O Araguari Atlético Clube é uma agremiação da Cidade de Araguari (MG). Foi ali na Rua Marciano Santos, No. 387, às vinte horas, de uma noite esperançosa, daquele agonizante 1944, (em seu dia dezesseis de novembro,) que um grupo de estudantes, sob o incentivo formidável de prof. Moacyr Fantini, fundaram aquele grandioso Escola de Comércio S. C., de ontem, transformado no fabuloso Araguari Atlético Clube de hoje.
Honra ao mérito dá-se-á seus fundadores: Dr. José Daher, João P. Barbosa, Vereadora Marilda Helena Vasconcelos, Walter Carvalho, Prof. Alcides Borges Marra, Natércio Morais, Waquim Gebrim, Willy Falcomer, Jorge Paulino, Jair Batista Ferreira e José Ferreira da Silva, com o direito de beneméritos do desporto brejo-alegrense, na formação desta força viva de tradição e de glória, sempre agigantando-se na vida esportiva, cultural, recreativa e social desta querida terra.
E daquela singela idéia aliaram-se os incansáveis treta campeões dos dias presentes, construindo uma agremiação forte, coesa e respeitável, numa demonstração soberba de quanto vale a abnegação dos homens. A data 14 de julho de 1950, marca a troca da denominação do Escola de Comércio Social Clube, que passou a chamar-se Araguari Atlético Clube.
E deste dia em diante iniciou-se o ritmo ascendente do Clube Estrelado, conquistando o invejável título de Campeão do Ano Santo de 1950. E o sucesso do grêmio rubro-anil, se espalhou pelo Brasil Central, tornando-se famoso e preferido, e aos poucos fosse firmando no conceito do desporto triangulino, até tornar-se Penta Campeão Araguarino e Tri-Campeão do Triângulo Mineiro. Seus Presidentes foram: Dr. Antonio Severino Coelho, Prof. Oswaldo da Costa Braga, Agenor Costa, João Vasconcelos Montes, Afonso Dorázio, Farath Kehdy, Milton Lemos da Silva e Paulo Nogueira Cruvinel.
E hoje ao comemorar-se o décimo quinto aniversário do Araguari Atlético Clube, dá-se ao acontecimento um detalhe de importância municipal, desde que todas as classes de nossa terra integram a comunidade tetra-campeã, tornando-a ilustre e respeitável família, o que é um motivo justificado de máximo orgulho para todos quantos labutam no desporto de nossa Terra.
Muita Cabeça rolou até civilizar-se o futebol por Armando Nogueira
O estágio mais importante e mais longo registrado na história do futebol é o da pelada, instituição genuinamente britânico.
A partir da retirada dos romanos, no ano 410 da era cristã, os nativos começaram a transformar a herança do Harpastum, dos soldados de Júlio César; no que chamaram de Mob-foot-ball, (futebol das multidões): uma bola de 500 jogadores de cada lado, – valendo tudo.
Os jogos mais famosos da “era da pelada” eram de Kingston, cujo povo emprestava ao Mob-foot-ball, uma significação cívica.
O Mob-foot-ball era violentíssimo, bárbaro. Quinhentos jogadores de cada lado saíam a correr atrás da bola, destruindo-se fisicamente, a ver qual banda chegaria a determinado ponto da cidade em primeiro lugar, de posse da bola. Na disputa da maratona, a avalancha humana derrubava muros, quebrava vidros da janelas, destruía jardins e quintais.
O jogo começava por volta do meio-dia e terminava na noitinha, passando a multidão por dentro dos rios e pontes, até chegar a meta convencionada que geralmente ficava alguns quilômetros do ponto de partida.
No ano de 1310, um jogador de Thames Street Club morreu afogado ao saltar do parapeito de uma ponte para apanhar a bola.
No futebol “pelada” dos habitantes da Cidade de Kingston, não havia apostas, era proibido empenho de dinheiro a esse título. Mas as classes pobres jogavam por dinheiro e cerveja oferecidos pelos torcedores em subscrição. Aí está uma referência que localiza no tempo e no espaço as origens do profissionalismo do futebol.
Já no século XIV, remunerava-se o jogador de futebol.
O futebol na Inglaterra sofreu durante séculos a perseguição dos puritanos, que se opunham energicamente a qualquer atividade esportiva.
O primeiro torcedor ilustre do futebol na Inglaterra saiu publicada no Dailly News, em 1846, e contava um jogo entre Thames-Street Club e Townsend “Foi uma disputa furiosa, diz o jornal – principalmente quando a bola caia dentro do rio e os jogadores eram carregados pela corrente e atirados contra os arcos da ponte”. As primeiras regras oficiais do jogo surgiram em 1862, na Universidade de Cambridge, e dizia em seus vários artigos:
“Art. 3o. – os ponta-pés só devem ser dirigidos à bola;
Art. 4o – O jogador não deve chutar a bola quando esta achar-se no ar;
Art. 13o – Pode ser dado o ponta-pé de frente na canela do adversário, quando ele corre com a bola.
Art 15o – O jogador correndo com a bola, pode ser agarrado pelo pescoço ou pelas espáduas,
A 24 de novembro de 1863, vinte e nove dias depois da Fundação de Foot-Ball Assotiation, surgiu o primeiro código do futebol associação, o futebol moderno.
O novo código determinou a cisão entre futebol e rugby.
A esta altura, pode-se dizer, estava civilizado o futebol, em relação aos estágios bárbaros do Mob-foot-ball.
Com a nova roupagem, o futebol chegou em 1872 ao Havre, de onde se espalhou por todo o continente europeu.
O primeiro clube sul-americano foi Buenos Aires Futebol Clube, fundado em 1867 por via dos ingleses.
A introdução do futebol no Brasil, data de 1894 com a chegado do inglês Charles Muller a São Paulo, e o primeiro jogo foi realizado em 1896, entre o São Paulo Atlético Clube e um time dos empregados da São Paulo Railways.
Vale a pena registrar que investigações indicam ter o futebol chagado ao Brazil, trazido por jesuítas, sendo difundido através do colégio Anchieta de Petrópolis, por volta de 1885, isto é, nove anos antes de Charles Muller desembarcar em São Paulo, trazendo na mala, duas bolas de futebol.
TÍTULOS
1947 – Taça Recordação, Samir Dau
1949 – Taça Disciplina – Hamilton Rocha
1950 – CAMPEÃO INVICTO DO ANO SANTO
1950 – Taça LAF – Campeão
1950 – Taça E. T. C. Machado de Assis
1950 – Taça A Tendinha
1952 – CAMPEÃO DE ARAGUARI
1952 – Taça LAF
1952 – CAMPEÃO DO TRIÂNGULO
1952 – Taça Geraldo Starling
1952 – Troféu Casa Neftali Vieira
1953 – BI-CAMPEÃO DE ARAGUARI
1953 – Taça LAF
1953 – BI-CAMPEÃO DO TRIÂNGULO
1953 – Taça LAF
1954 – TRI-CAMPEÃO DE ARAGUARI
1954 – Taça LAF
1954 – TRI-CAMPEÃO DO TRIÂNGULO
1954 – Taça Dr. Ademar de Barros
1955 – TETRA-CAMPEÃO DE ARAGUARI
1955 – Taça LAF
1956 – TORNEIO INICIO DA LAF
1956 – Taça LAF
1956 – PENTA CAMPEÃO DA CIDADE
1956 – Troféu LAF
1956 – Taça Aniversário da Rádio Cacique
1957 – TORNEIO INICIO DA LAF
1957 – Taça LAF
1957 – Taça Cinqüentenário de Anápolis
1957 – Taça Mavignier Araújo
1957 – Taça 69 anos da Cidade de Araguari
1957 – Taça Dr. João Nascimento Godoy
1958 – Taça 1o Prada dos Esportes, Paulo Nogueira
1958 – Troféu Amizade
1958 – Taça Afrânio Rodrigues da Cunha
1958 – Taça Confecções Guari (iluminação)
1958 – Taça Colônio Sírio Libanesa
1958 – Taça Artilheiro
1958 – Taça Geraldo Gomes (juvenil)
1958 – Troféu Rádio Cacique, Veloso Junior
1958 – Taça PFJ-3 – Futebol Feminino
1958 – Taça Sérgio Kehdy (juveni)
1958 – Taça Indústrias Trineiro
1959 – OTORNEIO INICIO LAF
1959 – Taça LAF
1959 – Taça 2a Parada dos Esportes da PRJ-3
1959 – Taça 3a Parada dos Esportes da PRJ-3
1959 – Taça Vemasa (Torneio Fiori Gigliotti)
1959 – Taça dos Invictos – Tipografia São José
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CURIOSIDADES TETRA-CAMPEÃS
Primeiro Jogo de camisa doado na fundação do Clube por Hermano Lemos
Primeiro Estádio com alambrado em Araguari
Primeiro Clube a lançar o discutido futebol feminino.
Primeiro clube de Araguari a excursionar pela Real Aerovias
Primeiro e único campeão juvenil da cidade.
Iniciador e lançador no Brasil, do Bolo Esportivo
Primeiro clube araguarino a cede craques para o futebol paulista
Primeiro clube araguarino a ganhar cinco campeonatos seguidos
Primeiro clube araguarino a sagra-se tri-campeão do Triângulo Mineiro
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FONTES: Araguari Atlético Clube – Uma História Construída com muito carinho / Texto do folheto comemorativo do clube, redigido por Ney Montes e Armando Nogueira em 16 de novembro de 1959 – Arquivo Histórico Dr. Calil Porto, em Araguari