Os trinta e dois anos do Girabola

Apesar de o campeonato angolano de futebol da primeira divisão, Girabola, a mais popular prova do país, registar várias nuances desde a sua criação em 1979, há pelo menos três etapas assinaláveis na sua evolução, quando se prepara para arrancar a edição número 32.

O Girabola começou com uma espécie de “preliminares”, envolvendo 24 equipas, disputada em quatro séries de seis.
Iniciada a 08 de Dezembro de 1979, esta foi a maior edição da história da prova, quer em número de clubes, quer em representatividade por província. Quatro anos depois da conquista da independência nacional, de todos os pontos do país vieram equipas, excepto do Bengo, que era ainda parte de Luanda.

O primeiro campeão nacional foi o 1.º de Agosto, que venceu na final o Nacional de Benguela por 2-1. Para chegarem à primeira final da história do Girabola estas formações eliminaram a TAAG e os Palancas do Huambo nas meias-finais.
Entre os registos destacáveis desse “embrião” do campeonato nacional está a goleada da TAAG (actual ASA) de 11-0 sobre o Desportivo de Xangongo do Cunene.

Os 14 melhores classificados desta edição constituíram a primeira divisão e o campeonato nos moldes actuais: todos contra todos a duas voltas, sagrando-se campeão o clube que no final soma o maior número de pontos. Era a segunda grande alteração.

Assim, pela ordem de classificação de 1979, o Girabola 1980 foi disputado por 1.º de Agosto, Nacional de Benguela, TAAG, Palancas do Huambo, Estrela Vermelha (Mambroa), FC do Uíge, Construtores do Uíge, Académica do Lobito, Desportivo da Chela, Ferroviário da Huíla, Diabos Verdes (Sporting de Luanda), Santa Rita, Sassamba da Lunda Sul, Sagrada Esperança.

Os restantes clubes (15.º ao 24.º) ficaram apenas na história por terem sido precursores do principal campeonato de Angola. São eles o Luta SC de Cabinda, FC Mbanza Congo, Ginásio do Kuando-Kubango, Xangongo do Cunene, Naval do Porto Amboim, Diabos Negros, Makotas de Malanje, Vitória do Bié, Juventude do Kunje e 14 de Abril.

O clube central das forças armadas voltou a vencer, tal como na edição seguinte, sagrando-se o primeiro tri-campeão de Angola. Em 1981, ascendia à primeira divisão aquele que viria a ser o “papão” dos troféus – o Petro de Luanda.
Até 1994, o campeonato alternou o número de equipas participantes entre 12 e 16, em consequência fundamentalmente do conflito armado que o país vivia.

A partir da edição de 1995, uma nova etapa marcou o Girabola, com a adopção do novo sistema de pontuação, que atribui três pontos por vitória, ao contrário dos dois de até então.

Foi nessa altura que também se fixou em 14 o número de equipas por cada campeonato. Os três últimos baixam de divisão e os vencedores das três séries do torneio de apuramento à primeira divisão ocupam os seus lugares.

A equipa com maior sequência de vitórias é o Petro de Luanda, com cinco (1986-1990). O primeiro goleador da prova foi João Machado com 18 golos ao serviço dos Diabos Verdes, mas o recorde de tentos numa edição está na posse de Carlos Alves (1980) com 29, vestindo a camisola do 1.º de Agosto.
O angolano Nicola Berardinelli foi o primeiro treinador a vencer um Girabola (1979), mas o maior número de títulos e a melhor sequência de triunfos pertence ao português Bernardino Pedroto (2002, 2003, 2004 pelo ASA).

O brasileiro António Clemente também venceu três vezes com o Petro de Luanda, mas precisou de mais tempo.
Apesar da competição desfilar por todo o país, em 29 temporadas apenas três províncias inscreveram o seu nome entre os campeões. E só em 2005 é que a terceira entrou, através do Sagrada Esperança.

Luanda domina de forma esmagadora, tendo deixado sair o ceptro apenas em três ocasiões (1983, 1985 e 2005). Ou seja, a capital do país tem 26 do total de conquistas no Girabola, distribuídas pelo Petro (13), 1º Agosto (9), ASA (3) e Interclube (1). O 1.º de Maio (2) e Sagrada Esperança são os distintos “forasteiros”.

Para esta temporada, Luanda apresenta-se com exactamente metade do total de concorrentes, seguida pela Huíla (2), que superou centros mais tradicionais do desporto-rei, como Benguela e Huambo – que só têm uma formação cada.

fonte:Fonte: Angop/Pedro da Ressurreição – Editado por AD

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