Conforme escreveu José Pires Júnior, em “Muriaé em Revista” magazine publicado em dezembro de 1952, sob a responsabilidade da redação da “Gazeta de Muriaé”, o NACIONAL ATLÉTICO CLUBE surgiu de uma dissidência do Paulistano Futebol Clube, tendo sido fundado no dia 25 de dezembro de 1927. Portanto, neste Natal de 2014, o NAC completará 87 anos de existência.
BREVE RESUMO DA HISTÓRIA
Segundo José Pires, daquela dissidência “não houve nenhum desequilíbrio pessoal entre os elementos que vieram compor o Nacional e os que ficaram no Paulistano”. Disse ainda o jornalista que “houve naquela época o que nos tem faltado hoje. Compreensão e nada mais. O Paulistano, em vez de cortar suas ligações com os dissidentes, estimulou-os”.
Os fundadores formaram a primeira diretoria, que ficou assim constituída: Presidente-João Felisberto; Secretário-José Vidon Sobrinho; 2º Sec.-Anibal Freitas; Tesoureiro-Oton Bandeira de Melo; Conselho Fiscal-Ciro Bandeira de Melo, Hércules Monteiro e Dr. Olavo Tostes; Orador: Dr. Aníbal de Souza.
O primeiro jogo foi contra o Paulistano, no dia 25 de dezembro de 1927. O Nacional venceu aquele que se tornaria seu mais tradicional rival, jogando com Guardiano, Aníbal, Hércules, Barretinho, Umbelino, Hermann, Vidon, Oton, Emílio, Alcir e Canário.
Várias figuras de destaque, passaram pelo Nacional, a começar por Antônio Theodoro Soares de Azevedo, chamado naquela publicação de “Um Grande Amigo do Nacional”. Soares de Azevedo foi o mais dedicado presidente do NAC. “Era tão grande seu amor pelo clube que, colhido pela morte, quando ainda na Presidência, revelou ele sua preocupação pela vida do Nacional, pois fomos encontrar em seu testamento um traço dessa preocupação, deixando entre as disposições de última vontade a cláusula que obrigava o seu testamenteiro a regularizar a compra do campo que havia feito e doado ao Clube a cuja frente se encontrava”, publicou a revista.
Diversos outros nomes marcaram a história do NAC. Aparício Felisberto, Edmundo Germano, Mário Costa, Pergentino Ferreira, Araçagy, Saulo Magalhães, José Amílcar, Willian Feres, Argemiro Moreira, foram alguns deles. Sobre Pergentino, os mais antigos dizem que, enquanto ele viveu “nunca mais se pode imaginar um Nacional sem o Pergentino ou o Pergentino sem o Nacional.
Mais recentemente, o grande destaque foi Antônio Fernandes, o “Toninho Batigué” que levou o NAC à Divisão Especial do Campeonato Mineiro, montando aqui grandes esquadrões, que tornaram o Nacional conhecido em todo o Brasil. Na verdade, graças ao trabalho realizado por “Batigué”, o nome do clube ficou umbilicalmente ligado ao de Muriaé, pois o time é chamado em todo lugar de Nacional de Muriaé. Isso também fez bastante conhecido o nome de nossa terra.
O NAC sempre teve grandes craques entre seus jogadores. Mas, sem dúvida o mais famoso foi Mário Venâncio. Para jogar no Nacional, Mário “Beleléu”, como era carinhosamente chamado, veio a pé de Cataguases para Muriaé, vivendo o NAC durante mais de sessenta anos, até a sua morte. Outro caso de amor pelo Nacional é de Vicente Brasil, o Corisco, recém falecido, que, por cinqüenta e sete anos, viveu o dia a dia do Nacional.
Certamente vamos cometer algumas injustiças, pois não é possível lembrar e citar todos os craques que suaram a camisa pelo Nacional. No entanto, vamos relacionar aqui trinta e três nomes, considerando, mais ou menos, as posições de goleiros, zagueiros, campistas e atacantes. O critério será, não o profissional e sim o tempo e a dedicação de cada um: Guardiano, Eduardo, Adão, Lita, Careca, Quebinha, Oliveira, Pé de Valsa, Campestre, Miguel, Volninho, Nacif, Ronaldo Guarçoni, Manoelzinho, Betinho, Haroldo Passos, Planika, Tarcísio, Quissamã, Tuta, Cachaça, Assis, Corisco, Haroldo Cócó, Nédio, Pompilho, Mazola, Joãzinho, Neném Carlos, Marco Aurélio, Jorginho, Pastel e Dominguinhos.
A torcida do Nacional é enorme e apaixonada. Para homenageá-la, citemos alguns torcedores símbolos. Entre os homens, vale lembrar de Irineu Felisberto, Filinho “Ranheta” e Nilson Gouvêa. Entre as mulheres, são inesquecíveis Dona Rosinha Cerqueira e Dona Cléria Ticon.
NACIONAL ATLÉTICO CLUBE – O NOVO ESTÁDIO SOARES DE AZEVEDO
O embrião da construção de um novo estádio foi plantado em 2001, com a chegada do Dr. Rui Vale de Matos à presidência do NAC. Com sua experiência de militante no futebol há mais de sessenta anos, Rui logo percebeu que o velho estádio, inaugurado em 1970, estava se tornando inviável, tanto funcionalmente, como financeiramente. Os campeonatos mineiros da 2ª divisão, de 2003 e 2005, principalmente esse último, acabaram por mostrar que, definitivamente, haviam se exauridas todas as condições de aproveitamento do estádio. O futuro do Nacional dependia de um gesto de coragem, de uma atitude de audácia: a desativação do velho e a construção de um novo Estádio Soares de Azevedo.
Desde o princípio, o Presidente nunca pensou em desfazer de todo o patrimônio do NAC. Pelo contrário, seu projeto sempre foi o da alienação somente da parte posterior do terreno, sendo mantida como do NAC a parte anterior, com frente para a Av. Dr. Passos, pois é aquela área que irá gerar recurso para manter o novo estádio, as categorias de base e o time profissional do NAC. O projeto foi tornado público em 2006.
Surpreendentemente, alguns ex-diretores, sócios e ex-sócios do Nacional, se puseram contra o projeto, tentando impedir sua execução. Mas, Rui Vale de Matos, o vice Dornele Almeida, o presidente do Conselho Deliberativo, Dr. Messias Soares Vardiero, o empresário Sebastião Messias dos Reis (que chegou a colocar seu patrimônio à disposição do NAC, ao avalizar o contrato de compra e venda firmado com o Grupo Sales) e outros conselheiros, diretores e sócios, a tudo enfrentaram, com seriedade, valentia e legalidade.
Felizmente, atendidas as exigências do Ministério Público e da própria Justiça, o problema foi equacionado, tendo sido criado uma Comissão de Obras, composta de 07 membros, presidida por Sebastião Messias, especialmente para administrar a construção do novo estádio. Assim, após outorgar a escritura de, aproximadamente, 6.900 m² do terreno do antigo estádio ao Grupo Sales, por R$ 4.701.928,00, no dia 02/08/2008, o Nacional recebeu do Sr. Roberto Carvalho, a escritura definitiva de 60.000m², de área situada às margens da BR 116 (próxima ao Posto Fiscal), pelo preço de R$ 400.000,00.
Finalmente, em setembro de 2008, foi dado início às obras do novo Estádio Soares de Azevedo, obras essas que estão muito próximas de seu término, embora algumas dificuldades inesperadas tenham surgido, como, por exemplo, a crise de 2008 que onerou os custos da obra.
FONTES & FOTO: Site e página do clube no Facebook – Jacy de Oliveira Filho