O Clube Operário de Cultura Leão XIII é uma agremiação do Município de Catende, que fica a 142 km da capital de Pernambuco. A sua Sede fica localizada na Avenida Presidente Getulio Vargas, 69, no Centro de Catende. O Estádio Municipal Anteógenes Chaves com capacidade para 1.500 pessoas, é onde a equipe manda os seus jogos.
HISTÓRIA
A história da equipe ‘Alvi-azulina catendense’ ganhou o primeiro rabisco no começo de 1941, quando o coletor estadual Jaime Albuquerque, recém chegado a Catende, percebendo a inexistência da prática de esportes, teve a ideia de criar um time de futebol.
Jaime falou do seu desejo com Pelópidas Soares, que de imediato aprovou sua ideia e em pouco tempo mais catendenses aderiram, dentre eles o prefeito Álvaro Lins e o promotor Dr. Melquiades Montenegro. A Usina Catende, também viu com bons olhos.
Com isso, foi Fundado no dia 13 de setembro de 1941, na sede da R.C.A. (Rádio Cultural Artística, localizada na Rua Bela Aurora) com a presença de vários operários da Usina Catende e de várias pessoas da sociedade, entre elas Manoel Soares, Dr. Melquiades Montenegro, Manoel de Barros, João Candido, Pelópidas Soares, Sebastião Félix e Diocleciano dos Santos.
Jaime expôs sua ideia de criação de uma associação que não cuidasse apenas de futebol, mas também de estudos sociais, que logo foi aceita por todos os presentes. Ficou acertada a contribuição semanal por parte dos sócios, o valor de 100 reis (depois voluntariamente, todos concordaram em dar 200 reis).
Manoel Soares sugeriu que o centro esportivo cultural, fosse chamado “Centro Operário de Cultura” e o Dr. Melquiades Montenegro, acrescentou “Leão XIII” em homenagem ao Papa autor da Encíclica Rerum Novarum, ficando a nova associação denominada “Centro Operário de Cultura Leão XIII”, com o objetivo de desenvolver intelectualmente os jovens e os operários de Catende, ensinado noções de moral, religião, medicina e educação física.
Seu primeiro presidente foi o serralheiro mecânico e chefe das oficinas da Usina Catende, Manoel de Barros e Silva, tendo Jaime Albuquerque como Diretor de Desportos e Técnico do Time.O Leão XIII funcionava em uma casa na Rua da Saudade, 87, com reuniões regulares e uma biblioteca (registrada no Instituto Nacional do Livro, sob o nº 4.924, em maio de 1952), além de serviços médicos gratuitos para seus associados.
Os jogos eram realizados no Campo da Saudade, localizado na mesma rua, que teve seu muro construído em 1945. Em comemoração ao 5º aniversário de fundação do Centro, no dia 13 de setembro de 1946, foi lançada a pedra fundamental da construção da sua sede. A partir de 1947, o Leão XIII, podia enfrentar qualquer time do interior de Pernambuco e da capital, pois estava filiado à Federação Pernambucana de Desportos (FPD).
A inauguração da Sede Social do Leão XIII aconteceu no dia 1º de maio de 1948, um majestoso prédio, doado pelo Sr. Costa Azevedo (Seu Tenente). Grande festa houve em Catende neste dia, missa, desfile das escolas, dos escoteiros e da Filarmônica Catendense que tocou o hino do Leão XIII, várias girândolas, discursos e baile.
A fita simbólica foi cortada pela Sra. Maria de Lourdes de Azevedo (esposa do Dr. João da Costa Azevedo), abrindo as portas da nova sede aos operários de Catende. A sede foi benta pelo vigário da paróquia, padre Antonio de Barros.
Em 1949, aarrecadação semanal do Leão XIII, era de800 a 900 cruzeiros, sendo descontado 1 cruzeiro por associado. Dessa arrecadação, era feito o pagamento ao gerente, zelador da sede e campo, prêmios aos jogadores, promoção de festas e jogos como também a compra de materiais desportivos.
Com a morte do Tenente em 1950, o C. O. C. Leão XIII prestou uma justa homenagem ao seu grande benfeitor, em ocasião da inauguração do Salão Nobre do Clube, onde foram colocadas fotografias do Sr. Costa Azevedo e do patrono do Clube, o Papa Leão XIII. Também o Campo da Saudade, passou a ser chamado Estádio Costa Azevedo.
Ao longo dos anos, o Leão XIII organizou vários concursos, como o Miss Beleza e Miss Primavera. No assunto futebol, o Leão XIII, foi um verdadeiro sucesso. Em seus quadros, passaram grandes jogadores, entre os quais, o goleiro Teobaldo que chegou a ser campeão pernambucano, pelo Santa Cruz em 1946 (também foi goleiro do Náutico), Nelson, Geraldo e Everaldo que também jogaram pelo Sport.
TÍTULOS
Participou do Campeonato Interno de Futebol de Catende, em 1947, onde foi campeão. Em 1958, foi o Campeão do 1º Campeonato de Futebol das Usinas de Pernambuco. A decisão foi realizado numa ‘Melhor de três’. Após os três jogos terem terminado empatado, a partida foi para a prorrogação. Logo aos 6 minutos da etapa inicial, o atacante Mouco marcou o gol do título. O time campeão foi o seguinte: Curao; Machado e Agrelli; Zé Bom, Luiz e Lamparina; Mouco, Pernambuco, Doga, Heraldo e Pitota. Técnico: Teobaldo Silva.
Ainda em 1958, o Leão XIII seguiu invicto por 24 jogos. Nas décadas de 1940 e 50, alem de jogar com os times locais, jogou com vários times do interior de Pernambuco, Alagoas e Paraíba, jogou várias vezes com o Santa Cruz, Náutico e Sport. Também chegou a jogar com o Madureira do Rio de Janeiro.
Em junho de 1985 aUsina Catende doou ao C.O.C. Leão XIII, a sua sede, o terreno, como também o terreno e as benfeitorias da quadra de esportes, sendo presidente na época, Hélio Luiz F. Galvão.
Time-base de 1957: Harry Carrey (Zé Francisco); Zanone e Lobinho (Lucena); Zé Bom, Baiano e Béu; Amaro Mouco (Zé Paulo), Geraldo, Dega (Pesqueira), Dedé e Pitota (Alderico). Técnico: Teobaldo Silva.
PS: O Clube Operário de Cultura Leão XIII desde a sua fundação até os dias atuais sempre foi alvianil.
FONTES: Diário de Pernambuco – Eduardo Silva de Menezes
Bacana o seu relato, Reginaldo!
Histórias como essa transcendem as “quatro linhas”, mostrando que o futebol vai além de apenas jogar futebol.
Parabéns!!
Caso o amigo tenha algum registro, como foto, por gentileza nos envie a fim de que possamos agregar a história do clube.
Forte abraço!
Muito bom ler a história do “LEÃO XIII”. A cultura do futebol nesta minha cidade, preservou-me do alcoolismo, tabagismo e outros problemas próprios da adolescência e juventude. O orgulho de ser um dos 4 ou 5 jovens de Catende a treinar e jogar no time profissional da minha cidade, nos anos 62 a 64, deu-me a autoafirmação necessária para tanto. Éramos DEGUINHA, NÉU LIRA, ZÉ HAROLDO e mais uns dois ou três que não me vêm à memória.