma altura de mais de quinze (15) metros, sete delas morrem. É a maior tragédia do futebol brasileiro em todos os tempos, o jogo ainda rolava eram mais ou menos 33 ou 35 minutos do segundo tempo quando se deu ocorrência, eu mesmo somente soube do acidente após o apito final, quando as rádios começaram a noticiar, estava em casa com minha noiva que desejava ir ao jogo pois nunca havia levado ela para um jogo de futebol, o local da tragédia era um dos locais que eu ficava quando ia a Fonte Nova.

Inaugurada em 28 de Janeiro de 1951 com um torneiro que teve o seu primeiro gol marcado por Nelson do Botafogo/BA no jogo contra o Guarany/BA em um empate por 1 a 1 e como o seu primeiro campeão o Bahia deste mesmo torneio quando derrotou na final o Ypiranga por 3 a 2, um grande estádio era o sonho dos governantes baianos desde 1939 quando Landulfo Alves governador lançou a idéia após ver o crescimento pelo gosto do futebol no estado principalmente na cidade de Salvador, já que o Campo da Graça era acanhado e sem muito conforto e as delegações de outros estados reclamavam muitos das acomodações do Estádio da Graça como era conhecido “O Campo da Graça” em 1947 o então governador Otavio Mangabeira finca a primeira estaca do tão sonhado grande estádio para a Salvador e a Bahia. O local escolhido foi nos arredores do Dique do Tororó um dos cartões postais da nossa cidade, pertinho da encosta do Jardim Baiano que subindo da no antigo Campo dos Mártires hoje Campo da Pólvora local onde Zuza Ferreira bateu bola pela primeira vez em 1901 e onde o futebol começou a ser jogado na Bahia.

Batizado como Estádio da Bahia, mais tarde passou a se chamar Otavio Mangabeira em homenagem ao governante que construiu a praça esportiva, no inicio era apenas um cercado com um lance de arquibancada para 20.000 pessoas, ao longo dos anos de 1951, 1952 e 1953 se deu terminada as obras e com uma forma de “ferradura”estava pronto um grande Estádio para uma grande cidade que na época tinha uma população de quase 450.000 habitantes, carinhosamente chamada de Fonte Nova pelos torcedores e radialistas da época por também ficar perto da Ladeira da Fonte das Pedras, local onde lavadeiras lavavam para ganhos e os pedestres paravam para se refrescar com um gole da água que brotava da antiga fonte. Logo os jogos passaram a ter mais entusiasmos pois com uma capacidade para 40.000 embora nem sempre esteve lotado mais o publico aumentava a medida que mais times de fora passaram a vir com mais freqüências para Salvador inclusive times do Sul como o Internacional/RS, Grêmio, Coritiba.

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Por aqui desde a sua inauguração muitos fatos marcantes se deram aqui na velha Fonte, craques como Pelé, Garrincha, Quarentinha, Pepe, Almir Pernambuquinho, Dida, Evaristo de Macedo, craques locais como Marito, Mario do Bahia, Antonio Mario e Pequeno do Ypiranga, Zague do Botafogo, Salvador do Vitória na primeira década da sua inauguração e o inicio de muitas alegrias e tristezas do nosso futebol. O publico baiano delirou em 1957 quando o Bahia goleou o Rosário Central da Argentina por 3 a 0 e o Benfica de Portugal por 4 a 1, o Bahia nesta partida atuou com um time jovem que tinha Biriba e Rui em noite inspirada no chamado time “Juventude Transviada”, em 1959 o delirio maior do então maior publico presente em um jogo de futebol no estado quando o Bahia derrota o Vasco por 1 a 0 e se classifica para a final da primeira Taça Brasil com mais de 40.000 pagantes.

A primeira grande decepção foi quando Pelé no mesmo ano de 1959 adiou o sonho de ser campeão da Taça Brasil quando o Rei marcou os dois gols da vitória santista e levou a final para uma terceira partida. Fonte Nova foi nela que a rivalidade entre Bahia e Vitória cresceu quando o Vitória ganhou o campeonato baiano de 1953, 1955 e 1957, lá o Bahia se sagrou o primeiro tetra campeão baiano e o primeiro penta, depois hexa e hepta na década de 70. Na velha Fonte na década de 60 se assistiu cinco times diferentes dar a volta olímpica nos campeonatos baianos: Bahia, Fluminense de Feira, Leônico, Galicia e Vitória, nela pela primeira vez tivemos um jogo de Taça Libertadores no Brasil quando o Bahia enfrentou e derrotou o San Lorenzo por 3 a 2, o Rei Pelé quase marcou o milésimo gol no seu gol do dique do Tororó.

Durante os anos de 1969 e 1970 o estádio passou por uma reforma para ampliação com a construção do anel superior e aumentando a sua capacidade para mais de 90.000 pessoas, em 04.03.1971, com ampliação de mais um anel, aumentando a capacidade de torcedores – cujos dados (oficiais) de vítimas é de 2 mortos e 2086 feridos. Em uma época em que os impactos da tragédia teriam que ser minimizados, pois estava em jogo a propaganda oficial do Regime Militar (contando com os elementos do futebol como instrumento de manipulação social), a imagem administrativa do governo de Luís Viana Filho (pois esta obra serviria como cartão postal em consultas futuras sobre sua gestão), além dos próprios anseios da imprensa em aproveitar a estrutura colossal do estádio (o 4º maior do país na época) para tentar alavancar o futebol baiano. Neste dia um publico de 94.932 pessoas estavam presentes para ver Bahia e Flamengo e Vitória e Grêmio.

Em 1971 Zico faz seu primeiro gol como profissional do Flamengo no empate contra o Bahia em 1 a 1, neste período da década de 70 desfilaram por aqui Zico, Rivelino, Edu, Tostão, Clodoaldo, Andrada, Douglas, Osni, Mario Sergio, André Catimba, Eliseu, Fischer, Jairzinho, Gerson, Paulo César Caju. Tristezas de uns e alegrias de outros em grandes finais o Vitória viu escorrer pelas mãos os títulos de 1974, 1976 e 1979 quando tinha um time melhor e mais técnico foi a vez de Piolho, Beijoca e Fito causarem alegria e dor ao mesmo tempo, alias Beijoca fez de tudo na Fonte Nova alem de gols e não foram poucos tanto pelo Bahia mais também pela Catuense e Vitória, em 1984 o “Trator do Fazendão” deu fim a um tabu de 29 anos do Bahia contra o Atlético/MG ao marcar os dois gols da heróica vitória tricolor, em 1980 a Fonte voltou a se vestir de vermelho e preto com o Vitória voltando a ser campeão baiano.
Na primeira parte da década de 80 tivemos aqui dos grandes goleadores um em cada lado Dario o Rei Dada o Dada Maravilha no Bahia em 81/82 e o nigeriano Ricky no Vitória em 84/85 ambos deixaram saudades, na segunda metade da desta década vimos a ” elegância sutil de Bobô e Charles o anjo 45” Cláudio Adão e o Bahia se sagrando campeão brasileiro em 1988. Tivemos duas decepções com a Seleção Brasileira: uma em 1983 na Final da Copa América 1 a 1 com o Uruguai e festa caudilha, e em 1989 quando o Brasil não teve o apoio na primeira fase da competição do torcedor baiano pelo corte de Charles que defendia o Bahia nestes períodos passaram por aqui craques do quilate de Sócrates, Falcão, Junior, Bebeto, Romário, Renato Gaúcho, Leandro, Eder, Careca e Mauro Galvão. Esta década marca muito para mim minha identidade com o estádio, primeiro por ter sido gandula em muitos jogos, como a final da Copa América de 1983, na véspera no treino de reconhecimento dos uruguaios eu bati 3 penaltis na meta estava Rodolfo Rodriguez, no final do treino é claro, no dia 20 de setembro de 1985, pela primeira vez pisei no gramado como jogador juvenil do Bahia na preliminar vencemos o Vitória por 3 a 1 e eu entrei aos 31 minutos do segundo tempo e no dia 02 de março de 1986 marquei meu primeiro gol na Fonte Nova na preliminar de Bahia e Ypiranga, aliás primeiro e único gol no estádio que eu fiz.

A década de 90 marcou uma nova era no nosso futebol, inclusive com o Vitória dando as cartas e tendo o seu estádio o Barradão para rivalizar com a Fonte Nova, vimos o rubro negro vencer o campeonato de 92 com facilidade inclusive vencendo um Ba-Vi com 9 jogadores contra 11 do Bahia, houve mais duas grandes tristezas do Vitória a perda para o Paraná o titulo da segundona em 92 e o titulo de 1994 do baiano com o gol de Raudinei aos 44º do segundo tempo, estas foram as ultimas catástrofes que a torcida do Vitória passou no estádio, em 1995 tivemos a volta da seleção brasileira num jogo contra o Uruguai, tivemos o surgimento de dois grandes jogadores: Ronaldo Fenômeno em 1993 num jogo que o Cruzeiro venceu o Bahia por 3 a 1, ele entrou no segundo tempo e marcou o terceiro gol azulino, em 1994 Amoroso pelo Guarani acabou com a defesa do Bahia na vitória bugrina por 2 a 0. A tristeza tricolor com o rebaixamento em 1997, as falhas do goleiro Alex Guimarães na reta final da segundona em 1999, neste mesmo ano vimos a Holanda de Kluivert, Davids, Seedorf, Van Nistelrooy, Frank de Bôer e Van der Sar, pelo Brasil, Rivaldo, Roberto Carlos, Denílson e Aldair.

No novo milênio tivemos o Bahia em 2001 campeão do Campeonato do Nordeste vencendo o Sport por 3 a 1, duas grandes goleadas tricolor em 2002 10 a 2 no Confiança pelo Campeonato do Nordeste e 10 a 1 no Camaçariense em 2005 pelo Campeonato Baiano com Viola marcando 4 gols, a humilhação de ser rebaixado em casa novamente e de forma cruel pelo Cruzeiro 7 a 0, decepção na segundona de 2004 na derrota pra o Brasiliense, em 2005 crise com o rebaixamento para a terceira divisão em 2006 as tragédias voltam infelizmente; eram jogados 21min do segundo tempo do confronto com o Ipatinga-MG (vitória mineira por 2 a 0), pela Série C do Campeonato Brasileiro, parte dos torcedores do time tricolor começou a quebrar a arquibancada e atirar pedras no campo. Em seguida invadiu o gramado e agredir os atletas.

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Segundo o Major Ricardo, responsável pelo policiamento no estádio, o ato de vandalismo dos tricolores começou logo após o Ipatinga ter marcado o segundo gol (com Luizinho Paulista, autor também do primeiro). Preocupado com as proporções que o incidente poderia tomar (muitas pessoas ficaram feridas), o policial militar, em conjunto com o trio de arbitragem, decidiu encerrar o jogo. Depois disso, várias ambulâncias entraram no gramado para socorrer os inúmeros feridos. Três pessoas envolvidas no tumulto foram detidas.
Antes da confusão, o lateral-direito Dadico se chocou com outro jogador e sofreu um traumatismo craniano, deixando o local inconsciente, após este episodio trágico á Fonte Nova foi interditada pela CBF e o Bahia foi jogar em Feira de Santana, a Sudesb órgão que controla e cuida do estádio fez pequenas melhoras mais laudos do CREA/BA apontavam falhas e o prenuncio de uma nova tragédia foi dado, tanto que no inicio de 2007 o estádio só tinha sido liberado a parte de inferior, com o inicio da serie C e a medida que o torcedor do Bahia ia ganhando confiança no time a cada rodada o publico aumentava até atingir uma media de mais de 40.000 por jogo daí a FBF solicitou a Sudesb a pedido do Bahia a liberação do anel superior o que foi feito.

Segundo o laudo do CREA: O estádio apresenta em toda a sua extensão áreas com ferragens expostas, além de tubulações enferrujadas e umidades nas estruturas. Existe uma infiltração acentuada localizada do lado direito da Tribuna de Imprensa. Observamos que em alguns pontos onde fica a arquibancada existem algumas tubulações que são recobertas com cimentos e pregos, para evitar que os torcedores subam para o piso superior, esse método deve ser evitado pois podem causar ferimentos nos mesmos. O piso, em alguns setores encontra-se irregular e sem revestimento, formos informados que esse piso está sendo reparado para posterior colocação do piso de Granito.”

Um relatório apresentado pelo Sinaenco (Sindicato de Arquitetura e Engenharia) já apontava o estádio de Salvador como o pior entre os 29 visitados pelos integrantes da entidade. Segundo a delegada que investiga o caso, o inquérito que apura os responsáveis será concluído até o final do ano.

De nada adiantaram os laudos os avisos, o estádio todo foi liberado, sua carga máxima de 60.000 ingressos era colocada em todos os jogos do Bahia apartir da terceira fase da serie C, a Fonte Nova que em outras épocas receberam os 110.438 semifinal de 1988 entre Bahia e Fluminense/RJ, 95.000 na final do Campeonato Baiano de 1994, 91.000 no primeiro jogo da final de 1988 Bahia e Inter/RS, tinha agora sua capacidade reduzida para apenas 60.000 e tinha torcedor do Bahia que lamentava muitos diziam que era para o Bahia não ter mais públicos em seus jogos na serie C do que Flamengo e Corinthians na seria A, bizarra ignorância e sim ganância de dirigentes.

Aquele 25 de Novembro de 2007, aqueles momentos de alegria de muitos se tornaram a tristeza e dor de poucos, Ao final da partida, os torcedores teriam iniciado um tumulto para comemorar o resultado do jogo. Houve invasão do campo e os jogadores precisaram correr para os vestiários. Placas e bancos também foram arrancados.
Enquanto havia euforia de muitos, do lado de fora dor e revolta o sofrimento das famílias pela perda de seus entes queridos chocaram e chocam ate hoje, Cinco pessoas chegaram a ser acusadas pelo acidente, mas apenas o superintendente de Desportos do Estado, Raimundo Nonato, o ‘Bobô’, e o diretor de operações, Nilo dos Santos Junior, foram indiciados.

Vítimas Fatais
· Márcia Santos Cruz, 27 anos;
· Jadson Celestino Araújo Silva, 25 anos;
· Milena Vasquez Palmeira, 27 anos;
· Djalma Lima Santos, 31 anos;
· Anísio Marques Neto, 27 anos;
· Nidia Andrade Santos, 24 anos;
· Joselito Lima Jr, 26 anos.

Hoje se completa um ano desta tragédia que é a maior acontecida no Brasil num estádio de Futebol, aqui no nosso país é costume “é fechar a porta depois de roubado” quem perdeu a vida não pode mais reclamar e seus familiares que sofrem, o espaço físico o estádio será reformado, certamente ninguém pagará por isso, indenização somente a do seguro torcedor, se falou em pensão do estado mais não saiu do papel, já foi definido até um novo projeto para a construção de um novo estádio no mesmo local já que o atual não atende as exigências da FIFA para o mundial de 2014.

Esperamos pelo menos que esta tenha sido a ultima e que não se ocorra mais negligencias que os homens dos poderes públicos tomem vergonha na cara e aprendam pois todos temos de apreender em vitórias e em derrotas e que a vida humana não é uma brincadeira.

Fontes: Texto: Galdino Silva
Pesquisas: globo.com e portalibahia.com.br

20 DE JULHO DE 1977 A NOITE QUE O GOLEIRO AZEITONA ENTROU PARA A HISTÓRIA DO FUTEBOL BAIANO!

Era uma noite de quarta-feira, uma noite de chuva em Salvador na Fonte Nova pelo campeonato baiano uma rodada dupla com o Galicia vencendo o Atlético de Alagoinhas por 2 a 0 na preliminar no jogo de fundo o Bahia entrava em campo para encarar o Botafogo de Salvador no famoso “clássico do pote” as duas equipes se enfrentariam pela quarta vez no ano, com uma vitória para cada lado e um empate, neste ano com a vitória por 1 a 0 em março o Botafogo quebrava um tabu de 21 anos sem vencer o tricolor da boa terra. Em campo o Bahia entrava com força máxima enquanto o alvi rubro tinha o desfalque do bom goleiro Zé Ivã e o seu reserva Norival também lesionado davam o lugar para o jovem goleiro Azeitona formado pelas categorias de base do clube aos 22 anos era a chance de ouro para mostrar suas qualidades e justamente contra um adversário de peso e com uma linha de frente espetacular com Fito, Douglas, Jorge Campos, Miltão e Jesum.

O jogo começou da forma imaginada o Bahia atacando e o Botafogo se defendendo e explorando os contra ataques com Zé Amaro, Luciano, Hilton e Sivaldo, a primeira boa investida do jogo fora do Botafogo com Luciano cobrando falta de Luis Antonio espalmando para escanteio, logo depois o Bahia toma conta do jogo e Azeitona começa a aparecer numa cabeçada de Miltão e um bom chute de Jesum, o jogo fica dramático por causa da chuva e o gramado encharcado dificulta as ações do Bahia mais mesmo assim ao final do primeiro tempo o tricolor aperta e Douglas obriga Azeitona a fazer defesa espetacular num chute a queima roupa, na cobrança de escanteio Fito acerta a trave e no rebote Miltão chuta e o goeliro defende novamente para escanteio, o Botafogo fica acuado não conseguindo sair do sufoco, quando tem a chance Luciano adianta a bola e na dividida com Baiaco ele comete falta violenta e é expulso o primeiro tempo termina 0 a 0 graças a Azeitona que é procurado pelas rádios por ser o destaque do jogo.

Começa o segundo tempo e o Bahia novamente sai para cima do Botafogo com força total, com Jesum em noite inspirada o ponta esquerda dribla como quer o lateral Anildo e o volante Aliomar e municia Miltão e Jorge Campos que perde gol feito após rebote de Azeitona, o chute acerta a trave, o publico se levanta nas arquibancadas sentindo que o gol do Bahia esta próxima mais ai acontece um contra ataque rápido com Sivaldo este cruza para Hilton que é derrubado por Zé Augusto pênalti e o zagueiro do Bahia expulso na confusão pela marcação do arbitro Anivaldo Magalhães, Romero também é expulso, Hilton bate o pênalti e Luis Antonio defende no rebote o atacante acerta o olho esquerdo do goleiro e novo tumulto gerado o sururu é formado e os jogadores saem no tapa ao final da confusão Hilton é expulso e o jogo segue agora com nove para cada lado, no lugar de Luis Antonio entra Jair. O Bahia volta a tomar conta da partida com a diminuição da chuva Douglas comanda o time e Miltão segue dando trabalho para a defesa do Botafogo, Fito cobra falta na gaveta o grito de gol vai sair mais Azeitona de mão trocada manda para escanteio, Jorge Campos invade pela direita corta Vavá e manda no ângulo novamente Azeitona espalma, ai aos 21 minutos da etapa entra Zé Neto no lugar de Fito, mais um atacante para forçar a defesa adversária, em sua primeira jogada Zé Neto que veio do Goytacaz e estreará num Ba-VI marcando um gol de cabeça quase marca mais Azeitona defende o jogo se desenrola já passam dos 30 minutos e nada de gol, ouvia o jogo pelo radio com minha mãe insistindo para eu dormir porque no outro dia tinha aula e eu ligado ao lado de meu pai e do meu primo Anacleto ai Jesum desce pela esquerda mais uma vez, passa fácil e centra Miltão sobe e é empurrado por Roberto Oliveira, é pênalti, é agora Douglas ajeita a bola com carinho no radio a locução de José Atayde pela Radio Clube da Bahia “correu Douglas para bola atenção bateuuuuuuuu, defendeuuuuuuuuuu Azeitona, sensacional o jovem goleiro do Botafogo voa espetacularmente e defende o chute de Douglas” era o balde de água fria já são mais de 35 minutos e o um dos ídolos do time perde um pênalti era o sinal que não daria certo era noite de Azeitona; realmente era noite de Azeitona tudo levava a crer que o jogo terminaria em 0 a 0, para complicar a situação do Bahia Jorge Campos nervoso agredi Aliomar e é expulso deixando o Bahia com oito em campo e agora, o Botafogo percebe que a noite não era tricolor e passa a apertar o Bahia, neste dado momento do jogo acontece o lance capital do jogo, Queirós meia do Botafogo perde uma bola na entrada da grande área para Baiaco, este serve a Douglas que avança Jesum pede a bola mais Douglas resolve abrir para Zé Neto que cai pela direita na linha lateral do meio campo Zé Neto domina e avança Leléu sai ao seu combate e o atacante do Bahia perde o domínio da bola mais ainda em cima da linha lateral domina levanta a cabeça e tenta o lançamento para Miltão na grande área ele chuta a bola sobe muito e vai ao encontro do goleiro Azeitona este sobe com as mãos estiradas para a defesa mais a bola perde força e sua trajetória é mudada pelo vento como num chute estilo “folha seca” ela cai dentro do gol numa falha lamentável do jovem arqueiro que era a maior figura do jogo é gol do Bahia Zé Neto um gol espírita na Fonte Nova desespero dos jogadores do Botafogo, mãos são levadas ás cabeças o diretor do clube Miguel Carneiro não crer no que ver, uma bola fácil um frangaço na Fonte Nova delírio na ala tricolor festa dos mais de 13.532 pagantes daquela noite fria e chuvosa o Bahia vence o seu primeiro grande rival no futebol, Azeitona desolado é consolado pelos companheiros de time o jovem saiu de campo aos prantos era seu primeiro jogo pelos profissionais e uma falha lamentável. Depois deste jogo Azeitona ainda defendeu o Botafogo em outras partidas, depois defendeu o Jequié, Humaitá, Serrano e CSE de Alagoas, em 1990 o conheci pessoalmente quando disputava um campeonato amador na liga de futebol do Luis Anselmo em Salvador no Largo dos Paranhos ao falar da partida ele disse que teve vergonha de sair na rua do bairro onde morava em Cosme de Farias no outro dia e que ficou três noites sem dormir disse-me ele “aquele frango só foi esquecido por todos em 1979 quando Gelson falhou na final do campeonato de 79 pelo Vitória contra o Bahia” Bahia que aliás segundo alguns os três maiores frangos das historia do nosso futebol foram a favor do tricolor de aço: em 1952 o goleiro Rui do Ypiranga leva um frango antológico segundo a época numa cabeçada de Carlito sem a menor pretensão, o de Azeitona em 77 e Gelson em 79.

“É estou lembrado para sempre pelo frango que tomei naquela noite, e não pelas defesas sensacionais que fiz naquela partida; até pênalti do maior jogador do Bahia na época eu defendi, bolas a queima roupa, petardos indefensáveis de Jesum, cabeçadas de Miltão, Zé Augusto, faltas de Fito, mais de nada adiantou o único gol do jogo foi por minha culpa, minha falha pelo menos ainda sou lembrado que ironia: ele sorriu e frisou “ pelo menos não fui acusado de te me vendido como fizeram com o Gelson” falhas acontecem ainda bem que era um jogo de fase de classificação e não uma final como foi com Rui e Gelson “ainda bem, ainda bem”. Ufa!

FICHA DA PARTIDA

BOTAFOGO 0 X 1 BAHIA
FONTE NOVA 20/07/1977 – CAMPEONATO BAIANO DE FUTEBOL
GOL: ZÉ NETO aos 41 minutos do segundo tempo

BOTAFOGO: Azeitona; Anildo, Roberto Oliveira, Vavá e Leléu; Ademilton, Aliomar ( Queirós) e Luciano; Chiquinho (Zé Amaro), Hilton e Sivaldo.

BAHIA; Luis Antonio (Jair); Toninho, Zé Augusto, Sapatão e Romero; Baiaco, Fito (Zé Neto) e Douglas; Jorge Campos, Miltão e Jesum.

Fontes: Texto Galdino Silva
Revista Placar
Arquivo de Jorge San Martis

MACUMBA NÃO DEIXOU O CAMPEONATO BAIANO DE 1976 TERMINAR EMPATADO! SERA?

Aqui na Bahia os adeptos do Candomblé e de Umbandas são muitos e no nosso futebol não poderiam faltar pessoas ligadas á estas religiões com suas crenças, simpatias e oferendas tendo até os clubes os seus orixás guias e protetores. No ano de 1976 foi marcado por uma verdadeira batalha espiritual; pelo lado do Bahia atuavam o folclórico Lourinho chefe de torcida o massagista Alemão e o roupeiro Jones, pelo lado do Vitória atuavam Bengala e o um misto de roupeiro e massagista chamado Carcaça.

Querendo quebrar uma seqüência de títulos do Bahia que vinha desde 1973 o Vitória armou um belo time naquele ano, com a saída de Mario Sérgio e André Catimba a direção trouxe o atacante Fischer argentino que fez sucesso no Botafogo/RJ, junto com ele veio Ferreti o atacante Geraldão, o ponteiro Valdo e o meia Afrânio estes bons valores se juntaram ao ponta Osni ídolo da torcida o time começou com um empate contra o Botafogo em 1 a 1 enquanto o Bahia massacrava o Redenção por 6 a 0 o time tricolor mantinha uma base desde de 73 que tinha Douglas e Sapatão como seus lideres o bom lateral Perivaldo o polivalente Baiaco e o atacante Mickey e o temível Beijoca e Edu irmão de Zico, no dia 21/03/1976 houve o primeiro clássico na decisão da primeira fase do 1º turno e o Vitória venceu por 1 a 0 com um gol de Fischer e levou a fase, houve um reboliço muito grande na cidade e as rádios locais faziam referencias a Carcaça por ele ter entrado no campo junto com um time com um cão dobermann. Bem se isto foi motivo de amuleto não sabemos e no inicio da segunda fase o time entrou em campo sem o cão e foi derrotado pelo Leônico por 2 a 1 na estréia de Léo Oliveira meia contratado junto ao Santos no dia 04/04/1976 houve uma rodada dupla o Bahia vencia o Botafogo por 3 a 0 e o Vitória vencia o Ypiranga por idênticos 3 a 0 num jogo que o goleiro Andrada defendeu um pênalti cobrado por Freitas artilheiro do Ypiranga logo no inicio da partida neste jogo Lourinho do Bahia fez uns bonecos dos jogadores do Vitória com os olhos vendados mais Carcaça havia amarrado os ypiranguenses e o cão voltou a entrar em campo junto com o time, no dia 11/04/1976 houve o segundo clássico e as mídias deram ênfases aos trabalhos de Lourinho e Carcaça para o jogo banhos de folhas, pipocas, amarrações acreditem tudo isto era passado nas TVs e rádios, e mais nos jornais como já dizia Neném Prancha “se macumba ganhasse jogo o campeonato baiano terminaria empatado” não deu outra pelo menos neste jogo houve empate em 1 a 1, enquanto Fischer e Osni detonavam no lado rubro-negro o Bahia tinha Mickey em grande fase no dia 09/05/1979 nova rodada dupla pelo quadrangular da segunda fase do 1º turno o Bahia vence o Atlético por 3 a 0, Mickey marca duas vezes mais se machuca e o Vitória vence o Leônico por 1 a 0, Lourinho diz que foi obra de Carcaça o contusão de Mickey, no dia 16/05/1976 novo clássico o Bahia precisa vencer para a surpresa de todos Mickey joga mais Douglas se contunde no inicio da partida o Vitória vence com um gol de Afrânio e leva o turno e pontos extras detalhe foi a primeira vez que vi o Bahia perder para o Vitória ao vivo e a cores na velha Fonte Nova festa rubro-negra depois desta derrota Mickey foi embora mais um detalhe marcaria o tricolor Beijoca e Jorge Campos estavam de volta e Fito recuperado de contusão no joelho trouxeram novo animo ao Bahia, Alemão massagista veterano no clube com suas ervas milagrosas colocaram o time na ponta dos cascos.

No dia 27/06/1976 é a final da primeira fase do 2º turno o Bahia precisa vencer se o Vitória vence a fase praticamente o tetra estava perdido, logo no inicio do jogo pênalti para o Vitória, Osni marca e vai pra torcida festa o Bahia não anda em campo amarrado preso se poder de reação, o Vitória toca a bola fácil e não aumenta o placar por desleixo de seus jogadores, no segundo tempo o Bahia volta diferente mais num novo contra ataque Valdo sai pelo lado contrario e recebe novo pênalti de Romero que é expulso pela jogada violenta e xingamentos ao juiz, festa no lado rubro-negro na Fonte, Osni acena para a massa faz o sinal da vitória a torcida explode eu no meio da torcida do Bahia com meus 7 anos fecho os olhos e de repente ouço uma gritaria imensa no lado tricolor gente pulando de alegria abro os olhos e vejo meu primo Salvador me abraçando Joel Mendes defende o pênalti, delírio no estádio a bola rola com o Bahia no ataque Sapatão avança sem marcação e serve a Douglas este dribla Joãozinho e fuzila Andrada é o empate ai o Vitória fica preso se ação e o Bahia parte para cima o empate leva o jogo para a prorrogação Fernando Silva volante do Vitória sente câimbras o time já tinha feito as substituições e Lourinho com seu balaio cheios de bonecos em vermelho e preto amarrados e olhos vendados solta uma buzina de navio quando Perivaldo avança e inverte a jogado para Jesum este lança Gibira que domina e ergue para Douglas o time do Vitória assiste a jogada Douglas com um passe de peito serve Beijoca que fuzila de primeira é o gol do Bahia que vence o primeiro Ba-Vi naquele ano e leva a primeira fase do 2º turno. Na segunda feira, Lourinho é reverenciado pela torcida por onde passa muitos céticos creditavam a ele a vitória.

25/07/1976 é dia de novo Ba-Vi é pela fase classificatória do segundo turno e o Vitória vence por 1 a 0 com um gol de Ferreti, esta vitória tranqüiliza o lado rubro-negro o time continuava jogando um belo futebol mais Valdo se machuca e Piau assume a ponta esquerda em 15/08/1976 é o dia D para ambos se der Vitória o time fica a dois empates do campeonato já o Bahia tinha de vencer para se igualar em pontos de bonificação e deu Bahia 1 a 0 gol de Beijoca em jogada de Fito detalhe neste jogo o Vitória não entrou em campo com o cão por este ter morrido na manhã do clássico o fato foi como um mal pressagio para a torcida do Vitória.

No dia 18/08/1976 é o dia da primeira partida com um time abalado pela derrota do ultimo domingo , Lourinho vai as rádios alarmar que o mês de agosto só dava Bahia contra o Vitória e relembra a conquista de 1971 no dia 01 de Agosto, os nervos estão inflamados o jogo começa e Valdo marca o gol do Vitória e se machuca logo depois, Piau entra e sofre falta violenta de Perivaldo se contorce de dores no gramado o Bahia segue no ritmo frenético e o tricolor vira o jogo com gols de Fito e Beijoca, para a decisão no dia 26/08/1976 ai entra mais forte o lado as crendices dos umbandistas e dos candomblés a mídia dando muitas notas Lourinho na TV Aratu e Carcaça na TV Itapoan diziam como iriam se preparar para a decisão e como cuidaria dos jogadores rivais pode! O certo é que na semana da final pegou fogo tudo declarações de dirigentes, jogadores, ex-jogadores, torcedores tudo mais uns pequenos detalhes levaram aos os torcedores do Vitória ate hoje acreditarem que a macumba de Lourinho deu o caneco ao Bahia: Osni ficou fora da final, Uchoa lateral direito também se machuca no treino e desfalca, Andrada que desmaiou no primeiro jogo passou a semana sem treinar somente na véspera que conseguiu fazer um treino, Geraldão sente uma infecção intestinal no sábado, entra em campo e fica somente 35 minutos em campo, logo depois da sua saída Jesum escapa pela esquerda entorta Deodato que substitui Uchoa e cruza para Beijoca cabecear no canto direito de Andrada que fica estático é o gol do titulo, depois do lance Deodato cai no campo com fortes câimbras, Piau que não treinou bem a semana por causa de uma dor no nervo ciático faz numero em campo e anda em campo, e por ultimo Ferreti fratura a clavícula numa dividida com Zé Augusto e ai será? O que houve? Será que forças extra campo favoreceram o Bahia neste ano “ certamente se macumba ganhasse jogo jamais terminaria empatado o campeonato baiano “que o digam os torcedores do Vitória em 1976”.

Jones roupeiro do Bahia durante muitos anos amigo da minha família e que era devoto dos orixás me dizia que Lourinho se fechava nas vésperas de jogos e que o Bahia as vezes os jogadores e dirigentes pediam a ele proteção e amuletos para certas ocasiões e trabalhos eram feitos nas madrugadas para ajudar o time. Na final de 1988 do campeonato brasileiro ao chegar no estádio Beira Rio o time encontrou um trabalho feito com uma cabeça de um boi na entrada do vestiário logo Alemão tratou de despachar o feitiço com seu sal grosso com alecrim e arruda e muita alfazema que com seu cheiro forte terminou deixando muitos reportes gaúchos e de outras partes do Brasil inebriados pelo odor fortes das ervas com a alfazema, Lourinho que foi morar no Piauí terra da sua esposa desde 2002 por causa de problemas de saúde, Alemão foi funcionário do Bahia por 50 anos e todo ano dava um caruru a Cosme e Damião a direção vetou o caruru desde 2002 e no ano seguinte o Bahia perdeu seu massagista aos 73 anos e o time deu a desandar do trio espiritual só resta Jones por aqui.

O ex-atacante e técnico do Bahia, Osni, recordou o lado místico de Alemão e Lourinho.“Lembro do altar que ele montava no vestiário para São Cosme e Damião. Das simpatias que ele fazia, colocando nome de jogador rival em garrafa com água para empedrar na geladeira e impedir que o cara jogasse bem. Das balas que ele dava pra gente e do alho que ele jogava em campo quando o time entrava. Eram coisas que podiam não ter um valor científico comprovado, mas descontraíam o ambiente e, de certa forma, deixava a gente mais confiante”.

Fontes: Texto Galdino Silva
Pesquisa: A história dos Ba-Vis na net
RSSSF Brasil

HUMAITÁ VERDADEIRO SACO DE PANCADAS DO FUTEBOL BAIANO EM 1977!

Uma das piores equipes que disputaram o Campeonato Baiano em toda sua história foi a equipe do Humaitá Futebol Clube da cidade de Vitória da Conquista, neste certame a equipe apanhou de goleadas em quase todos os jogos e não somente a dupla Bahia e Vitória teve o privilegio de fazer artilheiros as outras equipes também não liberaram a equipe que jogavam com camisas verde, calções pretos e meias verdes.

06/02/1977 – HUMAITÁ 1 X 5 VITÓRIA – VITÓRIA DA CONQUISTA
13/02/1977 – HUMAITÁ 0 X 4 ATLÉTICO – ALAGOINHAS
27/02/1977 – HUMAITÁ 2 X 1 JEQUIÉ – EM VITÓRIA DA CONQUISTA
06/03/1977 – HUMAITÁ 0 X 1 GALICIA – EM VITÓRIA DA CONQUISTA
10/03/1977 – HUMAITÁ 2 X 7 LEÔNICO – EM SALVADOR
10/04/1977 – HUMAITÁ 0 X 3 FLUMINENSE – EM FEIRA DE SANTANA
13/04/1977 – HUMAITÁ 0 X 8 BAHIA – EM SALVADOR
17/04/1977 – HUMAITÁ 0 X 1 REDENÇÃO – EM VITÓRIA DA CONQUISTA
21/04/1977 – HUMAITÁ 0 X 4 ITABUNA – EM VITÓRIA DA CONQUISTA
04/05/1977 – HUMAITÁ 0 X 4 YPIRANGA – EM SALVADOR
08/05/1977 – HUMAITÁ 0 X 4 BOTAFOGO – EM VITÓRIA DA CONQUISTA
04/06/1977 – HUMAITÁ 0 X 5 GALICIA – EM SALVADOR
09/06/1977 – HUMAITÁ 0 X 8 VITÓRIA – EM SALVADOR
11/06/1977 – HUMAITÁ 0 X 4 ATLÉTICO – EM VITÓRIA DA CONQUISTA
19/06/1977 – HUMAITÁ 0 X 5 JEQUIÉ – EM JEQUIÉ
26/06/1977 – HUMAITÁ 0 X 0 LEÔNICO – EM VITÓRIA DA CONQUISTA
24/07/1977 – HUMAITÁ 0 X 7 ITABUNA – EM ITABUNA
31/07/1977 – HUMAITÁ 0 X 5 FLUMINENSE – EM VITÓRIA DA CONQUISTA
07/08/1977 – HUMAITÁ 0 X 4 BAHIA – EM VITÓRIA DA CONQUISTA
10/08/1977 – HUMAITÁ 1 X 4 BOTAFOGO – EM SALVADOR
21/08/1977 – HUMAITÁ 0 X 0 REDENÇÃO – EM SALVADOR
04/09/1977 – HUMAITÁ X YPIRANGA – NÃO FOI REALIZADO

Foram 21 jogos disputados na temporada a equipe se conseguiu uma vitória e dois empates a vitória foi contra um outro saco de porradas o Jequié e um empate contra o Redenção que era o outro leva gols da época um empate contra o Leônico foi uma meia zebra pode se considerar no mais foram 18 derrotas apenas 6 gols marcados e 84 sofridos uma campanha digna do Íbis o pior time do mundo.

Fonte: Granadeiros Azulinos
Texto Galdino Silva

ELES JOGARAM NESTES TIMES E NÃO DEIXARAM SAUDADES! VOCÊ SE LEMBRA?

É amigos eu mesmo em minhas participações aqui com meus artigos já citei muitos craques e bons jogadores que passaram pela história de nossos clubes conquistas de títulos, grandes vitórias e e etc. Agora me deu um pensamento de fazer uma seleção daqueles que passaram por grandes clubes e são lembrados por suas lambanças e jogadas bisonhas se é que são lembrados ou fingimos não lembramos, como sou de Salvador a relação da dupla Ba x Vi foi feita uma enquete por mim quando comandava o programa Esporte Nativa da Radio Nativa FM onde eu tinha um programa esportivo e resolvi fazer uma enquete com a galera para escolher os melhores e os piores de Bahia e Vitória. Dê uma conferida.

ATLÉTICO MINEIRO

HUMBERTO – 1994
GEORGE – 2005
THIAGO JUNIOR – 2004
LOURENÇO – 1988
HELIO PESCARA – 1994
VITOR CAPUCHO 1985
ATALIBA – 2005
HILTON – 1989
CATANHA – 2005
ROBERTO BIÔNICO – 1984
QUIRINO – 2003

BAHIA

ALEX GUIMARÃES – 1999
GIVALDO – 1996
BOCA – 1980
PARREIRA – 1995
BADÉ – 2005
JOÃO ANTONIO – 1997
GRIZZO – 1992
DARCI – 1996
CARLINHOS – 1985
CAIO CAMBALHOTA – 1979
JALES – 2005

BOTAFOGO
JULIO CESAR – 2007
CAMACHO – 2002
SOLIS – 1982
MARCIO GOMES – 2002
PAULO ROBERTO – 1984
BRUNO – 2002
OTÁVIO – 1984
DUDU – 2002
FABIO – 2002
PETROLÉO – 1982
ADEMILSON – 2002

CORINTHIANS

SOLITINHO – 1981
DJALMA – 1981
TABORDA – 1980
ZELÃO – 2007
VALDO – 1995
TAIKA – 1991
LEÔNIDAS – 1995
MARK WILLIANS – 1996
ADMILSON – 1981
BAIANINHO – 1981
CLÓVIS CRUZ – 1995

CRUZEIRO

LUIS ANTONIO- 1982
CHIQUITO – 1982
BIANCHI – 1980
ADEMAR – 1983
LUIS COSME – 1981
ORLANDO – 1983
NELIO – 1980
MACALÉ – 1991
BENDELACK – 1982
AMARILDO – 1988
GERALDINO – 1983

FLAMENGO

MARCELO LEITE – 1998
REGINALDO ARAUJO – 2004
BOCA – 1979
VALNEI – 2002
NIELSEN – 1996
DJAIR – 1995
SERGIO VINICIUS – 1995
LOPES – 2003
SANDRO HIROSHI – 2002
VANDICK – 1987
RADAR – 1978

FLUMINENSE

LÉO – 1996
ISAEL – 1998
TADEU – 1982
MAURÃO – 1982
CARLINHOS ITABERÁ – 1992
VIANA – 1998
BRUNO REIS – 1999
MARCELO SANDER- 1996
HUGO VELAME – 1996
ESTIGARRIBIA – 1998
FANTA – 1982

GREMIO

TAVARELLI – 2005
CRISTIANO – 2005
FABIO BILICA – 2005
BALOY – 2005
HÉLCIO – 1991
COCITO – 2004
GUTO – 2004
RICO – 2005
ROBERTO SANTOS – 2005
ALEXANDRE KUNTA – 1991
NANDO – 1991

INTERNACIONAL

PRETO – 1999
BERETA – 1978
BETO – 1984
GILMAR LIMA – 2001
WEDERSON – 2001
MARCIO HAHN – 2002
CLEITÃO – 2002
ODAIR – 1997
ALEX ROSSI – 1991
PAULO DINIZ – 1994
ZEZINHO – 1999

PALMEIRAS

IVÃ – 1980
PEDRO – 2002
DEDA – 1981
MARCO AURÉLIO – 2002
JORGE TABAJARA – 1976
MOCOCA – 1979
CELIO – 1980
ARAGONÉS – 1980
ITAMAR – 2002
FREITAS – 1980
REGINALDO – 1981

SANTOS

FLAVIO – 1979
SILVA – 1994
CASTRO – 1992
DIMAS – 1982
JAIME BONI – 1985
ZÉ CARLOS – 1979
CARDIM – 1982
CARLOS SILVA – 1982
CIPÓ – 1988
SOLANO – 1987
ARIZINHO – 1987

SÃO PAULO

TONHO – 1985
VILELA – 1984
GASSEM – 1982
NEM – 1999
GUALBERTO – 1983
RUBINHO – 1985
CARRASCO – 1990
MANU -1986
NEY BALA – 1990
MARCÃO – 1983
ARITANA – 1987

VASCO

CAETANO – 1996
DEDÉ – 1991
DUDAR – 2006
OZÉIA – 2003
VICTOR BOLETA – 1994
GLAYDSON – 2002
BRUNO LAZZARONI-2003
ROBERTO LOPES – 2007
PERDIGÃO – 2007
FABIO JUNIOR – 2006
KRAMAÉ – 1991

VITÓRIA

PAVÃO – 1979
ROQUE – 1984
NEO – 1986
RUBÃO – 1986
ESCURINHO – 1981
PARANHOS – 1982
NENGA – 1984
AGUINALDO – 1991
CAVALINHO – 1982
ROBÉRIO – 1980
HAMILTON – 1982

Fontes: Pesquisa Esporte Nativa Bahia e Vitória
Site Futpédia e Site dos Clubes

Flamendo x Fluminense – Campo da Graça – Salvador-BA

No inicio do ano de 1949 Flamengo e Fluminense realizaram duas partidas em duas Capitais do Nordeste: Fortaleza e Salvador foram palcos de um dos mais tradicionais clássicos do futebol brasileiro o encontro aqui ocorreu no dia 08/01/1949 no antigo Campo da Graça que era o maior palco do futebol baiano, já que a Fonte Nova estava em construção, o match teve uma presença de publico extraordinário cerca de mais de 10.000 um recorde para nossos padrões considerando que o Campo da Graça comportava pouco mais de 7.000 pessoas.

FLAMENGO 5 x 0 FLUMINENSE
CAMPO DA GRAÇA EM SALVADOR
GOLS: DURVAL 2, HÉLIO 2 E GRINGO

FLAMENGO: DOLY; NORIVAL, NEWTON E BIGUÁ (MIGUEL); BRIA, JAIME (BETO) LUISINHO; DURVAL, GRINGO, JAIR (MOACIR) E HÉLIO.

FLUMINENSE: CASTILHO; PINDÁRO E HÉLVIO; ÍNDIO, MÁRIO FARIA E PÉ-DE-VALSA; BIGODE, ORLANDO PINGO-DE- OURO, RUBINHO, RODRIGUES E CENTO E NOVE.

FONTES: Arquivo Fluminense e Flaestatística

ELES JOGAVAM COM A 8! MAIS TINHAM A GENIALIDADE DOS CAMISA 10

No futebol mundial a camisa 10 é o símbolo do craque do gênio,desde que Pelé surgiu na Copa da Suécia envergando este numero as suas costas que passou a usar no mundial de 1958. No Brasil todo craque do time jogava com ela coma camisa 10, e em outras partes do mundo também, embora tivéssemos Eusébio que jogava com a 13 e Cruijjf na Holanda com a 14, a dez passou a ser a simbologia do gênio da bola pelo mundo afora também como Michel Platini e Zidane na França, Roberto Baggio na Itália, Gullit na Holanda, Maradona na Argentina e Matthaus na Alemanha. Porém venho destacar aqui que antigamente quase todo time que tinha um camisa 10 fenomenal ele era acompanhado de verdadeiros escudeiros que também mostravam uma genialidade digna de um 10, o chamado meia ponta de lança que desfilava em campo com a camisa 8, infelizmente nos dias de hoje que joga com esta camisa são os alguns cabeças de bagres também chamados de segundo volantes ou jogador de contenção que são na verdade volantes que sabem sair mais um pouco para o jogo.

Em outros tempos víamos DIDI “O Príncipe Etíope” desfilar com a camisa do Botafogo e da Seleção na Copa de 62, pois em 58 jogou com a 6, com sua categoria fora do comum um jeito elegante e clássico de jogar futebol, tempos depois no mesmo Botafogo tivemos GERSON “ O Canhota de Ouro” com seus passes milimetricos sua habilidade e classe com a perna esquerda que colocava a bola onde desejava quem o viu jogar jamais se esquecerá de seus lançamentos na Copa de 70 para Jairzinho e Pelé.

No Santos, MENGALVIO exibia sua categoria ao armar as jogadas infernais com Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe, era ele a articulador das jogadas de ataque por onde a bola passava primeiro, além de chegar bem na frente pois tinha uma boa finalização, no inicio dos anos 70 o Palmeiras tinha em seu camisa 8 um jogador leve, habilidoso e com uma boa impulsão LEIVINHA era o parceiro de César Maluco, por ter facilidade de saber jogar foi recuado para a meia ponta de lança e não negou fogo fez muitos gols e deu muitas alegrias a torcida alvi-verde, na mesma época a Portuguesa apresentava ENEAS. Como no time Dica jogava com a 10, o jovem de categoria refinada assumiu a 8 e deslanchou até 1980 quando transferiu-se para o Bolonha da Itália, no mesmo ano retornou para defender o Palmeiras, revelado pelo Santos no final dos anos 60, DOUGLAS FRANKLIN aprendeu muito com Pelé, em 1972 desembarcou na Bahia para ser um ídolo eternizado para muitos como o maior jogador da história do clube e realmente para mim sem sombra de duvidas, segundo maior goleador com a camisa do Bahia com 211 gols Douglas exibia em campo toda a praticidade que na época um meia ponta de lança jogava, armando e chegando a frente e marcando muitos gols, na década seguinte BOBÔ me fez relembrar as jogadas de Douglas, com jeito leve e solto de jogar, a sua elegância sutil foi citada em musica de Caetano Veloso cantada na voz de Maria Betânia, herói da conquista do título brasileiro de 1988, Bobô também fez historia com a 8 do Bahia.

No grande time do Flamengo dos finais dos anos 70 e inicio dos anos 80, um neguinho com jeito de moleque passeava em campo com seus passos longos, velocidade cadenciada, dribles secos e arrancadas sensacionais; ADILIO com a 8 do Mengão ele ao lado de Zico infernizaram muitas defesas e deram muitas dor de cabeça aos volantes e zagueiros que para pararem usavam de trancos e solavancos, e muitas vezes nem assim pois era muito liso, na era um grande finalizador mais o armador de maestria, em 1982 no clássico contra o Vasco na final extra da Taça Guanabara, Adílio marcou um golaço aos 45º do segundo tempo, mostrando habilidade e técnica ao driblar a defesa do Vasco e tocar com classe e efeito quase sem ângulo para o fundo das redes.

Ainda no Rio no inícios dos anos 80 tivemos DELEI no Fluminense jogando com classe e para o time ele era o ponto de equilíbrio do time o armador que fornecia a dupla Assis e Washington as bolas no meio e também aos laterais Aldo e Branco e o ponta esquerda Tato ou Paulinho, Delei jogava para o time e raramente errava um passe ou cometia uma falta, já no Vasco tínhamos GEOVANI vindo do Espírito Santo, chegou ao clube em 1981 em 1982 já desfilava com a 8 em algumas partidas, mais veio a se firmar mesmo depois de brilhar com a 8 da seleção brasileira no mundial de juniores no México em 1983, brilhou no Vasco até 1988 quando depois foi jogar no Bolonha da Itália.

Em São Paulo em meados da década de 70 no Botafogo de Ribeirão Preto um jogador alto, magro mais com uma classe e elegância no tratar da bola começava a despertar o interesse dos grandes clubes da capital, SOCRATES “ O Doutor” terminou vindo jogar no Corinthians onde imortalizou a camisa 8, era um lorde dentro do gramado com toques refinados na bola, inclusive de calcanhar sua marca registrada na seleção com a 8 jogou as Copas de 82 e 86, também no interior paulista na mesma década na equipe de ouro do Guarani de Campinas que ganhou o brasileiro de 78, um meia ponta de lança que era chamado de “Pé Murcho” encantava ao lado de Zenon em um das maiores meia cancha que vi jogar em um clube, RENATO era rápido, inteligente e finalizava muito para o gol e marcou muitos gols, no inicio dos anos 80 transferiu-se pára o São Paulo onde também com a 8 mostrou um bom futebol e muitos gols, com a sua saída em 1985 a camisa 8 do tricolor do Morumbi passou a ter um novo dono SILAS revelado pelas categorias de base que vinha com o prestigio de levar o Brasil ao bicampeonato mundial de juniores na antiga União Soviética, com uma habilidade fantástica e bom senso de colocação ele passou a ser ao lado de Pita o maestro do time campeão paulista de 1985 e brasileiro de 1986, outro camisa 8 que marcou muito no futebol paulista fora OSVALDO revelado pela Ponte Preta seus gols e suas jogadas ao lado do mestre Dica o levaram para o Grêmio onde veio a ser campeão da libertadores e do mundial interclubes, em 1979, 80 e 1981 ele fez muito sucesso na Macaca e era um dos destaques da Ponte por fazer muitos gols.

Apartir dos anos 90 aos dias de hoje, não temos mais no futebol a figura do meia ponta de lança com suas jogadas para cima dos adversários, seus lançamentos e marcando gols, meias como estes citados acima no futebol brasileiro é muito difícil, existem uns poucos mais não jogam o mesmo futebol refinado dos citados no texto acima, a camisa 8 de Gerson, Sócrates e Leivinha na seleção, passou a ser de Dunga, Gilberto Silva, verdade que Kaká esteve com a 8 em 2006 mais não mostrou seu futebol real, nos clubes não é diferente a 8 já não pertencem mais aos craques e se a jogadores medianos para ruins mesmo vide o Bahia de hoje a 8 no momento é do terrível Emerson Cris, no Palmeiras a Evandro e etc. De 1990 pra cá 8 bom de bola só apareceu no exterior: Rijkaard no Milan, Gascoine na Inglaterra, Stoitchkov do Barcelona e Bulgária, Hasler na Alemanha.

No futebol o camisa 8 não era um condiajuvante do camisa 10 como muitos pensam, muitos deles eram lideres de seus times e da própria seleção brasileira, como Didi, Gerson e Socratés e será que ainda teremos o prazer de poder ver novamente aqueles lances geniais de Adilio, Douglas, Leivinha, Bobô, Renato e ouvir uma locução de radio como narrava o saudoso Jorge Curi ” GOOOOOOOOOLLLLLLLLLLL DO …………………… ………………….CAMISA NÚMERO 8″será.

fonte: Texto Galdino Silva