Pouso Alegre Futebol Clube – Pouso Alegre (MG): Escudos diferentes na Década de 70

Escudo e uniforme de 1971

O Pouso Alegre Futebol Clube (PAFC) é uma agremiação da cidade de Pouso (MG). O Pousão foi Fundado no dia 15 de novembro de 1913, com o nome de “Pouso Alegre Football Club“. Naquele dia foi realizada uma reunião na casa de Alfredo Ennes Baganha – primeiro presidente do PAFC – para fundar o clube e assim começar a escrever a história do futebol pousoalegrense.

No entanto, naquela época era difícil manter um clube em atividade por muito tempo. Devido a isso, no final da década de 1910, o PAFC caiu no ostracismo. E somente em 1928, o rubro-negro voltou com força máxima. Ajudado por um grupo de diretores, o clube viria a conquistar a sua maior glória até aquele momento.

Fundadores do PAFC

No dia 28 de setembro de 1928, reunidos no Fórum de Pouso Alegre, Alfredo Baganha e José Nunes Rebello, lavraram a ata de compra de um terreno localizado no alto da Rua Comendador José Garcia. O valor da compra foi de 8 conto de réis. Ali, naquele terreno, seria construído o futuro estádio do Pouso Alegre Futebol Clube.

A partir disso, já na década de 1930, muitos times paulistas começaram a jogar no Campo do PAFC. Guarani, Ponte Preta e o extinto Ypiranga foram um dos exemplos de times que passaram por Pouso Alegre. Nessa mesma época, foram criados e disputados vários torneios intermunicipais.

No final da década de 1940, mais precisamente no ano de 1947, foi fundada a Liga Espostiva Municipal de Amadores (LEMA). A entidade, que teve como primeiro presidente Pardal Vilhena de Alcântara, passou a organizar essas competições e muitos times amadores apareceram na cidade, fazendo frente do PAFC.

Com o fortalecimento de outros times na cidade, o Pouso Alegre FC acabou entrando em recesso das competições amadoras no início da década de 1950. E com isso a Liga passou a administrar o Estádio do PAFC, o que levou a todos a chamarem de “Estádio da Lema“. Nesse mesmo período, foram construídos os primeiros lances de arquibancada e o muro que cerca o gramado.

 

Time de 1967

Profissionalismo

Pouco mais de uma década longe dos gramados, o PAFC resolveu voltar no ano de 1967. E voltou para disputar a sua primeira competição profissional. O rubro-negro disputou naquele ano o  Campeonato Mineiro da 2ª Divisão. O Pouso Alegre FC foi o campeão da Chave Sul do torneio e classificou-se para as finais do torneio, mas acabou perdendo a vaga nos tribunais, por incluir um atleta em condição irregular.

O fato foi um balde de água fria jogado nas pretensões pousoalegrenses. No ano seguinte, o time voltou a disputar a mesma competição, mas não contava com o mesmo entusiasmo (leia-se interesse financeiro) e foi eliminado logo na primeira fase do certame. Atolado em dívidas, o PAFC fechou o seu breve retorno aos gramados em 1968.

E com o novo fechamento do PAFC, outro problema se acarretou na cidade. A LEMA, que comandava os torneios amadores no município, também foi sucumbida e encerrou suas atividades no final da década de 1960. Porém, a persistência de alguns clubes amadores da cidade, não permitiu que o futebol chegasse ao fim no município. A década de 1970 ficou marcada pelos torneios regionais que contavam com a participação de jogadores consagrados no futebol paulista, ou que viriam fazer sucesso nos gramados do Brasil.

Nomes como Jorge Mendonça, Oscar, Polossi, Odirlei, Estevão e Neto, sempre desfilavam pelo gramado do Alto da Comendador. Foi nesse levada, que surgiram bons nomes no futebol pousoalegrense. Nascia nesse período a nova geração do futebol da cidade. Zé Carlos “Espoleta”, Paulo da Pinta, Betão, Hermínio, Juninho Coldibelli, Amarildo e Silvano, viriam futuramente elevar o nome de Pouso Alegre no cenário futebolístico.

No início da década de 1980, a Liga Municipal foi reativada. Com isso os torneios amadores da cidade – que não pararam de ser realizados – foram fortalecidos e boatos da volta do PAFC começaram a serem ouvidos pela cidade. E isso aconteceu em 1983. Ainda como time amador, o PAFC foi campeão da Copa Sul Mineira, jogando com atletas somente da cidade.

E foi nesse mesmo ano, que o PAFC conquistou seu maior troféu. O rubro-negro foi Campeão Amador do Estado de Minas Gerais. O torneio que foi disputado por mais de 30 equipes, teve em sua final PAFC e Curvelo.

No ano seguinte, o PAFC se profissionalizou novamente. Essa segunda fase profissional tinha como objetivo o retorno do rubro-negro a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro e quem sabe o acesso a elite do futebol estadual. E isso aconteceu.

PRIMEIRA DIVISÃO

Em 1988, o PAFC alcançou o seu maior objetivo, que era o acesso a Primeira Divisão do Campeonato Mineiro. Mas, essa conquista veio de forma sofrida contra o Atlético de Três Corações. A última partida daquele certame até ficou conhecida como “A Batalha de Três Corações“, pois aquele jogo não teve fim e o resultado – que favorecia o PAFC – só saiu meses depois, já em 1989, após intervenção judicial.

Com o acesso garantido na justiça, o Pouso Alegre Futebol Clube fez sua estréia na Primeira Divisão do Mineiro, com o campeonato já em andamento. Com isso o rubro-negro teve que fazer muitas partidas em pouco espaço de tempo – chegou a jogar três vezes por semana. Mas, mesmo assim o time do PAFC conseguiu manter-se na elite do futebol mineiro.

1990 foi o melhor ano do Pouso Alegre Futebol Clube, com o Dragão realizando o seu maior feito no futebol profissional. Disputando o Campeonato Mineiro da Primeira Divisão, com 18 equipes, alcançou a 5ª colocação, com um time que será lembrado por todos: Paulo César; Edvaldo, César, Zigomar e Nonato; Alcinei, Paulo da Pinta e Fernando Baiano; Heleno, Carlão e Anderson.

 

Time de 1988

Mas, com a falta de apoio e estrutura, foi difícil o PAFC manter aquele elenco supervalorizado e o time foi se desfazendo. Nos campeonatos seguintes, o time perdeu pouco a pouco a sua identidade e em 1992 despediu-se da elite do futebol mineiro. Disputou o Módulo II do Campeonato Mineiro até o ano de 1998 e foi nesse mesmo ano em que licenciou-se da Federação Mineira de Futebol, ficando inativo até 2009, quando voltou à Segundona do Mineiro, onde realizou boa campanha, terminando o certame na quinta colocação.

Recorde de gols

No início do futebol profissional em Pouso Alegre, nos anos de 1967 e 1968, o público lotava o Estádio da Comendador José Garcia nos dias de jogo do rubro-negro. E no dia 15 de setembro de 1968 não foi diferente. Naquele dia o Pouso Alegre Futebol Clube disputou um amistoso com o Grêmio Recreativo Beta, de São Paulo e venceu por 38 a 0.

A partida, apitada pelo árbitro Armando de Barros, é considerada como a maior goleada do futebol mundial. O Dragão entrou em campo com Luiz Carlos, Murilo, Marco Ambar, Bolinha e Gato (depois Bata), Mica e Mário Jorge, Serginho (depois Joviano), Wilson, Renê e Marquinho.

 

FONTES: Site Campeões do Futebol (Pesquisa de Eduardo Toledo e Carlos e Eduardo) – Página do Clube no Facebook – Revista Placar

Este post foi publicado em 01. Sérgio Mello, 03. Toninho Sereno, Curiosidades, Escudos, História do Futebol, Minas Gerais em por .

Sobre Sérgio Mello

Sou jornalista, desde 2000, formado pela FACHA. Trabalhei na Rádio Record; Jornal O Fluminense (Niterói-RJ) e Jornal dos Sports (JS), no Rio de Janeiro-RJ. No JS cobri o esporte amador, passando pelo futebol de base, Campeonatos da Terceira e Segunda Divisões, chegando a ser o setorista do América, dos quatro grandes do Rio, Seleção Brasileira. Cobri os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, Eliminatórias, entre outros. Também fui colunista no JS, tinha um Blog no JS. Sou Benemérito do Bonsucesso Futebol Clube. Também sou vetorizador, pesquisador e historiador do futebol brasileiro! E-mail para contato: sergiomellojornalismo@msn.com Facebook: https://www.facebook.com/SergioMello.RJ

4 pensou em “Pouso Alegre Futebol Clube – Pouso Alegre (MG): Escudos diferentes na Década de 70

  1. Sergio Mello Autor do post

    Obrigado Virginio!

    Sobre o “completar o escudo”… Se estiver se referindo a “falta da letra C”…
    O escudo era desse jeito mesmo. É um modelo de 1971.
    Nos anos 70, o clube retornava e, pelo visto, fez algumas experiências,
    tanto nas cores quanto nos escudos!
    Daí a escolha pelos modelos de 70.

    Abraços!

  2. Virginio Saldanha

    Parabéns por mais um excelente artigo. Continue sempre assim. Por gentileza, dava para completar o escudo?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *