Arquivo do Autor: Gilberto Maluf

Lembranças do futebol

Quando crack era outra coisa
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Ingresso da estréia de Tostão no Vasco
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No dia 15 de abril de 1972, o craque que participou do tri campeonato mundial no México, chegava ao Aeroporto do Galeão e encontrava mais de dez mil torcedores que fizeram uma grande festa para receber seu novo jogador. A estréia de Tostão com a camisa do Vasco aconteceu no dia 7 de maio contra o Flamengo pelo campeonato carioca.

Qual o hino do Flamengo?
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O Flamengo possui dois hinos, um oficial, criado em 1920 por um ex-goleiro do clube, Paulo Magalhães, e um popular criado por Lamartine Babo, gravado pela primeira vez em 1945, sendo o mais conhecido

HINO OFICIAL
Flamengo, Flamengo
Tua glória é lutar
Flamengo, Flamengo
Campeão de terra e mar
Saudemos todos com muito ardor
O pavilhão do nosso amor
Preto encarnado, idolatrado,
De mil campões o vencedor
Flamengo, Flamengo
Tua glória é lutar
Flamengo, Flamengo
Campeão de terra e mar
Lutemos sempre com valor infindo
Ardentemente com denodo e fé
Que o seu futuro ainda será mais lindo
Que o seu presente tão lindo é
Flamengo, Flamengo
Tua glória é lutar
Flamengo, Flamengo
Campeão de terra e mar

HINO POPULAR
Uma vez Flamengo.
Sempre Flamengo
Flamengo sempre, eu hei de ser
É meu maior prazer vê-lo brilhar
Seja na terra, seja no mar
Vencer, vencer, vencer
Uma vez Flamengo, Flamengo até, morrer
Na regata ele me mata,
Me maltrata, me arrebata
Que emoção no coração
Consagrado no gramado
Sempre amado, o mais cotado
Nos Fla-Flus é o ‘ai, Jesus’!
Eu teria um desgosto profundo
Se faltasse o Flamengo no mundoEle vibra, ele é fibra
Muita libra, já pesou
Flamengo até morrer eu sou.

ALVINEGRO DA VILA OU LEÃO DO MAR?
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Se você perguntar para qualquer torcedor de futebol, qual o hino do Santos, ele com certeza responderá: “Santos, Santos, Goooool. Agora quem dá a bola é o Santos…” ou seja, Leão do Mar. Mas quando essa pergunta é feita para um santista (não todos), ele com certeza cantará para você: “Sou alvinegro da Vila Belmiro, o Santos vive no meu coração…”.Texto extraído de naforquilha.com
A música que conhecemos como Leão do Mar, foi composta muito antes do hino oficial, por Mangeri Neto e Mangeri Sobrinho, em 1955 quando o Santos quebrou um jejum de 20 anos sem títulos (venceu o Campeonato Paulista) e foi quando essa marcha da vitória, como foi chamada na época, foi cantada pela primeira vez.
Já o hino foi composto apenas dois anos depois, em 1957, por Carlos Henrique Paganeto Roma (ex-conselheiro do clube). Antes disso, a marchinha Leão do Mar, serviu como “hino” e por isso é mais conhecida que o hino oficial.
Porém, o hino do Santos nunca foi oficialmente reconhecido, até que em 1996, o conselheiro Júlio Teixeira Nunes propôs que a música de Carlos Henrique Paganeto Roma, fosse adotada como o verdadeiro hino Santos Futebol Clube.

Alvinegro da Vila Belmiro
Composição: Carlos Henrique Roma

Sou alvinegro da Vila Belmiro
O Santos vive no meu coração
É o motivo de todo o meu riso
De minhas lágrimas e emoção

Sua bandeira no mastro é a história
De um passado e um presente só de glórias
Nascer, viver e no Santos morrer
É um orgulho que nem todos podem ter

No Santos pratica-se o esporte
Com dignidade e com fervor
Seja qual for a sua sorte
De vencido ou vencedor

Com técnica e disciplina
Dando o sangue com amor
Pela bandeira que ensina
Lutar com fé e com ardor.

TABAJARAS?
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Conforme Globoesporte.com, em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais, um clube ficou famoso na última década. Mais pelo nome do que pelos títulos. O Esporte Clube Tabajaras ganhou fama e visibilidade na região ao ter a imagem ligada automaticamente ao “Tabajara Futebol Clube”, time fictício criado pelo “Casseta & Planeta” e considerado o pior do mundo!

Fundado em 11/11/1945, o Tabajaras era considerado um clube normal na cidade. Mas passou a ter projeção devido ao grupo humorístico. E junto com ela veio a reviravolta. O clube se reestruturou, adquiriu uma sede própria e conseguiu voltar a disputar a Primeira Divisão do campeonato municipal de Ouro Preto.
O lema do Tabajaras é: ‘Ser derrotado e não se render é uma vitória’

CHAMADA PARA UM JOGO NO ESTÁDIO DA PONTE PRETA
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Antigamente em São Paulo eram colocados cartazes em postes, muros, bancas de jornais, etc, fazendo a propaganda e chamada para um jogo de futebol.
Principalmente nos anos 40 e 50 quando vinham jogar os uruguaios e argentinos.

VASCO DA GAMA É O PRIMEIRO CAMPEÃO SUL-AMERICANO

HÁ 60 ANOS NASCIA O EXPRESSO DA VITÓRIA
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As manchetes do jornal dos Sports de 15 de março de 1948 eram as seguintes: “Recebamos os vascaínos como autênticos heróis de uma jornada sem precedentes”; “Partiram para a vitória e venceram!”; “Que todos acorram ao aeroporto!”; “Vozes do esporte louvam a conquista sensacional”; “No Galeão às 17,30 e no aeroporto uma hora depois”.

O motivo: o Clube de Regatas Vasco da Gama conquistava há 60 anos o primeiro título internacional de um clube brasileiro. E o fez de forma invicta. No peito, na raça e numa disputa de pontos corridos.

Depois do Trem da Vitória, equipe bi-campeã carioca em 1930 (em 1931 esse time chegou a aplicar um 7×0 no Flamengo), nascia e ficava pra sempre na história do Vasco o Expresso da Vitória.

HOMENAGENS

“A vitória não é só dos vascaínos. É do desporto brasileiro.”

(João Lyra Filho, Presidente do Conselho Nacional de Desportos, o CND, na época a instância máxima do esporte brasileiro)

“Tenho o maior prazer de felicitar os esportistas brasileiros por tanto denodo, perseverança e disciplina que elevaram o nome do esporte nacional, levantando com justiça o título de campeão sul-americano.”

(General Ângelo Mendes de Morais, Prefeito do Distrito Federal – na época o Rio de Janeiro ainda era a capital do Brasil)

“A ABI – Associação Brasileira de Imprensa -, sempre atenta a todas as festas que assinalam tanto os triunfos da inteligência como os da vida desportiva na sua mais alta expressão, não pode deixar de compartilhar com o maior entusiasmo das manifestações vibrantes do regosijo público pela vitória grandiosa que vem de alcançar denodadamente o grêmio da Cruz de Malta nesta parte do hemisfério, conquistando o título de campeão invicto num certame glorioso de campeões. Esse acontecimento equivale à consagração de nossa indisputada primazia no esporte continental.”

(Herbert Moses, Presidente da Associação Brasileira de Imprensa – ABI)

O RECONHECIMENTO DA CONMEBOL

No início de 1996, o Comitê Executivo da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) reconheceu o Vasco como primeiro campeão sul-americano de clubes. A decisão só não foi unânime porque o representante do Flamengo, Michel Assef, votou contra o reconhecimento.

A oficialização do título de 1948 por parte da entidade máxima do futebol na América do Sul elevou o Gigante da Colina à condição de primeiro clube do mundo a ter conquistado um campeonato continental oficial, uma vez que as competições similares em outros continentes só começaram a ser realizadas na década de 1950.

O Vasco ganhou também o direito de participar da Supercopa, torneio então restrito aos clubes vencedores da Taça Libertadores da América. Jogou a edição de 1997, em que foi eliminado curiosamente pelo River Plate. Em 1998 – ano em que o Vasco ganhou a Libertadores -, a Supercopa fui substituída pela Copa Mercosul. O Vasco disputou todas as edições da nova competição e conquistou-a brilhantemente em 2000, levantando assim seu terceiro título sul-americano oficial.

A CAMPANHA
Vasco 2×1 Litoral (BOl)
Vasco 4×1 Nacional (Uru)
Vasco 4×0 Municipal
Vasco 1×0 Emelec (Equ)
Vasco 1×1 Colo Colo (Chi)
Vasco 0x0 River Plate (Arg)

OS HERÓIS:

– Goleiros: Barbosa e Barcheta
– Zagueiros: Augusto, Wilson e Rafagnelli
– Médios: Ely, Danilo, Jorge e Moacir
– Atacantes: Nestor, Djalma, Maneca, Lelé, Friaça, Dimas, Ademir “Queixada” Menezes, Ismael e Chico

FONTE:http://6858kmdefutebol.blogspot.com/2008/03/h-60-anos-atrs-nascia-o-expresso-da.html

O Clássico da Paz

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Chamado assim, depois de um amistoso em comemoração ao fim das brigas “politicas” entre os clubes de futebol do Rio de Janeiro ligados a LCF – Liga Carioca de Futebol e a FMD – Federação Metropolitana de Desportos, que acabou após a fusão das duas para a criação da Liga de Football do Rio de Janeiro – LFRJ. Os Presidentes do Vasco e América promoveram um amistoso (em melhor de três) entre os dois clubes para comemorar a pacificação do futebol carioca. Houve muita festa, salva de 21 tiros, fogos de artifício. Na primeira partida o Vasco venceu por 3×2, na segunda deu América 3×1 e no terceiro jogo deu América novamente. Daí surgiu a designação “Clássicos da Paz” para os jogos entre as duas equipes.
O curioso é que o Vasco, anos depois, solicitou a Taça por empréstimo. Mas nunca devolveu!!!!

Em 1950 os dois times decidiram o campeonato carioca e segue abaixo foto do gol de Ademir de Menezes .
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– Trechos do comentário de LUIS MENDES para a Revista – O ESPORTE ILUSTRADO –
A decisão do campeonato carioca, verificou-se no Estádio Municipal do Maracanã, e foi, indiscutivelmente, o fecho de ouro do certame guanabarino. Os quadros que mais fizeram de bom dentro do campeonato, em confronto decisivo, ofereceram ao maior publico já presente a um jogo de certames regionais, um espetáculo colorido, onde nada faltou para arrebatar de emoções os torcedores que estiveram no estádio. Vasco e América não tiveram medo da derrota e procuram jogar para a vitória.

E o encontro, cuja decisão mais parecia ser fruto da maior classe do Vasco, teve duas fases distintas. A primeira, em que o América foi mais time, mais conjunto e, por isso mesmo, o dominador da cancha. A segunda, em que o Vasco tomou conta da situação, penetrando seguro no rumo certo da conquista suprema. A objetividade do Vasco se fez notar, uma vez mais nessa peleja. No primeiro tempo, o América, mesmo dominando, marcou um gol, mas sofreu outro. Na etapa final, quando o controle das ações pertenceram ao onze cruzmaltino, o Vasco voltou a marcar um gol sem que o América conseguisse mais outro. E se o empate já era bastante para a conquista do Vasco, a vitória lhe sobrava.

Logo aos três minutos, Ademir assinalou um gol. Uma boa virada que cobriu Osni, no momento em que o goleiro saia para cortar a trajetória da bola. Esse gol deu maior tranqüilidade a família vascaina, pois ao América se tornou muito mais longínquo a hipótese de atingir o campeonato, já que o Vasco levava a vantagem do empate. Sacudindo o nervosismo que esse gol lhe causou, o América reencontrou o seu melhor jogo e começou a empurrar o Vasco para dentro do seu próprio campo, que somente atacava as custas de manobras isoladas que pontificavam em escapadas perigosas de Ademir, Ipojucan e Djair. E, Maneco, aos 33 minutos, valendo-se da sua superioridade, conquistou o empate que o time vinha fazendo por merecer. Foi um belo gol do Saci, depois de uma finta espetacular em Eli.

O América prosseguiu dominando até o final da etapa inicial, mas o Vasco continuava a ser quase invulnerável , mesmo quando o antagonista o dominava. No tempo complementar, o Vasco tomou as rédeas da contenda, dominou por sua vez o adversário e fez o gol da vitória pela sua categoria superior e da sua classe bem maior que a do América. O merecimento da vitória vascaina está precisamente na sua maior superioridade clássica. Seus homens são mais experimentados que os do América. Ademir, numa carga isolada, empurrou a bola as redes de Osni, como só ele podia empurrar. O Vasco agora, era o detentor do titulo que nunca conseguira, o de bi campeão carioca, está de parabéns.

Cabe elogios ao Vasco, cujo titulo ninguém contestará, e exaltar o América pela sua campanha brilhante, que o levou de um mero participante despretensioso, a finalissima do campeonato. Se o vasco foi grande por ter encontrado seu jogo que parecia perdido, o América também foi grande por ter ultrapassado a própria expectativa.

Jogo disputado no Maracanã no dia 28 de janeiro de 1951.
Vasco 2 x América 1
Primeiro tempo: 1×1, gols de Ademir e Maneco.
Segundo tempo: Vasco 2×1, gol de Ademir.
Juiz: Carlos de Oliveira Monteiro.
Renda: 1.577.014,00.
Vasco: Barbosa. Augusto e Laerte. Eli. Danilo e Jorge. Alfredo. Ipojucan. Ademir. Maneca e Djair.
América: Osni. Joel e Osmar. Rubens. Osvaldinho e Godofredo. Natalino. Maneco. Dimas. Ranulfo e Jorginho.

Estatísticas
* Número de Jogos : 252 .
* Vitórias do Vasco : 142 .
* Vitórias do América : 56 .
* Empates : 54 .
* Gols do Vasco : 457 .
* Gols do América : 283 .
* Maior goleada do Vasco : 8 a 2 em 14 de agosto de 1949 .
* Maior goleada do América : 5 a 1 em 19 de novembro de 1943 .
* Empate com mais gols : 4 a 4, em 2 de junho de 1951 .

Maiores públicos do Clássico da Paz

1. América 1 a 2 Vasco, 121.765 (104.775 pags.), 28 de Janeiro de 1951
2. América 3 a 1 Vasco, 79.922, 13 de Agosto de 1967
3. América 0 a 2 Vasco, 60.542, 3 de Novembro de 1974
4. América 0 a 1 Vasco, 53.434, 28 de Novembro de 1982
5. América 1 a 3 Vasco, 47.164, 27 de Fevereiro de 1982
6. América 1 a 2 Vasco, 45.484, 2 de Dezembro de 1984

Uniformes
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Wikipedia
www.campeoesdofutebol.com.curiosidades
foto do gol do museu dos esportes

Livro de registro de um clássico de 1943

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Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1943.

Returno do Campeonato Carioca. Oito mil e quinhentas pessoas aguardam ansiosas, nas arquibancadas do Estádio das Laranjeiras, mais um Clássico Vovô. No ar, a tensão que antecede os grandes jogos.
No vestiário, o técnico uruguaio Ondino Vieira distribui as camisas aos jogadores do Fluminense, e aproveita para dirigir as suas instruções finais. Na vez de entregar o uniforme tricolor a Russo, Ondino pede que ele marque o meio-médio argentino Santamaría.

Amigos, a modéstia é uma qualidade extraordinária. Russo é um craque, um dos maiores artilheiros que o Fluminense jamais terá em suas fileiras. Mas, ao receber a instrução, devolveu a camisa ao treinador uruguaio. “Escale Brant, pois ele sabe marcar e também atacar”, retrucou Russo.

A resposta de Ondino Vieira demonstra sua infinita sabedoria. O uruguaio recua de sua decisão, passa novamente a camisa a Russo, e afirma: “Haga lo que quieras”. Já diz o sábio JT de Carvalho: somente os craques têm o direito de ouvir uma frase dessas.
Para o desespero dos alvinegros, Russo fez mesmo o que quis. E, com três gols dele, o Fluminense venceu o Botafogo por 5 a 3, em mais um Clássico Vovô imortal.

O personagem do jogo? Foi Russo, claro. Eu só poderia escolher o Russo. Adolpho Milman (Адолфо Милман) nasceu no dia 26 de julho de 1915, numa província russa que um dia se chamará Afeganistão. Quando ainda era bebê, sua família se mudou para Pelotas, no Rio Grande do Sul. Em 1933, Russo estreou pelo Fluminense. Já conquistou 4 campeonatos no Tricolor: 1936, 1937, 1940 e 1941.

Ficha técnica: Fluminense 5 x 3 Botafogo.
Returno do Campeonato Carioca de 1943.
Data: 04/09/1943.
Local: Laranjeiras.
Fluminense: Gijo; Norival e Renganeschi; Vicentini, Ruy e Afonsinho; Adilson, Russo, Invernizzi, Tim e Carreiro. Técnico: Ondino Vieira (URU).
Botafogo: Ary; Borges e José Almeida; Ivan, Santamaría e Hélio; Patesko, Heleno de Freitas, José Diaz, Silva e Pirica. Técnico: Mário Fortunato.
Árbitro: Antônio Rocha Dias.
Gols: Adilson, Russo (3) e Tim, para o Fluminense; e Heleno de Freitas, José Diaz e Pirica, para o Botafogo.
Público: 8.492.
Renda: CR$ 39.831,90.

Paulo Cezar da Costa Martins Filho
Alexandre Magno Barreto Berwanger

A Volta do Suburbano (Uma homenagem ao Bangu e ao Domingos da Guia)

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Domingos sintonizou o rádio para acompanhar a grande final entre Bangu e Flamengo. Afinal, ele havia dado seus primeiros chutes jogando pelo grêmio suburbano, e seu coração era Bangu de verdade.

Isso foi no final da década de 20, os treinos eram feitos após a sua jornada de trabalho como tecelão na fábrica de tecidos. Essa fábrica, aliás, era a geradora de renda e empregos em Bangu, e o clube fora fundado em razão da sua existência. Naqueles tempos, Domingos era mais um do clã dos Da Guia a tentar a sorte no futebol.

Antes dele vieram os irmãos Ladislau e Mamede, chamado de “Médio”, e Luiz Antônio, todos no Bangu. Sabemos bem aonde Domingos chegou. Todos os adjetivos sobre ele foram esgotados, o maior beque do Brasil, “o divino mestre”. A bola que seguia o seu comando, como se ele tivesse um imã em seus pés. “A estátua noturna”, sereno e apolíneo mesmo no meio do mais selvagem dos ataques inimigos. Luiz Antônio, mais velho, foi melhor do que Domingos, um jogador sensacional, nas palavras do próprio irmão caçula. Mas os louros e a condição de mito ficaram com Domingos, que, antes de virar ídolo, trabalhou também como ladrilheiro e mata-mosquitos.

Infelizmente, Domingos não conseguiu ser campeão com o Bangu. Em 33, ele já estava no Nacional do Uruguai, já era craque da seleção brasileira.
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Foi nesse ano que o quadro suburbano amealhou a sua maior glória: campeão carioca, o primeiro da era profissional. Ladislau, cuja alcunha era “tijoleiro”, graças à potência de seus chutes, fazia parte do plantel, assim como Médio, e vários outros atletas negros. Dizem que os loucos abrem os caminhos que mais tarde serão trilhados pelos sábios. Nesse caso, a contribuição em quebrar barreiras raciais foi um notável mérito do Bangu.

O técnico Luis Vinhaes até tentou implementar uma culinária mais sofisticada nas concentrações, mas a rapaziada pedia o bom e velho feijão.

Era um grupo operário e humilde, que teve o Fluminense como contendor na final do campeonato. A zaga suburbana era um osso duro de roer. Euclides no gol, Mário ou Camarão e Sá Pinto. No meio tinha o Santana e o Médio, e o ataque contava com Sobral, Ladislau, Plácido e o goleador Tião. Embora todos previssem o contrário, inclusive o jornalista Mario Filho, a taça foi mesmo parar em Bangu. Após uma estrondosa goleada de 4 a 0, a história estava escrita nas cores vermelho e branco. A festa na chegada dos jogadores ao subúrbio foi algo de proporções avassaladoras. Diz a lenda que os estoques de cerveja nos botecos terminaram, consumidos pela torcida em êxtase. Foguetes estouraram até a madrugada, como se fossem trovões dos deuses do futebol, reconhecendo a façanha antológica de um Davi contra um Golias.

Campeão Carioca de 1966
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Foi o típico caso de uma ilusão que virou verdade. O tempo revelou que aquele fora um ano único, pois o Bangu não mais ergueria o caneco. Até que em 1966 os ventos pareciam estar mudando novamente. O grêmio suburbano vinha com tudo, comandado pelo técnico argentino Alfredo Gonzáles. Domingos acompanhava o trabalho de Alfredo, ambos haviam jogado juntos no Boca Juniors e no Flamengo. O rosto do argentino era branco como se fosse de cera, contrastando com olhos negros e fundos. Ele herdara aquele time quando Zizinho teve que sair por questões particulares. Mestre Ziza, porém, deixara algumas boas jogadas ensaiadas, como a tabela em “X” entre Paulo Borges e Cabralzinho.

O Maracanã seria o palco da final. O Flamengo era o franco favorito para ganhar o bi-campeonato. O juíz apita o início da partida. Espantosamente, o Bangu começa a enfiar gols. Ocimar. Aladim. Paulo Borges. Domingos atento ao pé do rádio. O baile era tremendo, os nervos foram ficando à flor da pele. De repente, um choque entre Ladeira e o rubro negro Paulo Henrique. O sururu está formado. Almir Pernambuquinho, valente como só ele, briga como um leão, até ser contido pelo goleiro Ubirajara do Bangu.
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Vários jogadores são expulsos, o jogo termina por ali mesmo. Os jornais sentenciam o nascimento de uma nova mística. A mística da camisa suburbana, desmanchando, ainda que em uma fugaz oportunidade, o poder do manto sagrado rubro-negro.

Domingos desliga o rádio. Na sua casa em Bangu, ele vai dormir feliz.

Fonte: Lúcio Humberto Saretta é escritor e mora em Caxias do Sul/RS
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Torneio Quadrangular Interestadual disputado em 1954.

Torneio Quadrangular Interestadual disputado em 1954.

Clubes Participantes:
Botafogo de Futebol e Regatas, do Rio de Janeiro
Fluminense Football Club, do Rio de Janeiro
Sport Club Internacional, de Porto Alegre
Sociedade Esportiva Palmeiras, de São Paulo

JOGOS

17 / 04 – Botafogo 4 x 3 Palmeiras, no Maracanã – Rio de Janeiro

18 / 04 – Fluminense 2 x 1 Internacional, no Maracanã – Rio de Janeiro

21 / 04 – Botafogo 2 x 2 Internacional, no Maracanã – Rio de Janeiro

25 / 04 – Botafogo 3 x 1 Fluminense, no Maracanã – Rio de Janeiro

28 / 04 – Fluminense 2 x 1 Palmeiras, nas Laranjeiras – Rio de Janeiro

01 / 05 – Palmeiras x Internacional (não foi realizado)

Colocação por pontos ganhos (PG):

1°- Botafogo – 5 (campeão)

2°- Fluminense – 4

3°- Internacional – 1

4°- Palmeiras – 0

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Time da Foto:
Em pé:
Gerson. Gilson. Nilton Santos. Danilo. Ruarinho e Orlando Maia.
Agachados:
Garrincha. Dino da Costa. Carlayle. Paulinho e Vinicius.
Técnico: Gentil Cardoso.
Fonte: Diário de Notícias (Rio de Janeiro).
http://www.campeoesdofutebol.com.br

Januário de Oliveira, o mago da narração

Januário de Oliveira
Nascimento 12 de Fevereiro de 1940
Alegrete, Rio Grande do Sul
Nacionalidade brasileira
Ocupação locutor (Aposentado)

Período em atividade: 1952 – 1998

Foi um radialista, locutor e narrador esportivo, atuou na Rádio Nacional AM, TVE-RJ (1982-1992) e TV Bandeirantes (1992-1997). Aposentou-se em 1998, quando começou a sofrer de diabetes e ficou cego de um olho. Ainda nesse mesmo ano, narrou algumas partidas da Copa do Mundo pela hoje extinta Rede Manchete.

Principais Bordões

“Taí o que você queria, bola rolando…”, quando o juiz apitava o início da partida ou do segundo tempo.

“Tá lá um corpo estendido no chão”, para o jogador que caía machucado no gramado.

“Lá vem Geraldo e Enéas para mais um carreto da tarde”, quando os maqueiros do Maracanã, Geraldo e Enéas entravam em campo para retirar um jogador machucado.

“Cruel, muito cruel…”, para elogio ao artilheiro após o gol.

“É disso Fulano, é disso que o povo gosta”, para o jogador (Fulano) que acabara de estufar as redes.

“Sinistro, muito sinistro…”, para falha grave de jogador ou árbitro.

“Eu vi, eu vi…”, para algum lance que ninguém viu, somente ele.

“riririkakakaka, o Juiz despirocou…”, para um lance em que o juiz marcou algo de outro mundo

“Acabou o milho, acabou a pipoca, fim de papo”. – Quando o juiz apitava o fim do jogo.

“Elementar, meu caro Addison”, agradecia Januário de Oliveira a Addison Coutinho

Januário de Oliveira narrava exclusivamente os jogos do Rio de Janeiro, numa época em que as equipes que transmitiam as partidas não tinham os velhos vícios do rádio, nem os novos vícios dos profissionais da era do pay-per-view.
Com bordões geniais, Januário ficou famoso na TV Bandeirantes também com os apelidos dados aos jogadores que marcaram os grandes clubes do Rio na década de 90, entre eles Ézio, o “Super Ézio”; o “Príncipe Charles” para o centroavante Charles Baiano (ex-Bahia e Flamengo). Valdeir virou “The Flash”, enquanto o volante Charles do Flamengo recebeu a alcunha de “Charles Guerreiro”. E sobrou também para Sávio, o “Anjo Loiro da Gávea”, além do maravilha “Tá, Té, Tí, Tó, Túlio…” . Januário transformava em diversão o hábito de acompanhar o futebol carioca.
De uns anos para cá, boatos sobre sua morte se espalharam pela cidade, mas o radialista, locutor e narrador garante estar mais vivo do que nunca. “Já me mataram. Fizeram até referência a mim me chamando de saudoso, mas estou vivo. Cheguei a sofrer quatro paradas cardíacas, mas estou aqui, firme e forte. Falaram até que eu tinha amputado uma e até as duas pernas. O que eu já amputei no pé foram as unhas, que corto de vez em quando”, brinca.

Saudades de um tempo não tão distante

Luciano do Valle não era um narrador que trocava os nomes dos clubes e cidades, José Luiz Datena era um bom repórter de campo e Juarez Soares até que era um comentarista chato aceitável. O único defeito era o Elia Júnior, que sempre estampava um sorriso na cara e dizia antes de chamar um intervalo comercial: “não sai daí, é pá e bola”.
Inesquecíveis eram os bordões dos locutores. E Silvio Luiz, o campeão absoluto de sempre. Ele poderia até transmitir uma partida entre Inter de Limeira e União São João que ainda assim era um festival de emoção – ou de risadas. Para cada “olho no laaaaaaanceeee!”, tinha uma menção aos quitutes que eram deixados na cabine da Band. Isso sem falar em “pelo amor dos meus filhinhos!”, “pelas barbas do profeta” e outros. Sensacional foi o dia em que ele refletiu sobre um de seus velhos bordões, “no paaaaaaaau!”, quando a bola batia na trave. “Acho que há muito tempo, as traves já não são mais feitas de madeira, e sim de ferro. Por isso, a partir de agora vou gritar ‘no feeeeeeeeeeeerrrooooo!’”. Impagável. E as narrações de gol? Até hoje Silvio Luiz mantém o padrão.
Januário de Oliveira também foi acompanhado de Gérson (que não ficou atrás e bolou “é brincadeira”), Januário tornava ainda mais divertido o hábito de acompanhar o futebol carioca, numa época em que ele não era tão decadente ainda.

http://esporteagito-blog.blogspot.com
wikipédia
www.abacaxiatomico.com.br

A audiência dos sites dos clubes de futebol

A audiência dos sites dos clubes de futebol

O jornal Folha de São Paulo publicou nesta quarta-feira interessantíssima reportagem de Alec Duarte sobre os sites dos clubes de futebol. A audiência somada das 29 agremiações brasileiras mais acessadas na web é igual ao índice registrado pelo Manchester United, da Inglaterra, que sabe muito bem usar a sua marca na internet ao ter 20% do seu faturamento total com todos os produtos e serviços lá disponibilizados.

O levantamento mostra como os clubes daqui ainda engatingam na rede não só em audiência como também divulgação de produtos, serviços etc. Do Brasil, o site do Corinthians é o campeão de acesso, com 290 mil por dia, seguido de Palmeiras (220 mil) e Internacional (160).

Confira a lista da audiência diária, em média, dos clubes pesquisados

1 – Corinthians 290 mil
2 – Palmeiras 220 mil
3 – Internacional 160 mil
4 – Flamengo 150 mil
5 – Vasco 110 mil
6 – Cruzeiro 93 mil
7 – São Paulo 93 mil
8 – Grêmio 90 mil
9 – Fluminense 63 mil
10 – Atlético-MG 62 mil
11 – Bahia 39 mil
12 – Atlético-PR 39 mil
13 – Santa Cruz 33 mil
14 – Coritiba 32 mil
15 – Vitória 27 mil
16 – Sport 25 mil
17 – Goiás 22 mil
18 – Avaí 22 mil
19 – Botafogo 17 mil
20 – Fortaleza 15 mil
21 – Ceará 14 mil
22 – Figueirense 14 mil
23 – Náutico 13 mil
24 – Barueri 11 mil
25 – Paraná Clube 10 mil
26 – Ponte Preta 9,5 mil
27 – Guarani 8 mil
28 – Juventude 6,5 mil
29 – Santo André 5 mil

*O Santos não possui domínio próprio – está hospedado em um portal. Por isso, a Folha não obteve o acesso. Segundo o clube, o índice é de 21 mil por dia.

Confira a lista dos principais clubes europeus:

Manchester United 1,7 milhão
Real Madrid 1,6 milhão
Arsenal 1,3 milhão
Inter de Milão 1 milhão
Barcelona 920 mil
Milan 820 mil
Chelsea 670 mil

.http://oglobo.globo.com/blogs/bolademeia/posts/2009/09/23/a-audiencia-dos-sites-dos-clubes-de-futebol-225991.asp
.Alexandre Magno Barreto