Campineira Futebol Clube – Brasília (DF): Fundado em 1975

Por: José Ricardo Almeida

A assembleia de constituição da Campineira Futebol Clube aconteceu no dia 1º de janeiro de 1975, à Avenida W-2 Sul, Quadra 514, Bloco C, Loja 52, Sala 104, em Brasília (DF) e teve a presença de Adolpho Silvério Figueiredo, Alberto Luiz Esteves Teixeira, Antônio Carlos Malaman, Antônio Esteves Teixeira, Djalma de Carvalho Silva, Francisco de Assis Dória Bastos, Jacy Bezerra de Araújo, João da Silva Araújo, José Ivan Lopes, Manuel Augusto de Melo, Oddoni Luigi, Ramon Monteiro Back Van Buggenhout e Waltinho Ferrari.

Por aclamação dos presentes, assumiu a presidência Alberto Luiz Esteves Teixeira, que convidou Adolpho Silvério Figueiredo para secretariar a reunião. João da Silva Araújo foi convidado a fazer parte de uma comissão criada para elaborar os estatutos sociais do clube que, num futuro próximo, seria filiado à Federação Metropolitana de Futebol.

Por proposta de Waltinho Ferrari, foi composta uma Diretoria Provisória, que foi eleita e aclamada, sendo assim constituída: Presidente – Antônio Esteves Teixeira; Vice-Presidente – Waltinho Ferrari; 1º Secretário – Oddoni Luigi; 2º Secretário – Antônio Carlos Malaman; 1º Tesoureiro – Alberto Luiz Esteves Teixeira; 2º Tesoureiro – Jacy Bezerra de Araújo; Diretor Geral de Esportes – Sir Peres de Barros; Relações Públicas – Manuel Augusto de Melo; Diretor de Promoções e Consultor Jurídico – José Ivan Lopes; Diretor Administrativo e Consultor Jurídico – Ramon Monteiro Back Van Buggenhout, Diretor de Patrimônio – Djalma de Carvalho Silva e Diretor do Departamento Médico – Francisco de Assis Dória Bastos.

 

Suas cores oficiais eram a preta e a branca. O uniforme era semelhante ao do Botafogo, do Rio de Janeiro, ou seja, camisas com listras verticais pretas e brancas, calção preto e meias brancas (que viria a ser adotado pelo Sobradinho mais tarde).
Sua estreia no futebol aconteceu em março do mesmo ano, quando teve início a I Copa Arizona de Futebol Amador, evento que reuniu 64 equipes amadoras de todo o Distrito Federal (alguns com passagens pelo quadro de filiados da Federação Metropolitana de Futebol – FMF) e era patrocinado pelos cigarros Arizona e pela Gazeta Esportiva.
No sistema eliminatório (mata-mata), a competição foi realizada de 23 de março até 25 de maio de 1975.  A Campineira fez sua estreia no dia 30 de março, no Gama, derrotando o local Clube Atlético Planalto por 4 x 2. Chegou até as semifinais, quando, no dia 18 de maio, foi derrotada pelo Humaitá, do Guará, por 2 x 1. Na decisão do 3º lugar, goleou o Penharol por 7 x 0.
Logo depois, participou do campeonato promovido pelo Departamento Autônomo, que teve início em junho de 1975, e foi disputado por 9 equipes. Foi vice-campeã no Torneio Início e campeã da Chave B do campeonato, classificando-se para a Fase Final.
Desligou-se deste Departamento antes de ser decidido o torneio e resolveu apostar no futebol oficial da Federação Metropolitana de Futebol, que na época ainda era amador.
Alguns jogadores do Campineira utilizados nessas duas competições atuariam mais tarde no campeonato oficial da F. M. F., tais como Sir Peres, Zé Afonso, Dázio, Zé Nunes, Vino e Dorival, entre outros.
No dia 12 de setembro de 1975 aconteceu a A.G.E. que aprovou a filiação do Campineira Futebol Clube nas categorias de profissional e amador.
Sua primeira competição oficial foi o Torneio Incentivo, com jogos nas preliminares dos encontros do Ceub no Campeonato Brasileiro de 1975, juntamente com Brasília e Humaitá. Sua estréia aconteceu no dia 13 de setembro de 1975, com derrota de 3 x 1 para o Humaitá. Ficou com a terceira e última colocação do torneio.
Logo depois, passou a participar do Campeonato Oficial da F.M.F., com mais sete equipes amadoras do Distrito Federal.
Antes do início do campeonato oficial, 13 jogadores que pertenciam ao Unidos de Sobradinho foram transferidos para a Campineira.
Após uma decisão extra com o CSU – Clube dos Servidores da Universidade de Brasília – UnB, sagrou-se campeã brasiliense de 1975. Sua campanha: 17 jogos, 11 vitórias, 2 empates e 4 derrotas. 32 gols a favor e 18 contra.
Em 17 de fevereiro de 1976 a Campineira comunicou à Federação Metropolitana de Futebol não ter condições de participar do campeonato de futebol de profissionais daquele ano.
Continuou disputando competições de futebol amador. Em uma delas, depois de vencer a chave de Brasília, obteve o vice-campeonato nacional da Copa Arizona de Futebol Amador, evento que contou, inicialmente, com a participação de mais de mil equipes, com eliminatórias regionais e cujas finais foram disputadas na cidade de São Paulo. Na decisão, a equipe brasiliense foi derrotada pelo Golfinho, de Guarulhos (SP), por 1 x 0.
A partida, em seu tempo normal, terminou empatada em 0 x 0, sendo necessária a realização da prorrogação. Só no segundo período desta prorrogação é que o Golfinho chegou à vitória.
No jogo final, a Campineira contou com esses jogadores: Ari, Cláudio, Zezão, Sir Peres e Marcos; Peba (Dorival), Toti e Júlio; Vino, Dázio (Antônio Carlos) e Santos. No jogo decisivo, a Campineira atuou sem o seu melhor atacante, o goleador Zé Afonso. 
Também no ano de 1976, a Campineira disputou o campeonato de juvenis. Um dos jogadores que revelou foi Kidão, zagueiro que defendeu por muitos anos outros clubes de Brasília.
Em 1977, a Campineira estava inscrita no Campeonato Regional de Sobradinho.
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FONTES & FOTO: Correio Brasiliense (DF) – José Ricardo Almeida – Almanaque do Futebol Brasiliense

AARE (Associação Atlética Relações Exteriores) – Brasília (DF)

Por: José Ricardo Almeida

A Associação Atlética Relações Exteriores foi fundada em Brasília (DF), no dia 4 de agosto de 1973, por funcionários do Ministério das Relações Exteriores.
A primeira diretoria foi escolhida nessa mesma data e ficou assim constituída: Presidente – Hermínio Affonso; Vice-Presidente Administrativo – Olavo Coelho Pinho; Vice-Presidente de Esportes – Hélio de Oliveira; Vice-Presidente Recreativo – José Antônio Diogo; 1º Secretário – Ângelo Vicente; 2º Secretário – Adilson Dantas da Silva; 1º Tesoureiro – Ênio Flores de Lyra; 2º Tesoureiro – Newton da Costa Ribeiro; Diretor Social – Hélio José Xavier; Diretor de Esportes – Zeferino Féo; Diretor de Patrimônio – Nilton Soares da Costa; Diretor de Relações Públicas – Carlos Alberto Lopes da Silva; Diretor Infanto-Juvenil – Rubens Álvares de Almeida; Diretor Médico – Nelson Miranda e Diretor Jurídico – Geraldo Affonso Muzzi.
A sede provisória do clube era a sala 13 do subsolo do prédio representativo do Ministério das Relações Exteriores.
As cores oficiais da nova agremiação passaram a ser a verde e a branca, tendo por escudo as iniciais AARE e como símbolo a configuração da pedra que fica em frente à sede do Ministério das Relações Exteriores.
O uniforme número um do Relações Exteriores era composto de camisas e calções brancos com detalhes em verde e os meiões verdes. O número dois tinha camisa verde com detalhes em branco, calções e meiões brancos.
No dia 16 de agosto de 1973 aconteceu a Assembléia Geral da Federação Desportiva de Brasília que aprovou a filiação de vários clubes, dentre eles a A. A. Relações Exteriores.
Poucos dias depois, já fazia sua estreia no campeonato brasiliense de futebol amador. No dia 25 de agosto de 1973, no Estádio Pelezão, perdeu para a A. A. Serviço Gráfico, por 2 x 0. Formou com Tião, Valete (Paulo), Zé Mauro, Grossi e Robson; Edmilson, Palito e Arnaldo; Lula (Axel), Zequinha e Paulo César. Técnico: José Carlos D’Almeida.
A primeira vitória e o primeiro gol vieram aconteceram na segunda rodada, no dia 2 de setembro de 1973, ao bater o Jaguar, por 2 x 1. Zequinha foi o autor do primeiro gol da história do Relações Exteriores. Redi marcou o segundo.
Não teve um bom desempenho no 1º turno, ficando com a sétima colocação entre os dez participantes. Nos nove jogos que disputou, venceu quatro e perdeu cinco. Marcou onze gols e sofreu treze.


Veio o segundo turno (sem a presença do Serviço Gráfico) e demonstrou um poder de recuperação impressionante, permanecendo invicto nessa fase, ao vencer sete jogos e empatar um. Foram dezessete gols a favor e apenas quatro contra. Ficou um ponto a frente do Ceub, vencedor do 1º turno.
Com isso, conforme previsto no regulamento da competição, Relações Exteriores e Ceub decidiriam, em melhor-de-três o campeonato brasiliense de 1973.
Nos dois primeiros jogos, realizados nos dias 10 e 17 de fevereiro de 1974, aconteceu empate em 1 x 1.
No terceiro e decisivo jogo, perdeu a chance de conquistar o título em seu primeiro ano de existência, ao ser derrotado por 1 x 0, no dia 19 de fevereiro de 1974, no Estádio Pelezão. Neste jogo formou com Wilsinho, Paulo, Rodolfo, Zé Mauro e Grossi; Edmilson, Arnaldo e Zequinha; Bispo, Lula e Redi.
Sua campanha no campeonato de 1973 foi: 20 jogos, 11 vitórias, 3 empates e 6 derrotas. Assinalou 30 gols e sofreu 20. Totalizou 25 pontos.
Seu centro-avante Humberto foi o artilheiro da competição, com 12 gols.
Alguns jogadores que defenderam o Relações Exteriores em 1973: Goleiros – Wilsinho, Tião e Daniel; Defensores – Valete, Catuca, Paulo, Grossi, Reginaldo, Zé Mauro, Rodolfo, Edmilson, Chico, Robson e Sirlei; Atacantes – Lula, Alex, Palito, Bispo, Benê, Zequinha, Humberto, Arnaldo, Renato, Paulo César e Redi. O técnico era José Carlos D’Almeida, professor de Educação Física da Academia Nacional de Polícia. A média de idade dos jogadores era inferior aos 23 anos.
Quando a imprensa especializada apontou a Seleção do Ano de 1973, três jogadores do Relações Exteriores faziam parte dela: o goleiro Wilsinho, o zagueiro Grossi e o atacante Humberto.
Também no campeonato brasiliense de futebol de 1974 o Relações Exteriores fez um péssimo primeiro turno irregular. Entre sete equipes participantes, ficou na quinta colocação, isso porque dois clubes acabaram desistindo de continuar disputando o campeonato, empatando dois jogos e perdendo quatro, com direito a um grande vexame.
No dia 15 de setembro de 1974, no Estádio Pelezão, sofreu uma tremenda goleada diante do Unidos de Sobradinho, por 8 x 0. Detalhe: a equipe do Relações Exteriores inicou a partida com apenas sete jogadores. A partida foi interrompida aos 38 minutos do 1º tempo, quando o atleta do Relações Exteriores, João Luiz, contundiu-se e o clube ficou com apenas seis atletas (número de jogadores insuficiente para uma equipe prosseguir o jogo). Posteriormente, com a desistência do Unidos de Sobradinho, o Relações Exteriores recuperou os pontos perdidos.
Esperava-se uma melhor campanha no segundo turno, tal qual acontecera em 1973. Mas isso não aconteceu! Perdeu os quatro jogos que disputou e, novamente, deu vexame no dia 17 de novembro de 1973, quando foi goleado pelo Ceub, por 4 x 0. A equipe do Relações Exteriores iniciou a partida com apenas oito jogadores. O jogo foi encerrado aos 40 minutos do 1º tempo, logo depois da marcação do quarto gol, em razão da equipe do Relações Exteriores haver ficado reduzida a seis atletas.
Começou o ano de 1975 disputando um torneio quadrangular promovido pela Federação, juntamente com Canarinho, Guadalajara e Humaitá. Ficou na terceira colocação, após esses resultados: 0 x 3 Humaitá, 0 x 0 Canarinho e 6 x 3 Guadalajara.
No campeonato, disputado por um total de oito equipes, o Relações Exteriores teve o mérito de ser a equipe que mais somou pontos. Por um desses caprichos do regulamento, o campeonato foi dividido em dois turnos, quando foi segundo colocado em ambos: no primeiro, ficou atrás do CSU, e no segundo, do Campineira. Esses dois clubes decidiram o campeonato. O Relações Exteriores ficou com o terceiro lugar, com a seguinte campanha: 14 jogos, 9 vitórias, 3 empates e 2 derrotas; 29 gols a favor e 16 contra.
A Associação Atlética Relações Exteriores foi desativada em 1976, após reconhecer que não tinha estrutura para acompanhar a implantação definitiva do profissionalismo no futebol do Distrito Federal.

 

FONTES & FOTO: Correio Brasiliense (DF) – José Ricardo Almeida – Almanaque do Futebol Brasiliense

Foto Rara, de 1960: Defelê Futebol Clube – Brasília (DF)

Por: José Ricardo Almeida
 
No dia 1º de janeiro de 1960, na Avenida W-3, Quadra 13, Casa 17, em Brasília, foi fundado o Defelê Futebol Clube, a maior glória do esporte no início de Brasília, sendo tricampeão brasiliense nos anos de 1960, 1961 e 1962.
Somente em 30 de agosto de 1960, os estatutos do Defelê foram registrados no Livro 2, fls. 26/27, número de ordem 17, no Cartório do 2º Ofício de Luziânia, Estado de Goiás.
Previam que seria considerado como sócio-fundador aquele que houvesse ingressado no quadro social até 30 de setembro de 1960.
Assim sendo, os fundadores do Defelê foram Antônio William Ramalho, Carlos Magno Maia Dias, Ciro Machado do Espírito Santo, David Calixto Dib, Esdras Martins, Francisco Troncha, Lincoln de Senna Gonçalves, Murilo Maia Dias, Paulo Levenhagen de Mello, Waldir de Carvalho e Wils de Alvarenga.
Lincoln de Senna Gonçalves e Wander Marques Abdalla tinham um time que foi um dos embriões do Defelê, chamado Fiscalização, e que se juntou ao time da Associação Esportiva EBE (Empresa Brasileira de Engenharia, contratada pela Novacap para executar a instalação de rede elétrica em Brasília), que disputou o campeonato brasiliense de 1959, e outros jogadores que foram contratados para trabalhar no Departamento de Força e Luz.
O time era chamado de Fiscalização porque eram todos apontadores-fiscais da EBE. Da EBE vieram os dirigentes Cleóbulo Mesquita e Roberto Soares (pai do centro-avante Ely).
Para dar mais poder ao time do Defelê, foi convidado (e ele aceitou por alguns dias), Paulo Levenhagen de Mello para Presidente. Logo depois, ele indicou Ciro Machado do Espírito Santo para substituí-lo.
A comissão formada por Ciro, Carlos Magno e Wils elaborarou o estatuto do Defelê e o registrou na Federação Desportiva de Brasília e na CBD nos idos de 1960.
Os jogadores contratados trabalhavam no DFL e tinham autorização para participar de apenas dois treinos à tarde, por semana.
Na primeira leva, foram contratados ou se juntaram ao time, Marreta, Alaor Capella, Vitinho, Anésio (o 1º goleiro), Matil, Sabarazinho, Pará, Manoelzinho, Bimba, Loureiro, Isaac, Euclides, Vitão, Dito Carneiro, Gilberto Grillo, Wilson Godinho, Zequinha, Cauby, Victor Motta e Aguinaldo Evangelista, Édson Galdino, Ely, Macedo, Ramiro, Murilo Maia Dias, Lacyr Pedersoli.
Além desses, compareceram ao primeiro treino do Defelê Carlos Magno, Benedito Raimundo, Samuel Silva Nascimento, Ramiro, Paulo Márcio Maia Dias (irmão do Carlos Magno) e vários outros, que

 formaram a estrutura que faria do Defelê campeão brasiliense de 1960.
Seu primeiro treino aconteceu em 25 de dezembro de 1959, pela manhã, no acampamento do DFL. Não havia nome ainda e noção de bola só mesmo tinham Wander, Samuel e Lacyr Pedersoli. O primeiro jogo foi uma derrota de 5 x 0 frente ao time da EBE, no acampamento desta, que lhe presenteou com um jogo de camisas pretas, que depois foram trocadas por vermelhas, que eram as cores oficiais do Defelê.
Na revanche, a equipe foi reforçada inclusive com Eluff, do Guará. Ganhou de 6 x 1.
Incentivados pelas vitórias que começaram a surgir, os diretores do DFL começaram a dar apoio, fundaram o clube oficialmente em 1º de janeiro de 1960, e quando precisavam contratar funcionários devia ser alguém que jogasse futebol.
O curioso é que o Defelê chegou a pensar em não disputar o primeiro campeonato brasiliense. Como clube amador que era, a situação financeira sempre foi muito complicada.

 

FONTES: Correio Brasiliense (DF) – José Ricardo Almeida – Almanaque do Futebol Brasiliense