Depois da Olimpíada de 1928, com divergência quanto à condição de amadores dos jogadores e sabendo que o futebol não faria parte dos Jogos Olímpicos de 1932, a FIFA decidiu realizar sua própria competição internacional de futebol.
A competição foi criada pelo francês Jules Rimet, em 1928, após ter assumido o comando da instituição mais importante do futebol mundial: a FIFA – Federation International Football Association.
O país escolhido para receber a Copa do Mundo 1930 foi o bicampeão olímpico Uruguai, que celebraria também o centenário de sua independência. A longa viagem transatlântica assustou os Europeus, que foram representados por apenas 4 seleções: Bélgica, França, Romênia e Iugoslávia. No total apenas 13 países participaram da Copa do Mundo 1930.
Entre os “oriundi” (jogadores estrangeiros) da seleção italiana estava Amphilóquio Marques, o Filó, ex-jogador do Corinthians. Apesar de ser reserva, e não ter jogado nenhuma partida, Filó pode ser considerado o primeiro brasileiro vencedor de uma Copa do Mundo..
A CDB (atual CBF) com sede no Rio brigou com a Liga Paulista, que não liberou seus jogadores para a Copa. A derrota “carioca” na Copa de 1934 levou uma multidão a comemorar em frente aos jornais paulistas.
O Mundial-1938 apresentou uma inovação no regulamento: o atual campeão (Itália) e o país sede (França) tinham classificação automática para a competição, sem a necessidade de participar das eliminatórias continentais. O torneio acabou contando com a presença de apenas 15 seleções, pois a Áustria, que estava classificada, havia sido anexada pela Alemanha de Adolf Hitler.Disputada no mesmo sistema de 1934 (jogos eliminatórios), a Copa-1938 viu as quatro seleções de melhor ataque alcançarem as semifinais –Hungria, Itália, Suécia e Brasil. Enquanto os italianos superaram o Brasil por 2 a 1, os húngaros não tiveram problema para golear os suecos por 5 a 1. As duas seleções chegaram à final ostentando três vitórias em três jogos.Os italianos, que eram os atuais campeões mundiais e olímpicos, acabaram vencendo a Hungria por 4 a 2 e levantaram o bicampeonato. Os únicos titulares remanescentes do time campeão de 1934 eram o meia Giuseppe Meazza e o atacante Giovanni Ferrari. Guido Masetti e Eraldo Monzegli também fizeram parte dos grupos campeões nas duas Copas.
Dois meses antes do Mundial, o Uruguai enfrentou o Brasil três vezes pela Copa Rio Branco.
A equipe celeste venceu o primeiro por 4 a 3, mas perdeu os dois seguintes por 3 a 2 e 1 a 0, respectivamente.
Mas a sorte logo começou a sorrir para os primeiros campeões mundiais. No sorteio dos grupos, o Uruguai foi beneficiado e caiu na chave número quatro, ao lado apenas da Bolívia.
A única partida da chave foi disputada estádio no Independência, em Minas Gerais, e os uruguaios venceram por 8 a 0, com gols de Miguez (3), Schiaffino (2), Vidal, Perez e Ghiggia.
Barbosa acusado de culpado pela derrota passou a vida toda dando explicação de como tomou o segundo gol. Disse que depois do jogo foi pegar o onibus para ir pra casa, e quando chegou a sua rua ela estava deserta. Uma enorma mesa estava exposta com muita carne, maionese e outras comidas. Somente os cachorros lambiam os beiços. Quanto a Bigode outro escalado como culpado ele disse que foi orientado a não dar botinada….
José Carlos Bauer, foi considerado o maior jogador da Copa e lhe deram o apelido de “Monstro do Maracanã”. Mas ainda hoje, quando fala em futebol, sua memória procura lembranças mais amenas. Todas as outras lembranças, porém, estão bem vivas. Inclusive as daquele 16 de julho.- Perdemos o jogo, e até hoje uns acusam Bigode, outros acusam Barbosa. Ou mesmo Juvenal. Eles não tiveram culpa. Como perdemos endeusaram Obdulio Varela e os uruguaios. Mas eu posso garantir que eles entraram em campo apavorados. Dizem que o nosso time se acovardou – é mentira. Dizem que Obdulio deu um tapa no Bigode – é mentira. O Bigode deu, sim, uma entrada dura em Julio Perez, e o Obdulio passou a mão na cabeça dele e disse: “Que se passa. muchacho ?”. Posso garantir que, se Obdulio desse mesmo um tapa, o Bigode teria acabado com o jogo naquela hora, no braço. Na verdade, culpados foram todos: jogadores, dirigentes e imprensa.
Pela primeira vez uma Copa teve cobertura pela televisão, e moedas comemorativas foram cunhadas por causa do evento. A partir dessa Copa, o Brasil passsou a usar o uniforme com a camisa amarela e o calção azul. Depois da derrota no Mundial de 1950, o uniforme antigo (camisa branca e calção azul usado desde 1919) foi considerado uma das fontes de azar. Em 1953, o professor e jornalista gaúcho Aldyr Garcia Schlee venceu outros treze candidatos no concurso para escolha do novo uniforme. Como vencedor recebeu uma cadeira cativa no Maracanã, um estágio como desenhista no extinto jornal Correio da Manhã e uma soma em dinheiro.
Foi um mundial dominado amplamente pela fantástica equipe húngara, campeã olímpica de 52, composta de super craques como Ferenc Puskás, Nándor Hidegkuti, József Zakariás, Sándor Kocsis, Zoltán Czibor, dentre outros. Mas existiam outras seleções fortes como o Uruguai bicampeão mundial, o Brasil (que tentava se recompor de 50 com Didi e Julinho Botelho), a Alemanha Ocidental (com Fritz Walter e Helmut Rahn).
Depois de dois fracassos rotundos nas copas de 1950 e 1954, o selecionado brasileiro ia a Suécia tentar mais uma vez chegar ao tão sonhado titulo mundial. Ninguem acreditava no sucesso da seleção brasileira. Porem ouve uma mudança de direção da CBD (confederação brasileira de desportos) João Havelange estava substituindo o presidente Silvio Pacheco.
O novo mandatário entregou o futebol nas mãos do empresário de comunicação Paulo Machado Carvalho, dando a ele carta branca para trabalhar. Foi feito uma comissão de jornalistas para a escolha da comissão técnica. Essa comissão era composta de cronistas esportivos. Ari Silva, Paulo Planet, Buarque, Flavio Hesite e Alvaro Paes Leme. E a comissão técnica escolhida por eles foi essa: Paulo Machado Carvalho (chefe da delegação) Vicente Feola (técnico) Hilton Gosling (medico) Mario Américo (massagista) Paulo Amaral (preparador físico) Mario trigo (dentista) João Carvalhais (psicólogo). Os jogadores estavam convocados. E o chefe da delegação queria que, alem de jogadores, eles fossem homens de caráter o que faltou em outras convocações. Gilmar – Castilho- De Sordi – Djalma Santos – Bellini – Mauro – Orlando – Zozimo – Nilton Santos – Oreco – Joél – Garrincha – Moacir – Didi – Mazzola – Vavá. Dida – Pelé – Pepe – Zagallo. A seleção fez vários jogos amistosos, e não mostrava coisa boa o que era motivo de muitas criticas. O locutor esportivo Wilson Brasil pedia Luizinho do Corinthians na seleção. Batia na mesma tecla todos os dias no seu programa esportivo Bate Bola da radio nacional. O comentarista esportivo Geraldo Bretas da radio Tupi, era o mais zangado dos críticos falando muito mal do técnico Feola dizendo que ele nunca foi técnico. Outro comentarista que não gostava do técnico era Mario Moraes da radio bandeirantes, achava que Feola estava mais para vendedor de pipoca do que para técnico de futebol.
O ultimo jogo amistoso da seleção foi no Pacaembu contra o Paraguai, onde o placar não passou de um 0 x0. Ao termina da partida uma estrepitosa vais veio do publico que lotou o estádio. Para dar adeus aos preparativos no Brasil teve um jogo treino contra o Corinthians, em que orlando Peçanha centro médio disse que se Luizinho viesse com graça pra cima dele ia parar no alambrado. Resultado 5 x 0 para a seleção e o goleiro corintiano Aldo defendeu uma penalidade chutado por Didi.
Na Europa dois amistosos, Contra a Fiorentina de Julio Botelho(Julinho) vitoria de 4 x 1 e outro jogo contra o Milan com outra vitoria brasileira. depois vieram os jogos pela copa 3 x 0 contra a Áustria, 0 x 0 contra a Inglaterra, 2 x0 contra a URSS, 1 x 0 contra o Pais de Gales, 5×2 contra a França e novamente 5 x 2 contra a Suécia.
Finalmente campeão mundial de futebol. Agora sim o Brasil era o melhor futebol do mundo. Tão decantado em 1950.
Curiosidades da Copa do Mundo 1962
Antes de disputar a semi-final contra o Chile os brasileiros tomaram todas as providências de segurança, as quais incluíam preparar a própria comida com medo de sabotagem na alimentação do hotel. Coube ao dentista da equipe brasileira, Mário Trigo, comprar todos os ingredientes para preparar os sanduíches que alimentaram os brasileiros.
As Copas atravessaram as transformações políticas e culturais dos anos 60. O mundo vivia a divisão dos mega-blocos, Guerra Fria e do Vietnã, revoluções culturais, países latino-americanos sob a tutela dos regimes militares em nome da democracia.
No Chile em 1962, o Brasil conquistava o bi ao vencer os tcheco-eslovacos na final. A estrela de Pelé não brilhou, machucado no primeiro jogo, mas o Brasil contou com Didi, Djalma e Nilton Santos, Vavá, Zito e Garrincha, um dos artilheiros da competição e melhor jogador da Copa. Recusado por vários clubes até ser aceito e brilhar no Botafogo e na seleção. Com Garrincha, o time canarinho só perdeu uma vez em 60 jogos.
Com Garrincha e Pelé, o Brasil não perdeu nenhum jogo.
Em 1962, Garrincha, craque da Copa, foi absolvido de uma expulsão e participar da final.
Fonte: historiador Mario Lopomo