Primórdios do futebol carioca!!!

Pouca gente sabe, mas o primeiro jogo de futebol noturno no Brasil foi promovido por um funcionário da Light paulista. Vinte faróis de bonde sustentados por quatro torres de madeira iluminaram o duelo entre dois times amadores, o República e o Linhas e Cabos, em 23 de junho de 1923, num terreno da empresa, no bairro paulista de Várzea do Glicério.

Nessa época, o futebol já era praticado nos diversos clubes de funcionários da Light, no Rio de Janeiro. Ao longo do tempo, aliás, a empresa teve em seu quadro de profissionais alguns nomes que se consagraram como jogadores nos grandes clubes brasileiros, caso de Domingos da Guia, Leônidas da Silva (o “Diamante Negro”), Zezé e Aimoré Moreira, Dario (o “Dadá Maravilha”), entre outros. O garoto Leônidas, por exemplo, ficou conhecido nas oficinas de Vila Isabel, pelas vidraças quebradas durante o “bate-bola” na hora do almoço, onde já demonstrava as habilidades que o tornariam um dos melhores jogadores de todos os tempos.

O futebol chegou ao Rio de Janeiro no final do século XIX. A primeira bola – e, conseqüentemente, a primeira partida de futebol no Rio de que se tem notícia – apareceu em Bangu, no ano de 1894. Não por acaso, ali funcionavam fábricas de tecidos que utilizavam mão-de-obra especializada estrangeira, em sua maioria inglesa. Um desses técnicos têxteis, o escocês Thomas Donohoe, apaixonado por futebol e impossibilitado de jogar com seus companheiros de fábrica por não haver para vender na cidade – e no Brasil – os equipamentos básicos necessários para a prática do esporte, voltou à Inglaterra para trazer a tão desejada bola, o bico para enchê-la e chuteiras.

Nos dias de folga, reuniam-se os ingleses, não mais para aprenderem algum instrumento musical ou andar de bicicleta, mas para se divertirem jogando futebol. Mesmo este fato sendo uma alternativa histórica, oficialmente, credita-se ao paulista Charles Miller a introdução do futebol no Brasil, em 1894, e a Oscar Cox a apresentação da primeira pelota aos brasileiros.

Segundo Sérgio Marinho Barbosa: “O futebol só começou a ter estímulo, no Rio de Janeiro, com a fundação do Rio Cricket, na Praia Grande, em Niterói, de onde posteriormente, nasceu o Fluminense Football Club. Logo se começou a prática do futebol, em Icaraí. Mas não havia gente suficiente para reunir dois times completos. Foi preciso que os sócios do Paysandu organizassem o seu conjunto, para que nascessem as primeiras competições mais sérias, predominantemente entre ingleses.”

Com o estímulo do inglês Oscar Cox, pai de George Emmanuel Cox, fundador do Rio Cricket, em Niterói, e a criação de outros clubes voltados para prática futebolística, tais como o Fluminense Football Club (1902), Bangu Atlético Club, América Football Club e Botafogo Football Club (1904), este novo esporte começa a se tornar representativo. Entretanto, ainda nessa época, era raro encontrar um brasileiro entre os jogadores de futebol. Eram os imigrantes europeus que contribuíram direta e indiretamente para a disseminação de novos esportes.

O futebol exercia um fascínio entre os jovens da elite metropolitana do Rio, formados nas escolas elegantes da cidade ou nas universidades inglesas e suíças. A convivência entre os jovens de “família de bem” da Capital e os ingleses em seus clubes determinava a base da estrutura amadorística do esporte.

Com a proliferação dos clubes de futebol e o prestígio alcançado entre a população local, que começava a comparecer em massa aos campos, surge a necessidade de estruturar a realização dos jogos e organizar as competições entre os clubes do Rio e Niterói, como já acontecia em São Paulo e Bahia. Assim, surge uma campanha para a criação de uma liga de futebol carioca, organizadora daquele que se tornaria um dos mais apaixonantes campeonatos do país.

Fonte:Light

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