Arquivo do Autor: Celso Franco

Sobre Celso Franco

Historiador e pesquisador do futebol do interior de São Paulo e em especial Campinas e Bragança Paulista.

O Internacional de Hans Nobiling

O Sport Club Internacional da Capital Paulista nasceu e cresceu com raízes na massa. Foi o primeiro grande clube popular que surgiu no Brasil, sendo também o primeiro a utilizar calções negros… Acolheria qualquer um, não queria limites. Seria do povo e se tornou o mais procurado por todas as classes. Teve 29 participações na Divisão Principal do Futebol Paulista, sendo campeão em 1907 e 1928. Na história até hoje contada, o clube foi fundado em 19 de agosto de 1889, na rua Senador Queirós, nº 5 por um grupo de 25 rapazes e entre eles Hans Nobiling.

E aqui começa outra polêmica da história do nosso futebol:

Nos depoimentos citados nos mais diversos periódicos entre livros, jornais e revistas durante mais de 100 anos; Hans Nobiling teria “abandonado” a reunião de fundação do SC Internacional por não terem aceito a sua sugestão de SC Germânia. Segundo a história contada o time jogava contra Mackenzie College, SPAC com o nome de Hans Nobiling Team; porém resultados de inúmeras pesquisas nos jornais Correio Paulistano  e Estado de São Paulo nos comprovam que “antes” da reunião o time já atuava com o nome de “Internacional” Football Club. Então o nome do novo clube já estava sacramentado entre as diversas pessoas ali presentes. E para confirmar ainda mais este histórico; o nosso historiador e amigo Moisés H G Cunha encontrou nas páginas do jornal “The Rio News” em sua página 03 do dia 08/08/1899 a ficha técnica do encontro entre o SPAC de Charles Miller e o “Internacional Football Club” de Hans Nobiling, o que comprova a tese do nome.

                                                                           Reprodução do jornal A Gazeta

 

O SC Internacional, de alcunha o “Veterano” disputou seu último campeonato paulista em 1932. Em fase  de decadência em 13/02/1933 teve protocolado na secretaria da APEA, solicitação para mudança de nome. A nova equipe a partir de então passaria a se chamar Clube Atlético Paulista, porém o Antarctica FC que disputou a Principal Divisão do futebol paulista de 1926 a 1929 propôs uma fusão entre ambos e assim o novo clube nasceu remodelado e mandando seus jogos no Estádio Antonio Alonso situado na rua Móoca, 326. Ainda sem completar um ano de vida , o CA Paulista foi campeão do Torneio Inicio da primitiva FPF em 1933. Disputou o Paulistão em 1934,1935 e 1936. Se uniu ao CA Estudantes de São Paulo dando origem em 02/06/1937 ao Clube Atlético Estudantes Paulista e em 1938, depois de disputar o 1º jogo do Campeonato Paulista contra o Juventus em 13/03/1938 no Estádio Antonio Alonso e vencer o time grená por 2×1, faz fusão com o São Paulo F.C. desaparecendo para sempre do futebol paulista. 

S.P.R. x S.P.A.C. – Football além do tempo.

A primeira ficha técnica completa de um jogo realizado no Brasil e em São Paulo, publicada no jornal The Rio News em 19 de julho de 1898 em sua página 06 é inédita. Em nenhum momento da história do futebol no Brasil foi apresentado algum material de tamanha importância para a a verdadeira análise dos fatos nos primórdios do “football” que estava nascendo no país. Coube ao historiador e bugrino Moisés H.G.Cunha a descoberta neste jornal que circulava na capital do Império e depois República desde 1874. O editor e proprietário se chamava Andrew Jackson Lamourex que nasceu em 1850 e faleceu em 1928. Seus leitores eram majoritariamente britânicos. Na ficha podemos contemplar na escalação do SPAC  a presença de

Charles Miller e Hans Nobiling. Um presente valioso para São Paulo, no dia de sua fundação.

Bragantino comemora 84 anos de fundação

     

                        Na força de uma raça, na luta já vencida

                                         

De acordo com os estatutos publicados pelo Diário Oficial  do Estado de São Paulo, foi no dia 22 de junho de 1927 que José de Assis Gonçalves Junior registrou o nascimento do Clube Atlético Bragantino. O importante órgão do Estado publicou no exemplar nº 133 do Diário Oficial de 26/07/1927 o extrato dos estatutos do CA Bragantino. No dia 30/07/1927 foi registrado em cartório aqui nesta Comarca os documentos de fundação do Clube Atlético Bragantino.No dia 08 de janeiro de 1928, foi eleita e empossada a nova diretoria do clube que ficou assim constítuida: Srs. José de Assis Gonçalves Jr.( Presidente), Normando de Medeiros, José Bernardino Guimarães, José Romano, Fausto Russomano, Benecdito Fagundes Marques, José Coli, Zeferino Vasconcellos, Mario de Oliveira Leme, Ozorio Ramalho, Antonio Abrahão, Francisco Pereira Leme e Pedro Perez.

 Porém aconteceu um fato que marcaria para sempre a história do alvinegro bragantino. Uma assembléia geral realizada em 31 de julho de 1930 altera os estatutos do CA Bragantino, ALTERANDO a data de fundação do clube para 08/01/1928 quando foi eleita a 1º diretoria do clube. O presidente Ismael de Aguiar Leme, o secretario Mario de Oliveira Leme e o tesoureiro José Coli foram os responsáveis pela publicação no Diário Oficial de 12 de agosto de 1930 e registrado no Cartório da Comarca de Bragança em 14/08/1930. E a partir de então o glorioso CA Bragantino conquistou inúmeros feitos no futebol e também passou por diversas amarguras nestes 84 anos de história. Vamos relembrá-los.

1928  O CA Bragantino através do Bragança Jornal lança um desafio a todos os clubes de futebol da Zona Bragantina para a disputa do título de campeão da mesma. Em 05/08 acontece o encontro no ground do Lavapés entre  CABragantino e Palmeiras FC local, com espetacular vitória do CAB por 7×0. Nascia alí o Leão da Zona Bragantina.

 1929 O Bragantino conquista a Taça Raul Leme com duas vitórias sobre o Bragança Esporte Clube e ganha a alcunha de Massa Bruta da imprensa local.

1930 Ao vencer o São João FC de Atibaia em uma melhor de três, o Massa Bruta é Campeão Absoluto da Zona Bragantina.

1933 Um desafio contra o rival Gymne Club, instituído Taça Cidade de Bragança é realizado em duas partidas. No campo das Pedras o Massa vence por 3×2 e na Biquinha outra vitória, agora por 3×1. Em 23/7/33 acontece à inauguração do campo contra o Palestra Itália que vence o jogo por 3×1.

1934 No começo de 1934 foram discutidas as propostas para construção de arquibancadas e demais melhoramentos no estádio e em 22/04/1934 é realizada a inauguração oficial com vitória sobre o Paulista de Jundiaí por 3×0.

1935 A Taça Hélio Theodoro da Silva é disputa em uma melhor de três entre Bragantino e Gymne Club. A 1ª partida nas Pedras termina empatada em 1×1, na Biquinha o Massa leva a melhor e vence por 2×1. Na última partida da série nas Pedras com arbitragem de Arthur Friedenreich, o Braga goleia por 4×0 ficando de posse da Taça.

1938  O time Extra do CAB é vice campeão bragantino de futebol, após o retorno do time depois de dois anos de paralisação.

1944 É realizado o Campeonato Municipal patrocinado pela FPF. O campeão tem vaga garantida no Campeonato do Interior. CA Bragantino, Bragança FC e AA América disputam o título que fica em posse do Leão após 4 memoravéis vitórias. O time também conquista o título de Campeão da Zona.

1945 O clube conquista o bi-campeonato da cidade com duas vitórias e dois empates contra AA América e Bragança FC. O time é campeão da Zona A 6ª Região, posteriormente vence o intermunicipal e é vice campeão da 6ª região do Estado.

1946 Os Massinhas, equipe infantil do Leão vence o Torneio Inicio do Campeonato Infantil da Cidade, ao “bater” Botafogo e América por 4×0 e 2×0 respectivamente. No time campeão figuram: Heitor, Rubens, Saul, Joel, Carlos Tile, Geraldo, Mundo, Rubens I, Oswaldinho, Eddy, Remo e Lisa.

1947  O Leão da Zona conquista a Taça Álvaro Barbosa pelo título do setor 5 da Zona 2 da 6 ª Região, posteriormente o título da 6ª Região é alcançado na Zona 2.

1948  É disputado o Campeonato da Cidade valendo a Taça Dicopo, entre Bragantino, Bragança FC e AD Santa Basilissa. O Bragantino é Campeão.

1949 O Leão alcança a maioridade e realiza brilhante campanha em seu primeiro ano no futebol profissional da FPF. O Bragantino ficou em 4º lugar na série vermelha da 2ª divisão.

1950 Em 22/07/1950 a Câmara Municipal, através dos vereadores, Saturnino Pacitti, Luiz Nóbrega Oliveira, José Lamartine Cintra, Nilo Torres Salema e Olimpio Rodrigues por unanimidade, aprovaram o projeto Lei de doação do Estádio Municipal ao Clube Atlético Bragantino.

 1952 O Massa Bruta é Campeão da 4ª Região pela 2ª Divisão de Profissionais da FPF, onde realiza uma campanha espetacular na sua volta ao futebol profissional.

1953  O Bragantino é campeão do Grupo Verde da 2ª Divisão de Profissionais da FPF.

1958  Campeão da Série Azul 2ª Divisão de Profissionais da FPF com uma goleada histórica aplicada no EC Elvira de Jacareí por 10×1.

1959  Campeão da Série Vicente Ítalo Feola 2ª Divisão de Profissionais da FPF e Vice-Campeão da 2ª Divisão de Profissionais da FPF

1962  Campeão da Série José Ermírio de Moraes 2ª Divisão de Profissionais da FPF

1965  Campeão Paulista da 1ª Divisão de Profissionais da FPF, o Braga em 1966 vai participar pela 1ª vez do Campeonato Paulista de Futebol ao lado dos grandes times do Estado.

1967 Vice-Campeão da 2ª Divisão de Profissionais da FPF. Após a queda em 1966 “quase” acontece o retorno do Massa, não fosse à derrota para o XV de Piracicaba por 4×3 no Pacaembu.

1970  O time é campeão da Série B da 1ª Divisão de Profissionais da FPF.

                 Sua mais triste página em toda história no futebol

 Com uma campanha abaixo da crítica o Massa Bruta, foi derrotado em doze dos catorze jogos disputados na 1ª divisão de 1971, conquistando somente uma vitória e um empate que colocou o alvinegro na última colocação. Em 03 de setembro de 1971 a revista Placar publica sua primeira matéria do CA Bragantino. Uma triste história sobre o clube que viveu dias de glórias e no momento tem seu estádio sem parte das coberturas, salários atrasados e jogadores sem condições técnicas; fato que perdurou por todo ano de 1972 com perdas de pontos por uso de jogadores irregulares. A base do time era: Zé Mauro, Augusto, Djalma, Túlio e Zé Carlos, Joel Mancinelli, Nelsinho, Indio, Nenê, Uriel e o craque Wilsinho. Em 1973 com péssima campanha no Torneio Seleção para o Paulistinha 73 e na Série Santos Dumont da 1ª divisão o time ficou novamente em último lugar. A paralisação nos anos de 1974, 1975, 1976 e 1977 quase decretou o fim do Massa Bruta. Em 1978 o CA Bragantino ao retornar ao futebol depois de longos anos de paralisação foi parar no porão do futebol paulista. Independente da atuação do Massa Bruta neste seu retorno ao futebol, o mais importante em toda essa história é o fato do CA Bragantino a partir de então nunca mais ter paralisado sua equipe de futebol profissional.

1979  Campeão Paulista da 3ª Divisão de Profissionais da FPF. Na última divisão do Estado o Leão rugiu mais alto contra o CA Jalesense nas finais: 4×1 em Bragança e 2×1 em Jales.

1988  Campeão Paulista da Divisão Intermediária de Profissionais da FPF

1989  Campeão Brasileiro da 2ª Divisão

 1990 Campeão Paulista na chamada “Final Caipira” contra o Grêmio Novorizontino.

1991  Vice-Campeão Brasileiro e Campeão do Torneio Inicio da FPF contra o Botafogo FC de Ribeirão Preto.

1992, 1993 e 1996  Disputa a Copa Conmebol, sendo que em 1996 elimina a poderosa SE Palmeiras na 1ª fase com uma goleada histórica de 5×1 em jogo realizado no Estádio Marcelo Stefani.

2005  Promovido para a Primeira Divisão do Campeonato Paulista (Série A-1)

2006  Vice-Campeão da Copa da Federação FPF, que rendeu a volta do Massa Bruta ao Campeonato Brasileiro de Futebol.

2007  Campeão Brasileiro da 3ª Divisão

   Parabéns à toda coletividade alvinegra!    

Fonte: Arquivos pessoais e Jornais Cidade de Bragança /Bragança Jornal Diário           

Campeões paulistas de futebol infantil

Segue um hiperlevantamento de dados com a  lista de quase todos os campeões estadual infantil da Federação Paulista de Futebol de 1943 à 2009; quem puder completar a  mesma desde já agradeço.

1943 – SC Corinthians Paulista

1944 – CA Ypiranga

1945 – CA Ypiranga

1946 – CA Ypiranga

1947- SC Corinthians Paulista

1948 – CA Ypiranga

1949 – CA Ypiranga

1950 – CA Ypiranga

1951 – CA Ypiranga

1952 – Estrela da Saúde FC

1953 – A Portuguesa de Desportos

1954 – A Portuguesa de Desportos

1955 – São Paulo FC

1956 – A Portuguesa de Desportos

1957 – SE Palmeiras

1958 – A Portuguesa de Desportos

1959 – SE Palmeiras

1960 – SE Palmeiras

1961 – A Portuguesa de Desportos

1962 – A Portuguesa de Desportos

1963 – São Paulo FC

1964 – SC Corinthians Paulista

1965 – SE Palmeiras

1966 – SC Corinthians Paulista

1967 – CA Juventus

1968 – SC Corinthians Paulista

1969 – SC Corinthians Paulista

1970 – Não foi realizado

1971 – SC Corinthians Paulista

1972 – CA Juventus

1973 – São Paulo FC

1974 – SC Corinthians Paulista

1975 –

1976 –

1977 –

1978 –

1979 –

1980 –

1981 – AA Ponte Preta

1982 – Guarani FC

1983 –

1984 –

1985 – SE Palmeiras

1986 –

1987 – CA Juventus

1988 –

1989 –

1990 – Guarani FC

1991 –

1992 – São Paulo FC

1993 –

1994 – Guarani FC

1995 – São Paulo FC

1996 – Guarani FC

1997 – São Paulo FC

1998 –

1999 – São Paulo FC

2000 – América FC (Rio Preto)

2001 – CA Juventus

2002 – A Portuguesa de Desportos

2003 –

2004 – A Portuguesa de Desportos

2005 – SC Corinthians Paulista

2006 – SC Corinthians Paulista

2007 – São Paulo FC

2008 – São Paulo FC

2009 – Santos FC

Fonte: Arquivo pessoal e pesquisas em sites de clubes.

ARTIGO DA SEMANA N°2/2010 Clube Ferroviário do Recife – Homenagem

AA GREAT WESTERN – CLUBE FERROVIÁRIO DO RECIFE

O atual Clube Ferroviário do Recife nasceu em 17/03/1928 com o nome de Associação Atlética Great Western de cores verde, vermelho e branco.

Disputou seu 1º Campeonato Pernambucano de futebol em 1932 na Série Branca com a seguinte campanha:

1ºturno:

17/04 – 2 x 3 Fluminense do Recife

08/05 – 1 x 5 Santa Cruz

05/06 – 6 x 2 Israelita

03/07 – 2 x 9 América

24/07 – 3 x 4 Flamengo

2º turno:

28/08 – 5 x 3 Fluminense do Recife

11/09 – 3 x 4 Santa Cruz

02/10 – 3 x 1 Israelita

09/10 – 3 x 4 Flamengo

23/10 – 2 x 2 América

Ficando na 7ª colocação com 07 pontos ganhos , conquistando 03 vitórias, 1 empate e 06 derrotas, seu ataque marcou 30 gols e a defesa sofreu 37 gols.

Em 19/07/1936 o campeão Tramways aplica uma sonora goleada de 13 x 1 no time que retornava ao campeonato após não disputar o mesmo em 1934 e 1935.

Segue abaixo as suas primeiras vitórias contra os “grandes” do futebol da terra do frevo:

30/05/1937 – 4 x 2 Sport Recife

14/08/1938 – 4 x 1 Tramways

18/08/1940 – 3 x 1 Naútico

06/03/1941 – 3 x 1 América

03/07/1941 – 5 x 2 Santa Cruz

Como AA Great Western, o clube participou de 16 campeonatos Pernambucanos em sua divisão principal com o seguinte desempenho:

16 Campeonatos disputados

122 pontos ganhos

51 vitórias, 20 empates e 132 derrotas

Gols pró 324     Gols contra 675

Em 1955 alterou seu nome para Clube Ferroviário do Recife e até 1994 quando foi rebaixado para a 2ª divisão estadual, disputou 39 campeonatos com o seguinte desempenho:

39 Campeonatos disputados

442 pontos ganhos

154 vitórias, 134 empates e 420 derrotas

Gols pró 697    Gols contra 1458

Apesar do clube estar fora da 1ª divisão a tanto tempo; no ranking do futebol pernambucano só fica atrás dos quatro grandes ( América, Sport, Naútico e Santa Cruz) e do Central de Caruaru, força emergente do interior.

Esperamos poder ver novamente um dia a esquadra ferroviária de volta à 1ª divisão do estadual e no momento fica  a torcida para seu retorno ao menos na 2ª divisão, fato este que não aconteceu em 2009 por falta de estádio, onde mandaria seus jogos.

Segue imagens de um clube pequeno, mas que tem site na rede: visitem: http://www.cfr.com.br/ e que luta valentemente para manter acessa a chama ferroviária de seus idealizadores no lonquínquo 1928:

ferro8ferro3ferrin012ferrin005ferrin008ferrin017 Fonte: Site do clube e histórias do futebol pernambucano

Esporte Clube Mogiana (Ribeirão Preto-SP)

Esporte Clube Mogiana (Ribeirão Preto-SP)

 

A Fundação

Os empregados da Companhia de Estradas de Ferro Mogiana, de Ribeirão Preto, há muito tempo disputavam campeonatos varzeanos de futebol, e a falta de um clube onde pudessem treinar, e um campo próprio para mandar seus jogos, atrapalhavam o desenvolvimento do time. Além do mais, faltava para eles, e seus familiares, uma área de lazer e recreação. E por isso, tanto a construção de um campo de futebol, quanto a organização de um clube recreativo, eram na verdade, um antigo sonho de mais de 800 ferroviários, que, na ocasião, eram liderados pelo engenheiro Antônio da Costa Coelho. Desse sonho, viria nascer o Esporte Clube Mogiana.

Em 27 de julho de 1938, o sonho dos empregados da Cia. de Ferro tornava-se realidade, pois nascia o Esporte Clube Mogiana, um clube recreativo destinado ao lazer dos ferroviários e seus familiares, que abrigaria também um campo de futebol, para o time dos ferroviários.

Na hora de escolher o primeiro presidente, ficou provado que não havia ninguém melhor do que o próprio líder dos idealizadores do clube para comandar a agremiação, e Antônio da Costa Coelho, foi eleito o primeiro presidente do Mogiana.

As primeiras obras e o Campo da Mogiana

Quando foi fundado, o Mogiana tinha em seu amplo terreno, de mais de 13.000m², que fora doado pela Cia. Mogiana, e que ficava localizado entre a Avenida 1º de Maio e a Rua Guatapará, no antigo Bairro da República (hoje Vila Virginia), apenas a piscina, cuja construção havia sido iniciada em 1937. Mas o sonho de construir um campo de futebol ainda estava vivo.

A intenção do Mogiana de construir um campo de futebol, acabou se tornando notícia por toda Ribeirão Preto. Nos jornais, noticiavam-se que a Cia. Mogiana estava intencionada a construir um estádio em Ribeirão, com moldes iguiais aos de que ajudava a construir em Campinas, para que sua equipe pudesse se desenvolver.

Com o passar do tempo, foram feitas as outras áreas do clube, e logo depois, o tão sonhado campo de futebol foi elaborado, e que mesmo sem nome, ganhou o apelido de “Campo da Mogiana”.

O “Campo da Mogiana” era simples, e nem arquibancadas possuía, porém, era um grande avanço para equipe amadora, já que o EC Mogiana há muito tempo disputava campeonatos varzeanos, e a falta de um campo próprio atrapalhava o desenvolvimento do time. De 1938 a 1954 o campo foi utilizada para jogos dos campeonatos amadores.

 Anos 40

Durante os anos 40 o clube foi aos poucos se desenvolvendo. Mas, a maioria de seus freqüentadores eram ferroviários de Ribeirão Preto.

 Anos 50: a criação e o auge do Estádio Costa Coelho

Quando o Comercial reorganizou-se, em 1954, logo precisava de um local para mandar seus jogos, e como, de todos os locais vistos, o mais apropriado era o “Campo da Mogiana”, a diretoria comercialina arrendou o local. O Comercial, então, instalou no campo arquibancadas de madeira, deixando-o com capacidade para 12.000 pessoas. Nascia assim o Estádio Antônio da Costa Coelho.

O nome do estádio era uma homenagem ao engenheiro Antônio da Costa Coelho, primeiro presidente do EC Mogiana, que foi eleito para o cargo porque era o líder dos mais de 800 ferroviários que um dia sonharam em formar um clube.

Naquele pequeno estádio, o Comercial começou a reconstruir sua história.

E foi graças as boas campanhas que o Comercial viveu nos anos 50, que o Costa Coelho viveu o auge de sua história, recebendo jogos importantes, como as partidas dos Campeonatos Paulistas da 1ª e 2ª divisão, bem como acabou ficando conhecido no estado de São Paulo. Isso foi bom para o Mogiana, já que o estádio pertencia a ele, e o campo ficava dentro de suas dependências.

Com o Costa Coelho, os times chamados “grandes”, agora, jogavam em Ribeirão Preto sem nenhum problema, exemplos como Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Portuguesa, Guarani, Ponte Preta, e até mesmo o, mais que famoso, Santos de Pelé e Coutinho, que certa vez, venceu com um placar de 3 a 1 o Comercial, em pleno Costa Coelho.

Dentro do Costa Coelho, o Leão do Norte conseguiu ainda, vários feitos e muitas conquistas, como o vice no Campeonato Paulista da 2ª divisão, em 1954, e o título de campeão do Campeonato Paulista da 2ª divisão, em 1958.

Ao longo dos anos, foram disputados, também, 11 Come-Fogos dentro do Costa Coelho.

O Comercial utilizaria o Costa Coelho até 1964.

 Anos 50: o futebol amador

Enquanto o Comercial levava o nome do Estádio Costa Coelho para a história, a equipe amadora do próprio EC Mogiana disputava o futebol amador, e tinha como principal adversário, dentro da Liga Ribeirãopretana, o Sertãozinho.

 A desativação do estádio

O Comercial, “oficialmente”, deixou de utilizar o Costa Coelho no dia 14 de outubro de 1964, quando inaugurou seu estádio próprio, o Palma Travassos.

Como o Comercial não mais usava o Costa Coelho, a diretoria do Mogiana também deixou de utilizar o estádio, e assim ele foi desativado, mas não por completo. Alguns anos depois, suas arquibancadas, que agora eram desnecessárias, foram desmontadas, dando espaço as canchas de bocha e malha.

O gramado, porém, não deixou de existir, porque, mesmo após o Comercial parar de utilizar o Costa Coelho, o campo não deixou de receber jogos de futebol. Mas, desde então, as partidas realizadas no campo voltaram a ser das várias ligas amadoras de Ribeirão Preto.

 Anos 60 e 70

Durante os anos 60 e 70 o amadorismo no futebol tornou o clube mais recreativo, deixando de lado um pouco do espírito de agremiação desportiva.

Mas, em 1972, a Companhia de Estradas de Ferro Mogiana, acabou sendo transformada em FEPASA, e os investimentos no clube caíram quase a zero. A mudança de Cia. traria grandes problemas para o Mogiana no futuro.

No final dos anos 70, começaram os problemas devido a troca da Cia. Mogiana pela FEPASA.

Anos 80

No início dos anos 80, o Mogiana correu sério risco de ter seu terreno vendido, e de até mesmo, ter que fechar as portas. Tudo aconteceu por causa da FEPASA, que não queria mais manter o terreno e o clube, como fazia a Cia. Mogiana. O impasse durou mais de 6 anos, e só foi resolvido em 1986 quando sócios do clube se uniram, e em sistema de cotas, compraram ações da FEPASA, num valor suficiente para separar o clube da empresa.

Enquanto o impasse não terminava, em específico, no ano de 1985, o técnico Tomé dava início a um dos primeiros projetos sociais envolvendo jovens atletas e o futebol dentro do Mogiana. O trabalho com a garotada seria continuado pelo ex-jornalista de esportes Márcio Moraes.

Em 1988, Gildo Faustino da Silva, atual presidente do Mogiana, assumiu o cargo que ocupa até hoje.

 1986-1994: O auge do Mogiana

Com o fim dos problemas com a FEPASA, em 1986, o EC Mogiana passou a viver seu auge como clube recreativo de Ribeirão Preto. A época de ouro do Mogiana duraria até 1994.

14 de maio de 1994

No dia 14 de maio de 1994, um forte vendaval passou por Ribeirão Preto, deixando a cidade assolada. Casas, postos de gasolinas, prédios, salões, enfim, quase tudo foi destruído pelo forte vento, e no EC Mogiana não foi diferente.

Passado o vendaval, a diretoria do clube avaliou os danos, e constatou que o saldo era mais negativo do que imaginavam. Foram destruídos o telhado do Salão de Festas e das Quadras, além da lanchonete e da Malha. Era o fim da era de Ouro do Mogiana.

Anos 90 e 2000

Após o vendaval, os lucros do clube caíram, e o Mogiana entrou numa crise financeira.

A recuperação foi lenta, mas quase tudo que foi destruído em 1994, acabou reconstruído, exceto o Salão de Festas, que por coincidência, era o que mais rendia dinheiro para o clube.

2007: parceria com o Sertãozinho

No fim de 2007, o Mogiana fez uma inédita parceria com o Sertãozinho, para criação de um CT e das escolinhas de base do “Touro dos Canaviais”.

No acordo feito, o Touro de Sertãozinho fez um expressivo investimento na sede do Mogiana, reformando-a, para que em troca possa receber do clube ribeirão-pretano novos talentos que possam descobertos no CT ou nas escolinhas do clube.

Fonte: Wikipédia

EC Vila Mariana/SP

EC Vila Mariana

Localizado em uma área construída de 2.149m2 , o clube guarda a rica história de uma grande família: descendentes de italianos que aqui chegaram no final do século 19. Sua história teve início em 1908, com os times de várzea espalhados pelos campos das ruas Humberto I, França Pinto, Áurea e Major Maragliano – este último, de acordo com as memórias de antigos moradores, o primeiro campo do Palestra Itália (hoje, Palmeiras). Os jogadores das ruas vizinhas, em sua maioria “rapazes de 15, 16, 17 anos”, incentivaram a comunidade a fundar, em 01/09/1914, o Esporte Clube Humberto I e assim, incorporados em um só time, oficializaram o clube de futebol da Vila Mariana.

Com sede social à rua França Pinto, nº 32 – onde hoje é a loja de instrumento musicais Vitale – sobrenomes como Nastari, Rossi, Sabatino, Perrone, Gallucci, de Mauro, entre outros, começaram a participar dos campeonatos paulistas na 2ª divisão em 1932,1933 e 1934 e na 1ª divisão em 1935 e 1936, conquistando inúmeros troféus e ampliando a torcida e os sócios do Clube. No Humberto I – nome do monarca italiano repressor, assassinado em 1900 – também eram promovidas festas de casamentos, bailes de carnaval e as jogatinas que varavam a noite.De 1924 a 1927, a sede permaneceu fechada devido a Revolução e com a 2ª Guerra Mundial, o clube foi obrigado a trocar de nome. No dia 30 de outubro de 1942, foi rebatizado como Esporte Clube Vila Mariana.

A sede própria começou a ser construída na Domingos de Morais e, em 1945, na gestão do “presidente da esperança”, Humberto Torre Nastari, foi inaugurada em meados de cinquenta, ostentando a bandeira nas cores vermelho e branco. Durante décadas a sede foi palco de campeonatos, concursos, shows, bailes e espetáculos. Os sócios recebiam famosos convidados em uma intensa vida social.
Hino do Esporte Clube Vila Mariana, criado em 9 de junho de 1952, por Domingos Antonio e cujo refrão exclama: “Salve o Vila Mariana / Clube de tradições / Que nos campos da luta / Só nos deu satisfação / Nosso presente é uma lista / De invejáveis conquistas / Dos setores esportivo e social / E o Vila Mariana leal e brioso / Possui um futuro grandioso / Pois em tudo é maioral”.

(texto baseado na reportagem de denise delfim editora responsável pelo jornal pedaço da vila).