
FOTO: Acervo de Rildo Tomaz da Silva
FONTE: Página no Facebook “Sertão em Imagens: fotos antigas”
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O Paysandu foi fundado em 1927 a partir de uma dissidência do América, disputou apenas o campeonato de 1928, e foi reorganizado anos depois para o campeonato de 1937. Desde sua reorganização, pairavam suspeitas de que se tratava de um clube mantido por baixo dos panos por Vicente Farache, eterno mecenas e mandatário de facto do ABC. Coincidência ou não, o Paysandu nunca tirou um ponto sequer do ABC em jogos de campeonato. Vejam a lista de confrontos entre os dois a partir de 1937: 10 jogos, 10 vitórias do ABC, sendo três delas entregas de pontos (WO).
Campeonato | Data | Equipe | Placar | Equipe |
1937 | domingo, 13/06/1937 | ABC | 5-0 | Paysandu |
1937 | sábado, 04/09/1937 | ABC | 9-1 | Paysandu |
1938 | domingo, 15/05/1938 | ABC | 4-2 | Paysandu |
1938 | domingo, 04/09/1938 | ABC | 9-1 | Paysandu |
1939 | domingo, 21/05/1939 | ABC | 6-0 | Paysandu |
1939 | data desconhecida | ABC | 1-WO | Paysandu |
1940 | domingo, 25/08/1940 | ABC | 1-WO | Paysandu |
1941 | domingo, 03/08/1941 | ABC | 2-1 | Paysandu |
1941 | domingo, 08/02/1942 | ABC | 1-WO | Paysandu |
1942 | domingo, 12/07/1942 | ABC | 4-0 | Paysandu |
As suspeições dos demais clubes em relação ao Paysandu atingiram seu nível máximo em 1942. Mais do que nunca, em 1941 o Paysandu foi decisivo no título do ABC: conquistou três pontos preciosos contra o Santa Cruz, evitando que o clube fosse campeão e ainda por cima quebrando sua invencibilidade, e novamente perdeu os dois jogos contra o ABC – no segundo jogo, o clube azul sequer entrou em campo, tendo recorrido ao velho instituto da entrega de pontos.
Dessa forma, o Atlético, apoiado por Alecrim, América, Força e Luz e Santa Cruz, ingressou com um pedido de desfiliação do Paysandu, atitude que desencadeou uma crise sem precedentes na Federação Norte-rio-grandense de Desportos, que culminou na suspensão de jogos e no eventual abandono do campeonato de 1942.
Em represália a esse movimento dos demais clubes, alguns esportistas do ABC – seu diretor Vicente Farache e alguns atletas – sabotaram a preparação da seleção do Rio Grande do Norte, que foi facilmente abatida no Campeonato Brasileiro pela seleção da Paraíba logo na primeira fase.
Em 12 de outubro, na reta final de resolução da crise, o Conselho Geral da FND se reuniu e suspendeu o Paysandu por 3 anos, e em 19 de outubro foi eleito para a presidência da Federação um militar paulista, o Capitão José Porfírio da Paz, figura histórica do São Paulo Futebol Clube, que estava servindo em Natal naquele período. Por fim, em 12 de fevereiro de 1943, um ato da presidência da FND anulou todas as partidas e cancelou o certame de 1942.
Domingo, 10/05/1942
Local: Estádio Juvenal Lamartine, Natal/RN
Jogo 1, 13h30 – SANTA CRUZ 0-1 ATLÉTICO
Árbitro: Hermes Marques de Amorim
Gol: Ubarana
Jogo 2, 14h05 – PAYSANDU 2-0 FORÇA E LUZ
Árbitro: Salatiel Silva
Gols: Pajeú e Tico
Jogo 3, 14h40 – AMÉRICA 2-0 ALECRIM
Árbitro: José Gomes de Carvalho
Jogo 4, 15h15 – ABC 5-0 ATLÉTICO
Gols: Taperoá (2), Badof (2), Simão
Jogo 5, 15h50 – PAYSANDU 0-2 AMÉRICA
Jogo 6, 16h40 – ABC 0-2 AMÉRICA
Gols: Stephenson, Piri.
Campeão do Torneio Início: AMÉRICA
Fórmula de disputa: pontos corridos em turno e returno.
Tabela do primeiro turno:
Data | Mandante | Placar | Visitante |
domingo, 17/05/1942 | Alecrim | 3-1 | Atlético |
domingo, 24/05/1942 | Santa Cruz | 4-2 | Força e Luz |
domingo, 07/06/1942 | Paysandu | 3-1 | América |
domingo, 14/06/1942 | Força e Luz | 0-10 | ABC |
domingo, 21/06/1942 | Atlético | 1-3 | Santa Cruz |
domingo, 05/07/1942 | América | 1-2 | Alecrim |
domingo, 12/07/1942 | ABC | 4-0 | Paysandu |
domingo, 19/07/1942 | Atlético | 4-3 | Força e Luz |
domingo, 26/07/1942 | Santa Cruz | 3-6 | América |
sábado, 01/08/1942 | Alecrim | 2-2 | Paysandu |
domingo, 09/08/1942 | ABC | – | Atlético |
domingo, 16/08/1942 | América | 9-3 | Força e Luz |
domingo, 23/08/1942 | Alecrim | 2-2 | Santa Cruz |
domingo, 30/08/1942 | Paysandu | – | Atlético |
domingo, 13/09/1942 | Força e Luz | – | Alecrim |
domingo, 20/09/1942 | Atlético | – | América |
sem data original | Santa Cruz | – | Paysandu |
sem data original | Alecrim | – | ABC |
sem data original | ABC | – | Santa Cruz |
sem data original | América | – | ABC |
sem data original | Força e Luz | – | Paysandu |
Em 24/07/1943, o Conselho Geral da FND se reuniu e resolveu, por maioria de votos, suspender o Paysandu Sport Club, tendo em vista as suspeitas de irregularidades e beneficiamento ao ABC Futebol Clube. Em 30/07/1943, o mesmo Conselho Geral destituiu o presidente da FND, Gentil Ferreira de Sousa. Ainda não conseguimos encontrar a publicação desses atos oficiais nos jornais da época.
As partidas de campeonato entre os dias 09/08 e 20/09 foram adiadas por atos de Gentil Ferreira de Sousa como presidente da FND. Mas, como os demais clubes já o desconheciam como presidente da federação, foram disputadas algumas dessas partidas de campeonato.
Em 03/08/1942, a Presidência da FND, através do Ato nº 07/1942, publicado no jornal A República de 04/08/1942 e abaixo transcrito, anulou as resoluções do Conselho Geral do dia 24/07/1942:
Ato nº 7
O Presidente da Federação Norte-riograndense de Desportos, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo estatuto em vigor e
considerando que o Conselho Geral reuniu-se em sessão extraordinária no dia 24 de julho passado;
considerando que somente os clubes em dia com os cofres da Federação podem tomar parte nas deliberações do Conselho Geral;
considerando que, pelo art. 76 do estatuto, as resoluções do Conselho Geral são nulas, desde que para elas tenha discutido e votado representante de clube em débito para com a Federação;
considerando que o filiado Paisandú Esporte Clube requereu a anulação das decisões da referida sessão do Conselho Geral para o que juntou certidão competente provando que o filiado América Futebol Clube estava em débito para com a Federação no dia da realização da supracitada sessão do Conselho Geral e considerando o art. 25, letra e, do estatuto vigente,
RESOLVE anular as resoluções do Conselho Geral do dia 24 de julho passado, bem como os efeitos delas decorrentes.
Natal, 3 de agosto de 1942.
Gentil Ferreira de Souza
Presidente
Em 09/08/1942, segundo notícia divulgada pelo jornal A República em 11/08/1942, a diretoria da Confederação Brasileira de Desportos se reuniu para deliberar sobre a situação da FND:
A CRISE NO FUTEBOL POTIGUAR
RIO, 9 – A diretoria da C.B.D., ontem, reunida sob a presidência do sr. Luiz Aranha, tomou conhecimento da crise que se manifestou na Federação Norteriograndense de Desportos e resolveu realizar diligências a fim de esclarecer a situação. Nesse sentido, serão solicitadas informações pela entidade máxima dos dirigentes do futebol naquele Estado. Como é do conhecimento dos nossos leitores, vários clubes da F. N. D., insinuando haver o Paisandú A. C. (sic) se deixado derrotar pelo clube A. B. C., e como não lograssem a convocação do Conselho Superior pelo presidente da Federação, sr. Gentil Ferreira de Sousa, resolveram depô-lo, passando a presidência ao sr. Sílvio Tavares, vice-presidente e deliberaram, ainda, eliminar o Paisandú. Levado o caso ao conhecimento do Conselho Regional do Rio Grande do Norte, resolveu este intervir, determinando fosse reintegrado o presidente, sr. Gentil Ferreira de Sousa, no que não foi obedecido, tanto assim que a C. B. D. recebeu, ontem, comunicação da eleição do sr. Porfírio da Paz, antigo esportista de São Paulo, para a presidência da Federação Norteriograndense. A Confederação somente poderá agir em caso de recurso legal impetrado pelo sr. Gentil Ferreira de Sousa.
Em 10/09/1942, o jornal carioca Diário de Notícias publicou que Gentil Ferreira de Sousa recorreu à CBD, que conheceu do recurso e o reconduziu à presidência da FND, mas manteve a suspensão ao Paysandu decidida pelo Conselho Geral, notícia replicada pelo jornal A República em 13/09/1942:
Reconduzido ao seu posto o presidente da Federação Norte-Riograndense de Desportos
Anuladas, pela diretoria da C. B. D., todas as resoluções tomadas pelo Conselho Geral daquela entidade nortista, na sessão em que foi destituído o sr. Gentil Ferreira de Souza
RIO, 10 (Pelo Aéreo) – O “Diário de Notícias”, em sua edição de hoje, divulga o seguinte:
“A diretoria da Confederação Brasileira de Desportos, em sua reunião de ontem, deu provimento ao recurso interposto pelo sr. Gentil Ferreira de Sousa contra o ato do Conselho Geral da Federação Norte-riograndense de Desportos que o destituiu da presidência dessa entidade. A sessão foi presidida pelo sr. Teixeira de Lemos, vice-presidente, tendo comparecido os srs. Célio de Barros, secretário-geral, Pizarro Filho, tesoureiro, Castelo Branco, presidente do Conselho Técnico de Futebol, além do representante da Federação Norte-riograndense, sr. Paulo de Carvalho. A sessão terá prosseguimento no próximo sábado às 14 horas.
A resolução da diretoria da C. B. D. está assim redigida:
‘A diretoria da Confederação Brasileira de Desportos, conhecendo do recurso interposto pelo dr. Gentil Ferreira de Sousa, da resolução do Conselho Geral da Federação Norte Riograndense de Desportos, que, em reunião de 30 de julho último, o destituiu da presidência da mesma Federação, e usando o poder que lhe confere o art. 76, do Estatuto, resolve:
1º – Anular todas as resoluções do Conselho Geral, tomadas na referida reunião.
Não foi publicada nota da respectiva convocação, nem se provou ter sido feita por ofício aos seus membros competentes, inclusive o presidente da Federação, que devia também presidi-la.
2º – Anular o ato nº 7 do presidente da Federação tornando sem efeito a resolução do Conselho Geral, tomada na reunião de 24 do mesmo mês.
Ainda quando tivesse o presidente da Federação competência para anular qualquer resolução do Conselho Geral, e ainda quando estivesse em mora com a entidade um dos clubes que dela participaram, certo é que os quatro restantes contra os quais nada se arguiu representavam a maioria do Conselho, sendo legal, portanto, a sua resolução.
3º – Mandar que o presidente reintegrado reúna, mediante prévia convocação e dentro dos dez dias úteis que se seguirem à comunicação da presente, o Conselho Geral, para conhecer do pedido de desfiliação do Paisandú Esporte Clube e deliberar a respeito de tudo quanto julgue necessário aos interesses da Federação dentro de sua competência.’”
O mesmo ofício da CBD foi republicado no jornal A República em 17/09/1942 por ordem do Ato nº 16 do presidente reconduzido da FND.
Com a aproximação do Campeonato Brasileiro de Seleções, a FND resolveu, como de praxe, suspender definitivamente o campeonato em 19/09/1942, que já tinha na prática sido paralisado pelos sucessivos adiamentos de partidas durante a crise. A estreia da seleção do Rio Grande do Norte foi marcada pela CBD para o dia 11/10/1942, em Natal, contra a seleção da Paraíba, partida mais tarde remarcada para a cidade de João Pessoa.
Em 27/09/1942, o Diário de Notícias (RJ) divulgou que as determinações da CBD não foram cumpridas: o presidente reconduzido Gentil Ferreira de Sousa não convocou o Conselho Geral, em desacordo com o determinado pela CBD, e os outros cinco clubes (Alecrim, América, Atlético, Força e Luz e Santa Cruz), como consequência, enviaram à CBD protestos contra a atuação de Gentil Ferreira de Sousa. Em 29/09/1942, o mesmo jornal divulgou que a CBD, em reunião no dia 28/09/1942, resolveu destituir novamente Gentil Ferreira de Sousa da presidência da FND, determinando que o vice-presidente assuma a presidência e convoque o Conselho Geral da entidade no prazo legal.
Em 08/10/1942, O Diário divulgou que alguns jogadores do ABC, entre os quais Gageiro, Tico, Edgar e Acácio, não compareceram ao último treino da seleção potiguar em 07/10/1942; que Gageiro e Tico estariam exigindo roupas, sapatos e dinheiro para se integrar a equipe; que Vicente Farache – diretor do ABC, mecenas histórico do clube e mandatário de facto do alvinegro – se negou a fornecer material a seus jogadores, não só para os treinos mas também para a partida contra a seleção paraibana. Contudo, havia outros jogadores do ABC presentes no treino – Joãozinho, Badof e Saravoti. De fato, os quatro primeiros não viajaram à Paraíba e os três últimos compareceram à viagem e entraram em campo. O placar do jogo foi Paraíba 6×0 Rio Grande do Norte, quebrando uma invencibilidade histórica da seleção potiguar contra a vizinha seleção paraibana. É bastante possível que esse ato de sabotagem de esportistas do ABC esteja ligado à crise em curso, como retaliação aos demais clubes.
Em 28/10/1942, o jornal Diário de Notícias (RJ) divulgou que a diretoria da CBF, em reunião no dia 27/10/1942, solicitou esclarecimentos à FND sobre as resoluções tomadas pelo Conselho Geral da entidade, após a destituição definitiva de Gentil Ferreira de Sousa. Em 30/10/1942, o mesmo jornal divulgou que, no dia 29/10/1942, um telegrama da FND para a CBD comunicou que, no dia 12 do mesmo mês, o Conselho Geral da FND se reuniu e deliberou pela exclusão do Paysandu Esporte Clube por 3 (três) anos e que, em Assembleia Geral de 17 de outubro, foi eleito para o cargo de presidente da FND o Capitão José Porfírio da Paz.
O campeonato não foi retomado após o fim da crise. Outros eventos esportivos e amistosos iam sendo realizados a cada domingo. Por fim, o Ato nº 023/1943 da Presidência da FND, publicado no jornal A Ordem de 16 de fevereiro de 1943 e abaixo transcrito, anulou todas as partidas e cancelou o certame de 1942:
Ato nº 23
O Presidente da Federação Norte-riograndense de Futebol, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 25, letra f, do estatuto em vigor,
considerando que o campeonato oficial da cidade de 1942 foi interrompido desde o dia 2 de agosto de 1942 em virtude dos atos ns. 6, 10, 11, 12, 13, 14, 15 e 17 do mesmo ano;
considerando que o referido campeonato teve, apenas, nove (9) jogos realizados, constantes da respectiva tabela e relativos ao primeiro turno;
considerando que o estádio desta Federação requer algumas e inadiáveis benfeitorias, naturalmente antes do início da temporada desportiva do corrente ano;
considerando que o prosseguimento do campeonato de 1942 não atende aos interêsses da administração desta entidade, além do que dificultará o preparo prévio dos clubes para o campeonato do corrente ano;
considerando que é pensamento da atual diretoria desta entidade seja promovida a temporada desportiva do corrente ano dentro dos prazos determinados pelo estatuto e regulamento em vigor;
considerando que os filiados Clubes (sic) Atlético Potiguar, América F. C., Santa Cruz F. C. e Alecrim F. C., pelos seus representantes se pronunciaram coletivamente e contrariamente ao não prosseguimento (sic) do campeonato de 1942;
considerando que o cancelamento do campeonato de 1942 e consequente anulação dos jogos já realizados condizem, não apenas com os interêsses desta Federação, mas também com os daqueles filiados, os quais, em conjunto, já o solicitaram a esta entidade;
considerando que os aludidos filiados, pelos seus delegados, constituem a maioria dos membros do Conselho Geral desta federação; e considerando o pronunciamento sobre o assunto da Confederação Brasileira de Desportos, em o ofício 227/43, assim redigido: ‘Ilmo. Sr. Presidente da Federação Norte-riograndense de Futebol. Acusando o recebimento do seu of. n. 18/43, venho informar a essa filiada que esta Confederação apenas opinou que prosseguissem na disputa do Campeonato de 1942, até seu término, como determinava a tabela. Essa orientação, não constituindo lei, poderá ser aceita ou não por essa Entidade, de acôrdo com seus próprios interesses. Valho-me do ensejo para assegurar a V. S. a certeza de meu elevado apreço. (a) Manoel Furtado de Oliveira – Subsecretário’;
RESOLVE cancelar, no interêsse desta Federação e da maioria dos clubes que lhe são filiados, o campeonato oficial da cidade de 1942 e, consequentemente, anular todas as disputas realizadas, na vigência daquela temporada desportiva.
Natal, 12 de fevereiro de 1943
Capitão José Porfírio da Paz
Presidente
FONTES:
O Pinheirense Esporte Clube é uma agremiação do Distrito de Icoaraci, pertencente à cidade de Belém, capital do estado do Pará. A sua Sede social está localizada na Rua Manoel Barata, nº 130, no bairro Ponta Grossa, em Icoaraci/PA.
O “General da Vila” foi Fundado na terça-feira, do dia 08 de dezembro de 1925, por um grupo de operários da Usina Conceição, que desejava dar a Pinheiro uma agremiação sócio esportiva, onde nas horas de folga livres do ensurdecer da maquinaria e abençoado pela Imaculada Conceição.
Os operários fundadores liderados por Martinho Silva, foram os seguintes: João Sururina, Sátiro Rodrigues, João Faustino, Raimundo Saturnino dos Santos, Manoel Pereira da Silva, Eustáquio Campelo, Osvaldo Cintra, Tobias, Mestre Anésio e tantos outros.
Seis anos depois, foi reorganizado no domingo, do dia 08 de fevereiro de 1931, com sede na Vila Pinheiro, em Nazaré, em Belém/PA se destina:
a) a criar, incentivar e desenvolver os esportes terrestres em geral, promovendo e organizando torneios sempre que julgar oportuno e seus recursos o permitirem;
b) proporcionar aos seus associados, divertimentos uteis, proveitosos e benéficos;
c) cuidar do desenvolvimento físico de seus associados, criando diferentes secções de esportes, à medida que seus cofres o auxiliarem;
d) instituir concursos esportivos a juízo da Diretoria.
Art. 2º – O Pinheirense E. Club, como pessoa jurídica de direito privado, tem personalidade e patrimônio distinto dos seus associados, sendo a Diretoria responsável perante estes por todo o seu ativo e passivo.
Art. 3º – Os sócios não respondem pelas obrigações que os representantes do clube contraírem expressa ou intencionalmente em nome deste, sendo apenas responsáveis pelas suas joias, mensalidades e subscrições a que concorrerem.
O Pinheirense manda seus jogos no Estádio Abelardo Conduru, com capacidade para 3 mil pessoas, situado na Rua Santa Isabel, s/n, em Icoaraci, em Belém (PA). As suas cores: azul e branco.
Jogou o Campeonato Paraense pela primeira vez em 1955. Foi perdendo espaço no futebol profissional masculino, porém esteve em evidência com o futebol feminino em âmbito nacional.
As campanhas de 2012 e 2013 creditaram o Pinheirense a ser, de acordo com o Ranking da CBF de Futebol Feminino de 2013, o sétimo melhor time do Brasil. Hoje o clube é 14º colocado.
Em 2016, o Pinheirense conquistou um título inédito na sua história: o Campeonato Paraense da Segunda Divisão com 100% de aproveitamento. Assim, voltou à elite, representando a Vila Sorriso de Icoaraci no Parazão 2017.
Estatuto: Acervo de Itamar Gaudencio Gaudencio
ARTE: desenhos dos escudos, uniformes e a bandeira – Sérgio Mello
FONTES: Estatuto do Pinheirense – Federação Paraense de Futebol (FPF) – O Liberal (PA)
O Alecrim Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Natal (RN). A sua Sede fica localizada na Rua dos Caicós (antiga Avenida Sete), nº 1.722, no bairro Alecrim, em Natal/RN.
Fundado no domingo, do dia 15 de agosto de 1915, por um grupo de rapazes formado por Lauro Medeiros, Pedro Dantas, Cel. Solon Andrade, José Firmino, Lauro Medeiros, Humberto Medeiros, Gentil de Oliveira, José Tinoco, João Café Filho, Juvenal Pimentel e Miguel Firmino.
O local da fundação foi o sítio Vila Maria, pertencente a Cândido Medeiros, na atual Rua General Fonseca e Silva, próximo da atual Igreja São Pedro em Natal/RN, no então longínquo bairro do Alecrim (na época o bairro era considerado zona rural de Natal-RN). Lauro Cândido de Medeiros foi o 1º presidente.
A ideia inicial que motivou a fundação do clube esmeraldino tinha como objetivo principal ajudar de forma filantrópica as crianças pobres do bairro que lhe deu origem. Com efeito, o clube esmeraldino fundou e manteve uma escola noturna para essas crianças.
Dessa forma o Alecrim atendia a um apelo de uma campanha nacional patrocinada pelo Presidente da República do Brasil Venceslau Brás, que tinha como objetivo erradicar o analfabetismo no país.
Além do mais, na época, jogadores e torcedores de ABC e América de Natal faziam parte da elite da cidade, enquanto o Alecrim FC era composto basicamente por negros e descendentes de índios (moradores do bairro), o que os expunham a todo tipo de preconceito, que aliás, era muito comum no início do desenvolvimento do esporte bretão em nosso país.
O Alecrim nos anos 60 era chamado de “o vingador” do futebol do Rio Grande do Norte, pois os times de outros estados quando vinham a Natal ganhavam de ABC e América de Natal e perdiam para o esquadrão esmeraldino.
Exemplo de força do clube verde nesta década foi o caso do Rampla Júnior do Uruguai que numa excursão ao Brasil estava invicto: 0 a 0 com o Americano (RJ); 2 a 1 no Democrata de Governador Valadares (MG); 2 a 0 no Fortaleza (CE); 1 a 1 com o Treze (PB); 2 a 2 com o Náutico de Recife; vindo a perder finalmente para o Alecrim por 1 a 0 com gol do artilheiro Rui.
O Alecrim é o único clube da história do futebol brasileiro que teve um (futuro) presidente da república jogando em suas fileiras. Trata-se de João Café Filho, 18º presidente do Brasil (1954-1955). Café Filho foi goleiro titular da onzena “periquito” em 1918 e 1919.
O Alecrim teve a honra de ter contado com Garrincha por uma partida, foi no dia 4 de fevereiro de 1968, no estádio Juvenal Lamartine. O craque das “pernas tortas”, usou a camisa 7 do Alecrim num amistoso contra o Sport de Recife, que venceu por 1 a 0, gol de Duda.
Com público de mais de 6 mil pagantes, e renda de Cr$ 21.980,00, o Alecrim formou com: Augusto; Pirangi, Gaspar, Cândido e Luizinho; Estorlando e João Paulo; Garrincha (Zezé), Icário, Capiba (Elson) e Burunga.
O rubro-negro pernambucano jogou com: Delcio; Baixa, Bibiu, Ticarlos e Altair; Valter e Soares; Bife, Cici, Duda (autor do gol) e Canhoto. Nesse amistoso, o Sport lançou, para testes, os jogadores Garcia (pertencente ao Riachuelo de Natal) e Evaldo (pertencente ao América de Natal).
Os grandes dirigentes, baluartes e abnegados da história do Alecrim foram: Bastos Santana, Severino Lopes, Lauro Cândido de Medeiros, Humberto Medeiros, Cel. Veiga, Cel. Pedro Selva, Silvio Tavares, Clóvis Motta, Joca Motta, Cel.Veiga, Walter Dore, Brás Nunes, Rubens Massud, Wober Lopes Pinheiro, Gabriel Sucar, Cel. Solon Andrade, além do grande patrono Monsenhor Walfredo Gurgel.
O clube potiguar é heptacampeão estadual: 1924, 1925, 1963, 1964, 1968, 1985 e 1986. Quatro vezes campeão do Torneio Início (1926, 1961, 1966 e 1972); e um título do Campeonato Potiguar da 2ª Divisão de 2022.
O Verdão é o 3º clube potiguar com maior número de participações na Série A, com 3 participações. Ao todo são 11 participações em campeonatos nacionais, sendo as mais recentes a Série D, em 2011, e a Copa do Brasil de 2015.
Participou da elite do futebol nacional em 1963, 1964 e 1986, sendo o único representante do estado nas três ocasiões. Nas primeiras participações do Verdão, a CBD (Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF), ainda denominava o Campeonato Brasileiro de “Taça Brasil”. Em 1986, na terceira participação, já era chamado de Brasileiro.
ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello
Colaborou: Adeilton Alves
FOTOS: Tribuna do Norte
FONTES: site do clube – texto de Carlos Alberto N. de Andrade, Prof. da Universidade do Estado do RN
O Clube Atlético Osasco foi uma agremiação do município de Osasco, localizado na Região Metropolitana da cidade de São Paulo. Fica a 15,5 km da capital do estado de São Paulo. A localidade conta com uma população de 728.615 habitantes, segundo a prévia do censo (IBGE/ 2022).
Fundado na quarta-feira, do dia 14 de Outubro de 1914, o ‘Club Athletico Osasco’, sendo o 1º Clube social de Osasco. A sua Sede social ficava na Rua Erasmo Braga (antiga Rua André Rovai), nº 900, no bairro Presidente Altino, em Osasco/SP.
Até meados dos anos 20 era apenas um clube de futebol e não possuía uma sede. Foi o Coronel Delfino Cerqueira que em 1925, emprestou ao presidente do Clube Atlético Osasco, Dante de Lúcia, 12 contos de Réis, o que era muito dinheiro na época.
O dinheiro deveria ser utilizado pelo clube para construir sua sede na antiga Rua André Rovai, hoje Erasmo Braga. O dinheiro foi para pagar ao empreiteiro José Rodrigues.
O clube passaria a ter outras dependências no mesmo loteamento na Rua “O”, esquina com Rua “Q”. Dez metros de frente por 50 da frente aos fundos, entre os lotes 66, fundos do lote 67 ao lado.
Alguma coisa saiu errada e o clube teve que devolver o dinheiro com quase 10 anos de atraso, para a viúva do Coronel. Assim, podemos concluir que nada do que foi vivido pelos munícipes da capital deixou de ter seu “eco” no distrito de Osasco.
O desenvolvimento econômico, a vanguarda cultural, a ocupação urbana e populacional também aconteceram em Osasco. E só para começar a nova década (1931), o distrito e a capital iniciam com a sua população triplicada e com isso Osasco sai dos seus 4 mil habitantes em 1920 para 10 mil em 1930.
No domingo, do dia 20 de fevereiro de 1921, o Osasco enfrentou, em amistoso, fora de casa, o forte time do São João Football Club, de Jundiaí/SP. Na partida entre os Segundos Quadros, empate em 2 a 2. No jogo de fundo, o Club Athletico Osasco venceu pelo placar de 2 a 1.
O Primeiro Quadro do C. A. Osasco estava assim constituído: Rovai; Mario e Beppe; Foretaleza, Paulo e Alvim; Morino, Arthur, Horacio, Thadeu e Carlin.
Colaborou: Moisés H G Cunha
ARTE: desenhos dos escudos e uniformes – Sérgio Mello
FONTES & FOTOS: Hagop Garagem – A Gazeta (SP)