Toda cidade tem seu clássico e a cidade de Frutal, no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba não deixa por menos. Durante décadas, o Arsenal Futebol Clube e o Esporte Clube Treze de Maio protagonizaram o clássico das multidões, uma rivalidade que dividia a cidade em duas.
Há décadas atrás, onde hoje se encontra a Praça dos Três Poderes, existia o estádio chamado Woyames Pinto, com capacidade para 1.500 pessoas, onde os clássicos eram realizados.
Havia na cidade um time chamado Esporte Clube XV de Novembro, onde atuavam os amigos Edgar e Dêgo, dois grandes craques da época. Certa feita, ambos de desentenderam e, em consequência disso, deixaram o Esporte Clube XV de Novembro, indo, cada um deles jogar por uma nova equipe.
Assim sendo, Edgar passou a atuar pelo Esporte Clube Treze de Maio e Dêgo foi jogar no Arsenal Futebol Clube, que era formado por trabalhadores de uma fábrica de bebidas. Nascia aí a grande rivalidade. O Derby frutalense.
O Arsenal Futebol Clube tinha um retrospecto vantajoso nos confrontos, porém, de 1974 até 1982, ano em que o clássico praticamente morreu, o Esporte Clube Treze de Maio reverteu a situação, conquistando títulos importantes, como o Torneio Tubal Vilela no ano de 1979, do qual participavam grandes equipes do Triângulo Mineiro.
A final foi realizada contra o time do Alvorada Futebol Clube, da cidade de Perdizes, que era o bicampeão do torneio. O Esporte Clube Treze de Maio jogava pelo empate, tendo em vistas que no jogo anterior, na cidade de Perdizes, havia vencido por 1 x 0.
O placar final foi 4 x 1 para o Esporte Clube Treze de Maio. Toninho Borges, Olímpio Gonçalves, Paulinho Silva e Garrafinha anotaram para o Esporte Clube Treze de Maio. O gol de honra do Alvorada Futebol Clube foi feito por Luiz Alberto.
As equipes alinharam assim:
Esporte Clube Treze de Maio: Artur (Bicalho), Braquiária, Branco, Marinho e Reinaldo (Tidas); Vanone, Toninho Borges e Paulinho Silva; Olímpio Gonçalves (Garrafinha), Zanto (Tonhão) e Olimpinho.
Alvorada Futebol Clube: Fernando, Joãozinho, Paulo, Valdir, Carlos, Eduardo (Luiz Alberto), Elvécio (Galo), e Aender; Edeval, Reinaldo e Garnizé.
Esporte Clube Treze de Maio disputou vinte partidas, obtendo 14 vitórias, quatro empates e duas derrotas. Ou seja, disputou 40 pontos, ficando com 32 deles e perdendo apenas oito. O artilheiro da equipe foi o atacante Zanto.
Participaram ativamente do Torneio a seguinte relação de jogadores, comandados por Chiquito: Artur, Pedro Bicalho, Braquiara, Brancão, Marinho, Reinaldo, Toninho Borges, Vanone (Banana), Pontinha, Olímpio Gonçalves, Garrafinha, Zanto, Tonhão, Olimpinho, Paulinho Silva, Tidas, Melado, Pintinho, Elton Pirrolho, Delamar e Mancha.
Nos anos setenta, as duas equipes participaram da Taça Minas Gerais, porém, suas campanhas não foram muito expressivas e a vida de ambas na elite mineira foi curta.
Acredita-se que a demolição do estádio Woyames Pinto em muito contribuiu para que o clássico chegasse ao fim.
Apesar de que a rivalidade dentro de campo não exista mais, a rivalidade entre as torcidas existe até hoje.
Fabio Farias – Cidade alvi-negra Treze de Maio F.C.
“Hoje Frutal não possui mais times profissionais. Quando se fala de 13 e Arsenal é como se falássemos de um tempo tão distante que mal podemos vislumbrar. Às vezes a própria imaginação conta mais que a memória. Dos clássicos, nada ficou, senão histórias quase esquecidas. Alguns esqueletos na cidade ainda trazem os nomes e símbolos dos clubes, mas não passam de nomes. Quem olha pra um muro com um símbolo antigo muitas vezes nem sabe do que se trata. Os que sabem, já nem olham mais. Os que olham, vêem algo esquecido sob a poeira do tempo. Talvez isso se deva à triste certeza de que o futebol mudou, tudo mudou. E aconteça o que acontecer, esse duelo não mais existirá nem mobilizará as multidões, como nos tempos áureos do futebol de Frutal.”
Alunos da UEMG homenageiam times de futebol de Frutal
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de quatro alunos do curso de Comunicação Social da UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) homenageou dois importantes times de futebol da cidade de Frutal. A apresentação do vídeo documentário que contou a história de rivalidade entre o Arsenal e o Treze foi feita no anfiteatro da universidade, na última semana e contou com a presença de várias pessoas da comunidade.
De acordo com o orientador do trabalho e coordenador do curso, Lausamar Humberto, o curta-metragem ‘Arsenal vs Treze: um clássico nos grotões de Minas. Uma reconstituição sentimental’ é uma narrativa da paixão de duas torcidas por seus times. “Os alunos fizeram uma reconstituição sentimental da época de ouro do futebol em Frutal. Um documento de inestimável valor histórico”, destaca.
Um dos alunos que produziu o documentário, Rafael Del Giudice Noronha, comenta que o principal desafio ao desenvolver o trabalho foi a falta de registros históricos. “Nós tratamos da primeira fase dos times, que começou em 1959. A parte mais difícil foi vender a ideia e convencer os personagens a participar do curta metragem. O desafio valeu a pena, pois o resultado ficou muito bom”.
Segundo o ex-jogador do Arsenal, atual advogado Antenor Castro, o resgate histórico feito pelos estudantes é muito importante para a preservação da memória dos times. “O Arsenal e o Treze foram as equipes de futebol mais importantes do município, até hoje se discute os motivos que os levaram ao fim. A paixão de quem viveu essa época nunca vai acabar, estou feliz por poder fazer parte desse trabalho”, afirma.
O aposentado, ex-jogador do Treze, Manoel Neto de Oliveira, conta que relembrar a história do futebol frutalense é reviver uma das melhores épocas. “Eu fui jogador por 15 anos e aprendi muita coisa no Treze, é indescritível a sensação de ter feito parte desse momento. Serei sempre grato pela oportunidade de representar o esporte em um dos mais importantes times da cidade”. (SECOM)
Fontes:
360frutal.blogspot.com.br – Rafael Del Giudice Noronha
Fudibol.blogspot.com.br – Fabio Farias
www2.lidercomp.com.br
www.facebook.reviverfrutal