Jogos Olímpicos de 1920 – Antuérpia/ Bélgica
Eram 14 seleções. O anfitrião (Bélgica) e, uma equipe por sorteio (Luxemburgo) entraram direto na 2ª fase. O sistema era mata-mata, eliminando a equipe derrotada. Na 1ª fase, houveram seis jogos. Os classificados juntaram-se a Luxemburgo e Bélgica. Na seqüência, quartas-de-finais, semifinais e final. Na decisão, a Bélgica venceu a Tchecoslováquia e conquistou a medalha de ouro.
No entanto, quem perdeu a final não ficou com a medalha de prata! Os eliminados na 2ª fase enfrentavam-se novamente, sendo que o regulamento previa que apenas o campeão dessa etapa entraria na disputa pela medalha de Prata e Bronze. A Espanha venceu, mas como a Tchecoslováquia (que havia sido derrotada na final) não concordou com o regulamento, retirou-se e assim, classificou-se em 6º lugar (Acredite, quem decidiu a medalha de ouro e perdeu, acabou em 6º lugar!). A Itália, que havia perdido para os espanhóis, ganhou a vaga que seria dos tchecos. Na seqüência, Espanha e Itália enfrentariam a Holanda e França. Os espanhóis venceram as duas partidas e (anteriormente eliminados) conquistaram a medalha de prata. Os holandeses (de semifinalistas) terminaram com o bronze. Um torneio totalmente injusto, onde equanto a Bélgica precisou de 3 jogos para ser considerado a melhor seleção, a Espanha precisou de 6 jogos para ficar com a prata.
Campeonato Paulista 1978
Talvez, o mais longo campeonato estadual de todos os tempos. Vinte e duas equipes disputaram o campeonato que começou em Agosto de 1978 e terminou só em Junho de 1979. O campeonato tinha dois turnos, onde todos enfrentavam todos, invertendo o mando de campo na mudança de turno. Ao final de cada turno, quartas-de-finais, semifinais e final do turno. Os dois melhores de cada turno, mais dois por índice técnico, a equipe com maior número de gols e, acredite, a melhor renda (o beneficiado foi o São Paulo F.C.) classificariam para a 2ª fase do campeonato. Os oito times seriam divididos em 2 grupos, jogando em ida e volta. Os 2 melhores de cada grupo jogariam as semi-finais, e os finalistas (Santos e São Paulo) fariam a decisão. O Santos foi o campeão estadual de 78 em Julho de 79.
Campeonato Catarinense 1983 – McNish deve se lembrar deste!
O campeonato foi dividido em 2 fases. Na 1a. Fase, entitulada “Copa do Governador do Estado”, as 12 equipes foram divididas em 2 grupos com 6 equipes cada. As equipes jogam dentro dos grupos e, os 3 primeiros colocados de cada grupo foram reagrupados em 1 grupo chamado “Grupo dos Vencedores”, enquanto que os demais foram reagrupados no grupo entitulado “Grupo dos Perdedores”. As equipes jogam dentro de cada grupo, onde os 3 primeiros do Grupo dos Vencedores e o Campeão do Grupo dos Perdedores cruzam em semi-finais e finais da Copa, sendo a final uma melhor de 3 jogos. O campeão garantiu a 1ª vaga no Quadrangular Decisivo do campeonato.
A 2ª Fase foi dividida em 2 turnos. O 1º turno da 2ª fase foi entitulado “Copa Mané Garrincha” e o 2º Turno foi entitulado “Taça José Elias Giuliari”. Nos dois turnos, todos enfrentam-se entre si, na fase classificatória, em jogos de ida com inversão do mando de campo no turno seguinte. Os 4 primeiros disputam quartas-de-finais, semi-finais e finais em 2 jogos. O Quadrangular Decisivo foi disputado entre os campeões da Copa Governador do Estado – 1º Turno (Avaí), Taça Mané Garrincha (Figueirense), Taça José Elias Giuliardi (Joinville) e mais o vencedor entre os dois melhores times em índice técnico (no caso, o Criciúma venceu o Chapecoense e classificou-se para o quadrangular). O Quadrangular foi disputado em pontos-corridos, em jogos de ida-e-volta. O Joinville conquistou o título.
Campeonato Pernambucano 1989
Por haver poucas equipes, a Federação Pernambucana de Futebol dividiu o campeonato em 2 turnos, com 2 fases dentro do turno. Os campeões de cada fase decidiam o turno. Ao final, os campeões de cada turno, mais os 2 melhores por índice técnico, disputariam o 3º turno. Caso ao final de 3 turnos, houvesse 3 campeões distintos, os campeões e a equipe com melhor índice técnico fariam o 4º e decisivo turno (veja: time precisa perder para se classificar), onde o campeão deste turno seria proclamado campeão estadual. Mas não chegou a tanto: o Santa Cruz venceu 2 turnos, decidiu o campeonato com o Sport Recife com vantagem de pontos, e terminou como campeão estadual.
Copa João Havellange 2000 – Vamos aproveitar e salvar o Fluminense!
A bagunça começou no final de 99, quando o Gama recorreu e ganhou na Justiça Comum, o direito de disputar a 1ª Divisão de 2000, fato que gerou uma enorme disputa jurídica chegando até a FIFA. Além da batalha jurídica, a CBF, por problemas financeiros, disse não dispor de condições para organizar o torneio e delegou a uma liga independente ( Liga Brasil de Futebol). Como impera o clientelismo, a Liga, composta pelos clubes, não pensou duas vezes e inchou o campeonato da forma mais horrorsa possível. O Brasileirão passou de 22 (1999) para 112 clubes reunindo todos os clubes das 3 divisões. Os clubes foram separados por grupos denominados “módulos”. Os 25 times da 1ª divisão de 99 (incluindo os que deveriam terem sido rebaixados e mais o campeão da segundona, no caso o Goiás) foram agrupados no módulo Azul. Os 36 clubes da 2ª divisão foram agrupados no módulo Amarelo, e os 53 restantes (O Rio Branco do Espírito Santo não disputou o torneio) foram agrupados no módulo Verde-Branco, onde cada módulo tinha um regulamento próprio. No Azul fora disputado em pontos corridos em turno único. No Amarelo dividiu-se em 2 grupos com 18 equipes, classificando os 8 primeiras de cada grupo, disputando na seqüência quartas-de-final, semi-final, final e decisão de 3º lugar do módulo. No Verde-Branco, inicialmente dividiu-se as equipes em módulo verde e demais no branco. Cada módulo dispunha de 4 grupos com 7 equipes classificando-se os 3 primeiros de cada grupo. Na 2ª fase, os classificados foram distruídos, dentro de cada módulo em 3 grupos com 4 equipes classificando-se os campeões de cada grupo, e o melhor 2º colocado em cada módulo. Na seqüência, quartas-de-finais, semi-finais e final do módulo verde-branco.
A fase final fora bem simples. Os 12 primeiros do módulo Azul, os 3 primeiros do Módulo Amarelo, e o Campeão do Módulo Verde-Branco foram compilados e disputavam quartas-de-final, semi-final e final. O final foi desastroso, quando São Caetano x Vasco faziam no jogo decisivo em São Januário, e a superlotação fez com que parte do alambrado cedesse, e diversas pessoas caíssem no campo e ficassem feridas. Pelo regulamento, o título deveria ter sido remetido ao time do ABC paulista, mas o jogo de bastidores fez com que fosse marcado um novo jogo, desta vez no Maracanã, em Janeiro de 2001. Pra piorar, após receber críticas da Rede Globo, o Vasco entrou em campo com o uniforme estampado o logotipo do SBT, emissoa rival. Sem autorização prévia, a emissora de Silvio Santos processou ao clube de São Januário por uso indevido da imagem. Mesmo assim, o Vasco venceu por 3×1 e sagrou-se campeão brasileiro.
Copa do Brasil 2000
Realmente, 2000 foi um ano “brilhante” para nossos cartolas. O ridículo chegou ao ponto de avacalhar até mesmo um campeonato no sistema de mata-mata. A Copa do Brasil, torneio que indica um representante brasileiro na Taça Libertadores, foi o mais exdrúxulo possível. O Sistema de 2000 foi híbrido, disputado por 69 clubes. A 1ª fase foi disputada por 52 clubes, entre campeões estaduais de alguns estados do Norte-Nordeste, Espírito Santo e mais os grandes clubes que não tiveram boa colocação no estadual, que entraram como convidados. A 2ª fase foi disputada por 24 clubes que estrearam neste mometo e mais os 26 classificados da 1ª fase; enfrentrando-se entre si (iniciantes x iniciantes / classificados x classificados). A seqüência foi normal, com oitavas, quartas. Nas oitavas de finais, o Juventude/RS (campeão do ano anterior) e o Corinthians/SP, Atlético/PR, Atlético/MG e Palmeiras/SP foram inceridos. Como nos outros anos, até a 2ª fase, vitória do visitante no 1º jogo por 2 ou mais gols de diferença eliminava o jogo de volta. Como resultado, o Juventude/RS e Confiança/SE tiveram a mesma campanha (0 ponto ganho, 0 vitória, 0 empate, 2 derrotas), mas o time de Caxias do Sul terminou na 16ª posição, enquanto que o time de Aracajú foi o último colocado.
Campeonato Paulista 2003
Vinte e uma equipes (Isso mesmo, 21!!!! ) foram divididas em 3 grupos de 7 equipes cada. Ao final da 1ª fase, os campeões de cada grupo, e mais as duas melhores equipes por índice técnico classificaram para as quartas-de-finais, enquanto que os 12 piores disputariam o “torneio da morte” que definira duas equipes rebaixadas. E uma equipe (no caso, fora o Santos F.C.) ficou no chamado “buraco negro” isto é, nem se classificou, nem foi para o torneio da morte.
Esse regulamento proporcionou cenas como o Juventus, pior time disparado da primeira fase ter escapado do rebaixamento no “torneio da morte”, enquanto que times que brigaram pela vaga foram rebaixados.
Outro fato pitoresco ocorreu com o Santo André, que disputou com o Santos a última vaga para as quartas-de-finais. Na última rodada da fase classificatória, o Santos ficou no “chapéu” por já ter feito todos seus jogos; e aguardava o resultado do jogo entre Santo André (que disputava a vaga por índice técnico) e o São Paulo, já classificado. O empate classificava o ramalhão do ABC. Aliás, quem fosse o classificado entre Santo André e Santos enfrentaria o próprio São Paulo nas quartas-de-finais. Logo, o tricolor praticamente escolheu o seu adversário na próxima fase. Resultado, o São Paulo não jogou tudo que sabia e cedeu o empate em 2×2, eliminando o alvinegro praiano.
Outro fato pitoresco é que cada fase exigiu um regulamento distinto. Nas quartas-de-finais, a classificação ocorreu em jogo único, enquanto que nas semifinais e finais, foram dois jogos. Corinthians e São Paulo fariam a final. Por falhas na redação do regulamento, a federação informou que o São Paulo tinha a vantagem do empate, sendo que após revisão viu-se que o verdadeiro beneficiado seria o Corinthians. Apesar da eminência de recurso jurídico, o Corinthians venceu os dois jogos e terminou campeão estadual, no mais escumbalhado campeonato paulista de todos os tempos.
Campeonato Gaúcho 2004
O campeonato gaúcho tinha 12 equipes. O regulamento em si até que é simples: dois grupos, sendo que os dois melhores dos grupos disputam a final do grupo. O campeão de um grupo joga contra o vice do outro, e ao final, os dois finalistas decidem o campeonato estadual.
Mas os problemas começaram na distribuição das equipes.. O grupo A era formado pelos quatro grandes (Internacional e Grêmio, Juventude e Caxias) e mais quatro equipes. O grupo B era composto por 10 equipes, sendo composto por seis equipes e mais as equipes menores do grupo A. Logo, dentro os menores que estavam no grupo A, uma mesma equipe poderia jogar a final do estadual contra ela mesma. Exemplo: Se o Glória fosse campeão do Grupo A, e do grupo B, ela enfrentaria o tanto o 2º colocado do grupo B, quanto do grupo A. Se vencesse, o Glória de Vacaria, 1º finalista faria a final contra o segundo finalista, que seria o próprio Glória de Vacaria!
O pior de cada grupo era rebaixado (exceto o quatro grandes do grupo A). Logo, outro caso poderia acontecer: o campeão estadual ser rebaixado. Exemplo: O Glória de Vacaria vencesse o grupo A e, relaxando no Grupo B, ficasse em último. Neste caso, ele jogaria as semifinais do campeonato, e vencendo jogaria a final também, podendo ser campeão. Sendo campeão, mas sendo o último do seu grupo, seria ao mesmo tempo o campeão (melhor time) e rebaixado para a segunda divisão.
Fontes: Site Pra quem quer só ver futebol