O Grêmio Recreativo e Esportivo Usina Açucareira da Serra ou “Grêmio da Serra” foi uma agremiação do município de Ibaté (SP). Fundado na segunda-feira, do dia 11 de Abril de 1977, tinha a Sede localizada na Fazenda da Serra, s/n – Zona Rural – Área 1 – Ibaté (SP).
Em 1988, o Grêmio Recreativo e Esportivo Usina Açucareira da Serra faturou o título do Campeonato Canavieiro, ao vencer na final a Usina Santa Elisa, de Sertãozinho, pelo placar de 2 a 1, no Estádio Dr. Francisco de Palma Travassos (propriedade do Comercial Futebol Clube), em Ribeirão Preto (SP).
O 1º gol saiu após o centro do centroavante Amarildo na área e Luís Fernando testou de forma inapelável para deixar o Grêmio da Serra em vantagem. O 2º gol surgiu depois de uma cobrança na área. O goleiro bobeou e, novamente, Lui´s Fernando chegou chutando tudo – inclusive, o volante China (companheiro do Grêmio da Serra), que estava na jogada – para aumentar o marcador. O adversário ainda diminuiu, mas já era tarde! O campeão tinha nome e sobrenome: Grêmio da Serra!
Grêmio da Serra jogou o Campeonato Paulista da 3ª Divisão em 1986
O GRE Usina Açucareira da Serra ingressou a esfera profissional, em 1986, quando disputou o Campeonato Paulista da 3ª Divisão, organizado pela FPF (Federação Paulista de Futebol).
Após essa experiência, o clube se afastou e não retornou até o presente momento ao futebol profissional. A Usina existe até hoje sobre o comando do ‘Grupo Raízen’.
O ex-goleiro Fernando Souza contou um pouco desse período, onde o amor pelo esporte ultrapassa o racional.
No futebol, os holofotes sempre estão nas grandes equipes do futebol brasileiro. E para os pequenos clubes, na maioria das vezes uma notinha e olhe lá. Dessa forma, a maioria do público não tem ideia do que é disputar competições das divisões abaixo.
Natural de São Carlos (SP), o ex-goleiro Fernando Souza, com passagens pelo Grêmio Sãocarlense (1981); CERD (Clube Esportivo e Recreativo Descalvadense) de Descalvo; Estrela da Bela Vista Esporte Clube (São Carlos); contou um pouco desse “universo paralelo” do futebol bretão.
Quando já tinha “pendurado as chuteiras”, acabou recebendo o convite para retornar no CERD (Clube Esportivo e Recreativo Descalvadense) de Descalvo, no início de 1986.
“Fiquei lá por três meses, onde fizemos alguns amistosos. Já trabalhava em outro emprego como projetista. A empresa me liberava as quartas até às sextas-feiras para treinar. Depois eu pagava as horas. Como eles queriam um time para subir eles propuseram que eu largasse o meu emprego. No entanto, o salário oferecido era muito baixo. Como já era casado e tinha uma família para sustentar, desisti e optei em jogar no Usina Açucareira da Serra”, disse Fernando.
Já no Grêmio Recreativo e Esportivo Usina Açucareira da Serra as impressões foram positivas: “O clube tinha uma boa estrutura, com ônibus próprio bonito, na cor bordô”, contou.
O clube trouxe diversos jogadores que já tinham parado de jogar bola profissionalmente. E o fato curioso é que o time quase não treinava. “O time era bom. Quase não treinávamos. Eram todos ex-profissionais que se reuniam para jogar. Para ter uma ideia, no Primeiro Turno, ficamos dois ou três pontos atrás do primeiro colocado. Conquistamos muitos pontos fora de casa, mas em casa não conseguimos a mesma pontuação”, revelou Fernando.
Diante desse quadro de, jogar futebol e ainda trabalhar em outro emprego, acabou sendo determinante para o time não ter feito uma grande campanha. “Nós tínhamos parado de jogar, quando aceitamos esse desafio. A maioria já estava trabalhando em outros empregos, como: professor de educação física, engenheiro, projetista, entre outros. Fizemos uma boa campanha no turno, mas no returno, com a falta de treinamos o time acabou sucumbindo no aspecto físico”, concluiu Fernando.
Fernando foi o goleiro-artilheiro em 1981
Na quarta-feira, do dia 21 de outubro de 1981, o goleiro Fernando vivenciou uma experiencia rara para aquela época. Com apenas 12 jogadores a disposição, Fernando, que na época ainda era juvenil, foi a única opção no banco de reservas.
Em desvantagem de dois gols, o técnico Adésio de Almeida colocou Fernando, não como goleiro, mas sim como atacante. E a estrela do jovem arqueiro com o número 13 brilhou no ataque, marcando o gol de honra do Sãocarlense. Apesar da derrota, o gol ficou na lembrança de Fernando até hoje.
G.E. CATANDUVENSE (SP) 2 X 1 G.E. SÃOCARLENSE (SP)
LOCAL | Estádio Silvio Salles, em Catanduva/SP |
CARÁTER | Campeonato Paulista da 3ª Divisão |
DATA | Quarta-feira, do dia 21 de outubro de 1981 |
RENDA | Cr$ 203.550,00 |
PÚBLICO | 1.419 pagantes |
ÁRBITRO | Oswaldo dos Santos Ramos (FPF) |
CATANDUVENSE | Édson; Tércio, Fernando, Beto e Adalberto; Mário, Orciano e Brecha; Edmilson (Torres), Cássio e Itamar. |
SÃOCARLENSE | Ivan; Paulo Felisberto, Pacheco, Bussolan e Vitinho; Carlinhos, Horácio e Hamilton; Silvano, Lilão e Serginho (Fernando). Técnico: Adésio de Almeida |
GOLS | Edmilson, duas vezes (Catanduvense); Fernando (Sãocarlense). |
Colaborou: José Luis Braz
FOTOS: Acervo Fernando Souza
FONTES: Almanaque do Futebol Paulista – Rsssf Brasil – Fernando Souza