Independente Esporte e Cultura – Município de Ipiaú (BA): Fundado em 1949

Modelo de 1966

O Independente Esporte e Cultura foi uma agremiação do Município de Ipiaú (BA). Fundado no dia 19 de agosto de 1949, por um grupo de jovens sob a liderança de Álvaro Martins (irmão de dona Zélia, esposa de Dr. Salvador da Matta). O rubro-negro ipiauense  se tornou o bicho papão do interior da Bahia nas década de 1960 quando acumulou inúmeros títulos e reuniu grandes atletas.Sua estrutura assemelhava-se às dos clubes profissionais e sua maneira de jogar era tão harmoniosa que chegou a ser comparada a uma orquestra.

1966 - Em pé: Betinho, Dí, Everaldo Barbosa, Gaso da Serraria, Jasson, João Grio, Américo Pintor (o Massagista) e Jaime Cobrinha. Agachados: Caribé, Denancí, Gagé, Daniel Macêdo, Gino, Orlindo Lopes e Lourival Paneli.

Sua estrutura assemelhava-se às dos clubes profissionais e sua maneira de jogar era tão harmoniosa que chegou a ser comparada a uma orquestra. Na galeria de mitos do Independente tem atletas que fizeram fama sem saírem da cidade e outros que já atuaram em grandes equipes do futebol profissional brasileiro, cabendo aí um destaque especial ao goleiro Betinho, considerado um dos melhores do país, a ponto de ter sido levado para o Santos F. C. por nada menos que Pelé, o Rei do Futebol.

Modelo de 1971

Infelizmente o arqueiro optou pela boemia, empreendendo fugas constantes da concentração, faltando a treinos, discutindo com a diretoria do clube que acabou lhe dispensando. Ainda jogou no Vitoria e na ADJ (Jequié). Foi acometido de uma tuberculose e morreu na cidade de Cachoeira. No Independente também brilharam Gagé, ídolo no Leônico e no Bahia, Davi, que mostrou competência no Vitoria, Atlético Mineiro e Guarani de Campinas, Tanajura, artilheiro do Brasil ao marcar 23 gols em uma das edições do Campeonato Baiano de profissionais.

Dos 11 títulos conquistados pelo Independente os que mais marcaram a sua fanática torcida foram os de 1965/66 e de 1968/69. Nesse período a equipe estava no seu apogeu.”Parecia jogar por musica. Era como se fosse uma orquestra, cada craque tinha a virtuosidade de um instrumento ultra afinado”, define o radialista Orlindo Lopes, dedicado pesquisador do futebol local e ex-jogador do clube.

Na foto, da direita pra esquerda: José Hagge Midlej, Clemente Mariani (Banco da Bahia), Julival Ferrari (Loja Céu de Estrelas), Milton Santos (Farmacia Plantão Noturno) e o Odontólogo Dr. João “Monstrin”, em visita ao que viria a ser a nova sede do clube.

Seu Edval Ferreira, o treinador, era o maestro dessa harmoniosa orquestra. Jamais haverá consenso da melhor formação do Independente, contudo todos classificam como “fora de serie” o elenco formado por Betinho, Everaldo Barbosa, Humberto Cabeleira, João Grilo, Huguinho; Jasson, Bueiro,Caribé; Gagé,Tanajura e Lourival Panelli.

Com um toque de bola rápido, ocupando todo o campo, esse time massacrava os adversários, aplicando goleadas humilhantes, impondo seu nome onde quer que fosse. Outros ídolos do Independente foram João Néga, Nena (goleiros), Zé Plínio, Dilermando, Wilson, apelidado de “Folha Podre”, Peneira, Orlindo Lopes, Bocão, Daniél Macêdo, Gaso da Serraria, Bidinho, Gino, Mundinho, Dí e Nelsinho.não se pode esquecer dos ancestrais Badú, Tatai, Antonio Regina, Licinho e Antonio Chapéu.

O que garantia ao Independente um bom elenco em campo era uma excelente estrutura nos bastidores. Sua dedicada diretoria não media esforços para buscar atletas de alto nível. Estes eram farejados e garimpados pelo astuto Jaime Cobrinha, raposa velha da cartolagem amadora. As articulações de Jaime Cobrinha apoiadas pelo presidente Julival Ferrari (Jujú da Loja Céu de Estrelas) e avalizadas por toda a diretoria do clube que dentre outros membros contava com os baluartes Odilon Costa, Cesário Barreto, José Hagge, Polibio Ferreira, Antonio Guanabara, Sandoval Bonfim, Zenildo Borges e Hildebrando Nunes.

 

Maria Adélia Leal Jaqueira, natural de Ipaú, representou o Esporte Clube Bahia no Concurso Miss Bahia e foi eleita em 1972

EMPATE COM O BAHIA

Numa ensolarada tarde do ano de 1971, a ipiauense Maria Adélia Leal Jaqueira, ostentando o honroso titulo de “Miss Bahia”, compareceu ao Estádio Pedro Caetano e deu o pontapé inicial do jogo entre o Esporte Clube Bahia, campeão estadual, e o Independente Esporte e Cultura, campeão municipal.

Nesse momento histórico a bela das passarelas se colocou ao lado da fera dos gramados, o atacante Valter Bôte que seria duas vezes campeão do Intermunicipal, pela Seleção de Ipiaú, e atuaria em clubes profissionais como o Fluminense de Feira de Santana, a ADJ, de Jequié, e o América de Teófilo Otoni (MG). O resultado do jogo foi 2 a 2. Na oportunidade Bôte, então um adolescente de 15 anos, mostrou aos craques do “Esquadrão de Aço” que ele também sabia muito de futebol.

 

 FONTES & FOTOS: Blog Certeza da Vitória – Notícias de Ipiaú – Giro em Ipiaú1 – Ubaitaba – José Américo da Matta Castro é jornalista da Revista Bahia em Foco

 

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Sobre Sérgio Mello

Sou jornalista, desde 2000, formado pela FACHA. Trabalhei na Rádio Record; Jornal O Fluminense (Niterói-RJ) e Jornal dos Sports (JS), no Rio de Janeiro-RJ. No JS cobri o esporte amador, passando pelo futebol de base, Campeonatos da Terceira e Segunda Divisões, chegando a ser o setorista do América, dos quatro grandes do Rio, Seleção Brasileira. Cobri os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, Eliminatórias, entre outros. Também fui colunista no JS, tinha um Blog no JS. Sou Benemérito do Bonsucesso Futebol Clube. Também sou vetorizador, pesquisador e historiador do futebol brasileiro! E-mail para contato: sergiomellojornalismo@msn.com Facebook: https://www.facebook.com/SergioMello.RJ

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