A primeira vez a gente nunca esquece: Flamengo no Amazonas

Por: Carlos Zamith

Na década de 50, uma temporada do Flamengo, em Manaus, mexeu com os amazonenses, Era a primeira vez que o time carioca se exibiria nesta cidade, numa época restrita apenas a classe comerciária.

A estréia aconteceu num dia útil, numa quinta-feira à tarde, pois no local do jogo, Parque Amazonense, não havia luz artificial. Por isso, em atenção aos apelos dos promotores da temporada dirigidos à Associação Comercial, o comércio local decidiu cerrar suas atividades às 15 horas

FLAMENGO  6 X 1  FAST CLUBE

Local: Parque Amazonense

Árbitro: Gentil Cardoso, técnico do Flamengo.

Data: quinta-feira à tarde, no dia 30 de março de 1950 

FLAMENGO – Antonino, Newton Canegal e Job; Biguá, Bria (Hélio) e Beto; Jorge de Castro (Aloísio), Gringo (Hamilton), Moacir, Durval e Esquerdinha.

FAST CLUBE – Guilherme (Raul com o marcador de 4 a 0), Canhão e Gatinho; Valdemir Osório, Belo Ferreira e Nêgo; Zé Nery (Mário Matos), Lafayette Vieira, Pereirinha, Paulo Onety e Aderaldo

Gols: Moacir (Fla) aos 9 e 15, do 1º tempo; Hélio aos 2, Moacir aos 9, Esquerdinha aos 13 e Moacir aos 16 (Fla) e Paulo Onety, aos 30 (Fast) do 2º tempo.

 

FLAMENGO  7  X  1  NACIONAL

Local: Parque Amazonense

Árbitro: Aristocilio Rocha (FCF)

Data: Domingo, no dia 02 de abril de 1950

FLAMENGO – Antonino, Newton Canegal e Job; Osvaldo, Bria (Hélio) e Beto; Jorge de Castro (Aloísio), Gringo (Nélio), Durval (Hamilton), Moacir (Quiba) e Esquerdinha.

NACIONAL – Sandoval (Mota), Lupércio (Mário Matos) e Gatinho; Hélcio Sena (Caçador), Brás Gioia e Antonino (Nêgo); Cabral (Hélcio Sena) posteriormente Aderaldo, Paulo Onety, Marcos Gonçalves, Raspada e Pedrinho (Linhares).

Gols: Moacir aos 13, Durval aos 28 e Moacir aos 33; Moacir aos 4, Esquerdinha aos 8 e 34, Hamilton aos 40, para o Flamengo. Aderaldo, aos 41 (Naça) após a cobrança de um penal. Falta foi cometida por Osvaldo. Mário Matos cobrou e o goleiro Antonino defendeu parcialmente, espalmando para fora da área. O mesmo Mário Matos aproveitou para marcar o tento de honra do time local.

 

Curiosidade: O goleiro Sandoval jogava no Clube do Remo e foi chamado pelo Nacional para esse jogo. O time paraense o liberou, mas o goleiro terminou ficando por aqui mesmo. Deixou o campo, contundido, quando o marcador era de 5 a 0. Mota entrou no seu lugar foi vazado mais duas vezes.

ATUAÇÃO DO ÁRBITRO

O jornal Diário da Tarde, do dia 4 de abril de 1950, comenta a atuação do árbitro, assim:

O juiz carioca Aristocílio Rocha teve vários senões. Marcou dois tentos do Flamengo quando os seus autores estavam em franco impedimento. Deixou de marcar um tento do mesmo Flamengo, feito por Esquerdinha, assinalando escanteio e deixou de marcar um penal de Lupércio. Muito fraca a atuação do árbitro”.

O time do Nacional, como sempre acontecia com clubes locais, reforçou-se de elementos de outras agremiações, como Gatinho, Aderaldo e Nêgo, emprestado pelo Fast Clube.

Primeiro jogo do Cabo Branco (PB) foi antes de sua fundação !!!

“Mário Bandeira e Samuel Norat, foram os primeiros a propalar a notícia através da imprensa que seria fundado um novo clube, já batizado com o nome de Cabo Branco Sport Club, destinado à prática do do futebol, exercícios físicos, pedestrianismo, ginástica e também regatas. A ideia surgiu de um grupo de rapazes, entre os quais se encontrava nosso bem amigo José Feliz Cahino, quando se banhavam na praia de Tambaú, contemplando bem de longe a beleza encantadora do nosso incomparável acidente geográfico. Assim no dia 13 de dezembro de 1915, em reunião que contou com a presença de vários desportistas, entre muitos anotamos os seguintes: Alfred Amstein, Waldemar Wraal, Alfredo Pinto Filho, Samuel Norat, Mário Bandeira, Pedro Gamys, Armindo Stahel, Ruy Araújo, Mário Araújo e Milton Lago, Por aclamação dos fundadores, a primeira diretoria ficou assim constituída: Presidente: Waldemar Wraal; Secretário: Milton Lago; Tesoureiro: José Barbosa e Captão da equipe, Henrique de Souza. Um fato curioso e talvez inédito aconteceu com o Cabo Branco, ao fazer sua primeira partida de futebol um dia antes de fundado com o Brazil, para quem perdeu por 2×0…”

Fonte: A História do Futebol Paraibano de Walfredo Marques (ed. 1975; página 22)