Arquivo do Autor: Gilvanir Alves

DIAMANTE NEGRO. SALVE LEÔNIDAS!

Craque brasileiro é astro em outro Mundial marcado pela influencia política. Foi na Copa de 1938, na França, que o Brasil apresentou pela primeira vez uma seleção de verdade. A crise desde a implantação do profissionalismo dividiria o nosso futebol fora, enfim, superada um ano antes, graças a um movimento liderado por Pedro Novaes e Pedro Magalhães Correia, presidentes, respectivamente, de Vasco e América. Segundo a proposta dos dois dirigentes, a Federação Brasileira de Futebol, entidade que congregava os clubes adeptos ao regime remunerado, passaria a dirigir o futebol em todo o território nacional, e se filiaria à Confederação Brasileira de Desportos, amadorista, encarregando-se, esta, da representação do país junto a FIFA. Graças ao acordo, o técnico Ademar Pimenta teve liberdade para convocar todos os jogadores que quis. Pimenta dirigia a seleção brasileira no Sul-Americano de 1937, em Buenos Aires, no qual foi vice-campeão. A Itália apresentou outro grande jogador, o atacante Silvio Piola, mas quem brilhou de fato naquela Copa foi o brasileiro Leônidas da Silva. Aos 25 anos, o craque do Flamengo carregava muita fama no Brasil, mas era um tanto desconhecido na Europa, embora tivesse jogado em 1934, na Itália. Chamado por aqui de Diamante Negro, Leônidas marcou oito gols – foi o artilheiro da Copa – e acabou sendo fundamental na boa campanha da Seleção. Jules Rimet realizou, naquela Copa do Mundo de 1938, o sonho de ver o evento disputado em seu país. Em sua concepção, o esporte deveria ser um laço de união entre os povos. E o Mundial, a grande chance para que os países pudessem celebrar uma autentica confraternização. Mas a Europa já vivia um clima político carregado. A Espanha enfrentava uma guerra civil. Adolf Hitler havia anexado a Áustria ao território alemão. Alemanha, Itália e Japão já tinham assinado um acordo diplomático Pacto do Eixo – na pratica uma tríplice aliança visando a guerra próxima, já sinalizada pela mobilização das tropas nazistas. Seria exagero afirmar que o bi da Squadra Azzurra foi ganho apenas pela a influência direta dos países do Eixo. Também teve seus méritos. Mas embora a Copa de 1938 tenha sido superior às anteriores, o evento também acabou marcado pela intervenção política.

PENALIDADE DISCUTIDA AFASTA O BRASIL.

O Brasil foi o único país sul-americano a participar da Copa de 1938, que teve forma de disputa parecida com a anterior. Na primeira fase aconteceram sete jogos, todos eliminatórios. E restaram, após as quartas de final, três seleções que vinham apresentando belo futebol:

Itália, Hungria e Brasil.

Nas semifinais, os húngaros golearam a Suécia por 5 a 1, e na decisão antecipada, a Itália venceu o Brasil por 2 a 1, graças a um pênalti muito discutido, de Domingos da Guia em Silvio Piola, Cobrado por Giuseppe Meazza.

Na final, a Itália venceu a Hungria por 4 a 2. Pela segunda vez consecutiva, a taça parava nas mãos de Vittorio Pozzo e, é claro, de Benito Mussolini. Quem, aliás, poderia derrubar o ascendente poder do Eixo? Esta foi a pergunta que se fez durante o Mundial, realizado pouco mais de um ano antes de Hitler ordenar suas tropas que invadissem a Polônia, iniciando, a guerra que deixou cicatrizes em todo o planeta.

CURTINHAS.

Ouvido ligado:

A Copa de 1938 foi a primeira transmitida para o Brasil. Pelas ondas do rádio, é claro na voz do narrador paulista Gagliano Neto. O sucesso acabou sendo extraordinário.

POSIÇÃO HONROSA.

O Brasil venceu a Polônia (6×5), superou a Tchecoslováquia (1×1 e 2×1), perdeu da Itália (1×2) e derrotou a Suécia (4×2) na disputa do terceiro lugar.

NINHO DE COBRAS.

Há um consenso de que o Brasil de 38 foi um dos melhores da História. Entre os craques Domingos da Guia, Romeu, Niginho, Tim, Hercules e Patesko.

APELIDO DE HERÓI.

Mas o grande nome foi efetivamente Leônidas da Silva, que ganho respeito e a admiração do mundo do futebol, que passou a chamá-lo de Homem de Borracha.

Fonte: Jornal Lance.

ISTO É SÃO MARCOS:

DADOS PESSOAIS:

Nome: Marcos Roberto Silveira Reis.

Data de nascimento: 04/08/1973.

AS FRASES DE SÃO MARCOS:

“Aquele time é que foi o perdedor no ano passado, não o Palmeiras”.

Em 2003, quando questionado sobre a queda em 2002.

“Contra o Corinthians, podem chutar o meu braço. Mas a bola, não vão chutar, não!”.

(livro “Os dez mais do Palmeiras”, de Mauro Beting).

“Tinham sete goleiros no elenco (quando chegou em 1992). Nunca achei que ia passar.

Sobre sua chegada ao Palmeiras em 1992.

RECORDES:

Melhor jogador da Taça Libertadores de 1999.

Único goleiro a ser eleito melhor jogador de uma edição da Libertadores 1999.

Eleito o quarto melhor goleiro do mundo em 2002.

Sétimo jogador que mais vestiu a camisa do Palmeiras.

Jogador de toda a história do Palmeiras que mais participou da Taça Libertadores da América – seis edições – e o que mais jogou 57 partidas.

NÚMEROS:

Pelo Palmeiras: 530 jogos: 671 gols sofridos.

Pela Seleção: 29 jogos: 24 gols sofridos.

TÍTULOS:

No Palmeiras:

Campeonato Brasileiro: (1993 e 1994).

Torneio Rio-São Paulo: (1993 e 2000).

Campeonato Paulista: (1993, 1994, 1996 e 2008).

Torneio Lev Yashin (Rússia): (1994).

Copa Euro – América: (1996).

Taça Maria Quitéria: (1997).

Taça Governador de Goiás: (1997).

Copa Naranja (Espanha) (1997).

Copa Mercosul: (1998).

Copa do Brasil: (1998).

Taça Libertadores da América: (1999).

Copa dos Campeões: (2000).

Campeonato Brasileiro Série B: (2003).

Na Seleção:

Copa América: (1999).

Copa do Mundo (2002).

Copa das Confederações: (2005).

 

CRONOLOGIA:

02/05/1992 – esteia na equipe sub-20 do Palmeiras, dirigida pelo técnico Raul Pratali. Empate em 2 a 2 contra o Santos, no Palestra Itália.

16/05/1992 – estréia na equipe profissional. Vitoria por 4 a 0, no amistoso diante da Esportiva de Guaratinguetá, no estádio Dario Rodrigues Leite.

22/07/1992 – campeão paulista sub-20. Vitoria diante do Botafogo (SP) 3 a 2.

19/05/1996 – defende o primeiro pênalti como goleiro da equipe profissional, em partida valida pelo Paulistão diante do Botafogo de Ribeirão, no Palestra Itália.

10/10/1996 – reserva de Velloso, é convocado pela 1º vez pelo técnico Zagallo para a Seleção.

05/05/1999 – nasce o mito São Marcos. Diante do Corinthians, na 1º partida valida pelas quartas de final da Libertadores, faz uma atuação espetacular, opera verdadeiros milagres, garante a vitória por 2 a 0 e é batizado pela mídia e torcida com o apelido de São Marcos.

12/05/1999 – no jogo de volta da Libertadores, após derrota para o Corinthians por 2 a 0 no tempo normal, defende a cobrança de pênalti de Vampata e vê Dinei acertar a trave, classificando o Palmeiras para a próxima fase da competição.

16/0901999 – na decisão da Libertadores contra o Deportivo Cali (COL), diante da torcida palmeirense no Palestra Itália, novamente em decisão por pênaltis, brilha a estrela do goleiro, sagrando-se campeão continental, após chute para fora do atacante Zapata. Nesse dia também é eleito o melhor jogador da competição.

13/11/1999 – estréia com a camisa da Seleção Brasileira, no amistoso diante da Espanha, em Vigo. Fecha o gol e garante o empate em 0 a 0.

30/11/1999 – falha ao cortar o cruzamento do atacante inglês Giggs do Manchester United na decisão do Mundial Interclubes, em Tóquio.

11/05/2000 – garante a classificação do Verdão para as quartas de final, ao vencer na disputa de pênaltis os uruguaios do Peñarol.

06/06/2000 – Palmeiras e Corinthians, mais uma vez decidem vaga às finais da Libertadores nas cobranças de pênaltis. Brilha a estrela do goleiro, que defende a última cobrança do ídolo alvinegro Marcelinho Carioca e garante o Palmeiras pela segunda vez consecutiva na final.

21/06/2000 – vê o bi da Libertadores ir para o espaço, ao perder nos pênaltis para o Boca Juniors, em pleno estádio do Morumbi.

30/05/2001 – decisão por pênaltis diante do Cruzeiro no Mineirão, após empate em 2 a 2 no tempo normal, pelas quartas da Libertadores. Alex, Felipe e Galeano perdem as suas cobranças, mas São Marcos garante o Verdão na próxima fase.

13/07/2001 – Palmeiras e Boca Juniors decidem a vaga às finais da Libertadores, no Palestra Itália. Desta vez, a sorte sorriu para os argentinos, que eliminaram o Palmeiras por 3 a 2.

20/02/2002 – zebra histórica. O Palmeiras perde a primeira partida por 1 a 0 para o ASA (AL) fora de casa. No jogo de volta no Palestra Itália , apesar da vitória por 2 a 1, é eliminado na 1º fase da Copa do Brasil.

30/06/2002 – sagra-se campeão da Copa do Mundo como titular da Seleção Brasileira.

17/11/2002 – faz parte da bisonha campanha palmeirense que levou a equipe a ser rebaixada para a Série B do Campeonato Brasileiro.

23/04/2003 – péssima atuação (falhas grotescas em três gols) na derrota do Palmeiras por 7 a 2 para o Vitória, em pleno Palestra, em partida valida pela Copa do Brasil.

16/07/2006 – sofre nova contusão, agora na clavícula, na partida diante do Corinthians, após choque com o atacante Rafael Moura.

11/03/2007 – outra contusão, no braço direito contra o Juventus afasta o goleiro por 11 meses.

04/05/2008 – fecha o gol e sagra-se campeão paulista contra a Ponte Preta.

12/05/2009 – defende três pênaltis diante do Sport, em plena Ilha do Retiro, e classifica o Palmeiras às quartas de final da Taça Libertadores.

19/08/2010 – na partida em que o Verdão venceu o Vitória por 3 a 0 pela Copa Sul-americana, Marcos atingiu seu jogo de número 500 com a camisa do Palmeiras.

17/09/2011 – no empate por 1 a1, com o Avaí, pelo Campeonato Brasileiro, Marcos realiza sua última partida oficial com a camisa do Palmeiras.

29/09/2011 – o goleiro inaugura a clínica “São Marcos” que oferece fisioterapia e recuperação esportiva para atletas com dificuldades financeiras.

04/01/2012 – a diretoria do Palmeiras anuncia que Marcos se aposenta da carreira de jogador profissional.

 

Fonte: Jornal Agora.

 

 

 

 

 

NAS MÃOS DO MESTRE.

Parreira leva o Corinthians a dois títulos e quase conquista a tríplice coroa em 2002.  Ao longo da história, apesar de grandes conquistas, o Corinthians sempre conviveu com crises e turbulências. Quase sempre, a “bucha” estourava no treinador. Em 2002, o carioca Carlos Alberto Parreira chegou ao clube paulista para acabar com esse estigma. Mesmo sob o olhar desconfiado de muita gente, Parreira se encaixou muito bem no Corinthians. Implantou um sistema de jogo que valorizava extremamente a posse de bola e ia ao ataque com muita prudência. Ao longo do trabalho, encontrou a formação ideal jogando com três atacantes: Leandro, Deivid e Gil. Este ultimo também fazia parte de outro trio importante do time do Corinthians. Ao lado do lateral Kleber e do meia Ricardinho, formou o que Parreira classificou como o “melhor lado esquerdo do mundo”. Com essa característica, o Corinthians conquistou o Torneio Rio-São Paulo e a Copa do Brasil. O regional tinha outro formato, “turbinado” com 16 times, nove de São Paulo e sete do Rio. Na semifinal, a classificação veio diante do São Caetano. Já na decisão, um velho rival. No primeiro jogo, vitória sobre o São Paulo e um inesquecível drible da vaca de Gil no zagueiro Émerson. Na segunda partida, um empate e o título. Apenas três dias depois, Parreira e o Corinthians comemoram mais uma conquista. Após ter passado novamente, pelo São Paulo na semifinal, o Timão bateu o Brasiliense, no Morumbi, e empatou no Distrito Federal. Era o segundo título de Parreira no clube paulista. Mesmo perdendo peças fundamentais como Dida e Ricardinho, o Corinthians ainda conseguiu chegar à final do Campeonato Brasileiro. Na decisão, não conseguiu vencer o Santos de Diego e Robinho e o sonho da tríplice coroa não se realizou.

Fonte: Jornal Lance.

GRANDES GOLEIROS BRASILEIROS.

Moacir Barbosa Nascimento (Barbosa):

Principais clubes: Ypiranga (SP), Vasco, Santa Cruz e Campo Grande (RJ).

Período de carreira: de 1940 a 1962.

Idade que encerrou: 41 anos.

Emerson Leão:

Principais clubes: Comercial (SP), São José (SP), Palmeiras, Vasco, Grêmio, Corinthians e Sport.

Período de Carreira: de 1967 a 1987.

Idade que encerrou: 38 anos.

Gilmar dos Santos Neves:

Principais clubes: Jabaquara, Corinthians e Santos.

Período de carreira: de 1950 a 1969.

Idade que encerrou: 39 anos.

Haílton Corrêa de Arruda (Manga).

Principais clubes: Sport, Botafogo, Nacional (URU), Internacional, Coritiba e Grêmio.

Período de carreira: de 1955 a 1982.

Idade que encerrou: 45 anos.

Oberdan Cattani.

Principais clubes: Palmeiras e Juventus.

Período de carreira: de 1940 a 1955.

Idade que encerrou: 36 anos.

Claudio André Mergen Taffarel.

Principais clubes: Inter (RS), Parma (ITA), Reggina (ITA), Atlético (MG), Galatasaray (TUR), e Parma (ITA).

Período de carreira: de 1985 a 2003.

Idade que encerrou: 37 anos.

Félix Miéli Venerando.

Principais clubes: Juventus, Portuguesa e Fluminense.

Período de carreira: de 1953 a 1976.

Idade que encerrou: 39 anos.

Marcos Roberto Silveira Reis (São Marcos).

Principais clubes: Palmeiras.

Período de carreira: de 1992 a 2012.

Idade que encerrou: 39 anos.

Ronaldo Soares Giovanelli:

Principais clubes: Corinthians, Fluminense, Cruzeiro, Ponte Preta, Portuguesa e Portuguesa Santista.

Período de carreira: de 1988 a 2005.

Idade que encerrou: 38 anos.

Armelino Donizetti Quagliato (Zetti):

Principais clubes: Toledo (PR), Palmeiras, Londrina, Guarani, São Paulo, Santos, Fluminense, União Barbarense e Sport.

Período de carreira: de 1983 a 2001.

Idade que encerrou: 36 anos.

 

Fonte: Jornal Agora.

 

GOL CONTRA.

João Havelange, dirigente da FIFA, diz que “Globo” só faz matéria contra Ricardo Teixeira porque a CBF mudou horários de jogos.

O presidente de honra da FIFA, João Havelange, fez duras criticas à “Globo” em entrevista à revista “Poder”. Acusando a emissora de manipular o noticiário, ele reclamou de denuncias recentes feitas contra seu ex-genro, Ricardo Teixeira, que é presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e um de seus aliados mais próximos. Havelange afirmou que a “Globo” só divulgou informações que prejudicam Teixeira porque o dirigente alterou horários do futebol.

“Por que isso? Porque mudou horário de jogo. O Ricardo só não serve na hora que não faz as vontades. Enquanto interessou à Globo, era um gênio. No dia em que ele quis tomar uma medida que poderia ferir a emissora, ela se voltou contra ele”, afirmou Havelange. A gestão de Ricardo Teixeira à frente da CBF tem sido marcada por relações turbulentas com a imprensa e falta de transparência. Até este desentendimento, porém, nem ele e nem seu ex-sogro, Havelange, haviam jamais reclamado da “Globo”.

Até a ruptura, a relação dos dirigentes com a emissora era a melhor possível. Segundo reportagem recente publicada pela revista “Piauí”, a ser questionado por um parceiro comercial sobre possíveis problemas em uma entrevista que seria feita pela emissora, Teixeira o teria tranqüilizado, dizendo estar “tudo sobre controle”.

A jornalista Daniela Pinheiro, que escreveu a reportagem para a “Piauí”, acompanhou a entrevista e registrou que, “apesar de todas as denuncias sobre corrupção e suborno, nenhuma pergunta foi feita sobre o assunto pela “Globo”.

Assim como Teixeira, Havelange enfrenta denuncias graves. Em junho, o Comitê Olímpico Internacional anunciou que abriria investigação contra o dirigente devido às denuncias feitas pela imprensa britânica.

 

Fonte: Folha Universal.

POÇO SEM FUNDO

Estudo do Senado mostra grande aumento no custo da Copa de 2014. E deve crescer mais e mais. Uma goleada de gastos. Estudo divulgado pela Consultoria Legislativa do Senado apontou que os custos previstos com obras de infraestrutura para a Copa de 2014, que será disputada no Brasil, subiram 28,7% entre janeiro e setembro deste ano. Agora, estima-se que serão precisos R$ 30,7 bilhões para deixar estádios, portos e aeroportos, além de outras obras de mobilidade urbana, prontos para o torneio de futebol. O estudo leva em consideração a inclusão de novas obras no pacote da Copa.

Mas, mesmo comparando apenas as obras que já haviam sido elencadas em janeiro, o aumento chega a 11%. A maior parte das  obras receberá financiamento de bancos públicos ou investimentos diretos de cofres do governos estaduais e municipais.

A infraestrutura de mobilidade urbana nas cidades-sede teve maior reajuste. No 1° balanço das Obras da Copa do Mundo FIFA 2014, o Ministério do Esporte informou que seriam investidos R$ 11,9 bilhões. Em setembro, a previsão subiu 37,5% e atingiu R$ 16,4 bilhões. Entre as cidades que receberão os jogos, Belo Horizonte foi a com maior reajuste dos valores estimados, quase 131%.

Segundo Alexandre Guimarães, consultor responsável pelo levantamento, é preciso fazer uma avaliação minuciosa em cada obra para descobrir o motivo da variação dos custos. Em alguns casos, como o de Belo Horizonte, a explicação pode estar na inclusão de novas obras no orçamento. “Os preços podem ter sidos alterados por três razões.

O primeiro, por conta da inflação. Depois, por acréscimo de outras obras ou por erro de projeto inicial. Tudo isso será averiguado. Esse estudo apenas compara dois balanços do Ministério do Esporte”, explica.

 

Fonte: Folha Universal.

FUTEBOL DE ELITE.

Com a aparente “volta por cima” da Globo nas negociações sobre a transmissão dos campeonatos brasileiros de 2012 a 2014, as esperanças de transmissão de jogos na TV aberta em horários civilizados, para espectadores e atletas, se esvaem.  Os clubes atolados em dividas menosprezam a negociação coletiva. Também passam ao largo preocupação com o que o torcedor mortal terá de pagar por ingressos em estádios ou pacotes televisivos para ver seu time ou secar os demais. O esporte mais popular do país é cada dia mais impagável para a maioria da galera. O professor Flávio de Campos, do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP), compara a situação a uma briga oligárquica.
“Essa cartolagem é muito parecida com determinadas raposas da política brasileira, e às vezes se confundem mesmo”, diz. A realização da Copa de 2014 no Brasil reforça a mudança de foco do futebol e potencializa a cobiça. Construídos ou reformados, às vezes com necessidades duvidosas, os estádios serão em tese mais bem aparelhados, terão capacidade menor e ingressos mais caros, o que evidencia essa busca pelo público de menor poder aquisitivo.
“A questão da transmissão é um complemento da exclusão que vem sendo feita há anos nos estádios. Em nome da segurança, um padrão da modernidade se impõe e remove os setores populares. Como se a violência fosse um atributo desses setores, o que é uma falácia”, acrescenta  Flávio Campos.
No Maracanã, a geral, conhecida pelo grande número de populares fantasiados que ali acompanhavam os jogos, foi destruída em 2005 e deu lugar as cadeiras – setor nobre.
Foi o fim dos geraldinos, como eram conhecidos os freqüentadores. E os arquibaldos, a turma da arquibancada, também não têm vida fácil. Ambos os tipos foram cunhados pelo escritor Nélson Rodrigues, freqüentador do velho Maracanã.

Fonte: Revista do Brasil.

FUTEBOL PARA QUE?

A arena a ser construída nos arredores de Recife tem todos os motivos para existir, segundo políticos e dirigentes locais, menos um: o futebol.
Recife tem três equipes tradicionais, cada uma com estádio próprio: Santa Cruz o Arruda, Sport a Ilha do Retiro e o Náutico o Aflitos. Ainda assim, o governo local optou por construir uma nova arena, aproximadamente 11 km do centro da cidade, para a Copa do Mundo de 2014.
O projeto ainda não tem nome, a ser definido pelo consorcio liderado pela construtora Odebrecht, o Internacional Stadia Group (ISG) e a AEG Facilities.
A revista ESPN procurou o arquiteto Daniel Fernandes para falar dos pormenores da obra e recebeu a informação de que a construtora proibiu os envolvidos de se manifestarem até que tenha obtido todas as liberações para a construção. O local escolhido é pouco habitado, mas, ainda assim, foi preciso desapropriar casas para demarcar o terreno.
O gerente geral do Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas de Pernambuco, Silvio Bompastor, dá a real medida do significado da obra: ela tem pouco a ver com o futebol. A construção da “Arena Recife”, como vem sendo chamada provisoriamente, é uma forma de “transformar um planejamento com horizonte de 20 anos em investimentos concentrados em três anos”, explica Bompastor. Há um senso comum no Recife de que a construção da arena a oeste da capital, em São Lourenço da Mata, é uma forma de urbanizar o único lado para o qual a região metropolitana ainda pode crescer. Por isso, as perguntas até são sobre o estádio, mas as respostas são todas sobre a infra-estrutura urbana, principalmente obras viárias, de ampliação de rodovia à extensão da linha do metrô.  O investimento estimado é de R$ 530 milhões, obtidos por meio do sistema de PPP, como empréstimo do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). O Governo de Pernambuco ainda estima gastar R$ 8 bilhões em infra-estrutura. A resistência em admitir que o estádio possa virar um “elefante branco” ao fim da Copa traz à tona uma justificativa pouco elaborada: os estádios existentes não atendem aas demandas da FIFA. Ponto final. O Arruda, que teria capacidade suficiente (60 mil assentos, acima dos 40 mil exigidos), foi imediatamente descartado por “dificuldade de acesso”. A Ilha do Retiro deve ser transformada em uma arena no futuro, mas o Sport ainda analisa os projetos que solicitou, sem se preocupar com os prazos da Copa.
O estádio dos Aflitos precisa ter a capacidade duplicada. Dos três clubes, só o Náutico diz claramente ter interesse em jogar ali. A questão é que a conta não fecha.
“Entendemos que obteríamos menos dinheiro com ingresso. Uma coisa é ir até o centro para ver jogo, é mais fácil. Outra é ir a um lugar distante, outro nível de torcedor”, diz o vice-presidente jurídico do clube, Ivan Rocha. Para a conta fechar, seria preciso ter acesso a outras fontes de receita como bares, restaurantes e publicidade. Para tanto, será necessário negociar com o consorcio: “Estamos esperando propostas”, diz Rocha, mesmo discurso do presidente do Santa Cruz, Fernando Bezerra. Embora considere a possibilidade de negociação, Bezerra diz que é impensável abrir Mao do Arruda. Sobre a real necessidade de uma nova arena, mantém a linha adotada por dirigentes e políticos: “É pagina virada, já está aí e é importante para que nós possamos receber a Copa”. No caso de nenhum clube adotar a arena, o relatório de viabilidade da obra mostra que seria preciso ter ao menos cinco shows e um jogo da Seleção a cada dois anos para que a arena se pagasse durante a concessão de 30 anos. Em abril de 2010, aconteceu o último grande show no Recife, do Megadeth, banda de Heavy Metal que teve seu auge no começo da década de 90 e levou 3 mil pessoas ao Clube Português.