Arquivo do Autor: Gilberto Maluf

Badeco, ídolo da Portuguesa e do América

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O Craque: Badeco

Ivan Manoel de Oliveira, o Badeco, nasceu a 15 de março de 1945.Ex-volante do Corinthians, América do Rio, Portuguesa, Comercial de Campo Grande e Juventude, nos anos 60 e 70, é delegado da Polícia Federal aposentado, é presidente da Cooperativa Craques de Sempre, Difusor de Esportes da Prefeitura de São Paulo e mora em São Paulo (SP) no bairro da Horto Florestal, zona norte.

O principal momento da carreira profissional de Badeco aconteceu em 1973, quando conquistou o título paulista pela Lusa. Naquele ano, o caneco foi dividido com o Santos, após uma presepada do ex-árbitro Armando Marques, que se confundiu na decisão por pênaltis.
Durante 14 anos como jogador profissional (64 a 78), Badeco se notabilizou por ser um volante clássico de toque refinado. Não conseguiu defender a Seleção Brasileira pois na época haviam outros grandes jogadores na posição, como Clodoaldo, um dos destaques do grupo tricampeão do mundo.

Passagem rápida pelo Timão
Badeco fez mais sucesso mesmo com as camisas do América do Rio e da Portuguesa, mas chegou a vestir a corintiana. O ex-volante defendeu o Timão em apenas dois jogos e não marcou nenhum gol. Ele jogou pelo alvinegro em amistosos. O primeiro foi na vitória sobre o Bragantino, por 4 a 0, no dia 21 de setembro de 1967. E o segundo, seis dias depois, no empate com o Paulista, por 1 a 1, no dia 27 de setembro de 1967.

Badeco iniciou sua carreira no América, de Joinville, em Santa Catarina. Depois defendeu o Corinthians, o América, do Rio de Janeiro e, em 1973 retornou a São Paulo para jogar na Portuguesa.
Um dos grandes ídolos da Lusa, Badeco teve a carreira abreviada em razão de um “carrinho” dado pelo ex-jogador Paulo Roberto Falcão. “Eu jogava pelo Juventude, de Caxias do Sul, e estávamos enfrentando o Internacional, de Porto Alegre. Num lance enquanto protegia a bola o Falcão me deu um carrinho e rompi o tendão de Aquiles. Apesar da gravidade da contusão, não vi maldade no lance. Eu acredito que o meu tendão já estava com problemas pois alguns dias antes tinha feito duas infiltrações para aliviar as dores.”

Badeco tem uma dívida de gratidão com o ex-jogador Marçal e o volante Dino Sani. “O Dino me orientou muito nos treinos, no Corinthians. Ele me posicionou. Dizia que assim não precisaria correr tanto. Falava da importância da preparação física e da maneira como deveria encarar a profissão. O Marçal cobrava o estudo. Na época, às vezes, ficava irritado com essas recomendações. Hoje dou muito valor aos dois”.

Além dos clubes que defendeu, Badeco tem um carinho especial pelo Fluminense e pelo São Paulo. “O meu pai era jogador de futebol do América, de Joinville. Eu tinha uns quatro anos e o Fluminense do Rio foi na minha cidade enfrentar o América. Depois da partida o meu pai ofereceu um churrasco para a delegação do Fluminense. O Didi compareceu e me deu a sua camisa . Em 1957 ocorreu a mesma coisa. O São Paulo foi a Joinvile e depois do jogo o pessoal foi em casa e o Zizinho me presenteou com uma camisa”, recorda Badeco.

Quem se depara com aquele negro esguio, sempre elegante, 1m86 de altura, barba grande, fala mansa e português correto, nem de longe imagina as dificuldades que teve de superar para chegar até onde se encontra hoje.

LEMBRANÇAS DE UM CLÁSSICO

No dia seis de agosto de 1970, numa quinta-feira, Vasco da Gama e América se enfrentaram no Maracanã pelo primeiro turno do campeonato carioca com os rubros saindo vencedores pelo placar de 3 tentos a 1. Nesse ano o C.R. Vasco da Gama foi o campeão carioca depois de uma espera de 12 anos.
Súmula do clássico com Badeco em campo.
VASCO DA GAMA(RJ) 1 X 3 AMÉRICA(RJ)
Data: 06 / 08 / 1970
Campeonato carioca
Local: Estádio do Maracanã
Gols: Silva; Tarciso(2), Jorge Cuíca
VASCO DA GAMA: Andrada, Fidélis, Moacir, Renê, Batista, Alcir, Buglê(Willi), Luis Carlos, Ademir, Silva, Gilson Nunes(Valfrido) / Técnico: Tim
AMÉRICA: Helinho, Paulo César, Tião, Aldeci, Zé Carlos, Badeco, Jorge Cuíca(Mareco), Tarciso, Jeremias, Edu(Tadeu), Sarão.

Clubes em que atuou:

América, de Joinville-SC, de 1965 a 1967;

Corinthians, 1967 e 1968;

América-RJ, de 1968 1973;

Portuguesa, 1973 a 1978;

Comercial, de Campo Grande-MS e Juventude-RS 1978.

Principais títulos:

Campeão Paulista,

campeão Taça Governador do Estado e campeão da Taça São Paulo, em 1973.

Vice-campeão paulista em 1976.

Fontes: Site do Milton Neves; Gazeta Esportiva; futebolcarioca2008.blogspot

Braguinha, voz viva da Copa de 58, revê criação

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Geraldo José de Almeida, pela Rádio Record, e Braga Júnior, pela Rádio Panamericana, cobriram a Copa do Mundo de 1958. Braga é o único narrador de rádio vivo dentre os que viajaram para a Suécia em 1958.

Locutor que narrou o título da seleção na Suécia admite a fantasia de imagens.

Para jornalista, imagem marcante da Copa não foi um gol, mas reação de Didi após o Brasil sair perdendo na final contra a Suécia

“”O locutor esportivo era mais um criador, formava imagens que muitas vezes não eram correlatas com os fatos. Às vezes, a partida era uma porcaria, mas era irradiada com vibração, havia sempre uma paixão acima do normal na transmissão.”

Quem diz isso é Braga Júnior, o Braguinha, locutor esportivo de rádio que trabalhou na Copa de 1958 e que, aos 75 anos, ainda esbanja um vozeirão ao atender a Folha em seu apartamento em São Paulo.

“”Pelo que dizem, eu sou o único locutor de rádio brasileiro na Copa-58 ainda vivo .”

Advogado, ele teve seu grande batismo nos microfones na primeira Copa conquistada pelo Brasil. “”Fui pé-quente”, diz.

“”Fiz curso de direito na PUC e depois comecei a discutir o rádio, o que ele deveria fazer. O locutor tinha a obrigação de fazer um espetáculo, de inventar, de fazer uma fantasia, sobretudo porque, se o camarada irradiasse triste, se retratasse fielmente um jogo horrível, seria demitido”, fala Braguinha.

E um superior dele na Copa de 1958 era “”só” Paulo Machado de Carvalho, chefe da delegação brasileira na Suécia.

“”Ele era meu chefe, mas devo dizer que estive com ele só uma vez na Copa, para resolver um problema criado na equipe. Só fui rever o doutor Paulo 40 dias depois. Pedi férias após a Copa e passei 30 dias na Europa.”

Braga Júnior narrou o Mundial quase pela paulista Rádio Record em cadeia com a Rádio Globo do Rio.

“”Eu representava a Record a mando do Paulo Machado de Carvalho. Pela Globo, deveria irradiar o Mário Garcia, mas ele brigou com o chefe da equipe. Pegaram o segundo locutor deles, o baiano Carlos Lima. Eu e ele fomos com a incumbência de irradiar, meio tempo de cada um, as partidas da Copa.”

A cobertura era bastante parcial e parceira do chefe da delegação? “”Quando tratava-se de seleção brasileira, claro que estava vestido com a camisa da equipe. O resto era só o resto. Sobre o doutor Paulo, por ele ser dono de um império de rádio e TV, era sempre potencialmente um futuro patrão. Os jornalistas tinham que considerar isso e o respeitavam.”

Com 25 anos na Copa-58, Braguinha testemunhou a proximidade de integrantes da imprensa com a cúpula da seleção. “”O Paulo, inteligente, cercou-se de três jornalistas: Ary Silva, Flávio Iazzetti e Paulo Planet Buarque. A esse grupo, juntaram-se Nilton Santos, Didi e Feola. Conversavam entre eles. Didi e Nilton Santos, jogadores fantásticos e pessoas maravilhosas, tinham grande influência na formação do time.”

Narrar aquele que para muitos foi o melhor time da história dispensou até a fantasia.

“”Tive oportunidades melhores para inventar irradiando. O Brasil tinha um time excelente, com jogadores excepcionais em todas as posições. Estava muito bem preparado, endurecido. Atribuo muito do título ao Garrincha, o melhor jogador brasileiro de seleção, no conjunto da obra”, diz Braguinha.

Uma narração marcante não foi a de um gol, foi a de um gesto: “”Quando levou o primeiro gol da Suécia, o Brasil poderia ter dado uma degringolada, mas Didi pegou a bola no fundo da rede e a colocou no meio-campo, foi uma reação máscula. O Brasil tinha aquela coisa antes de se deixar levar. Mas reagiu, empatou e dominou amplamente o time sueco.”

O melhor jogo para narrar? “”Brasil x França. O primeiro tempo foi de arrepiar cabelos.”

E deu mesmo emoção no final? “”Foi uma coisa inusitada, uma grande emoção. O pessoal recebendo medalhas de ouro, o rei da Suécia, o hino nacional… A partir dali se construiu o império do futebol brasileiro.”

TRANSMISSÕES
As dificuldades para as transmissões dos jogos da Copa-58 não eram poucas. E o sucesso não era garantia de qualidade.

“”O maior problema é que não se trabalhava com satélite, que não tinha surgido. As transmissões de longa distância eram por meio meio de transmissores enormes, SSB (Single Side Band). Na realidade, eram duas bandas, uma chegava mais ou menos e a outra muito pior. Havia muita trapalhada nesse tipo de coisa”, conta Braga Júnior.

A situação para o narrador era bem pior do que a vista nos dias atuais. “”Era um negócio meio às cegas. Não tinha retorno na Copa de 1958, era praticamente impossível nesses grandes eventos. Hoje, transmite-se com uma segurança fantástica, o cara tem o retorno, o som, às vezes até o retorno da imagem, transmite vendo o tempo inteiro o que está fazendo”, compara o narrador, que é capixaba.

E olha que a Suécia, país-sede daquela Copa, estava avançada já na época, segundo Braga Júnior. “”Era um país rico e dispunha de estrutura muito boa de comunicação. Era de se supor que um país avançado como a Suécia fizesse uma preparação grande para aquela cobertura. Queriam fazer uma divulgação de seu avanço tecnológico.”

Porém o ouvinte brasileiro sofria com a recepção, talvez mais do que com a seleção. “”Não chegava nenhuma maravilha a transmissão. Era uma espécie de sanfona, o som aumentava e diminuía. Você não ouvia como hoje, que não tem interferência nenhuma”, fala o locutor, que também levou sua voz para lutas épicas de boxe de Eder Jofre e corridas de F-1.

O fato de não haver concorrência com a TV dava outro colorido às narrações (as poucas TVs eram em preto e branco).

“Naquele tempo, não tinha a televisão para te cobrar. Irradiava gol até um minuto depois de ele acontecer”, conta Braguinha, que não ia com muita freqüência à concentração da seleção em Hindas -havia encontros com os atletas menos restritos do que ocorre hoje.

“Nós não tínhamos muito dinheiro para gastar. A nossa transmissão foi miserável. O dinheiro era exíguo, o necessário para a cobertura. Outras emissoras tinham mais recursos: a Bandeirantes, que tinha dois extraordinários locutores, Pedro Luiz e Edson Leite, e a Panamericana, que tinha o Geraldo José de Almeida, excelente locutor”, relembra Braguinha.
Sem boletins diários, havia tempo para curtir a Suécia: “Ficávamos por Gotemburgo, vendo meninas e tentando desvendar o grande mistério da época: o sexo livre das suecas.”

Narração de um gol da final

“O Brasil está perdendo por 1 a 0 para a seleção da Suécia. Vai para o ataque o time brasileiro, a bola está com Zito. Zito conduz pela sua linha intermediária, avança um pouco mais pela direita, Garrincha está solto, é lançado. Domina Garrincha, chama Axbom, passa pela primeira vez, joga para a direita, joga o corpo para a esquerda, saiu-se muito bem, passa para a frente, vai para a linha de fundo, vai se aproximando da linha de fundo. Atenção, cruzou, entra Vavá, atira, e é gol. Gooooooooolllllll da seleção brasileira. Está empatada a partida na Suécia”

OPINIÃO:
COMENTARISTA DO MUNDIAL AINDA ATUA NO RIO GRANDE DO SUL

O comentarista Flávio Alcaraz Gomes, popular na imprensa gaúcha, trabalhou na Copa de 58 e ainda atua na Rádio Pampa. Ganhou projeção com o programa “”Guerrilheiros da Notícia”, também com versão televisiva. Flávio, hoje com 80 anos, é advogado. Está entre as poucas dezenas de jornalistas do país que cobriram a Copa da Suécia.
Fonte: Folha de São Paulo

Eduardo Gonçalves de Andrade, o Tostão do Cruzeiro

TOSTÃO
Eduardo Gonçalves de Andrade – Atacante – Belo Horizonte (MG) -25.01.1947

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Maior jogador do Cruzeiro de todos os tempos e um dos maiores gênios do futebol brasileiro. Rápido, habilidosíssimo e jogador de rara inteligência. Jogava na meia, abrindo espaços para os companheiros. Mudou seu posicionamento para poder jogar ao lado de Pelé e Rivelino, na Copa de 70. Passava bem, possuía o drible curto e sempre jogava de cabeça erguida, procurando a melhor jogada.

Armava o jogo, mas chegava na área para concluir as jogadas. Sua principal e melhor característica era a sua excepcional capacidade de antever a jogada. Ganhou o apelido de Tostão ainda na infância. Jogava com garotos mais velhos e era o menor do grupo. Foi logo chamado dessa maneira, em alusão à moeda brasileira, já desvalorizada na época. Entrou para os juvenis do América de Belo Horizonte. Destacou-se tanto que foi vendido para o Cruzeiro com apenas 16 anos, por uma fortuna naquele momento.

Aos 18 anos já era convocado para a Seleção Mineira de profissionais. Participou da partida que inaugurou o Mineirão, em 65, como titular da Seleção. Foi pentacampeão mineiro com o Cruzeiro, de 65 a 69 e participou do melhor esquadrão do clube mineiro em toda a sua história, jogando ao lado de Dirceu Lopes, Piazza, Raul, Natal, Evaldo e outros. Em 66, comandou o time do Cruzeiro campeão da Taça do Brasil, vencendo o Santos, de Pelé, na final. Foi artilheiro do campeonato mineiro em 65 (17 gols), 66 (18), 67 (20), 68 (25) e 70 (11). Em 72 foi vendido ao Vasco por US$ 535 mil, a maior transação do futebol brasileiro na época. Um ano depois encerrou sua carreira devido a problemas com seu olho.

Em 24 de setembro de 69, Tostão levou uma bolada do jogador Ditão, do Corinthians, e descolou a retina do olho esquerdo. ( Eu fui ao jogo mas fiquei no morrinho acima das sociais, os ingressos estavam nas mãos dos cambistas e caríssimos) . Voltando ao assunto, Tostão foi operado em Houston (EUA) e voltou a jogar futebol. Em 73 sua retina se inflamou, o que o levou à nova operação nos EUA. Depois da cirurgia não pôde mais jogar futebol e encerrou a carreira com apenas 26 anos. Era um jogador muito dedicado. Treinava sozinho após os treinos do Cruzeiro, procurando corrigir suas deficiências. Assim, aprimorou o chute e, principalmente, aprendeu a jogar com a perna direita, seu grande defeito. Muito autocrítico, nunca ficava satisfeito com seu desempenho e sempre achava que podia jogar melhor.

Foi convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez em 66, com 19 anos. Disputou a Copa da Inglaterra. A partir daí foi convocado sempre para a Seleção. Foi o artilheiro das Eliminatórias para a Copa de 70, jogando ao lado de Pelé, com 10 gols. Lutou muito para se recuperar para a Copa, pois o problema na retina ainda persistia. Foi campeão mundial jogando como titular. Marcou 36 gols em 65 jogos pela Seleção Brasileira. Após encerrar a carreira de jogador de futebol em 73, cursou Medicina em Belo Horizonte.

Tornou-se médico e professor e passou um bom período sem dar entrevistas relacionadas com o futebol, para não confundir uma profissão com outra. Após a Copa de 94, largou o magistério e tornou-se comentarista e cronista esportivo. Atualmente trabalha na televisão e escreve colunas semanais para vários jornais do Brasil. É um dos mais respeitados comentaristas esportivos do Brasil. Tostão foi tema de livros, revistas, filmes, documentários, homenagens e é nome indiscutível na Seleção do Cruzeiro de todos os tempos.

Ganhou o Prêmio Golfinho de Ouro em 69, para a personalidade brasileira mais destacada no esporte. Em 92, foi eleito por jornalistas, técnicos e ex-jogadores como um dos 10 gênios do futebol brasileiro, de 70 a 92. Escreveu um livro de memórias recentemente.
JUSTAS HOMENAGENS ESCRITAS

“A tabelinha de Pelé e Tostão confirma a existência de Deus.”
(Armando Nogueira, jornalista e escritor)

“A concepção do futebol solidário começou com Tostão.”
(Daniel Gomes, jornalista)

“Por mais que eu reze não tem jeito. Esse Tostão é mesmo infernal.”
(Dom Serafim Fernandes de Araújo, ex-bispo de Belo Horizonte, torcedor do Atlético Mineiro)

“Poucos jogadores sabiam abrir espaços para os companheiros como Tostão fazia.”
(Didi, ex-jogador da Seleção Brasileira)

“Afora Pelé, eu me incluo entre os melhores jogadores que o país já descobriu.”
(Tostão, ex-jogador da Seleção Brasileira)

“Quem viu Tostão pode se considerar uma pessoa feliz.”
(Armando Nogueira, escritor e jornalista)

“A ele bastava um palmo de grama para encantar o mundo com dribles e gols jamais sonhados antes.”
(Roberto Drummond, jornalista e escritor)

“Está entre os cinco ou seis maiores jogadores de todos os tempos.”
(Nelson Rodrigues, jornalista, escritor e dramaturgo, sobre Tostão)

“A diferença de um grande jogador para o outro é a capacidade de inventar o momento. De repente, sai uma jogada que não estava prevista.”
(Tostão, ex-jogador da Seleção Brasileira)

O título da Taça Brasil sobre o Santos de Pelé, em 1966, elevou-o ao patamar máximo de ídolo. Formando uma dupla inesquecível com Dirceu Lopes, o Cruzeiro venceu as duas partidas, por 6 a 2 (no Mineirão) e 3 a 2 (em pleno Pacaembu).

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O GOL INESQUECÍVEL DE TOSTÃO
Um jovem mineiro iniciava sua brilhante carreira no Cruzeiro. Em 1966, ele decidia com o poderoso Santos de Pelé a Taça Brasil. O time de Minas também começava a ganhar títulos com uma equipe que marcou época na história do futebol das Alterosas. E aquela Taça Brasil foi a sua grande chance. Até então somente se falava nos clubes do Rio e São Paulo, principalmente, no time de Pelé. Indiferente à descrença geral, Tostão e seus companheiros, se preocuparam apenas em impor aos adversários o ritmo de jogo do Cruzeiro naquela Taça Brasil. Era uma competição eliminatória, e o time de Tostão foi vencendo um a um todos os obstáculos. Chegar a final já era uma vitória, mas o maior desafio ainda estava por vir. Para colocar a mão na taça, o Cruzeiro tinha que ultrapassar o melhor time do mundo: o Santos Futebol Clube.

Ninguém acreditava no time mineiro que, até certo ponto, era inexperiente, com muitos jovens como Tostão que tinha apenas 19 anos de idade. No primeiro jogo, no mineirão, o Cruzeiro mostrou que não seria presa fácil. Ao contrário: o Santos foi goleado impiedosamente por 6×2. Essa vitória espetacular deu mais confiança a equipe para disputar a segunda partida em São Paulo. Tostão sabia que seria um jogo dificil. Os santistas jogariam ao lado da torcida paulista e os jogadores do Santos estavam com o orgulho ferido porque nunca tinha sido goleado. Eles queriam devolver a humilhante derrota.

E foi nesse jogo que Tostão viveu seu grande momento, seu jogo inesquecível. O Santos foi todo para o ataque, procurando fazer os gols logo no inicio. Pelé então, jogava com uma garra incrível. Era uma correria infernal. Com isso, o Cruzeiro não sabia como sair para o ataque, criar jogadas. Estavam todos perdidos e o primeiro tempo terminou 2×0 para o Santos. Tostão não esconde que seus companheiros voltaram para os vestiários assustados e Pelé acreditava que a goleada seria devolvida. Tanto que a imprensa começou a noticiar que os dirigentes do Santos procuraram os cruzeirense para marcar logo a data para o terceiro jogo. Isso durou todo o intervalo. Tostão e seus companheiros conversaram muito e voltaram diferente.

Um pouco acomodado, o Santos permitiu que o Cruzeiro jogasse tocando mais a bola. Agora, era o time de Tostão que jogava no campo do Santos. E as chances foram aparecendo e sendo desperdiçadas. Até um pênalti Tostão perdeu. E foi nesse momento que o “mineirinho de ouro” se superou. Ele foi tomado pela fúria. Tinha que corrigir seu erro, tinha que partir para cima, jogar tudo que sabia. Ele começou a correr mais ainda. As chances continuavam a aparecer e os jogadores do Santos pareciam cansados e envolvidos.

E veio a consagração. Aconteceu uma falta bem próximo a lateral do lado direito do ataque do Cruzeiro. Tostão, mesmo sem angulo, chutou direto e assinalou o primeiro jogo dos mineiros. A comemoração foi enorme. O time cresceu e o gol de empate era um questão de tempo. E ele veio através de uma jogada individual de Dirceu Lopes que entrou driblando e tocou na saída do goleiro Cláudio. Era o gol do titulo. E o incrível é que, após o gol, o Santos não esboçou nenhuma reação. O Cruzeiro é que continuou atacando. E o terceiro gol veio para coroar uma reação sensacional e fechar com chave de ouro uma campanha maravilhosa. Hilton Oliveira tocou para Tostão driblar vários adversários e entregar limpinha para Natal que livre, apenas encostou para fazer Cruzeiro 3 x Santos 2. Foi uma alegria indescritível. O Cruzeiro era campeão brasileiro com duas vitórias sobre o melhor time do mundo. Tostão que tinha sido um dos responsáveis pelo titulo não esquece aquele jogo no Pacaembu. Para ele foi o seu jogo inesquecível.

Jogo pela decisão aça Brasil de 1966.
No Pacaembu – Santos 2 x Cruzeiro 3
Gols de Pelé. Toninho Guerreiro no primeiro tempo.
Tostão. Dirceu Lopes e Natal no segundo tempo.
Juiz: Armando Marques.
Cruzeiro: Raul. Pedro Paulo. William. Procópio e Neco. Wilson Piaza e Dirceu Lopes. Natal. Tostão. Edvaldo e Hilton Oliveira.
Técnico: Airton Moreira.
Santos: Cláudio. Zé Carlos. Oberdan. Haroldo e Lima. Zito e Mengalvio. Amauri (Dorval). Toninho. Pelé e Edu.
Técnico: Lula.

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O Lokomotive, de Leipzig, caiu junto com o muro de Berlim

O Lokomotive, de Leipzig, é hoje um timeco de bairro

Em Leipzig ainda tem Trabant, o carrinho fabricado pela ex-Alemanha Oriental. No centro da cidade há um painel do Marx. Existem prédios deteriorados e muito a reconstruir. Na periferia da cidade, a ruína maior dos tempos do comunismo é o 1. FC Lokomotive Leipzig, o time de futebol (escrito assim mesmo, com esse “1.” para distinguir a equipe principal). Diga a qualquer um – até ao presidente do clube – que você é um jornalista brasileiro interessado em saber mais sobre a história do time, e essa pessoa vai rir de você. “Lok Leipzig??? Isso ainda existe?” O Lok, para a cidade de Leipzig, é uma piada de mau gosto.

O Lokomotive Leipzig, que antes se chamava VFB Leipzig, foi o primeiro campeão da Alemanha, em 1903. Nessa época, a importância de Leipzig para o futebol do país era tanta que a própria Associação de Futebol Alemã (DFB) foi fundada na cidade três anos antes. Com a Alemanha dividida, os comunistas decidiram transformá-la de vez numa meca do esporte. Em 1956, inauguraram o Zentralstadion, onde acontecem hoje os jogos da Copa. Era o Estádio dos 100 mil, o maior das duas Alemanhas, no qual hoje cabem de 44 mil espectadores. O VFB ganhou o patrocínio da companhia estatal de trens. E virou Lokomotive Leipzig.

O Lok, porém, jamais ganhou coisa alguma. Viveu sua melhor fase entre o começo dos anos 70 e 1989, quando caiu o Muro de Berlim. Enfrentou o Barcelona, o Manchester United, o Napoli de Maradona. Em 87, jogou a final da Eurocopa contra o Ajax. Perdeu de 1 a 0. É a sua maior glória. Com a queda do comunismo alemão, acabou o dinheiro. O time não conseguiu se qualificar para a Bundesliga, a principal liga de futebol criada da Alemanha. Foi direto para a segundona. De lá despencou até a 11ª divisão, que vem a ser o fundo do poço. Hoje joga na sétima. Ao invés de ser rival do Bayern ou do Borussia, seus torcedores – que este ano puseram 12.500 pessoas em um jogo no Zentralstadion – saem no tapa com o pessoal do Saxon, um time do bairro.

Na última temporada, o Lokomotive chegou em primeiro lugar, 18 pontos à frente do segundo. Jogam umas peladas de tal proporção que outro dia meteram 21 a 0. Seus jogadores ganham 150 por mês – R$ 400. Um é padeiro, outro conserta telhado, um italiano tem uma pizzaria. Agora estão de férias. Apenas o 2. FC Lok Leipzig continua treinando. Depois do treino seus “atletas” ficam no bar do clube bebendo cerveja.
Fonte: O Estado de São Paulo

As glórias do futebol português

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Matateu , o Diamante Negro, chegou em Setembro de 1951, viu e venceu. Estreou-se uma semana depois, a 16/09/51, contra o Futebol Clube do Porto (3-3), e deslumbrou o público das Salésias oito dias mais tarde, a 23 de Setembro – dia de aniversário do clube -, dando uma vitória ao Belenenses com dois golos da sua autoria.Foi levado em ombros. Conquistou a primeira “Bola de Prata”, na época de 1952/53 (29 golos), e outra em 1954/55, com 32 golos.

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Mário Esteves Coluna, grande referência do futebol dos anos 50 e 60 do Benfica e da famosa selecção portuguesa que obteve o 3º lugar no Mundial de Inglaterra (1966). O moçambicano voltou para a terra pátria, vivendo os anos exaltantes e difíceis do pós independência. Actualmente é Presidente da Federação Moçambicana de Futebol. . Ele é sem dúvidas o “monstro sagrado “do futebol moçambicano, português, e internacional.

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Vicente, mais uma Glória nascida em Moçambique, com equipamento dos veteranos do Belenenses. Um dos maiores marcadores de Pelé.

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Eusébio, atacante, representou em Portugal o Benfica, Beira-mar, e União de Leiria. Títulos: Campeonato Nacional: 11, Títulos: (60/61, 62/63, 63/64, 64/65, 66/67, 67/68, 68/69, 79/71, 71/72, 72/73 E 74/75). Campeões Europeus: 1 vitória: (61/62). Taça de Portugal: 5 vitórias (61/62, 63/64, 68/69, 69/70, 71/72). Campeonato dos EUA: 1 titulo (75/76). Campeonato do México (Vice Campeão 75/76). Melhor marcador do Mundial 66 (9 GOLS). Bola de Ouro (1965). Bola de Prata (1962 E 1966). Bota de Ouro: (67/68 – 42 gols) e (72/73 – 40 gols). Internacionalizações: 64, gols: 40.
MGM@groups.msn.com

Quem é o maior campeão brasileiro?

O futebol brasileiro é recheado de “histórias e estórias”, fatos e curiosidades. Mas de uma coisa jamais terão certeza: Quem realmente foi o primeiro campeão Brasileiro da história? O que se sabe é que a CBD (antiga denominação da CBF) realizou o primeiro Torneio Interestadual de Clubes no ano de 1920 que reuniu, no estado do Rio de Janeiro, os campeões de três estados: Paulistano, de São Paulo, Brasil de Pelotas, do Rio Grande do Sul, e Fluminense, campeão carioca. Todos os jogos foram realizados nas Laranjeiras, o maior estádio do Brasil na época. O campeão foi o Club Athletico Paulistano.

Depois, em 1936, Portuguesa de Desportos, de São Paulo, Atlético Mineiro, de Minas Gerais, Fluminense, do Rio de Janeiro e Rio Branco, do Espírito Santo, disputaram o II Torneio Interestadual de Clubes. Desta vez o campeão foi o Atlético Mineiro, que por conta disso, colocou o verso “nós somos campeões dos campeões” em seu hino.

Muitos outros torneios interestaduais estavam em disputa no Brasil, mas nenhum deles pode-se dizer, com status de campeonato nacional – o mais importante de todos era o Torneio Rio-São Paulo.

O Campeonato Brasileiro (como era conhecido a Taça Brasil) começou por “quase” que uma imposição da Confederação Sulamericana de Futebol – a Conmebol.

Com o início das competições continentais, principalmente na Europa, a Conmebol, viu-se na obrigação de ter o seu clube “campeão” – o melhor da América – dando inicio a Copa Libertadores da América em 1960. Com isso, muitas das federações filiadas viram-se obrigadas a ter oficialmente uma competição de nivel nacional a fim de indicar seu representante na disputa.

O Brasil, por ser um país “continente”, sempre teve dificuldades de realizar seu campeonato nacional. Mas a necessidade obrigou a CBD – Confederação Brasileira de Desportos – a criar uma competição de nivel “realmente nacional”. Para se indicar o representante brasileiro na Libertadores foi criada a Taça Brasil, em 1959, que reunia os campeões estaduais do ano. Os clubes se enfrentavam em jogos de ida e volta. O campeão da Taça Brasil era considerado o campeão brasileiro. O Torneio teve dez edições e durou até 1968.

Antes da extinção da Taça Brasil, em 1968, deu-se inicio ao Torneio Roberto Gomes Pedrosa ou Robertão – como era conhecido – no ano de 1967. Era a continuidade do Torneio Rio-São Paulo que teve inicio em 1933, porém como passou a abrigar clubes de outros estados, ganhou esta nova denominação. Dele participavam clubes do eixo Rio-São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. Em 1970, ano de sua última edição, passou a se chamar Taça de Prata.

Finalmente em 1971 teve inicio o campeonato brasileiro como conhecemos hoje, apesar de sua grande desorganização e interesses politicos, chegando a ter dois campeões num mesmo ano (1987) – O Sport Recife, considerado pela CBF como o verdadeiro campeão daquele ano e o Flamengo, campeão da Copa União que foi realizada pelo chamado “clube dos 13”. Sem contar a bagunça que foi o Torneio João Havelange em 2000.

O fato é que a CBF ignora a história não reconhecendo os campeões nacionais antes da criação do Brasileiro de 1971. Ingratidão à parte da CBF, fica a nós torcedores, a responsabilidade e o bom senso para “exigir” que se faça justiça e reconheça os campeões brasileiros ao longo da história.

A Confederação Brasileira de Futebol até que vê a possibilidade de reconhecer os títulos das equipes que venceram torneios nacionais antes de 1971. Caso venha o reconhecimento oficial da CBF, o CA Paulistano que teve seu departamento de futebol “extinto em 1929”, poderia comemorar 77 anos depois o título de primeiro Campeão Brasileiro, assim como o Botafogo/RJ poderia ter comemorado o seu segundo brasileiro em 1995. Já o Palmeiras e Santos passariam a ser os maiores vencedores do Brasil, com oito conquistas cada. Resta apenas aguardar que o bom sendo prevaleça na CBF.
» Veja abaixo como ficaria a “verdadeira” relação dos campeões nacionais, “caso a CBF reconheça o erro”:
Os Campeões Brasileiros
(unificando os titulos anteriores a 1971)

1° – Palmeiras (1960/67/67/69/72/73/93/94) 08
1° – Santos (1961/62/63/64/65/68/2002/04) 08
3° – São Paulo (1977/86/91/2006/07)………..05
3° – Flamengo (1980/82/83/87/92)……………05
5° – Vasco da Gama (1974/89/97/2000)…….04
5° – Corinthians (1990/98/99/2005)…………..04
7° – Internacional (1975/76/79)……………….03
8° – Grêmio (1981/96)……………………………02
9° – Fluminense (1970/84)……………………..02
10° – Bahia (1959/88)…………………………….02
11° – Botafogo/RJ (1968/1995)………………..02
12° – Atlêtico/MG (1936/71)…………………….02
13° – Cruzeiro (1966/2003)……………………..02
14° – Guarani (1978)……………………………..01
15° – Coritiba (1985)……………………………..01
16° – Atlêtico/PR (2001)…………………………01
17° – Sport Recife (1987)……………………….01
18° – CA Paulistano (1920)…………………….01

por Sidney Barbosa
www.campeoesdofutebol.com.br

O mortífero Luis Artime

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Antes de jogar pelo Palmeiras, Artime defendeu o River Plate e o Independiente, ambos da Argentina, além de ter disputado a Copa da Inglaterra, em 1966, pela seleção de seu país.

Artime, o argentino Luiz Artime, centroavante matador do Palmeiras entre 1968 e 1969, brilhou no Uruguaio Nacional de Montevidéo (URU) ao lado do goleiro Manga e de Ubiñas, Mujica, Cubilla, Morales, Esparrago, Monteiro Castillo e etc… e foi artilheiro do campeonato nacional do uruguai ppor três anos seguidos.
Sempre tive admiração por este centroavante. Toda vez que eu ia ver o Derbi Corinthians x Palmeiras sabia de antemão que se sobrasse algum rebote na área, era caixa na certa. Estou inserindo este artigo movido pela admiração que hoje tenho de alguns jogadores argentinos. Deixo de lado a rivalidade para falar de quem realmente merece destaque. Por acaso não vimos ontem, 21/05/2008, o excelente futebol praticado pelo Conca do Fluminense?
Voltando a Luis Artime, dentro da área somente um era mais mortífero: Coutinho do Santos Futebol Clube. Portanto, digno de destaque este argentino.
Abaixo segue os números do título mundial ( intercontinetal ) do Nacional do Uruguai, com Artime de centroavante.

A Copa Intercontinental quase não foi jogada devido aos graves incidentes ocorridos na edição anterior, na Argentina, entre o Estudiantes e Feyenoord, da Holanda.
O representante Europeu, indicado pela UEFA para a disputa de melhor do mundo, foi o clube grego do Panathinaikos, vice-campeão europeu, na recusa do Ajax.

A primeira partida foi jogada em 15 de dezembro, na Grécia, no Estádio Karaiskaki del El Pireo, com empate em 1 a 1 – os gols foram marcados por Luis Artime e Fylakouris. Na segunda partida, realizada em Montevideu, no dia 28 de dezembro de 1971, o Nacional vence por 2 a 1, com gols de Luis Artime, e conquista o título de melhor do mundo. Eis a ficha da partida:
Nacional: Manga, Ángel Brunell, Juan Masnik, Luis Ubiña, Julio Montero Castillo, Juan Carlos Blanco, Luis Cubilla (Juan Martín Mujica), Ildo Enrique Maneiro, Víctor Espárrago, Luis Artime, Juan Carlos Mamelli (Ruben Bareño).
Panathinaikos: Oikonomoupoulos, Mitropolus, Athanassopoulos, Eletherakis, Kapsis, Sourpis, Dimitrou, Kamaras (Fylakouris), Antoniadis, Domazos, Kouvas.

Nascido na cidade argentina de Mendoza, no dia 25 de novembro de 1941, Artime vestiu a camisa do Palmeiras em 57 jogos (32 vitórias, 13 empates, 12 derrotas), marcou 48 gols e conquistou o Robertão de 1969.

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Artime teve também uma passagem pelo Fluminense do Rio quando o Flu formou um grande time. Na época, Gérson, o Canhotinha de Ouro, dizia o seguinte: – Agora é mole! Eu recebo a bola do Denilson, lanço para o Cafuringa e corro para abraçar o Artime, pois é gol na certa.
Só que no Fluminense o Artime não teve tanta notoriedade.
Gilberto Maluf

Rivaldo, o melhor das Copas de 1998 e 2002.

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Noves fora, terminada a Copa da Alemanha, cabe uma constatação em forma de homenagem: o melhor jogador brasileiro de sua geração é Rivaldo. Não é Ronaldo, não é Cafu, não é Ronaldinho Gaúcho. No início desta semana, aos 34 anos, o meia do Olympiakos, da Grécia, anunciou sua despedida dos gramados. Joga mais uma temporada na Europa, e pronto. É hora, portanto, de repararmos a injustiça que o transformou em atleta normal e não em um gênio da bola, o melhor da Seleção em duas Copas do Mundo, em 1998 e 2002. Rivaldo, o Zidane brasileiro, só não tem o tamanho merecido porque é tímido, avesso ao marketing, não gosta de holofotes. José Miguel Wisnik, poeta, compositor e crítico literário, escreveu o seguinte a respeito do camisa 10 de 2002 em um artigo publicado logo depois do Mundial da Coréia e Japão na revista Época: “A foto de Rivaldo chutando diz tudo: os braços e as pernas se arremessam num espasmo de direções contrárias, em X – pião barroco em pleno equilíbrio. Pode ir rápido quando conduz a bola (muitas vezes sem olhar o jogo ) e parecer lento quando volta bamboleando com ela, como se sofresse de uma longínqua esquistossomose. Mas é antes de tudo um forte. A frase de Euclides da Cunha serve para ele não propriamente como sertanejo, mas como nordestino temperado de litoral, capaz de converter fraquezas em capacidades inacreditáveis.. Lembremos, pois, de alguns instantes mágicos do pernambucano Rivaldo em Mundiais:

1)Ele fez oito gols em Copas do Mundo – 3 em 1998 e 5 em 2002

2)Sua atuação nos 3 a 2 diante da Dinamarca, nas quartas-de-final de 1998, foi antológica, fez lembrar Didi no apogeu.

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3)O gol contra a Bélgica, nas oitavas de 2002, virando em voleio depois de matar no peito, é outro lance de rara beleza estética

4)Se é preciso uma reação semelhante a de Zidane e sua já lendária cabeçada, para incluir na lista um instante menor, Rivaldo tem uma também: foi aquela encenação, na bandeirinha de escanteio, fingindo ter levado na cara uma bola que lhe bateu nas canelas, jogado pelo turco Hakan Unsal, na primeira partida de 2002. Ali o Brasil começou a erguer a taça do penta.

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Salve Rivaldo, o homem a quem o sentimento de rejeição o afastou da fama. Esse sim, lembremos, joga bonito.
Por Fábio Altman

Agora, quando eu morava em São Paulo lembro-me muito bem como era rejeitado o Rivaldo. Também falei que foi o melhor jogador da copa de 2002. Só faltaram me execrar. Mas eu sabia do estava falando.
Gilberto Maluf

Alguns comentários/elogios/adjetivos do Blog Fotolog.terra.com.br
-Ele foi, simplemente MARAVILHOSO!!!

-Ele foi o maior da copa de 2002, e todos queriam que o Ronaldo fosse escolhido o melhor da copa, se não fosse o Rivaldo o Ronaldo não seria nada em 2002. Ele marcou 5, o Ronaldo 8 gols em 2002, e isso conta tudo pois ele não era o matador do time.

— Considero Rivaldo um dos maiores jogadores brasileiros. Basta levantar a “ficha corrida” dele. Esta, deve estar carregada, mas não de situações desagradáveis como jogadores desta Copa e sim de muitos títulos e gols ao redor do mundo.

-Rivaldo, sem marketing ou com marketing, é simples,eficiente e mágico dentro das quatro linhas.Nunca precisou nem precisará de Galvão Bueno para ser o craque que é.

-Simplesmente injustiçado pela midia e pelos brasileiros. Um grande jogador.

-Ufa! Até que enfim alguém faz justiça neste país sem justiça. Rivaldo foi (para mim) nos anos 90/2000 o que Zico foi nos anos 80/90. Era só jogar a bola no pé dele que o encanto começava. Ronaldo foi artilheiro da Copa em 2.002? Deveria ajoelhar-se aos pés de Rivaldo. Se era para ter um capitão na Copa da Alemanha que não falasse em campo(Cafu) era melhor este calado ter sido o craque Rivaldo. Pelo menos teríamos a chance de agradecer a ele tudo que fez por nós, brasileiros e palmeirenses. Pensando bem, os anjos do céu o protegeram da mediocridade da Copa e, principalmente, de nossa seleção. Um craque como Rivaldo nunca pára de jogar, apenas descansa. O seu lugar já está garantido no sonho daqueles que adoram ver o futebol como arte e espetáculo. Parabéns Rivaldo! E apareça para jogar uma pelada com a gente!

-Depois de Pele, Zico, Falcao e Cerezo, Rivaldo foi o melhor. O resto pode ate ser bom de bola, mas dai a chamar de fenomeno, ai ja é demais .

-Ele sera’ sempre lembrado,trata-se de um gênio da bola e de um grande homem de carater.Bom de bola sempre………
Já estamos com saudades, do nosso grande astro tímido, porém muito … especial!

-Eu vi Rivaldo jogar no início da carreira no meu Santa Cruz; foi neste clube onde ele começou e despontou para o Mundo. O resto da história vcs sabem.

-Sem dúvida alguma é um dos maiores craques do futebol brasileiro. E aqui falo de craques de verdade, não daqueles que pagam para ter o nome em evidência na mídia.

-Por outro lado, se não foi à Alemanha, certamente isto não lhe fará falta no currículo, posto que esse bando que se juntou lá nunca representou, de fato e de direito, a gloriosa Seleção Brasileira.

-Rivaldo foi um craque que não precisou de bajuladores e marqueteiros para mostrar o grande jogador que foi para o Brasil. Lamento que vai abandonar o futebol. Grande perde. Mas que se faça a homenagem que ele merçe de todos brasileiros.

-Sabe cabecear, marcar gols de bicicleta, chutar de longe de perto, bater penaltis, puxar a responsabilidade de um jogo para si e virar o placar e quando esta no time os outros correm mais atras da bola porque nao tem outro jeito.